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Inflação brasileira sobe 0,25% em janeiro, abaixo das expectativas

IPCA subiu 0,25% em janeiro, abaixo tanto da nossa expectativa (+0,33%) quanto do consenso de mercado (+0,31%).

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Resumo do resultado

A inflação brasileira medida pelo IPCA subiu 0,25% em janeiro, abaixo tanto da nossa expectativa (+0,33%) quanto do consenso de mercado (+0,31%). A inflação acumulada em 12 meses passou de 4,52% em dezembro para 4,56% em janeiro. Para o cálculo do índice do mês, os preços foram coletados entre 30 de dezembro de 2020 e 28 de janeiro de 2021 e comparados com os preços vigentes entre 28 de novembro e 29 de dezembro de 2020.

As principais surpresas negativas

Em janeiro, bens semi e não duráveis foram os principais itens cuja inflação ficou abaixo do esperado. Dentro de bens semiduráveis, destacaram-se as desacelerações apresentadas pela inflação de roupas femininas (-0,32% em janeiro vs. 0,26% em dezembro), roupas infantis (-0,07% em janeiro vs. 0,63% em dezembro) e calçados e acessórios (-0,40% em janeiro vs. 0,54% em dezembro). No caso de bens não duráveis, a maior justificativa para a surpresa foram os preços de alimentos consumidos no domicílio, que seguem em patamares elevados, mas que aceleraram menos do que o esperado no mês. O principal destaque foi a deflação apresentada pelas carnes (-0,08% em janeiro, vs. 3,58% em dezembro).

As medidas de núcleo, que excluem da contabilização os itens com as maiores volatilidades, também vieram abaixo do esperado. A mudança da Bandeira Vermelha em dezembro para a Bandeira Amarela em janeiro também contribuiu para a desaceleração do IPCA no mês.

As principais surpresas positivas

Do lado das altas, as maiores surpresas foram apresentadas por preços administrados (especialmente gasolina e eletricidade) e bens duráveis (especialmente automóveis novos), que ainda têm sentido os efeitos do descasamento entre oferta e demanda nos últimos meses.

O que esperar para os próximos meses

Alguns fatores ainda trazem um viés de alta para a nossa projeção de 3,5% de IPCA para 2021. Dentre eles: i) os preços de alimentos, que apesar de estarem apresentando alguma desaceleração, têm se mantido em patamares mais pressionados do que prevíamos incialmente; ii) a inflação de combustíveis acima do esperado nos últimos meses e iii) o real desvalorizado. O IPCA divulgado hoje, no entanto, reforça a sinalização de que a inflação tem se mantido pressionada por efeito principalmente de choques que podem se dissipar parcialmente ao longo de 2021.

Na nossa visão, os alimentos devem continuar perdendo força gradativamente ao longo dos próximos meses (como já tem sinalizado a coleta de preços da FGV), enquanto a demanda deve desaquecer em meio ao fim do auxílio emergencial e ao desemprego elevado.

Os principais pontos de incerteza seguem concentrados especialmente nos preços de combustíveis e no impacto da manutenção do real em patamares desvalorizados na inflação ao consumidor.

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