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Copom: pior balanço de risco, mas cenário básico (ainda) se mantém

O Copom elevou a taxa Selic em 1,50 p.p. esta noite, em linha com nossas expectativas e parte das projeções do mercado.

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O Copom elevou a taxa Selic em 1,50 p.p. esta noite, em linha com nossas expectativas e parte das projeções do mercado. O comunicado pós-reunião afirmou que o aumento do ritmo da alta de juros foi justificado “pela deterioração do balanço de riscos e pelo aumento das projeções de inflação”.

O Comitê reconheceu ainda que a perspectiva global “tem se tornado menos favorável” para os mercados emergentes (em referência à nova rodada de alta de custos globais de produção, especialmente energia).

As projeções de inflação do Copom em seu cenário básico, com trajetória de juros extraída da pesquisa Focus, ficam em torno de 9,5% para 2021, 4,1% para 2022 e 3,1% para 2023.

É importante ressaltar que embora as projeções tenham ficado próximas do que projetamos, a composição mostra preços de bens administrados mais elevados, o que sugere uma dinâmica de preços livres, aqueles mais sensíveis à política monetária, muito benigna no horizonte relevante.

A parte mais interessante do comunicado, porém, é a visão do Copom sobre o panorama fiscal. O comunicado afirma que “recentes questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria altista no balanço de riscos”. Em outras palavras, o Copom ainda não vê mudança no quadro fiscal, como nós e a maior parte do mercado vemos. Provavelmente por isso as projeções de inflação não mudaram muito: para o Comitê, o cenário básico anterior ainda se mantém.

Isso pode ser interpretado como espaço para o Copom voltar a mudar sua estratégia, quando (e se) o risco fiscal se materializar (como grande parte do mercado acredita que acontecerá).

De qualquer forma, o Comitê sinalizou outro aumento de 1,5 p.p. para a próxima reunião. E destacou que seu cenário de base e balanço de riscos “indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance ainda mais no território contracionista”.

A nosso ver, a decisão de hoje é consistente com nosso cenário de uma taxa Selic terminal em 11,00%, sendo uma alta de 1,5 p.p. em dezembro, uma de 1,0 p.p. em fevereiro e outra de 0,75 p.p. em março.

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