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A semana na Renda Fixa (05/04 a 09/04)

Acompanhe os principais movimentos da semana no mercado de renda fixa e o que esperar para a semana que se inicia.

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O mercado de renda fixa na semana manteve o sentimento de aversão ao risco fiscal, com o imbróglio ainda em curso do Orçamento de 2021, trazendo volatilidade aos juros ao longo da semana. Também tiveram efeito sobre os negócios locais a desvalorização do dólar frente ao real, recordes de óbitos por covid-19 no Brasil e a proposta de novo pacote de infraestrutura nos Estados Unidos. O IPCA de março abaixo das expectativas não foi suficiente para redução das expectativas de alta de juros, uma vez que o acumulado dos últimos 12 meses permanece bem acima da meta.

Como a curva de juros doméstica já vinha pressionada, os efeitos da deterioração das expectativas fiscais foram limitados: a inclinação da curva de juros (diferencial entre janeiro 2022 e janeiro 2027) acentuou 14 pontos-base e as taxas das NTN-Bs fecharam a semana sem direção única, assim como os preços dos títulos públicos em geral.

Para a próxima semana, destacam-se na agenda econômica internacional dados de inflação ao consumidor (CPI), produção industrial e vendas no varejo referentes a março nos EUA. Também deverão ser monitorados os dados de atividade na Zona do Euro referentes a fevereiro e índices de expectativa de abril, e a divulgação do PIB do primeiro trimestre na China, junto a taxa de desemprego, varejo e produção industrial.

Quanto aos indicadores domésticos, teremos dados das vendas no varejo e volume de serviços de fevereiro como principais destaques.

Cenário macroeconômico

Conforme relatório publicado, o plano de vacinação para a covid-19 nos Estados Unidos segue a todo vapor, com o Presidente Joe Biden afirmando que todos os adultos devem ser elegíveis para tomar vacina em 19 de abril. No Brasil, o Ministério da Saúde registrou nesta quinta-feira (9) mais um recorde de óbitos por covid-19 em 24 horas. Por outro lado, o estado de São Paulo, que registra maior número de casos no país, registrou índice de ocupação de leitos de UTI abaixo de 90% pela primeira vez em 22 dias. Na frente de vacinação foram aplicadas cerca de 28,6 milhões de doses no Brasil até o momento.

Ainda no campo internacional, as discussões referentes ao pacote de infraestrutura de US$ 2,25 trilhões nos Estados Unidos seguem no primeiro plano. Mesmo com a Casa Branca estimando aprovação do projeto até junho, há forte resistência à proposta entre democratas e republicanos. Quanto aos indicadores, ressaltam-se os Índices de Gerentes de Compras referentes a março, que se mostraram fortes, o PMI industrial e o indicador de serviços, os quais atingiram o maior patamar desde 1983 e 1997, respectivamente.

Já os indicadores divulgados na Zona do Euro apontam que as restrições relacionadas à covid-19 podem ter atingido suas duas maiores economias de forma mais severa do que o estimado: houve queda na produção industrial em fevereiro de 1,6% na Alemanha e de 4,7% na França. Enquanto na China, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Produtor (PPI) de março atingiu 4,4% (acumulado nos últimos 12 meses), acima das expectativas de 3,6%, enquanto a inflação de preços ao consumidor permaneceu bem comportada em 0,4%.

Destacamos também as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) realizadas nessa semana. Em seu relatório de Perspectiva Econômica Mundial de abril, o FMI elevou a previsão de crescimento do PIB global em 2021 (de 5,5% para 6,0%) e 2022 (de 4,2% para 4,4%), movimento em parte justificado pelas perspectivas mais favoráveis para o PIB dos EUA e da China. Para o Brasil, o FMI elevou sutilmente a projeção de crescimento do PIB em 2021, de 3,6% para 3,7%, e manteve a estimativa de alta de 2,6% para 2022. A organização destacou que as projeções fiscais de médio prazo para o Brasil “refletem total cumprimento” do teto de gastos federais.

Na seara doméstica, o foco continua nas possíveis soluções para resolver o impasse sobre o Orçamento deste ano, cujas despesas obrigatórias foram subestimadas para abrir espaço às emendas parlamentares. Apesar do Ministro da Economia, Paulo Guedes, ter apontado o veto parcial das emendas como potencial solução para o imbróglio, os congressistas afirmaram que o Governo estava ciente de todas as mudanças feitas durante a tramitação e, por isso, não aceitariam veto algum.

Quanto aos indicadores divulgados na semana, os dados sobre vendas e produção de veículos indicaram piora em março, como reflexo do arrefecimento do consumo e de paralisações de produção relacionadas à piora da pandemia, porém acreditamos que, com a reabertura gradual da economia e os níveis historicamente baixos de estoques nas montadoras, as concessionárias deverão reverter esta tendência na metade do ano. A inflação medida pelo IPCA registrou alta de 0,93% em março, abaixo da nossa expectativa (1,11%) e do consenso de mercado (1,03%) de março — atingindo 6,1% no acumulado em doze meses, e permanecendo bem acima da meta de 3,75% do Banco Central. Para frente, vemos as pressões de alta ainda em curso, por conta da depreciação cambial e de interrupções na cadeia produtiva. Portanto, ainda esperamos que a inflação atinja 4,9% este ano.

Leia tudo o que aconteceu na semana em economia.

Curva DI e NTN-B

As taxas de juros futuros encerraram a semana em leve alta, observada com maior intensidade nos vértices longos. Como consequência, a curva de juros apresentou ganho de inclinação marginal (steepening). O movimento pode ser explicado pela percepção de risco fiscal, mitigada pela redução de 0,2 ponto percentual nos juros das Treasuries norte-americanas e pela valorização de 0,7% do real frente ao dólar na semana.

O movimento das taxas dos títulos do Tesouro indexados à inflação (NTN-B) não consolidou direção única em comparação com a semana anterior.

Fonte: Bloomberg. Elaboração: XP Investimentos.

Leilões do Tesouro Nacional

Leilão do dia 06/04 - NTN-B

O Tesouro Nacional elevou a oferta de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B) no leilão da última terça-feira para 2,75 milhões de títulos, ante 1,8 milhão na operação anterior, a qual foi integralmente colocada no mercado.

Foi vendido 1,25 milhão de NTN-Bs com vencimento em agosto de 2026, a taxas máxima e média de 3,6219% e corte de 80,80%; 500 mil papéis para agosto de 2030, a taxas máxima e média de 4,010% e corte de 91,50%; e 1 milhão de títulos para maio de 2055, a taxas máxima e média de 4,5472% e corte de 11,07%.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Leilão do dia 08/04 - LTN, NTN-F e LFT

A instituição aumentou a oferta de Letras do Tesouro Nacional (LTN) de 10 milhões na semana passada para 14 milhões na última quinta-feira. Contudo, a oferta dos ativos prefixados com vencimentos mais longos reduziu de 1,5 milhão para 1 milhão no mesmo intervalo.

Enquanto isso, o volume de Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F) permaneceu estável em relação à semana anterior em 100 mil títulos e o de Letras Financeiras do Tesouro (LFT) reduziu de 1,5 milhão para 1 milhão.

Ressalta-se que as LTNs e NTN-Fs são ofertadas em lotes individuais, enquanto as LFTs são ofertadas em leilão híbrido, com vencimentos em lotes agrupados.

O Tesouro vendeu integralmente a oferta de LTNs, dos quais 10 milhões foram referentes aos vencimentos mais curtos (janeiro 2022), com taxas máxima e média de 4,804% e 4,7871%, respectivamente. Todo o lote de NTNF-s também foi colocado no mercado.

Quanto às LFTs, foram vendidos 142.850 papeis, principalmente no vencimento mais curto. A colocação representou apenas cerca de 7% da oferta.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Tesouro Direto

Os títulos públicos federais negociados no Tesouro Direto de vencimento mais curto apresentaram valorização marginal na semana, enquanto os de vértices mais longos registraram perdas, como reflexo da volatilidade nos juros ao longo dos dias.

O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Crédito Privado

Fluxo

Foi registrado um fluxo médio diário de negociações de R$ 887 milhões em debêntures (vs. R$ 700 milhões na semana anterior), R$ 174 milhões em CRAs (vs. R$ 282 milhões) e R$ 150 milhões em CRIs (vs. R$ 173 milhões). Vale lembrar que, como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados da sexta-feira não são considerados e podem alterar o apresentado.

Os papeis mais negociados por classe de ativos foram debêntures da CTEEP (CTEE19), CRI GFSI e CRA BTG Pactual Commodities.

Fonte: Anbima e Cetip. Elaboração: XP Investimentos.

Spreads de crédito

O movimento de abertura das curvas das debêntures observado na semana anterior foi intensificado nos papeis classificados com ratings "AAA" e "AA" (maior qualidade de crédito). Por outro lado, a curva dos ativos de menor qualidade ("A") apresentou leve fechamento, devolvendo parte do ganho adquirido na semana anterior.

Assim como nos dados de fluxo, os números da sexta-feira para os spreads de crédito também não são considerados e podem alterar o apresentado.

As curvas são extraídas a partir de debêntures precificadas diariamente pela ANBIMA (DI Percentual, DI+spread e IPCA+spread) e refletem estruturas de spread zero-cupom sobre a curva soberana para diferentes níveis de risco.

Fonte: Anbima. Elaboração: XP Investimentos.

Ações de rating

Fonte: S&P Global, Fitch Ratings e Moody's. Elaboração: XP Investimentos.

Relatórios publicados na semana de 05/04 a 09/04

Renda Fixa

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Agenda econômica

Em relatório publicado pelo time Macro da XP, destacam-se na agenda econômica internacional da próxima semana dados de inflação ao consumidor (CPI), produção industrial e vendas no varejo referentes a março nos EUA. A semana contará também com dados de atividade na Zona do Euro referentes a fevereiro e índices de expectativa de abril, e com a divulgação do PIB do primeiro trimestre na China, junto a taxa de desemprego, varejo e produção industrial.

Na seara local, o cenário político-econômico deverá seguir o principal ponto de atenção na semana que vem, com um potencial desfecho para as discussões sobre o Orçamento de 2021. Na frente de indicadores, teremos dados das vendas no varejo e volume de serviços de fevereiro como principais destaques.

Acesse aqui o Boletim Focus do dia 12/04 (disponível a partir de segunda-feira)

Leilões do Tesouro Nacional

Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: XP Investimentos.

Vencimentos de debêntures da próxima semana

Fonte: Anbima. Elaboração: XP Investimentos.

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