IBOVESPA -12,2% | 86.067 Pontos
CÂMBIO -2,0% | 4,72/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa caiu 12% ontem aos 86.067 pontos, no pior pregão da Bolsa desde 10 de setembro de 1998, quando o índice recuou 15,82%. Em sua primeira hora, o índice bateu o limite de queda de 10% para o circuit breaker ser acionado, interrompendo as negociações por meia hora.
Enquanto isso, o dólar comercial subiu 1,97% a R$ 4,72. O Banco Central vendeu US$ 3,9 bilhões à vista em leilão, a primeira oferta spot de dólares desde o início da disparada na cotação da divisa. Era previsto um leilão de US$ 1 bilhão, mas logo pela manhã o BC elevou a venda de dólares para US$ 3 bilhões e durante a tarde foi feito mais dois leilões, cada um com mais de US$ 400 milhões.
Nesta manhã, bolsas internacionais se recuperam, com índices futuros americanos e bolsas europeias em alta de 4-5%, enquanto bolsas asiáticas subiram 1-2%. No início da sessão de ontem, os investidores observaram as bolsas americanas cair 7-8%, o maior tombo desde 2008.
Porém, o movimento foi revertido hoje após o presidente Donald Trump dizer que seu governo discutirá com o Congresso um possível corte nos impostos sobre os salários, e anunciará “grandes” medidas econômicas nesta terça-feira, em coletiva ao longo do dia, ainda sem horário definido. Outras economias como Austrália, Japão e Alemanha, também estão em vias de apresentar pacotes fiscais para enfrentar os efeitos do coronavírus sobre a economia.
Os preços de petróleo Brent operam em alta de 8,32% nesta manhã, aos US$37,2/barril, em uma recuperação parcial da queda abrupta de -24% ontem, embora notemos que ainda não há visibilidade em uma melhoria estrutural do setor de óleo e gás no curto prazo.
Por um lado, a Arábia Saudita está se planejando para um aumento de produção além da capacidade máxima reportada pela estatal Saudi Aramco, e por outro a Rússia também planeja elevar sua produção, além de ressaltar que a robustez fiscal do país garante uma resiliência a preços baixos de petróleo na próxima década. Não é possível ter uma visão estruturalmente positiva para preços de petróleo sem sinalizações positivas tanto do lado da demanda como do lado da oferta.
No Brasil, o noticiário local repercute ainda que Caixa e Banco do Brasil pretendem reforçar suas linhas de crédito para fazer frente ao coronavírus. Além disso, o Tesouro Nacional divulgou comunicado para informar que cancelou o leilão de prefixados programado para acontecer na próxima quinta-feira em virtude das condições mais restritivas do mercado financeiro.
Na agenda doméstica local, o destaque será a divulgação da produção industrial de janeiro às 9h que, ao nosso ver, deve apresentar expansão de 0,5% com relação ao mês anterior, e para uma nova operação no mercado de câmbio, com o leilão de US$ 2 bilhões do Banco Central às 9h10.
Nesta terça-feira, às 10h15, nossa analista de ações, Betina Roxo, estará ao vivo para mostrar como o mercado irá abrir, abordando os impactos para o Brasil e as bolsas globais dos últimos acontecimentos ao redor do mundo. Clique aqui para acessar.
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Brasil
- Caixa e Banco do Brasil pretendem ampliar linhas de crédito para contornar turbulência global
Internacional
- Política Internacional: Arábia Saudita intensifica guerra de preços com Rússia
- Petróleo: recuperação de preços de 8% nesta manhã, mas ainda sem visibilidade em uma melhora estrutural
Empresas
- Cosan (CSAN3): principais destaques do Cosan Day 2020
- AES Tietê (TIET11): presidente do Conselho da AES critica conflito de interesse do assessor financeiro da Eneva S.A. em sua proposta de fusão
Veja todos os detalhes
Brasil
Caixa e Banco do Brasil pretendem ampliar linhas de crédito para contornar turbulência global
- Diante da turbulência nos mercados globais e da intensa queda do preço do petróleo, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal pretendem reforçar suas linhas de crédito;
- De acordo com Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, a instituição está preparada para auxiliar os clientes e empreendedores que precisarem de capital de giro nos momentos de volatilidade;
- Já de acordo com Pedro Guimarães, presidente da Caixa, a turbulência de hoje é temporária, mas a instituição ainda assim tem se preparado para reforçar as linhas de crédito para pessoa física e empresas, principalmente as do setor imobiliário.
Internacional
Política Internacional: Arábia Saudita intensifica guerra de preços com Rússia
- Arábia Saudita intensificou a guerra de preços com Rússia e se comprometeu a aumentar a produção a 12,3 milhões de barris por dia no mês que vem, o que representa um aumento de 25%. O Ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, disse que o país tinha a capacidade de aumentar a produção a 11,8 milhões de barris por dia, o que seria máxima histórica.;
- Nos EUA, hoje serão realizadas as primeiras primárias após a reviravolta na Super Terça-Feira (03/03), votam Idaho (20 delegados), Michigan (125), Mississipi (36), Missouri (68), North Dakota (14) e Washington (89). Ao todo, serão alocados 352 delegados, o que representa 9% do número total de delegados que ficam comprometidos com um determinado candidato. Além da alocação de delegados, o resultado deve ajudar a definir a liderança da disputa. Será a primeira vez que nenhum outro candidato com apoio significativo além do senador e o ex-vice disputará votos.
Petróleo: recuperação de preços de 8% nesta manhã, mas ainda sem visibilidade em uma melhora estrutural
- Os preços de petróleo Brent operam em alta de 8,32% nesta manhã, aos US$37,2/barril, em uma recuperação parcial da queda abrupta de -24% ontem, após a Arábia Saudita retaliar o fracasso das negociações da OPEP+ ao realizar descontos nos preços de venda oficiais da Saudi Aramco e planejar um aumento significativo de produção a partir de abril de 2020;
- Apesar da recuperação parcial nesta manhã, ainda há pouca visibilidade em uma melhoria estrutural do setor de óleo e gás. Notícias apontam que a Arábia Saudita, por meio de sua estatal Saudi Aramco planeja elevar sua produção para o patamar de 12,3 milhões de barris ao dia (mbpd) a partir de abril, número 300 mil barris por dia (kbpd) acima da capacidade reportada da estatal. Além disso, a Rússia também afirmou que o país pode realizar um aumento de produção de 200-300kbpd no curto prazo, e de 500 kbpd no médio prazo. Apenas tais movimentos representariam uma adição de 2,6%-3% na oferta global de petróleo;
- Por outro lado, o Ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, afirmou que seu país não descarta retomar uma cooperação com a OPEP no futuro, lembrando que o próximo encontro entre os países deve ocorrer em maio ou junho. A Reuters também nota que o Ministro convocou uma reunião com companhias de petróleo russas para discutir eventuais cooperações com a OPEP novamente. Entretanto, Moscou notou que a situação fiscal do país, ancorada pelos US$150 bilhões de ativos de seu fundo soberano, permite que a nação seja resiliente a preços baixos de petróleo por uma década;
- Acreditamos que os preços de petróleo continuarão a apresentar elevada volatilidade no curto e médio prazo, e não é possível ter uma visão estruturalmente positiva sem sinalizações positivas tanto (1) do lado da demanda, em um cenário de normalização da economia global com a contenção do coronavírus, como (2) do lado da oferta por meio de reduções de produção de petróleo, principalmente por meio de uma retomada dos acordos de cooperação entre OPEP e aliados. Saiba mais sobre as razões por trás da queda do petróleo em nossos relatórios sobre o assunto (link e link)
Empresas
Cosan (CSAN3): principais destaques do Cosan Day 2020
- Ontem participamos da edição de 2020 de encontro com investidores da Cosan, com apresentação dos principais executivos da companhia e subsidiárias;
- Apresentamos os principais destaques do evento por tema em nosso relatório completo;
- Mantemos recomendação de Compra nas ações da Cosan, com preço-alvo de R$83/ação.
AES Tietê (TIET11): presidente do Conselho da AES critica conflito de interesse do assessor financeiro da Eneva S.A. em sua proposta de fusão
- Quase uma semana depois da Eneva informar ao mercado sobre sua proposta de fusão com a AES Tietê, com o objetivo de criar a segunda maior geradora de energia de capital privado do Brasil, a AES Tietê se pronunciou, com o presidente do Conselho de Administração da AES Tietê, enviando uma carta de notificação ao BTG Pactual, assessor financeiro da Eneva;
- Segundo o Broadcast, o presidente do conselho de administração da empresa e presidente da unidade de negócios da AES para a América do Sul, Julian Nebreda, teria enviado ao BTG Pactual, um dos principais acionistas da Eneva e assessor financeiro da mesma em sua proposta de fusão, uma comunicação criticando o banco por seu conflito de interesses no caso, dado que este atuou como coordenador de uma oferta subsequente de ações que a geradora considerava fazer desde o ano passado, que acabou não acontecendo;
- A notificação defende que o acionista da Eneva deveria se abster de participar da proposta, inclusive na definição, elaboração e tomada de decisão, uma vez que o BTG teve acesso a informações comerciais e estratégicas de caráter confidencial. Além disso, Nebreda teria afirmado que a AES Tietê tomará medidas legais e administrativas cabíveis caso deveres do banco tenham sido violados, “independente do resultado da análise pela AES da proposta”;
- O conselho de administração da AES Tietê se reunirá no próximo dia 13, quando será definida a contratação da equipe de assessores financeiros para a condução das ações necessárias em relação a oferta.
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