XP Expert

Zeina Latif: Quando faltam palavras

FHC nos ensinou a importância do diálogo institucional e da conversa com a classe política e com grupos representativos da sociedade, para governar, construir consensos e avançar com reformas. Não à toa ele foi o mais reformista dos presidentes. Temer resgatou o diálogo entre Executivo e Legislativo, e reformas foram aprovadas. Pecou na falta de […]

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Onde Investir em 2025 banner

FHC nos ensinou a importância do diálogo institucional e da conversa com a classe política e com grupos representativos da sociedade, para governar, construir consensos e avançar com reformas. Não à toa ele foi o mais reformista dos presidentes.

Temer resgatou o diálogo entre Executivo e Legislativo, e reformas foram aprovadas. Pecou na falta de comunicação com a sociedade. Para começar, não expôs a grave herança do governo anterior, principalmente nas contas públicas. O governo de transição e com baixa credibilidade optou pelo recolhimento. Essa decisão cobrou seu preço: a maioria da sociedade não reconhece o desastre de Dilma e a contribuição do governo Temer para a estabilidade econômica.

A campanha eleitoral está repleta de falas tortas que atrapalham o amadurecimento da sociedade, com ameaças às instituições, promessas inexequíveis e agenda econômica descabida. Os discursos das candidaturas mais competitivas poderão custar caro.

A retórica petista é exemplo de dor de cabeça contratada para o futuro.

A agenda econômica do PT produziu uma crise sem precedentes e enorme desestruturação de setores importantes, como o de energia, por conta de intervenção equivocada. O quadro só não foi mais grave por conta do legado de Lula I, que renegou a política econômica do PT, e porque houve o impeachment de Dilma interrompendo a agenda petista. Os erros não só são negados, como o programa petista insiste na mesma fórmula.

Alegam que Dilma estava no caminho certo, fechando os olhos para a rápida deterioração das contas públicas, os sinais de estagnação já em 2012 fazendo o Brasil descolar do resto do mundo e o aumento da inflação. Erros teriam sido “laterais” e apenas dois, segundo Fernando Haddad, dividindo a responsabilidade com a Fiesp: a desonerações sobre a folha e a redução forçada das tarifas de energia elétrica.

A crise econômica decorreria menos dos erros do PT, e mais da crise institucional, além do ajuste fiscal de Joaquim Levy em 2015. A sociedade foi às ruas por conta do fracasso da agenda econômica petista (enquanto agora as ruas estão quietas) e, bem ou mal, a política sancionou o desejo da sociedade. Quanto a Levy, por resistências do PT, seu ajuste foi superficial, o que levou à perda do grau de investimento pelo Brasil e ao agravamento da crise econômica já instalada.

Haddad alega que a oposição “sabotou” o governo Dilma, com liderança do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha; justo quem garantiu a aprovação das únicas medidas de ajuste fiscal de Dilma em 2015, as MPs 664 e 665, apesar da relutância petista.

O fim do fator previdenciário, que precisaria ser mantido até que se aprovasse a reforma da Previdência, teria sido culpa do PSDB. Caso todos os 63 parlamentares do PT tivessem apoiado o governo, o fator teria sido mantido por um voto.

Haddad defende a política de campeões nacionais, apesar do seu fracasso; seus conselheiros defendem a expansão de gastos públicos, ignorando a crise fiscal e suas consequências sobre a inflação (que voltará a subir sem ajuste fiscal) e o crescimento; e o PT promete revogar o legado de Temer, como a lei trabalhista, a regra do teto e as mudanças no marco regulatório do pré-sal, enquanto pretende suspender a política de privatização. Todas medidas na direção correta e fruto de debate público.

A negação dos erros compara-se à da campanha eleitoral de 2014. A ausência de autocrítica do PT tornará mais desafiadora a gestão da economia e o avanço de reformas, caso volte ao poder. O partido não tem bons quadros técnicos e terá dificuldades para atrair talentos para o time econômico, Banco Central, estatais, agências reguladoras e demais ministérios. A conquista de credibilidade entre investidores e empresários será desafiadora.

A moderação do discurso é esperada na descida do palanque. Mas é necessário ir além.

Caso eleito, o que Haddad fará para conquistar a confiança do País?

27 de Setembro de 2018

Fonte: Artigo replicado do Estadão

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este relatório foi preparado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º na Resolução CVM 20/2021. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas e análises políticas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra/venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra/venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. A XP Investimentos não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. O responsável pela elaboração deste relatório certifica que as opiniões expressas nele refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação a XP Investimentos. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida a sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.