IBOVESPA +0,5% | 108.779 Pontos
CÂMBIO 0,7% | 4,02/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa renovou sua máxima histórica ontem de 108.779 mil pontos, alcançando patamares acima dos 109 mil pontos durante o dia. A manhã desta terça se inicia em território positivo nos mercados globais, com bolsas asiáticas e europeias encerrando o pregão em alta, assim como futuros dos EUA.
O principal fator para tal otimismo continua a ser a evolução das negociações comerciais entre EUA e China, com notícias mencionando que ambos os países estão considerando retirar algumas das tarifas sobre importações de modo a assegurar a conclusão de um acordo comercial preliminar (normalmente denominado “fase 1”).
Entre os pontos em discussão na fase 1, citamos a compra de produtos agrícolas dos EUA pelos chineses, regras para impedir a manipulação do câmbio e medidas de proteção à propriedade intelectual. Como contrapartida, o Financial Times aponta que os EUA estão avaliando voltar atrás na decisão feita em 1º de setembro desse ano de aplicar tarifas de 15% sobre US$112 bilhões de importações da China, além de retroceder na taxação de outros US$156 bilhões de importações planejadas para 15 de dezembro.
Ainda na agenda internacional, o Banco Central da China anunciou ontem sua decisão de cortar sua taxa de empréstimos de médio prazo de um ano em 5 pontos-base, de 3,3% para 3,25%. A medida foi bem recebida pelos mercados, uma vez que a redução da taxa injetou cerca de 400 bilhões de yuans no sistema financeiro do país e barateou os empréstimos para empresas chinesas no longo prazo. Outra surpresa positiva foi o PMI composto do país, que subiu de 51,9 em setembro para 52,0 em outubro, atingindo sua maior leitura desde abril deste ano.
Do lado das commodities, os preços de celulose de fibra curta na China, embora ainda em tendência de queda, recuaram apenas -US$1,1/t nessa terça-feira, em US$458,6/t. Na nossa visão, embora a visibilidade permaneça baixa, os preços parecem estar próximos de um piso e sinais de queda de estoques por parte da Suzano são positivos. Olhando para frente, mantemos nossa visão positiva para a dinâmica de oferta/demanda no médio-longo prazo.
Já os preços de petróleo Brent operam em alta de +1,1%, impulsionado por alívio nas tensões comerciais e afirmações da OPEP que sua oferta de petróleo deve diminuir continuamente nos próximos 5 anos para compensar a fraqueza da demanda e o crescimento de produção da commodity nos EUA. Na próxima reunião de 5 de dezembro, a OPEP e aliados como a Rússia vão debater a extensão ou não do acordo de cortes de produção de 1,2 milhão de barris por dia.
No Brasil, o destaque vai para a divulgação da ata do Copom, que trouxe um tom bastante cauteloso com possíveis novos cortes a partir de uma Selic em 4,50%, reforçando a falta de evidência histórica para o atual grau de ajuste, e para a agenda de reformas pós-previdência. O presidente Bolsonaro e o ministro Guedes vão hoje às 11 horas ao Senado entregar o pacto federativo, a PEC para desvincular fundos e a “PEC emergencial”, que prevê economia de R$ 24,8 bilhões em 2020. Ficou para amanhã a entrega à Câmara da reforma administrativa e para quinta-feira o detalhamento da desoneração da folha de pagamento para jovens e pessoas acima de 55 anos. O desafio continua sendo político, dado que o governo precisa de foco para fazer avançar as propostas.
Na agenda de empresas, destacamos que o Ministério de Minas e Energia (MME) informou à Eletrobras que o Projeto de Lei que permitirá a privatização da companhia deve ser assinado hoje pelo presidente da república, Jair Bolsonaro, durante a cerimônia de comemoração dos 300 dias de governo marcada para o fim da tarde de hoje. Em seguida o texto será enviado ao Congresso.
Por fim, publicamos hoje relatório em que listamos dez ações da nossa cobertura que devem pagar dividendos acima da SELIC nos próximos anos, com o intuito de oferecer alternativas atrativas de investimento no atual cenário de juros mais baixos por mais tempo.
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Brasil
- Política Brasil: Bolsonaro e Guedes vão hoje ao Senado entregar o pacto federativo
- Ata do COPOM: Documento mostra bastante cautela com a condução de política monetária e destaca a falta de evidência histórica para o atual grau de ajuste
Internacional
- China: Estímulo monetário e dados de atividade mais fortes trazem alívio aos mercados
- Petróleo: Opep prevê continuação de restrições à oferta para contrabalancear produção dos EUA e queda na demanda
Empresas
- Eletrobras: Projeto de Lei da privatização deve ser assinado pelo presidente hoje
- Cessão Onerosa: Ação popular tenta impedir o leilão dos barris excedentes
Renda Fixa
- Light comunica resgate antecipado de 35% de seus bonds
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: Bolsonaro e Guedes vão hoje ao Senado entregar o pacto federativo
- Bolsonaro e Guedes vão hoje às 11 horas ao Senado entregar o pacto federativo, a PEC para desvincular fundos e a “PEC emergencial”, que prevê economia de R$ 24,8 bilhões em 2020. Ficou para amanhã a entrega à Câmara da reforma administrativa e para quinta-feira o detalhamento da desoneração da folha de pagamento para jovens e pessoas acima de 55 anos. O desafio continua sendo político. O governo precisa de foco para fazer avançar as propostas;
- O partido Rede Sustentabilidade pediu ao Conselho de Ética da Câmara a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por fala na qual defendeu a edição de um novo AI-5. Governistas buscam partidos de centro para evitar que o pedido prospere. No entanto, a articulação com o Congresso em geral continua com problemas. Com o PSL rachado, parlamentares ligados a Luciano Bivar agora pedem que o presidente detalhe as despesas com cartão corporativo;
- E o dia foi de crise com os militares. No dia em que o general Maynard Marques de Santa Rosa pediu demissão da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Rodrigo Maia elevou o tom em relação ao general Augusto Heleno após manifestação sobre o AI-5 e o Congresso. Disse que o ministro do Gabinete de Segurança institucional “virou um auxiliar do radicalismo do Olavo”.
Ata do COPOM: Documento mostra bastante cautela com a condução de política monetária e destaca a falta de evidência histórica para o atual grau de ajuste
- A ata do COPOM, divulgada na semana seguinte à decisão de juros, trouxe um tom bastante cauteloso com possíveis novos cortes a partir de uma Selic em 4,50%;
- No parágrafo 15 do documento, o comitê destaca que as características do atual ciclo econômico, marcado pela menor participação do estado, maior participação de recursos livres e do mercado de capitais no mercado de crédito, podem afetar a sensibilidade de variáveis macroeconômicas de uma forma ainda não totalmente conhecida, uma vez que faltam comparativos históricos para o atual grau de ajuste;
- Nos parágrafos 17 e 18, o comitê destaca que a inflação se comportará de forma benigna, mas destaca algum risco para os preços administrados, que compensaram algumas surpresas desinflacionarias. Além disso, no parágrafo 18 o comitê ressalta que suas projeções de inflação para 2021 (horizonte relevante para a política monetária) estão “ligeiramente” abaixo da meta, revelando alguma preocupação;
- Nos parágrafos 20 e 26, o comitê volta a destacar a necessidade do avanço das reformas para a consolidação da queda da taxa de juros, enquanto os parágrafos 22 e 27 voltam a ressaltar que o atual ciclo econômico exige cautela na condução da política monetária;
- Nosso entendimento é que o Banco Central será bastante cauteloso com a condução de política monetária, passando a depender de evidências muito claras do lado da inflação, da retomada da atividade e do avanço das reformas para romper a barreira dos 4,5%. Acreditamos que o BC consiga levar a Selic até 4,25% em fevereiro, patamar que deve ser mantido até o final de 2020.
Internacional
China: Estímulo monetário e dados de atividade mais fortes trazem alívio aos mercados
- O Banco Central da China anunciou ontem sua decisão de cortar sua taxa de empréstimos de médio prazo de um ano (MLF) em 5 pontos-base, de 3,3% para 3,25%;
- A MLF é uma taxa referencial utilizada para aumentar a liquidez nos bancos e não sofria reduções desde 2015. Sua redução injetou cerca de 400 bilhões de yuans no sistema financeiro do país e barateou os empréstimos para empresas chinesas no longo prazo;
- Além disso, o PMI composto da China subiu de 51,9 em setembro para 52,0 em outubro, atingindo sua maior leitura desde abril deste ano. A alta do índice, que engloba manufatura e serviços, foi impulsionada principalmente pelo forte desempenho da indústria chinesa, que chegou a 51,7 em outubro e registrou seu maior nível em 32 meses. Os dados reforçaram o nosso entendimento de que o risco de recessão das principais economias globais tem se tornado menor.
Petróleo: Opep prevê continuação de restrições à oferta para contrabalancear produção dos EUA e queda na demanda
- A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) afirmou que sua oferta de petróleo deverá diminuir continuamente nos próximos 5 anos, de modo a contrabalancear os efeitos de um crescimento de demanda menor que o esperado e a contínua expansão da produção dos EUA de petróleo de xisto;
- Na próxima reunião de 5 de dezembro, a Opep e aliados como a Rússia vão debater a extensão ou não do acordo de cortes de produção de 1,2 milhão de barris por dia (mbpd). Porém, em seu relatório anual, a OPEP espera que a produção do bloco sofra uma queda adicional de até 1,6 mbpd até 2025, comparado a um crescimento de 0,5 mbpd no ano passado;
- A mensagem é positiva para preços de petróleo, sinalizando que a OPEP e aliados deverão continuar a balancear a dinâmica de oferta e demanda no longo prazo. Mantemos nossa estimativa de preços de petróleo de US$60 / barril para o Brent, patamar que consideramos o equilíbrio por corresponder ao custo marginal da produção de petróleo de xisto nos EUA.
Empresas
Eletrobras: Projeto de Lei da privatização deve ser assinado pelo presidente hoje
- Segundo o Estadão, o Ministério de Minas e Energia (MME) informou à Eletrobras que o Projeto de Lei que permitirá a privatização da companhia deve ser assinado hoje pelo presidente da república, Jair Bolsonaro, durante a cerimônia de comemoração dos 300 dias de governo, marcada para o fim da tarde de hoje. Em seguida o texto será enviado ao Congresso;
- O projeto de lei de privatização prevê a emissão de novas ações da Eletrobras a serem vendidas no mercado. Nesse modelo a União abriria mão do controle da empresa reduzindo sua participação para algo inferior a 50%. A proposta prevê ainda a opção de se repassar o controle das subsidiárias Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul para a Eletropar, outra empresa do grupo Eletrobras, para facilitar operacionalmente a capitalização;
- Por fim, o governo prevê arrecadar R$ 16,2 bilhões com a privatização, que deve ocorrer no próximo ano. O montante já está previsto no Orçamento de 2020;
Cessão Onerosa: Ação popular tenta impedir o leilão dos barris excedentes
- Segundo o Valor Econômico, uma ação popular com pedido de liminar apresentada na Justiça Federal de São Paulo pediu a suspensão do leilão de barris excedentes da Cessão Onerosa, previsto para amanhã (06/11);
- Os autores argumentam que não há suporte legal para a licitação. Os advogados responsáveis afirmam que não são previstos na Lei da Cessão Onerosa e no Marco do Pré-Sal licitações de blocos coincidentes com campos já declarados comerciais sob o regime de cessão onerosa e nem a possibilidade de acordo de coparticipação. Segundo os advogados, um campo em plena fase de desenvolvimento da produção em um regime fiscal não deveria ser licitado como um bloco em outro regime fiscal.
Renda Fixa
Light comunica resgate antecipado de 35% de seus bonds
- De acordo com fato relevante publicado pela Light S.A. no dia 4 de novembro, a companhia realizou o resgate antecipado de US$210 milhões de seus bonds, que correspondem a 35% do valor total dos títulos em dólares emitidos pelas controladas Light Serviços de Eletricidade S.A. e Light Energia S.A;
- O saldo remanescente de bonds, de US$390 milhões, continua com vencimento em maio de 2023, data original, com opção de resgate a partir de maio de 2021;
- A Light tinha R$2,3 bilhões em bonds ao final do segundo trimestre de 2019, correspondendo a 25% da dívida total do grupo. Com o resgate antecipado, a dívida bruta, com base nos últimos números reportados, teria redução de 9%, para R$8,6 bilhões;
- O resgate será coberto pelos recursos da 17ª emissão de debêntures de R$1 bilhão e já era previsto, fazendo parte de esforços de liability management para melhorar seu perfil de dívida e reduzir custos financeiros.
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