O que aconteceu nesta semana na renda fixa?
A curva de juros futuros encerrou a última semana do mês novamente em queda em relação à semana anterior, principalmente nos vértices mais longos. Contribuiu para o fechamento da curva, principalmente, a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) em manter a meta de inflação para o ano de 2026 em 3%, a mesma meta já estabelecida para 2024 e 2025. Já divulgação do IPCA-15 de junho limitou o recuo das taxas futuras de juros de curto prazo, pois mostrou que as medidas de inflação subjacentes (núcleos) e a inflação de serviços seguem resistentes, rodando acima da meta.
No cenário internacional, o Produto Interno Bruto (PIB) robusto dos Estados Unidos e o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, sobre a possibilidade de novos aumentos na taxa de juros, elevaram os rendimentos dos títulos do Tesouro americano. Assim, comparando com o fechamento da sexta-feira anterior (23), a taxa de 2 anos passou de 4,7% para 4,87% e a de 10 anos saiu de 3,74% para 3,81%.
O que esperar para a próxima semana?
Na semana que vem, no Brasil, a Câmara dos Deputados deve fazer um esforço concentrado para votar três projetos de interesse do governo: o novo arcabouço fiscal, as mudanças no CARF e a reforma tributária. Na seara internacional, as atenções estarão voltadas à ata da última reunião do Fed e o relatório de emprego americano.
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Cenário macroeconômico
Nos Estados Unidos, durante encontro organizado pelo Banco Central Europeu em Portugal, o Presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, reforçou a possibilidade de altas adicionais de juros, inclusive na próxima reunião no final de julho. Entretanto, dados da inflação de serviços americana, que tem sido a principal preocupação do banco central, mostrou certo alívio na margem.
Na Zona do Euro, apenar de menor, a inflação ainda segue elevada para os padrões europeus, e o Banco Central Europeu (BCE) deve continuar subindo as taxa de juros de referência por mais alguns meses.
Na China, a retomada da atividade econômica tem ficado abaixo das expectativas, confirmada pela sondagem empresarial divulgada na semana. Se por um lado contribui para manter os custos globais de produção em queda, ajudando a reduzir a inflação global, por outro pode ser uma preocupação para as exportações brasileiras mais adiante.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) abriu espaço para cortes graduais de juros adiante na ata divulgada no início da semana. Além disso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu a meta de inflação em 3,0% para 2026 e determinou horizonte contínuo para convergência da meta.
Leia o resumo completo de economia da semana
Juros e inflação
A curva de juros futuros encerrou a última semana do mês novamente em queda em relação à semana anterior, principalmente nos vértices mais longos.
Contribuiu para o fechamento da curva a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) em manter a meta de inflação para o ano de 2026 em 3%, a mesma meta já estabelecida para 2024 e 2025.
Além disso, o CMN anunciou uma importante mudança no horizonte de convergência da meta, que passará a ser contínua a partir de 2025, não mais baseada no ano-calendário. O prazo exato para essa convergência será estabelecido posteriormente pelo Banco Central. Também foi mantida a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo da meta. Isso significa que o IPCA, índice utilizado para medir a inflação, poderá oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Já divulgação do IPCA-15 de junho limitou o recuo das taxas futuras de juros de curto prazo, pois mostrou que as medidas de inflação subjacentes (núcleos) e a inflação de serviços seguem resistentes, rodando acima da meta.
No cenário internacional, foram divulgados dados robustos para o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que levantaram preocupações adicionais sobre o ciclo de aumento das taxas de juros no país e elevaram os rendimentos dos títulos do Tesouro americano. Ainda na semana, o presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou a mensagem de que mais aumentos nos juros podem ser necessários para trazer a inflação de volta para a meta de 2%. Assim, comparando com o fechamento da sexta-feira anterior (23), a taxa de 2 anos passou de 4,7% para 4,87% e a de 10 anos saiu de 3,74% para 3,81%.
A curva de juros pode ser compreendida como as expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos prefixados sem cupom (ou seja, sem pagamentos semestrais), de hoje até uma determinada data futura, a partir dos contratos futuros de juros (ou DI). Enquanto isso, a Taxa Selic Esperada é a rentabilidade da taxa básica de juros esperada no final de cada período. Entenda mais aqui.
Títulos públicos
Mercado primário (leilões)
Para mais informações sobre o funcionamento de leilões de títulos públicos, clique aqui.
Leilão do dia 27/06 – NTN-B e LFT
Leilão do dia 29/06 – LTN e NTN-F
Mercado Secundário
O IMA-B representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B). O IRF-M representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos prefixados (LTN e NTN-F).
Ambos são calculados pela Anbima e podem sofrer variações devido à dinâmica de oferta e demanda de títulos no mercado, reflexo das movimentações no cenário econômico.
O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.
Acompanhe as taxas do títulos do Tesouro Direto disponíveis para compra e para resgate
Crédito Privado
Fluxo
Nesta seção, analisamos os dados da Anbima de negociações definitivas de crédito privado, realizando um filtro cujo spread (diferença) entre os preços máximo e mínimo negociados representam mais do que 0,01% do volume negociado no dia, com o intuito de descartar o que acreditamos serem as operações diretas dentro de instituições.
Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 873 milhões (ante R$ 744 milhões na semana anterior), R$ 403 milhões em debêntures incentivadas (vs. R$ 499 milhões), R$ 289 milhões em CRIs (vs. 132 milhões) e R$ 427 milhões em CRAs (vs. R$ 255 milhões).
Os papéis mais negociados por classe de ativos foram as debêntures da Eletropaulo (ELPLA4), a debênture incentivada da Petro Rio (PEJA11), o CRI do JK Financial Center e, por fim, o CRA do BTG.
Como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados de sexta-feira serão considerados no acumulado da próxima semana.
Ações de rating
Ratings são notas atribuídas por agências classificadoras de risco de crédito que podem impactar diretamente seus investimentos em Renda Fixa. Entenda mais aqui.
O que esperar – Semana de 03/07 a 07/07
Agenda econômica
Na seara internacional, teremos no centro das atenções a ata da última reunião de política monetária do Fed, a ser divulgada na quarta-feira. Na sexta-feira, destaque para o relatório de emprego dos Estados Unidos, que trará a criação de empregos, a taxa de desemprego e informações relevantes acerca da evolução de salários. Ainda na agenda norte-americana, serão relevantes as publicações dos índices ISM de serviços e da indústria.
No Brasil, agenda política cheia na semana que vem. A Câmara dos Deputados deve fazer um esforço concentrado para votar três projetos de interesse do governo: o novo arcabouço fiscal, as mudanças no CARF e a reforma tributária. Os dois primeiros projetos são considerados fundamentais pela equipe econômica para, respectivamente, dar previsibilidade à trajetória fiscal e ampliar a arrecadação neste e nos próximos anos e, assim, cumprir as metas de resultado primário. Já a reforma tributária é considerada um projeto estruturante, com impactos de longo prazo no crescimento econômico.
Próximos Leilões do Tesouro Nacional
Vencimentos de debêntures da próxima semana
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