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Taxa de desemprego sobe para 13,3% no trimestre encerrado em junho

Mensagem geral Taxa de desemprego sobe para 13,3% no trimestre encerrado em junho. Efeitos ainda são amenizados por programas de estímulo e queda da população economicamente ativa. Ainda esboçando a realidade de um mercado de trabalho bastante fragilizado, mas sustentado temporariamente por programas governamentais bem-sucedidos (como o BEM), a taxa de desemprego brasileira finalizou o […]

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Mensagem geral

Taxa de desemprego sobe para 13,3% no trimestre encerrado em junho. Efeitos ainda são amenizados por programas de estímulo e queda da população economicamente ativa.

Ainda esboçando a realidade de um mercado de trabalho bastante fragilizado, mas sustentado temporariamente por programas governamentais bem-sucedidos (como o BEM), a taxa de desemprego brasileira finalizou o trimestre encerrado em junho em 13,3%, levemente acima tanto das nossas expectativas quanto das expectativas de mercado coletadas pela Bloomberg (ambas de 13,2%). Na série livre de efeitos sazonais, a taxa de desemprego passou de 12,6% no trimestre encerrado em maio para 13,2% no trimestre encerrado em junho.

Mesmo com a alta significativa, o aumento da taxa de desemprego foi amenizado por alguns elementos. Dentre eles, podemos destacar não apenas o efeito dos programas governamentais direcionados ao mercado de trabalho durante a pandemia, como também o fato de as pessoas ainda não estarem procurando por empregos da forma que o faziam antes (é o que diz a trajetória ainda descendente da população economicamente ativa (PEA), que apresentou queda de 2,4% na comparação mensal de junho). Esse movimento acaba sendo explicado tanto pela manutenção parcial das medidas de isolamento social em algumas regiões como também pelo efeito do auxílio emergencial, que, ao garantir parte da renda dos mais vulneráveis, permite que alguns indivíduos posterguem a decisão de procurar por uma nova ocupação.

Apesar da eficácia dos programas em conter o número de demissões especialmente no mercado de trabalho formal brasileiro, reconhecer que a taxa de desemprego tem sido amenizada por esses auxílios e pela queda da população economicamente ativa impõe um viés negativo para o mercado de trabalho principalmente no início de 2021, quando parte das medidas de estímulo já deverão ter sido esgotadas e os indivíduos provavelmente já terão voltado para a força de trabalho (considerando um cenário onde não haverá uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus e novas medidas de isolamento social). A partir desse momento, é provável que comecemos a ver um aumento ainda mais significativo da informalidade e da taxa de participação dos indivíduos subutilizados e desocupados na economia.

Confira mais detalhes do resultado:

  • A massa de renda real habitual continuou em trajetória de contração no trimestre encerrado em junho. Na comparação anual do período, a variável registrou queda de 11,8%, maior contração desde o início da série histórica, em março de 2013.
  • Apesar da queda na população ocupada em todos os principais setores da economia, as performances menos negativas no mês foram apresentadas pela agricultura, indústria, administração pública, comunicação e atividades financeiras.
  • O mercado de trabalho informal continuou apresentando fragilidade muito mais significativa do que o mercado de trabalho formal, cujos efeitos adversos têm sido amenizados pelos estímulos governamentais já mencionados anteriormente.
  • Para os próximos meses, continuamos esperando aumento “gradual” da taxa de desemprego brasileira, que deve começar a acelerar de forma significativa entre o quarto trimestre desse ano e o primeiro trimestre de 2021. Com base nos indicadores disponíveis até o momento, esperamos que a taxa de desemprego suba para 14,0% no trimestre encerrado em julho.
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