IBOVESPA 0,5% | 111.126 Pontos
CÂMBIO -1,2% | 4,14/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Após uma semana positiva para o Ibovespa, com alta de 2,6% para os 111.126 pontos, mercados internacionais iniciam a semana com ganhos limitados, enquanto investidores esperam potenciais catalisadores, desde reuniões do banco central até o iminente aumento de tarifas americanas sobre produtos chineses.
Dias antes de entrar em vigor esse novo aumento de tarifas (15 de dezembro), a China ordenou que todos os escritórios do governo e instituições públicas substituam computadores e software estrangeiros em até três anos. A iniciativa tem o objetivo de impulsionar a cadeia doméstica de suprimentos de tecnologia e pode afetar grandes empresas americanas do setor.
Os dados fracos da balança comercial da China, publicados no fim de semana, destacaram o impacto da prolongada disputa comercial entre os dois países. Em novembro, as exportações chinesas sofreram queda anual de 1,1%, decepcionando as expectativas de mercado, que previam alta de 1%.
Nesta semana, investidores aguardam a reunião de política monetária do Banco Central tanto dos Estados Unidos (Fed) quanto do Brasil, que ocorrerão na quarta-feira. Na nossa visão, o Fed deverá manter seus juros inalterados, após cortá-los em três ocasiões entre julho e outubro. O Banco Central brasileiro, por sua vez, deverá reduzir a taxa Selic para sua nova mínima histórica, a 4,50%.
No campo político no Brasil, para evitar que a PEC paralela da previdência aprovada pelo Senado trave na Câmara, deputados podem tirar alguns detalhes do texto e analisar somente a inclusão de estados e municípios na reforma para facilitar o processo.
Além disso, governo pode anunciar nesta semana a mudança do Bolsa Família para Renda Brasil, que teria regras alteradas para beneficiar famílias com crianças de até 3 anos e jovens de até 21 anos, além de dar incentivos para crianças e jovens que cumprirem etapas escolares. A equipe econômica não se opõe e coloca como única condição que seja definida também a fonte dos recursos, especialmente quais programas serão cortados para encaixar o novo programa na despesa prevista para 2020.
Em relação às empresas, destacamos a reunião com investidores e analistas organizada pela Lojas Americanas e pela B2W na última sexta-feira. O evento foi positivo, e o mercado recebeu bem o anúncio dos respectivos planos de crescimento até 2022 de ambas as companhias. Entretanto, ainda vemos um risco-retorno mais atrativo em outras ações da nossa cobertura de varejo e, portanto, mantemos a nossa recomendação Neutra para as ações das duas empresas.
Por fim, segundo o Valor Econômico, a JBS iniciará restruturação de ativos no começo de 2020, separando os ativos em duas companhias irmãs e independentes entre si, com as operações de bovinos no Brasil e atividades internacionais e Seara na JBS Global. O movimento de reestruturação é um passo no sentido de listar as ações da JBS Global na bolsa de Nova York.
Tópicos do dia
Brasil
- Política Brasil: Aprovação de Bolsonaro oscila dentro da margem de erro
- Economia: Porposta de reforma tributária pode ser adiada para 2020 e segue enfrentando desgaste antes mesmo de ser apresentada
- Mercado eleva sua projeção de inflação, PIB e câmbio para 2019
Internacional
- Petróleo: OPEP+ chega a um acordo para cortes adicionais de produção para dar suporte a preços
- Dados fracos de balança comercial da China destacam o impacto da prolongada disputa comercial com os Estados Unidos
Empresas
- Lojas Americanas (LAME4) e B2W (BTOW3): Destaques da reunião com investidores; Positivo
- Gol (GOLL4): Nova Reorganização Societária para incorporar Smiles Anunciada
- JBS (JBSS3): Segregará ativos de bovinos do Brasil em reestruturação
- Marfrig (MRFG3): Oferta de ações da Marfrig deve movimentar R$ 3,3 bilhões
Renda Fixa
- Resumo semanal sobre o Tesouro Direto
- Rede D’Or compra Hospital Santa Cruz
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: Aprovação de Bolsonaro oscila dentro da margem de erro
- Aprovação de Bolsonaro oscila dentro da margem de erro. Divulgados neste final de semana, dados do Datafolha mostram que 30% consideram o governo bom ou ótimo, um aumento de 1 ponto percentual na comparação com agosto, quando foi feito o último levantamento pelo instituto. A desaprovação (ruim + péssimo) passou de 38% para 36% no mesmo período. A pesquisa foi conduzida entre quinta e sexta feira, com 2948 pessoas e tem margem de erro de 2 pontos percentuais;
- Para evitar que a PEC paralela da previdência aprovada pelo Senado vá para a gaveta na Câmara, deputados podem tirar penduricalhos do texto e analisar somente a inclusão de estados e municípios na reforma;
- Em busca de uma marca social, governo pode mudar o nome do Bolsa Família para Renda Brasil, que teria regras alteradas para beneficiar famílias com crianças de até 3 anos e jovens de até 21 anos, além de dar incentivos para crianças e jovens que cumprirem etapas escolares. O anúncio pode ser feito ainda nessa semana. A equipe econômica não se opõe e coloca como única condição que seja definida também a fonte dos recursos, especialmente quais programas serão cortados para encaixar o novo programa na despesa prevista para 2020.
Economia: Porposta de reforma tributária pode ser adiada para 2020 e segue enfrentando desgaste antes mesmo de ser apresentada
- De acordo com o noticiário local, o ministro da economia, Paulo Guedes, teria informado a senadores que a primeira parte da proposta de reforma tributária do governo, que trata da fusão de tributos federais, será apresentada à Câmara apenas em fevereiro;
- Coincidentemente ou não, a decisão de postergar a apresentação da proposta ocorre concomitantemente à não viabilização do acordo entre Câmara e Senado para criar a comissão mista da reforma tributária. O presidente dao Senado, Davi Alcolumbre, teria atribuído a demora na criação da comissão à disputa de bastidores pela relatoria do projeto. Além disso, de acordo como noticiário de final de semana, entidades de serviços estão se preparando para combater a reforma tributária que tramita na Câmara;
- Nosso entendimento é que a reforma tributária terá muitos desafios técnicos e políticos para ser aprovada nos moldes atuais que estão tramitando na Câmara e no Senado. A batalha travada entre setores, entre Estados e Municípios e entre Senado e Câmara são os principais gargalos para a sua aprovação.
Internacional
Petróleo: OPEP+ chega a um acordo para cortes adicionais de produção para dar suporte a preços
- Na última sexta (06/12), a OPEP+ (grupo dos maiores produtores globais de petróleo e aliados como a Rússia) chegaram a um acordo para reduzir sua produção em 500 mil barris ao dia (kbpd), um incremento de 42% dos níveis de corte previamente acordados de 1,2 milhão de barris ao dia (mbpd);
- A Arábia Saudita liderou o esforço em direção a um acordo, prometendo cortes voluntários adicionais de 400 kbpd para dar suporte ao valor da gigante companhia nacional de petróleo Saudi Aramco, que acabou de ser listada na bolsa do país com valor de mercado de US$ 1,7 bilhão e com o ministro da Energia do Reino prometendo que seu valor de mercado pode chegar a US $ 2 bilhões nos próximos meses;
- As notícias impulsionaram os preços do petróleo em + 1,6% na última sexta-feira, mas com ligeira queda de -1,1% do Brent hoje, no patamar de US$ 63,77 / bbl, em vista da divulgação de dados econômicos chineses abaixo do esperado. Mantemos inalterada nossa estimativa de preço de longo prazo de US$ 60 / bbl de petróleo Brent (que embasa nossas estimativas da Petrobras).
Dados fracos de balança comercial da China destacam o impacto da prolongada disputa comercial com os Estados Unidos
- Dias antes de entrar em vigor um novo aumento de tarifas de Washington sobre produtos chineses, a China ordenou que todos os escritórios do governo e instituições públicas substituam computadores e software estrangeiros em até três anos. A iniciativa tem o objetivo de impulsionar a cadeia doméstica de suprimentos de tecnologia e deve afetar grandes empresas americanas do setor;
- Os dados fracos da balança comercial da China, publicados no fim de semana, destacaram o impacto da prolongada disputa comercial entre os dois países. Em novembro, as exportações chinesas sofreram queda anual de 1,1%, decepcionando as expectativas de mercado, que previam alta de 1%;
- As importações, por outro lado, apresentaram expansão de 0,3% em novembro, registrando a primeira alta dos últimos sete meses e surpreendendo as expectativas de mercado, que eram de estabilidade. Entre os principais produtos importados pela China em novembro, destacaram-se o petróleo, minério de ferro e cobre.
Mercado eleva sua projeção de inflação, PIB e câmbio para 2019
- No boletim Focus desta semana, o mercado elevou sua projeção de inflação para 2019 de 3,52% para 3,84%. Para 2020, entretanto, a projeção permaneceu estável em 3,60%;
- A projeção de PIB para 2019 foi elevada de 0,99% para 1,10%. Para 2020, o mercado elevou sua projeção de 2,22% para 2,24%;
- A projeção da taxa de câmbio para 2019 passou de 4,10 para 4,15, enquanto para 2020 passou de 4,01 para 4,10. Enquanto isso, a projeção da taxa Selic tanto para 2019 quanto para 2020 permaneceu estável em 4,50%. Clique aqui para acessar a nossa análise completa do resultado.
Empresas
Lojas Americanas (LAME4) e B2W (BTOW3): Destaques da reunião com investidores; Positivo
- Na sexta-feira (06 de outubro) participamos da reunião anual com investidores organizada conjuntamente pela Lojas Americanas e pela B2W;
- Nossa visão: Positiva. As apresentações mostraram maior clareza em relação ao plano de crescimento de ambas as empresas, além de terem detalhado as iniciativas associadas à integração dos negócios físico e online em uma plataforma multi-canal – o que foi bem recebido pelos investidores (LAME4 +7% e BTOW3 +3% na sexta-feira);
- Entretanto, do lado negativo, ressaltamos que as empresas não compartilharam detalhes em relação aos investimentos associados às iniciativas de crescimento, o que limita a visibilidade em relação à perspectiva de geração de caixa do grupo. Sendo assim, continuamos vendo um risco-retorno mais atrativo em outras ações da nossa cobertura;
- Nas nossas estimativas, o múltiplo P/L implícito em 2020 da operação de varejo físico da Lojas Americanas está em 29x (cerca de 20% acima da média da nossa cobertura de varejo, apesar do crescimento menor) e a B2W também já negocia em um múltiplo EV/GMV (vendas online totais) de 1,2x no final de 2020 (achamos que um patamar mais justo seja 1,0x). Dessa forma, mantemos a nossa recomendação Neutra para as ações da Lojas Americanas (LAME4) e da B2W (BTOW3);
- Acesse o link para ver os nossos três principais destaques do evento.
Gol (GOLL4): Nova Reorganização Societária para incorporar Smiles Anunciada
- A Gol anunciou nesta manhã uma nova proposta de reorganização societária, na qual os acionistas de Smiles (SMLS3) terão direito, a seu critério, a (i) 0,6319 ações GOLL4 + R$ 16,54 em caixa, ou (ii) 0,4213 ações GOLL4 + R$ 24,80, implicando um prêmio de ~25% em relação ao preço atual de SMLS3 (usando como base os preços de fechamento de sexta-feira). A reorganização, uma vez implementada, resultará na migração da base acionária da Smiles para a GLA (unidade operacional da Gol) e depois para a Gol;
- Em teleconferência para acionistas realizada nessa manhã, a Gol indicou que a transação poderia ser concluída até abril de 2020, assumindo que os laudos financeiros sejam entregues até janeiro e que os acionistas da Smiles aprovem a reorganização no dia 2 de março, na Assembléia de acionistas. A Gol estima um fluxo de caixa adicional de R$ 230 milhões/ano (apenas correspondente ao lucro não detido pela Gol) e estima que, dependendo de qual das propostas for escolhida pelos acionistas da Smiles, o consumo de caixa será entre US$ 250-350 milhões;
- A reorganização compreende as seguintes etapas: (i) incorporação das ações ordinárias da Smiles pela GLA, com a emissão de ações da GLA ON e ações da GLA PN aos acionistas da Smiles; (ii) incorporação das ações da GLA pela Gol, com a Gol emitindo ações GOL PN e ações GOL PN resgatáveis; e (iii) resgate das ações GOL PN resgatáveis e das ações GLA PN resgatáveis, com pagamento em dinheiro aos acionistas da Smiles. Além disso, a reorganização estará sujeita à aprovação pela maioria dos acionistas da Smiles de seus termos e condições.
JBS (JBSS3): Segregará ativos de bovinos do Brasil em reestruturação
- Segundo Valor Econômico, a JBS iniciará restruturação no começo de 2020, separando os ativos em duas companhias irmãs e independentes entre si: ficarão no Brasil apenas as atividades locais de bovinos, couro e subprodutos; na JBS Global, ficarão todas as atividades internacionais, mais a Seara;
- Ambas as companhias serão controladas pela J&F, holding de Joesley e Wesley Batista. Nem a JBS Brasil controlará o grupo nem a JBS Global controlará a JBS Brasil. Essa é a principal diferença em relação à primeira reestruturação proposta pela empresa em 2016, mas rejeitada pelo BNDES;
- O movimento de reestruturação é mais um passo no sentido de listar as ações da JBS Global na bolsa de Nova York. Conforme já havia sido reportado pela Folha no Sábado, possivelmente haverá mudança da sede da empresa para Luxemburgo ou para Holanda. Nesse primeiro momento, não haverá emissão de novas ações: a expectativa é primeiro destravar valor.
Marfrig (MRFG3): oferta de ações deve movimentar R$ 3,3 bilhões
- A Marfrig confirmou na sexta-feira que fará uma oferta subsequente de ações (“follow-on”). A operação pode movimentar cerca de R$ 3,3 bilhões, considerando as parcelas primária e secundária. A previsão é que a precificação das ações ocorra em 17 dezembro, com as novas ações começando a ser negociadas dois dias depois;
- O BNDES, com 33,7% do capital da empresa, venderá todas as 209,6 milhões de ações, que valem hoje na bolsa algo em torno de R$ 2,3 bilhões. Além disso, o Banco recebeu R$ 2,1 bilhões de juros das debêntures obrigatoriamente conversíveis em ações. Frente a essa soma de R$ 4,4 bilhões, menos o investimento de R$ 3,6 bilhões feito pelo BNDES na Marfrig entre 2007 e 2012, resultaria em um resultado positivo em R$ 800 milhões para o banco.
- Os controladores Marco Molina e esposa exercerão o direito de preferência na oferta primária, aplicando cerca de R$ 390 milhões. Além dos recursos do fundador, o Valor apurou que a empresa assegurou US$ 50 milhões junto a um investidor de longo prazo americano.
Renda Fixa
Resumo semanal sobre o Tesouro Direto
- Na semana anterior, todos os títulos (com exceção dos Tesouros IPCA+ 2035 e 2045) apresentaram valorização, após algumas semanas de queda, como resultado de fechamento da curva DI futuro;
- Esse fechamento, por sua vez, ocorreu devido à valorização no câmbio, dados positivos do PIB no 3º trimestre e expectativas para a última reunião do Copom deste ano;
- Para maiores detalhes, acesse nosso relatório aqui.
Rede D’Or compra Hospital Santa Cruz
- De acordo com o Valor Econômico, a Rede D’Or São Luiz comprou 100% do Hospital Santa Cruz e da operadora de plano de saúde Paraná Clínicas, que tem cerce de 100 mil usuários e rede própria de atendimento. O hospital é o mais importante de Curitiba (PR), tem 200 leitos e faz 14 mil atendimentos;
- O faturamento das adquiridas é de cerca de R$ 400 milhões ao ano e é esperado que a Rede D’Or venda ou procure um parceiro para administrar o plano de saúde;
- Segundo informações do jornal, os ativos foram disputados por operadoras de planos de saúde. A Hapvida, por exemplo, teria coberto a primeira oferta da Rede D’Or, que fez então nova oferta para levar o negócio, a qual pode ter chegado a R$ 900 milhões;
- A empresa tinha dívida líquida / EBITDA de 2,9x no 3T19 e posição de caixa de R$ 3,6 bilhões, mais do que suficientes para arcar com a aquisição (considerando o valor estimado divulgado na notícia);
- A aquisição está em linha com a estratégia de expansão da empresa, que tem 7 mil leitos e pretende atingir 10,3 mil em 2023.
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