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Warren Buffett: como construir um império no longo prazo?

Após 56 anos à frente da mais famosa empresa de investimentos com foco em valor, a Berkshire Hathaway, o megainvestidor Warren Buffett se preparou para passar o bastão. A tarefa de manter o crescimento de umas das empresas mais valiosas do mundo não será fácil para seu sucessor.

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Warren Buffett: como construir um império no longo prazo?

Seja um investidor iniciante, que busca lições para dar o primeiro passo, ou um gestor mais experiente do mercado, o conhecimento e a história de Warren Buffett sempre será referência quando se fala de mercado financeiro. 

O megainvestidor Warren Buffett criou uma das maiores empresas de investimento com foco em valor listadas em bolsa, a Berkshire Hathaway, montando posições relevantes em empresas  garimpadas a dedo como Apple, Coca-Cola e Kraft Heinz e apostando no potencial de geração de valor no longo prazo dessas companhias. 

Quer saber como um dos homens mais ricos do planeta construiu seu império? Confira a biografia do “oráculo de Omaha” neste artigo. 

Quem é Warren Buffett? 

Natural de Nebraska, Estados Unidos, Warren Buffett é um dos investidores mais bem sucedidos e ricos do mundo. Aos 91 anos de idade, Buffett tem fortuna avaliada em 118 bilhões de dólares, segundo a Forbes (2022) –,  o que o torna o indivíduo mais rico do mundo

Sua principal ocupação atualmente é como CEO da Berkshire Hathaway, holding fundada na década de 60 como conglomerado têxtil. Em 1965, a Berkshire Hathaway foi comprada pelo bilionário que atualmente possui também participação em empresas como a seguradora GEICO, Apple, Coca-Cola, Bank of America e Kraft-Heinz, entre muitas outras. 

Com valor de mercado acima dos 650 bilhões de dólares, a Berkshire Hathaway é uma das principais empresas de capital aberto do mundo. Extremamente lucrativa, tem histórico de bater constantemente os índices S&P500 – em que é a 8ª maior ação indexada – e Dow Jones, acumulando crescimento de 76,3% nos últimos 5 anos. 

Qual a história de Warren Buffett? 

Para chegar nesse momento, Buffett iniciou empreendendo desde cedo. Filho do corretor de ações e congressista eleito em 1945, Howard Buffett, o primeiro investimento de Warren na bolsa veio aos 7 anos de idade, comprando ações da atual Citgo, então Cities Services.  

O jovem Warren Buffett ainda complementava sua mesada entregando jornais de porta em porta e vendendo cartões de aposta em corridas de cavalo. Aos 15 anos, investiu junto com um amigo em máquinas de pinball distribuídas por sua cidade natal. Warren Buffett, por fim, acabou vendendo os direitos do negócio por 1.200 dólares.  

Qual a formação de Warren Buffett? 

Já aos 16 anos, Warren Buffett começou seus estudos na Universidade da Pensilvânia, quando já havia acumulado cerca de 10 mil dólares com seus próprios investimentos. 

Formado em Administração, Warren Buffett foi rejeitado pela Universidade de Harvard, e seguiu para concluir seu mestrado em Economia pela Universidade de Columbia. Por lá, foi aluno de Benjamin Graham, autor do renomado livro O Investidor Inteligente, principal mentor da carreira de Buffett.  

Warren Buffett ainda trabalhou por dois anos na empresa de Graham, como analista de seguros da Graham-Newman Corp., e mais três como vendedor na Buffett-Falk & Company, antes assumir o controle da Berkshire Hathaway em 1965, após compras recorrentes de ações da empresa desde 1962, através da Buffett Partnership. Charles Munger, atual vice-presidente da Barkshire Hathaway, iniciou sua parceria com Buffett nesse momento. 

Quais foram os desafios na carreira de Warren Buffett? 

Apesar de toda sua fama e respeito, Buffett tem sua carreira marcada por um episódio negativo, que inspirou uma de suas frases mais famosas:  

“Demora-se 20 anos para construir uma reputação e 5 minutos para arruiná-la.” 

Fotografia de Warren Buffett discursando.
Warren Buffett soube superar os desafios de sua carreira com maestria.

Em 1987, a Berkshire Hathaway comprou participação majoritária no banco de investimentos Salomon Brothers, um movimento de cerca de 700 milhões de dólares que surpreendeu todo o mercado, pois fugia do perfil de Buffett.  

Em 1991, o escândalo estourou quando Paul Mozer, trader do banco, foi flagrado falsificando títulos do Tesouro americano, para burlar a limitação de compra por um indivíduo. 

O banco entrou em crise após multas, restituições e proibições por parte da SEC – a CVM americana – e do governo dos EUA. Então, Warren Buffett assumiu a presidência do banco para salvar a empresa. 

Em depoimentos ao Congresso, Warren Buffett assumiu os erros da empresa e se comprometeu à ética do mercado. Negociou a retirada das proibições com o secretário do Tesouro americano, Nick Brady, e em 1997, encerrou sua participação vendendo o banco ao Travelers Group por 9 bilhões de dólares – então a participação de Buffet equivalia a 1,7 bilhão de dólares. 

Qual a teoria de Warren Buffett? 

Todo esse império foi construído na sua principal estratégia de investimentos, o Value Investing. Na tradução literal, o investimento de valor é um dos maiores princípios da escola fundamentalista de análise de ações. O pai do Value Investing, no entanto, não é Warren Buffett, e sim Benjamin Graham, mentor de Buffett no início de sua carreira. 

Com foco em obter retorno a longo prazo, a avaliação busca selecionar individualmente empresas saudáveis, sólidas e com vantagem competitiva frente à concorrência, que estejam com um preço descontado, abaixo do valor justo encontrado nessa avaliação. 

Por isso, a compra de ações abaixo do valor de mercado é fator primordial nessa estratégia. Nesse sentido, entender sobre alguns dos principais indicadores para analisar uma empresa como o ROE e EBITDA é também essencial. 

Quais as empresas de Warren Buffett? 

Originalmente um conglomerado têxtil, em 1969, Warren Buffett assumiu controle da Berkshire Hathaway e foi reduzindo as atividades fabris da empresa, focando na atuação como holding.  

No mesmo ano, dissolveu a Buffett Partnership, dedicando-se completamente ao cargo de CEO da Berkshire Hathaway. As primeiras grandes participações foram na seguradora GEICO, a petroleira Exxon e o jornal Washington Post. 

Em 1985, encerrou as operações têxteis e em 1988 comprou 1 bilhão de dólares em ações da Coca-Cola, um dos episódios mais marcantes da história do mercado financeiro

Você sabia? 
No início de 2021, Buffett fechou as portas da Haven, startup do setor de saúde criada por ele em conjunto com Jeff Bezos, da Amazon, e Jamie Dimon, do JP Morgan. A empresa tinha intenção de melhorar o sistema de saúde dos Estados Unidos. Após dois anos de atividade, foi encerrada de forma amigável. A justificativa foi que o “sistema de saúde norte-americano estava quebrado e era uma barreira para a economia do país.”

 Apesar do tamanho gigantesco de sua empresa, a Berkshire Hathaway opera de forma diferente em comparação às grandes do mercado financeiro. Sua sede, em Omaha, Nebraska, é tão enxuta quanto sua operação. 

A única grande ação da empresa é a conferência anual dos acionistas, em evento que movimenta milhares de investidores pelo mundo. O evento serve como comunicação da Berkshire sobre impressões, visões e ações da empresa para o futuro.  

Fotografia da fachada do prédio da Berkshire Hathaway
Fachada do prédio da Berkshire Hathaway

 

Como é a carteira de Warren Buffett? 

Warren Buffett investe seu patrimônio quase totalmente em sua holding, a Berkshire Hathaway. A companhia por sua vez tem uma carteira de US$ 320 bilhões (2022) distribuídos entre 50 ações de diferentes empresas. 

Para além disso, de acordo com dados enviados para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a maior posição de Warren Buffett, no 1º trimestre de 2022, foi na Apple (APPL34), com uma participação de cerca de US$ 122,3 bilhões, seguido pela Bank of America (BOAC34), com US$ 31,44 bilhões, e na Coca-Cola (COCA34), com US$ 25,16 bilhões investidos. 

No período, a carteira de Warren Buffett também apresentou aumento de posições nos papéis da companhia de petróleo Chevron (CHVX340), com US$ 120,9 milhões, e na empresa de jogos Activision Blizzard (ATVI), com US$ 49,6 milhões. 

Quanto Warren Buffett investe no Nubank? 

Warren Buffett investiu cerca de US$ 500 milhões no Nubank em junho de 2021, antes da fintech abrir o capital em Wall Street.  

Até o fechamento do dia 31 de dezembro de 2021, documentos apresentados à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA mostram que o bilionário gastou US$ 1 bilhão na aquisição de 2,3% do banco digital brasileiro. 

Por que Warren Buffett investe no Nubank? 

Mesmo com o prejuízo de R$230 milhões registrado pelo Nubank em 2020, Warren Buffett decidiu investir no banco digital. Mas, por que tal investimento? Ao que tudo indica, a resposta está na lógica de expansão das startups, que tendem a possuir um investimento maior que a receita anual e que, embora apresentem perdas nos primeiros anos, têm retorno positivo com o passar do tempo.  

Assim, o investimento se diz condizente com a estratégia de investimento a longo prazo de Warren Buffett. 

Quanto rende a carteira de Warren Buffett? 

Entre 1964 e 2021, a Berkshire Hathaway, empresa presidida por Warren Buffett, teve um retorno acumulado de 3.641.613%, contra 30.209% do índice americano S&P500, o que equivale a uma média anual de 20,1% frente 10,5% do índice. 

Warren Buffett e causas ambientais e sociais 

Recentemente, Warren Buffett foi questionado por acionistas quanto ao compromisso com o tema ESG (ASG, em português) que trata de questões ambientais, sociais e de governança corporativa. O posicionamento do bilionário se mostrou contrário às metas do tema, algo que incomodou Wall Street

Buffett também tem sido questionado pelo seu investimento na petrolífera Chevron, divulgado em em fevereiro de 2021, que investiu na petrolífera 

Por outro lado, o megainvestidor é um grande filantropo. Após a morte de sua ex-esposa Susan Buffett, assumiu o compromisso de doar toda sua fortuna à fundação de Bill Gates – Bill & Melissa Gates Foundation -, fundador da Microsoft e amigo de Warren Buffett. 

Jogo rápido 

Confira algumas curiosidades sobre Warren Buffett em relação a sua vida pessoal:   

  • Nome: Warren Buffet 
  • Nascimento: 30 de agosto de 1930 
  • Origem: Omaha (EUA) 
  • Ocupação: CEO da Berkshire Hathaway 
  • Warren Buffett formação: Formado em Administração com mestrado em Economia pela Universidade de Columbia 
  • Warren Buffett fortuna: US$ 118 bilhões (2022) 
  • Warren Buffett empresas: Berkshire Hathaway 
  • Carteira de Warren Buffett: Apple (APPL34), Bank of America (BOAC34), Coca-Cola (COCA34), Chevron (CHVX340), Activision Blizzard (ATVI) 
  • Destaque: Um dos maiores investidores através da estratégia de Value Investing 

Livros recomendados por Warren Buffett

Warren Buffett também é reconhecido por seu ávido interesse por livros. Em entrevistas, ele já chegou a mencionar que dedica 80% de seu horário de trabalho para as leituras. Conforme contou no livro “Working Together: Why Great Partnerships Succeed”, ele alerta que não lê a opinião de outras pessoas. O importante, diz, é entender os fatos e, então, pensar em cima disso para construir as próprias ideias.

Com essa paixão tão grande por leitura, é igualmente grande a curiosidade de seus seguidores por quais livros ele lê e recomenda. Para saciar esse interesse, o site norte-americano Business Insider repassou mais de 20 anos de entrevistas e cartas em que Buffett cita livros de seu interesse, chegando a uma lista de 21 títulos.

A maioria dos livros está em inglês, mas todos podem ser encontrados no Brasil, seja em lojas físicas ou virtuais. Confira, a seguir, algumas das leituras que ajudaram um dos maiores investidores de todos os tempos:

O Investidor Inteligente, por Benjamin Graham

Um dos maiores clássicos quando se trata de mercado financeiro, é tido como uma Bíblia dos investidores. A obra trata essencialmente da filosofia do “value investing”, explorando em detalhes como funciona essa estratégia que tem como foco o longo prazo e ativos sólidos.

Security Analysis, por Benjamin Graham e David L. Dodd

Publicado em 1934, poucos anos após a Crise de 1929, o livro continua atual, superando a marca de mais de um milhão de vendas em suas cinco edições. Graham explora os fundamentos essenciais para um investidor em detrimento do especulador. A ideia, basicamente, é entender o valor que está por trás dos ativos, alertando contra movimentos irracionais do mercado.

Common Stocks and Uncommon Profits, por Philip Fisher

O guru dos investimentos aborda uma série de questões envolvendo a estratégia “growth investing”. Uma das ideias é a de que os valuations e as publicações financeiras das empresas não são suficientes para avaliar a qualidade de um ativo. É preciso, sobretudo, analisar a gestão da empresa. Ele apresenta uma espécie de guia do que analisar para o investidor encontrar as melhores companhias do mercado.

Stress Test: Reflections on Financial Crises, por Tim Geithner

Secretário do Tesouro na gestão de Barack Obama, Geithner apresenta aos leitores os bastidores de como os EUA passaram por uma das piores crises financeiras de sua história. Com esta recomendação de livro pelo Warren Buffet, os leitores podem ter uma ideia sobre as difíceis escolhas que os formuladores de políticas tiveram que tomar para reparar o sistema financeiro e evitar novas crises.

The Essays of Warren Buffett, por Warren Buffett

A obra é uma coleção de textos do próprio Buffett, principalmente de suas cartas aos acionistas da Berkshire. A seleção de textos oferece uma visão mais clara sobre o pensamento de um dos maiores investidores de todos os tempos, como ele identifica bons negócios e como investir pensando no longo prazo.

Jack Definitivo: Segredos do Executivo do Século, por Jack Welch

A autobiografia traz a história do ex-executivo da General Electric, eleito como o gestor do século pela revista Fortune. O livro oferece insights para técnicas de gestão e apresenta as habilidades e os desafios enfrentados pelo CEO de uma das maiores empresas norte-americanas. Welch narra como assumiu uma empresa em dificuldades e a transformou com fortes resultados.

O Poder de Pensar Fora da Caixa, por William Thorndike Jr.

O livro conta a história de oito CEOs e como esses líderes transformaram suas empresas em companhias de sucesso – todas elas tiveram retornos acima de 20 vezes o apresentado pelo S&P no longo prazo. Os executivos retratados comandaram as empresas General Cinema, Ralston Purina, The Washington Post Company, Berkshire Hathaway, General Dynamics, Capital Cities Broadcasting, TCI, e Teledyne.

The Clash of the Cultures, por John Bogle

O fundador do Vanguard Group, conhecido grupo na indústria de fundos mútuos com mais de US$ 3,5 trilhões sob gestão, conta como testemunhou a ascensão e o domínio dos especuladores de curto prazo no mundo dos investimentos. Bogle apresenta dicas práticas para contornar essa situação e criar estratégias bem-sucedidas de investimentos no longo prazo.

Aventuras Empresariais, por John Brooks

Essa foi uma recomendação de leitura de Buffett para Bill Gates, o fundador da Microsoft. O jornalista John Brooks, do New Yorker, narra 12 histórias memoráveis de empresas em Wall Street, passando por companhias como a Ford Motor, Xerox e General Electric. É tido como um dos melhores livros sobre jornalismo financeiro.

Where Are the Customers’ Yachts?, por Fred Schwed

Buffett declarou em sua carta aos acionistas de 2006 que esse era o livro mais engraçado já escrito sobre investimentos. A obra oferece uma série de anedotas e insights curiosos de Wall Street de modo leve para facilitar o entendimento, diferenciando este livro de outras recomendações dessa lista.

Ensaios em Persuasão, por John Maynard Keynes

Publicado há quase um século, essa é uma coleção de textos de Keynes. Esse clássico é recomendado não apenas para o mundo dos investimentos, mas também para uma série de outras áreas do conhecimento. Para Buffett, essa obra permite entender melhor os mercados financeiros e os ativos negociados.

The Little Book of Common Sense Investing, por Jack Bogle

Mais um livro de Bogle na lista. O fundador do Vanguard Group tenta ajudar os leitores a usarem os investimentos em índices a seu favor. Escrito de modo leve, o livro é equilibrado entre estatísticas e gráficos e anedotas e conselhos.

Poor Charlie’s Almanack, editado por Peter Kaufman

O livro traz uma coleção de discursos e conversas de Charlie Munger, o braço direito de Warren Buffett e vice-presidente da Berkshire, abordando principalmente o processo de tomada de decisão. O livro é repleto de imagens, uma técnica incentivada por Munger para que a mente consiga reter as ideias de modo mais eficiente.

The Most Important Thing Illuminated, por Howard Marks

O presidente e cofundador da Oak Tree Capital relembra seus próprios erros. E também o que aprendeu ao longo de sua carreira para oferecer conselhos aos investidores. Marks pretende, em seu texto, ajudar os leitores a obterem sucesso ao analisarem com mais profundidade suas decisões.

Sonho Grande, por Cristiane Correa

O único livro brasileiro da lista conta a história dos três fundadores do 3G Capital, um dos principais grupos empresariais do Brasil e que conta com a participação de Buffett. O leitor encontra nesta obra os princípios da empresa que pavimentaram o sucesso do trio, como a meritocracia e os cortes de custos. Além disso, traz uma rara visão sobre como os líderes gerem suas equipes.

First a Dream, por Jim Clayton e Bill Retherford

Clayton conta nesse livro autobiográfico a sua história e como fundou a Clayton Homes. Além disso, apresenta dicas para líderes e aspirantes a empresários. Buffett declarou que essa leitura foi a sua principal inspiração para, em 2003, investir na empresa de Clayton.

Take on the Street, por Arthur Levitt

O ex-presidente da Securities and Exchange Comission (SEC) aborda a qualidade das auditorias e dos padrões de contabilidade, trazendo alertas sobre como os investidores podem se proteger de Wall Street.

Nuclear Terrorism, por Graham Allison

O autor traz uma previsão assombrosa para os EUA: um ataque nuclear ao país é inevitável, a não ser que a estratégia política sofra mudanças. Essa foi uma indicação de leitura de Buffett aos acionistas para alertar todos aqueles preocupados com a segurança nacional norte-americana.

Como Se Faz um Presidente da República, por Theodore White

Vencedor do prêmio Pulitzer, White traz suas visões sobre a corrida presidencial de 1960, vencida por John F. Kennedy. A história conta os desafios pessoais dos candidatos, escrito como se fosse uma novela política.

Limping on Water, por Phil Beuth e K.C. Schulberg

Essa recomendação de livro por Buffett aborda dois aspectos importantes: comportamento ético e performance financeira superior. Ele traz a história de Phil Beuth, narrando como um garoto com paralisia cerebral de uma família em dificuldades financeiras se transformou em um grande executivo de mídia.

Warren Buffett’s Ground Rules, por Jeremy C. Miller

O livro é uma compilação de cartas enviadas por Buffett entre 1956 e 1970. À época, ele liderava a Buffett Partnership Limited, que daria origem à Berkshire. Essa é uma oportunidade para aprender mais sobre a teoria e a prática nos investimentos.

O que aprendemos com Warren Buffett? 

Como já mencionado no início deste artigo, a trajetória de Warren Buffett é referência para investidores nos diferentes patamares de investimento. Sua jornada como administrador e investidor pode trazer muitas lições para quem busca seguir esse caminho.  

Se você se pergunta “Como ser como Warren Buffett?”, selecionamos aqui os cinco principais ensinamentos que podemos obter com o “oráculo de Omaha”. Confira a seguir. 

1. Investimento em ações com foco em longo prazo 

“Não sei se as ações vão subir ou cair no próximo dia, mês ou ano. Mas espero que as pessoas saibam que estão comprando um pedaço das empresas quando compram ações, e não fichas de aposta (em um cassino).” 

Warren Buffett

Como mencionado ao longo do artigo, Warren Buffett aposta na estratégia de Value Investing, mantendo o foco em obter retorno a longo prazo. Através dessa estratégia, usando técnicas de análise fundamentalista (e tendo controle sobre a emoção), o investidor pode identificar oportunidades que apresentam excelentes rentabilidades a longo prazo. 

2. ETF de ações pode ser boa opção para quem não conta com gestão profissional 

“O mundo pode mudar de forma muito dramática. Então, a melhor forma de investir é via fundos de índice“. 

Warren Buffett

Warren Buffett constantemente ressalta que, para os investidores que não podem fazer um estudo detalhado das empresas, investir em fundos de índices de ações listados em bolsa, ETF (Exchange Traded Fund), pode ser uma boa opção. 

No encontro com investidores da Berkshire em 2021, o bilionário apresentou uma lista das 20 maiores empresas do mundo, que incluía Microsoft, Amazon, Alphabet (Google) e Facebook e mostrou que nenhuma delas estava nesse ranking 30 anos atrás  

Buffett chegou a ganhar uma aposta feita em 2007 com Ted Seides, ex-co-gerente da Protégé Partners, uma empresa especializada em administração de ativos e consultoria, de que o fundo de índice S&P 500 iría superar o hedge fund gerido por Seides no prazo de uma década. 

3. Não siga a manada 

“Seja medroso enquanto os outros estão gananciosos, e gananciosos quando os outros estão medrosos”. 

Warren Buffett

Para Buffett, quando muitos estão comprando determinada ação, o preço dela aumentará e pode ficar “cara”. Em contrapartida, quando a demanda é menor, o preço fica mais baixo e pode haver oportunidades. 

Foi assim que o megainvestidor lucrou 2 bilhões de dólares apostando em ações do Goldman Sachs em plena crise de 2008. 

4. Mantenha a humildade, gênios também erram 

“O que realmente conta para a maioria das pessoas no mercado de investimentos não é o quanto sabem, mas sim o quanto conseguem definir o que não sabem de maneira realista”. 

Warren Buffett

Buffett nunca teve problemas ao admitir erros cometidos em sua tomada de decisão. Inclusive, o megainvestidor chegou a admitir que errou ao vender parte de suas ações da Apple em 2020, embora ainda mantenha posição relevante da companhia no portfólio. 

5. Busque empresas que oferecem vantagem competitiva 

“Regra nº 1: nunca perca dinheiro. Regra nº 2: não se esqueça da regra nº 1” 

Warren Buffett

Warren Buffett costuma aplicar o conceito “Moat” criado por ele (fosso, em tradução livre) em suas análises de investimento. Isso se refere a vantagens competitivas que uma empresa possui sobre outra, que tem um modelo de negócio difícil de ser replicado e que serve de barreira de entrada para competidores, o que a torna diferenciada das demais no longo prazo. 

A Apple, que está na carteira de Buffett, é um exemplo disso, segundo o megainvestidor, considerada uma das mais inovadoras do mundo. 

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