Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado terminou a semana passada em território positivo, com o Ibovespa e o ISE subindo 1,8% e 2,8%, respectivamente. Em linha, o pregão de sexta-feira fechou com o IBOV avançando 1,4% e o ISE 1,7%.
• Do lado das empresas, (i) a Eletrobras inaugurou um centro de monitoramento de ativos e clima do Brasil em sua sede no Rio de Janeiro - o principal objetivo é ter uma visão centralizada dos principais ativos de sua rede de geração e transmissão de energia, além de prever e mitigar impactos climáticos que têm cada vez mais afetado a infraestrutura crítica do setor elétrico no país; e (ii) empresários brasileiros e estrangeiros, sob a liderança da Confederação Nacional da Indústria (CNI), vão lançar um grupo semelhante ao B20 para gerar contribuições para a COP30 - o Sustainable Business COP30 (SB COP) busca mobilizar líderes de empresas, sindicatos, associações, federações e confederações para o desenvolvimento sustentável.
• Ainda no setor privado, de acordo com uma pesquisa da Bain & Company, 44% dos executivos do setor de energia e recursos naturais afirmaram que a meta global de zero emissões líquidas não será alcançada até 2070 (vs. 32% na pesquisa anterior) - a mudança de perspectiva ocorre em meio a preocupações com o aumento dos custos, à falta de otimismo em relação à ação climática e aos balanços patrimoniais mais apertados das empresas, que atrasam as metas ambientais.
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Brasil
Empresas
"Alguns dos fatores importantes para o sucesso do primeiro leilão de sistemas de armazenamento no Brasil serão a remuneração, a atratividade e a capacidade a ser contratada, dizem especialistas. Os agentes do setor veem uma janela entre 1 gigawatt (GW) e 2 GW a ser licitada para contratação das baterias. A Aurora Energy Research projeta a contratação de 1 GW neste primeiro leilão, que deve ocorrer no último trimestre do ano. A percepção do pesquisador associado Matheus Rezende é que a tecnologia terá um desenvolvimento pensado para o longo prazo. “O Ministério de Minas e Energia está em uma posição de usar esse leilão como uma porta de entrada para as baterias no futuro, e não está na expectativa de uma contratação muito massiva nesse momento”, diz. A consultoria projeta que as baterias devem alcançar os 10 GW de capacidade no país por volta de 2040, alavancadas por leilões cada vez maiores. Para o presidente da Associação Brasileira de Sistemas de Armazenamento (Absae), Markus Vlasits, o ideal para dar um início à tecnologia no país seria a contratação de pelo menos 2 GW no leilão deste ano. Vlasits entende que a capacidade faria uma diferença significativa no Sistema Interligado Nacional (SIN), além de desenvolver a produção local. “Se o volume for muito menor do que 2 GW, dificilmente alguém vai ver condições para colocar em pé uma fábrica de montagem de baterias, por exemplo. E aí seria um leilão que provavelmente direcionado exclusivamente a sistemas importados, que não é o que a gente acha que deveria acontecer”, diz."
Fonte: Eixos; 07/03/2025
Setor privado lançará grupo análogo ao B20, do G20, para levar contribuições à COP 30
"Empresários brasileiros e estrangeiros vão lançar um grupo semelhante ao B20 – fórum de representação do setor privado dos países que compõem o G20 – para gerar contribuições para a 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30). Sob a liderança da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o grupo Sustainable Business COP 30 (SB COP) será lançado na próxima segunda-feira, 10. O anúncio ocorrerá na sede da confederação, em Brasília, e contará com a participação de autoridades do governo e empresários. A iniciativa busca mobilizar líderes de empresas, sindicatos, associações, federações e confederações para o desenvolvimento sustentável. O presidente da CNI, Ricardo Alban, avalia que a criação desse espaço para representatividade empresarial nas negociações da COP 30 é importante, pois, o combate às mudanças climáticas só terá efeito com a participação do setor produtivo. O comando da Sustainable Business COP 30 sob a liderança brasileira será do ex-CEO da Raízen e da Cosan, Ricardo Mussa. Conforme a CNI, o grupo tem a meta de elaborar recomendações durante a COP 30 e apresentá-las a autoridades governamentais, formalizar compromissos do setor privado para a redução dos gases de efeito estufa (GEE) e desenvolver ações, visando de avançar em uma agenda climática positiva. Além disso, para discutir assuntos prioritários, o SB COP contará com 6 eixos temáticos: Transição energética; Economia circular e materiais; Bioeconomia; Transição justa; Financiamento climático; e Segurança alimentar."
Fonte: InfoMoney; 08/03/2025
Eletrobras inaugura centro de monitoramento para gestão de ativos e eventos climáticos
"A Eletrobras inaugurou um centro de monitoramento de ativos e clima do Brasil em sua sede no Rio de Janeiro. A iniciativa busca aprimorar a gestão de sua rede de geração e transmissão de energia, distribuída por todo o território nacional. O principal objetivo é ter uma visão centralizada dos principais ativos, além de prever e mitigar impactos climáticos que têm cada vez mais afetado a infraestrutura crítica do setor elétrico brasileiro. Até o momento, a empresa já investiu R$ 30 milhões no centro, e outros R$ 110 milhões serão aportados ao longo de 2025. O espaço concentra tecnologias que antes estavam dispersas entre suas controladas, como o centro de monitoramento de ativos da Eletronorte, a área de geoprocessamento da Chesf e outras tecnologias de Furnas, que agora serão ampliadas para todo o sistema Eletrobras. Ao todo, serão 87 mil ativos sob supervisão constante, incluindo usinas, linhas de transmissão, subestações, transformadores, reatores, máquinas rotativas e turbinas. Ao Valor, Juliano Dantas, vice-presidente de inovação, e Antônio Varejão, vice-presidente de operações e segurança, explicam que a companhia tem operações distribuídas por todo o território nacional e essa capilaridade exige monitoramento centralizado, agilizando a resposta a incidentes e garantindo a disponibilidade de dados. “O objetivo é entender, por exemplo, onde há um risco meteorológico e alertar a operação ou o monitoramento da temperatura de um ativo com câmeras termográficas para fazer a leitura do que está ocorrendo em lugares onde uma pessoa não pode acessar”, exemplifica Dantas."
Fonte: Valor Econômico; 09/03/2025
Política
Donald Trump, tarifas e guerras drenam fundos de ações climáticas, alerta o Brasil
"A ameaça de uma guerra comercial e o aumento das tensões de segurança, juntamente com a retirada dos EUA do Acordo Climático de Paris, “drenarão” os recursos destinados aos esforços para conter o aquecimento global, levando à “ruína da civilização”, alertou o ministro do Meio Ambiente do Brasil. “Está claro que a retirada do Acordo de Paris pelo segundo maior emissor do mundo e pela maior potência econômica e tecnológica é uma perda. Não podemos ser negacionistas — é uma perda”, afirmou Marina Silva. A confluência da retirada dos EUA, das novas tarifas comerciais e do ressurgimento de conflitos geopolíticos terá um “triplo efeito negativo” sobre a ação climática. “Esses fatores podem drenar recursos e prejudicar o ambiente de confiança entre as partes. Temos um efeito negativo triplo, pois quanto menos ação vemos, menos dinheiro há, resultando em menos cooperação entre os países”, explicou. Isso aumenta a responsabilidade de países como Brasil, África do Sul, Índia, China, UE e Reino Unido, disse Silva, que nasceu na Amazônia. “Todos nós teremos que continuar com as ações climáticas.” O Brasil sediará a COP 30 da ONU, as negociações climáticas mais importantes do mundo, em novembro deste ano, no porto amazônico de Belém. Espera-se que os países apresentem planos climáticos atualizados para 2035 até a cúpula de Belém, após apenas alguns terem cumprido o prazo de fevereiro estabelecido no Acordo de Paris, incluindo o Reino Unido, o Japão e o Brasil."
Fonte: Financial Times; 07/03/2025
‘Corrida’ imobiliária em Belém afeta público da COP30 e moradores
"Mesmo faltando ainda oito meses para a 30ª Conferência da ONU para o Clima, a COP30, marcada para os dias 10 a 21 de novembro em Belém (PA), a capital paraense vem enfrentando os efeitos de uma "corrida" no mercado imobiliário, em meio à escassez de acomodações, aumento da demanda por hospedagens e especulação nos preços, o que tem impactos também sobre a população local. Há relatos de rescisão de aluguéis com objetivo de locar os imóveis para os dias do evento e redução do número de casas e apartamentos à venda na cidade. Estima-se que no pico do evento, quando haverá a reunião dos chefes de Estado, o número de visitantes em Belém possa chegar a 50 mil pessoas. Belém tem população de 1,3 milhão de habitantes, sendo a 12ª maior cidade do país. Integrantes da sociedade civil organizada ouvidos pelo Valor reforçam a preocupação com a capacidade de Belém sediar toda a conferência climática e, sobretudo, de que a população local e até delegações de países mais pobres consigam “pagar o preço” da COP, considerada uma das mais caras da última década no quesito hospedagem, segundo Organizações Não Governamentais (ONGs) ouvidas pela reportagem. O setor hoteleiro avalia, no entanto, que as medidas necessárias para abrigar esse grande público vêm sendo tomadas e que o aumento de preços era esperado. Em entrevista coletiva durante o Carnaval, o governador do Pará, Helder Barbalho, disse que a cidade está recebendo os devidos investimentos para poder realizar o evento."
Fonte: Valor Econômico; 08/03/2025
Internacional
Empresas
"Quase metade dos executivos do setor de energia e recursos naturais agora espera que o mundo alcance emissões líquidas zero até 2070 ou mais tarde, de acordo com uma pesquisa da Bain & Company. Essa mudança de perspectiva ocorre em meio a preocupações com o aumento dos custos, à falta de otimismo em relação à ação climática e aos balanços patrimoniais mais apertados das empresas, que atrasam as metas ambientais. Na pesquisa anual da gigante da consultoria, que entrevistou executivos dos setores de petróleo e gás, serviços públicos, produtos químicos, mineração e agronegócios, 44% dos 700 entrevistados afirmaram que a meta de zero emissões líquidas não será alcançada até 2070, em comparação com 32% no ano anterior. Aqueles que acreditam que essa meta será atingida até 2050 caiu para 32%, de 40% a 50% no ano passado. Os executivos entrevistados destacaram que, devido ao aumento no custo do capital e aos balanços mais apertados enfrentados pelas empresas, é provável que os investimentos em novas infraestruturas se tornem mais limitados no futuro próximo. “Os executivos estão dizendo que essa transição para o zero líquido será muito difícil”, afirmou Grant Dougans, sócio da Bain & Company. A pesquisa revelou que 31% das empresas observaram um aumento nos custos dos projetos de capital superior a 10% em comparação com o ano anterior, e uma em cada dez afirmou que o salto nos custos ultrapassou 20%."
Fonte: The Wall Street Journal; 07/03/2025
Desencontro entre petróleo e transição energética coloca US$ 2 tri em risco
"A transição energética pode levar o setor de petróleo global a perdas de US$ 2,3 trilhões com a desvalorização de ativos nos próximos 15 anos. O prejuízo é resultado de um desencontro entre os novos investimentos em petróleo e a real demanda futura, conforme estudo das instituições britânicas Transition Risk Exeter (TREX) e UK Sustainable Investment and Finance Association (UKSIF) publicado na última semana. À primeira vista, o problema parece ser algo que diz respeito às petroleiras, mas a pesquisa envolve investidores em todos os níveis e tamanhos. São governos, empresas, fundos, pessoas físicas que têm algum patrimônio no portfólio direta ou indiretamente atrelado à expansão do petróleo. Estados Unidos, Rússia, China e Reino Unido são os países mais expostos a esse risco. O Brasil, hoje um dos maiores produtores de petróleo do mundo, está em sétima posição. Com a exploração das reservas da margem equatorial, o país tem a ambição declarada de ser um dos principais produtores do mundo. Por aqui, as pessoas físicas estão menos expostas à desvalorização. O governo federal, principal acionista da Petrobras, e as companhias de petróleo estão sob risco maior. Por outro lado, o caso do Reino Unido é apontado pelos autores como alarmante porque fundos de pensão de pessoas físicas têm grandes alocações no setor. O país também é sede das companhias BP e Shell. Já nos Estados Unidos, fundos de investimento serão os mais impactados."
Fonte: Capital Reset; 10/03/2025
Política
EUA ‘rejeitam e denunciam’ Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU
"O governo dos Estados Unidos “rejeitou e denunciou” os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030 das Nações Unidas. As iniciativas foram classificadas como “contrárias aos interesses e direitos dos americanos” por Edward Heartney, representante do país na ONU para assuntos econômicos e sociais. Os ODS reúnem 17 metas assumidas pelos países signatários, como valorização da igualdade de gênero, energia limpa e barata e manutenção da vida nos oceanos. Heartney fez as críticas em um discurso na última terça-feira (4). Na pauta, a Assembleia Geral discutia a criação do Dia Internacional da Coexistência Pacífica em 28 de janeiro. Ele disse que os Estados Unidos defendem a paz, mas não poderiam apoiar a data comemorativa, e aproveitou para criticar as iniciativas de sustentabilidade. “Temos a preocupação de que esta resolução seja uma reafirmação da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Embora formulados em linguagem neutra, a Agenda 2030 e os ODS promovem uma governança global ‘soft’ que é inconsistente com a soberania dos EUA e contrária aos direitos e interesses dos americanos”, disse. Argentina e Israel também votaram contra a criação da data comemorativa, enquanto Paraguai e Peru se abstiveram. Outros 162 países votaram a favor, aprovando a proposta. Heartney afirmou ainda que a nova administração americana faz uma correção de rota em termos de “gênero e ideologia climática”."
Fonte: InfoMoney; 08/03/2025
A liderança climática dos BRICS depende da superação de profundas divisões
"À medida que os Estados Unidos se retiraram dos esforços globais para combater as mudanças climáticas e, de maneira mais geral, mudaram seu foco para promover interesses internos, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - conhecidos coletivamente como BRICS - estão bem posicionados para influenciar os resultados de reuniões de alto perfil este ano. Eles estabeleceram suas credenciais ao propor um texto preliminar que garantiu um acordo nas negociações da COP16 em fevereiro, em Roma, segundo uma dúzia de fontes consultadas pela Reuters, potencialmente desbloqueando bilhões de dólares para ajudar a interromper a destruição dos ecossistemas. “Agora que os BRICS conseguiram se unir dessa forma, isso influenciará nossas discussões em outras plataformas no futuro”, disse Narend Singh, vice-ministro de silvicultura, pescas e meio ambiente da África do Sul. A África do Sul está aumentando seu perfil como detentora da presidência do G20 este ano, enquanto outro membro dos BRICS, o Brasil, se prepara para sediar as negociações climáticas da COP30 em novembro. “Os BRICS podem preencher um espaço que precisa ser ocupado neste momento nas negociações multilaterais”, afirmou Maria Angelica Ikeda, chefe da delegação do Brasil na COP16. Susana Muhamad, presidente das negociações sobre a natureza da COP16, disse que os países do BRICS estão se posicionando como “construtores de pontes”. “Eles estão tentando criar esse equilíbrio para representar o Sul Global diante dos governos de extrema-direita que estão emergindo nos EUA, Itália e Argentina”, afirmou."
Fonte: Reuters; 10/03/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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