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Selic deve continuar em 13,75%. Saiba o que esperar para a renda fixa após o Copom

Nos dias 20 e 21 de setembro, ocorrerá a próxima reunião do Copom. A expectativa é de manutenção da taxa de juros. O que isso significa para a renda fixa?

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Caso não tenha familiaridade com a curva de juros, sugerimos a leitura deste conteúdo: O que é a curva de juros?

  • Nos dias 20 e 21 de setembro, ocorrerá a próxima reunião do Copom.
  • Vemos dois cenários como mais prováveis:
    1. Cenário-base: Manutenção da taxa de juros em 13,75%. Em sua comunicação, o Copom provavelmente deixará as portas abertas caso precise subir mais.
    2. Cenário alternativo: Elevação de 0,25 pp, porém sinalizando encerramento do ciclo de altas.

Nesta semana, nos dias 20 e 21 de setembro, ocorrerá a próxima reunião do Copom. Para a decisão, a maioria do mercado, incluindo a XP, aguarda a manutenção da Selic em 13,75%.

Existem ferramentas no mercado que precificam essas expectativas dos agentes. Como exemplo, as “apostas” nas Digitais de Copom do dia 19/09 se davam como segue na tabela. Ou seja, há uma probabilidade, na visão do mercado, de cerca de 63% de que a Selic seja mantida na reunião do Copom desta semana.

ExpectativaProbabilidade
Manutenção em 13,75% (+0 pp)61% a 63%
Elevação para 14,0% (+0,25 pp)36% a 39%
Fonte: B3 (Opções de Copom). Elaboração: XP.

Nossos economistas da XP enxergam este mesmo cenário base:

“Os dados desde o último Copom foram, em nossa visão, de neutro para positivos para a perspectiva de inflação. A queda da inflação corrente e maior estabilidade das expectativas mostram um cenário mais benigno à frente. Em contrapartida, a demanda interna ainda forte e o mercado de trabalho com recuperação sólida podem atenuar a desinflação. Nossas simulações replicando o modelo do Copom indicam recuo da projeção do IPCA de 2022, de 6,8% para 6,0%; em 2023, de 4,6% para 4,3%; e estabilidade em 2024 em 2,7%. Esperamos manutenção da taxa Selic em 13,75% nesta reunião. O Copom deverá sinalizar que esta é uma pausa para avaliação e não necessariamente o fim do ciclo.”

A comparação entre as expectativas do mercado nas vésperas do Copom de agosto e agora ajudam a entender o cenário (os dados atuais do Boletim Focus não estão disponíveis pelo Banco Central).

IndicadorExpectativas na semana do último Copom (agosto) Expectativas atuais
DI Jan/2313,8%13,8%
DI Jan/2712,8%11,8%
Câmbio (R$/US$) 2022 (Focus – Mediana)5,205,20
Câmbio (R$/US$) 2023 (Focus – Mediana) 5,205,20
IPCA 2022 (Focus – Mediana)7,15%6,0%
IPCA 2023 (Focus – Mediana)5,33%5,01%
Selic 2022 (Focus – Mediana)13,75%13,75%
Selic 2023 (Focus – Mediana)11,0%11,25%
Fontes: Anbima e Banco Central (Boletim Focus). Elaboração: XP.

O que esperar para a renda fixa?

Além de precisarmos acompanhar qual será a decisão do Copom sobre a taxa Selic, é necessário nos atentarmos ao comunicado sobre os planos do BC para a política monetária, que guiarão as expectativas para os juros nos próximos meses.

Com base nisso, o que o Copom dirá desta vez? Enxergamos alguns cenários como prováveis:

Cenário 1: Manutenção com portas abertas

Cenário base: Esperamos manutenção da taxa Selic nesta reunião e entendemos que o Comitê deixará as portas abertas para a próxima.

Esperamos que a taxa de juros seja mantida em 13,75%, interrompendo um ciclo de altas que começou em março de 2021. Em sua comunicação, o Copom provavelmente deixará as portas abertas caso precise subir mais (dependendo das elevadas incertezas locais e externas).

Nosso cenário base, no entanto, é que a inflação siga em trajetória de queda, de forma que o Copom possa reduzir os juros no segundo semestre do ano que vem.

Para a reunião de outubro, o mercado tem hoje as seguintes expectativas (tendo como base Selic de 13,75% após a reunião atual). A XP acredita em manutenção da Selic a 13,75% neste ano.

Expectativa – Copom OutubroProbabilidade
Manutenção em 13,75%75% a 90%
Elevação para 14,0% (+0,25pp)10% a 20%
Fonte: B3 (Opções de Copom). Elaboração: XP.

Ou seja, o cenário atual pesa mais para a possibilidade de manutenção da Selic em 13,75%. Se o nosso cenário base se concretizar (BC deixando em aberto o que fará à frente), é possível que haja algum reequilíbrio nas expectativas para os juros curtíssimo prazo, que seriam reduzidas.

Quais ativos vão melhor neste cenário?

Títulos prefixados e indexados à inflação de prazos curtos: valorização

Se houver concretização deste cenário, os títulos prefixados e indexados ao IPCA de prazos mais curtos (2023) poderiam apresentar valorização caso as taxas caiam. No entanto, para se adequar ao tom mais hawkish, as taxas para 2024 poderiam subir, criando possível oportunidade de compra a valores relativamente mais baixos e, ao mesmo tempo, taxas mais altas.

Vale, no entanto, ressaltar a importância de ter cautela e se atentar ao seu perfil de investidor e alternativas de alocação ao tomar a decisão.

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Cenário 2: +0,25pp com sinalização de encerramento de ciclo

Elevação da taxa Selic em 0,25 pp, para 14,0%, porém com comunicação que sinalize que o BC encerrou o ciclo de alta.

Este cenário está alinhado à alternativa ao cenário-base com maior probabilidade de se concretizar. Sob ele, haveria potencial de perda de inclinação na curva de juros, com as taxas para janeiro de 2023 se elevando no sentido de se adequarem à sinalização de nova alta. Já as expectativas para janeiro de 2024 poderiam cair, com expectativa de 11,5% de Selic ao final do próximo ano.

Quais ativos vão melhor neste cenário?

Títulos prefixados e indexados à inflação de prazos curtos: desvalorização

O cenário alternativo, em nossa visão, tem potencial de elevar as taxas de curtíssimo prazo, desvalorizando os títulos com vencimento em 2023. O contrário pode ser observado no caso dos vencimentos em 2024, uma vez que poderemos ver queda nas taxas sob este cenário.

Em ambos os cenários, os ativos pós-fixados se mantêm como os mais conservadores do mercado e se beneficiam da alta na Selic, uma vez que sua remuneração acompanha a taxa básica de juros.

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O que pode acontecer de diferente?

Tudo o que apresentamos aqui leva como base apenas a reunião do Copom dos dias 20 e 21 de setembro, sua decisão e posterior comunicado. No entanto, devemos ter em mente que, além de os cenários analisados serem apenas expectativas (ainda que com base em observações anteriores), outras forças agem no mercado diariamente que muitas vezes fogem do radar.

Como exemplo, podemos citar movimentos nos mercados externos que podem ter efeito sobre a percepção de risco global e, consequentemente, local, como receios de recessão, ou até mesmo acontecimentos no cenário político-econômico nacional que podem exaltar ou acalmar os ânimos dos agentes para além do que for decidido na reunião, assim como piora adicional na percepção do risco fiscal.

Tendo isso em mente, é importante sempre acompanhar as principais movimentações e análises de mercado para ajudar na melhor tomada de decisão, além de sempre considerar seu perfil de investidor(a) para melhor estratégia de composição de carteira.

Gostou? Tem alguma sugestão? Não deixe de avaliar e deixar seus comentários!

Glossário

Entendendo os termos sobre as condutas do Banco Central

Dovish: A origem vem da palavra dove, pomba em português. Sinaliza uma conduta do Banco Central mais confiante de que o cenário de inflação não será um problema, e, portanto, pendente a adotar uma política monetária expansionista ou menos restritiva para estimular a economia.
Hawkish: A origem vem da palavra hawk, falcão em português. Sinaliza uma conduta do Banco Central preocupada com os riscos inflacionários, e, portanto, pendente a adotar uma postura monetária mais dura, com subidas mais fortes na taxa de juros, ainda que isso possa prejudicar o emprego e a atividade no curto prazo.

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Os instrumentos financeiros discutidos neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Este material não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer investidor. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710.

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