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Morning Call XP (21.ago): Cenário externo continua pressionando o Ibovespa

Tudo o que você precisa saber sobre os mercados nacional e internacional, com análises econômicas e políticas sobre fatos que podem impactar seus investimentos.

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IBOVESPA -0,25% | 99.222 Pontos

CÂMBIO -0,5% | 4,06/USD

O que pode impactar o mercado hoje

O Ibovespa fechou praticamente estável no pregão de ontem, mas ainda abaixo dos 100 mil pontos. O cenário externo continua pressionando a bolsa brasileira, dado que a preocupação com desaceleração da economia global segue elevada. Foco esta semana nas sinalizações do Banco Central americano (FED) para cortes de juros adiante e comentários sobre a economia do país, que podem aliviar as tensões.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem à noite que o governo deve anunciar hoje mais uma leva de privatizações. Apesar de ter deixado o evento sem falar com a imprensa, o presidente da Câmara Rodrigo Maia havia dito que se reuniria com Guedes ontem para debater, entre outros temas, a privatização da Telebras. A mídia local também destaca que a privatização da Eletrobras será tema dessa reunião.

No internacional, futuros dos EUA negociam em alta, em meio à sessão positiva na Europa e mista na Ásia durante a noite. A atenção do mercado está voltada para o discurso do presidente do FED, Jerome Powell, na conferência de Jackson Hole às 11h (horário de Brasília) na sexta-feira.

Espera-se que ele sinalize que a taxa de juros seja reduzida no próximo mês, embora possa decepcionar as expectativas de mais três cortes até dezembro de 2019. A ata da última reunião do FED de julho será divulgada hoje às 15h (horário de Brasília), mas pode ter perdido a relevância dados os acontecimentos (guerra comercial por exemplo) desde então e o discurso de Powell na sexta-feira.

Do lado das commodities, os preços de petróleo operam em alta de 1%, em US$60,96/barril, enquanto o minério segue pressionado, recuando mais de 5%, em US$86,5/t, voltando ao patamar visto em março. Mesmo com as recentes perdas, os preços da commodity ainda acumulam alta de 20% no ano.

Por fim, participamos ontem do encontro do Ministério de Minas e Energia com analistas e investidores, com presença do Ministro Bento Albuquerque e os secretários executivos das principais pastas. Dentre os principais tópicos discutidos, destacamos (1) a visita do Ministro à China, (2) Cessão Onerosa, (3) privatização da Eletrobras, (4) evolução do programa Novo Mercado de Gás e (5) pautas para o setor de mineração. Clique aqui para acessar o relatório completo.

Tópicos do dia

Brasil

  1. Plano de privatização de 17 empresas deverá ser anunciado hoje
  2. Pacto Federativo poderá injetar até R$500 bilhões nos caixas dos Estados

Empresas

  1. Principais destaques do encontro do Ministério de Minas e Energia com investidores e analistas
  2. Cemig (CMIG4): Companhia estuda IPO da Gasmig em 2020
  3. Siderúrgicas: Empresas veem retomada do setor de construção
  4. Casino anuncia € 2 bilhões em ativos adicionais para venda na França
  5. Taesa (TAEE11): Anúncio de aquisição da linha de Transmissão Rialma I

Renda Fixa

  1. Juros de crédito imobiliário poderá cair até IPCA + 2,95%, segundo a Caixa

Veja todos os detalhes

Brasil

Plano de privatização de 17 empresas deverá ser anunciado hoje

  • De acordo com o ministro da economia, Paulo Guedes, o governo irá anunciar hoje o plano de privatização de 17 empresas;
  • A revelação, ainda que sem grandes detalhamentos, foi feita ontem à noite pelo ministro após participação em evento do jornal valor econômico;
  • O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, havia dito que se reunirá com Guedes hoje para debater a privatização da Telebras e outros temas. A mídia local também destaca que a privatização da Eletrobras será tema dessa reunião.

Pacto Federativo poderá injetar até R$500 bilhões nos caixas dos Estados

  • De acordo com a mídia local, o pacote de medidas que compõem o pacto federativo pode injetar até R$500 bilhões nos caixas dos Estados em 15 anos. De acordo com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, os pressupostos do pacto federativo apresentado pelo ministro da Economia são a flexibilização das despesas e descentralização de receitas;
  • A maior parte dos recursos repassados deverá vir do petróleo. Hoje em dia, estados e municípios têm direito apenas a 30% dos royalties e participações especiais da exploração de óleo e gás, enquanto os 70% restantes ficam com a União. A intenção da equipe econômica é inverter essa divisão de forma gradual em 8 anos. Nas contas do governo, o repasse começaria com R$6 bilhões no primeiro ano e atingiria R$32 bilhões por ano no último;
  • Embora os senadores falem em quatro propostas de emenda à Constituição (PEC) para concretizar o pacote, a preferência do governo é colocar tudo em uma só proposta. O pacote deverá ser formalizado no início da próxima semana.

Empresas

Principais destaques do encontro do Ministério de Minas e Energia com investidores e analistas

  • Participamos ontem do encontro do Ministério de Minas e Energia com analistas e investidores, com presença do Ministro Bento Albuquerque e os secretários executivos das principais pastas;
  • Dentre os principais tópicos discutidos, destacamos (1) a visita do Ministro à China, (2) Cessão Onerosa, (3) privatização da Eletrobras, (4) evolução do programa Novo Mercado de Gás e (5) pautas para o setor de mineração;
  • Clique para acessar o conteúdo na íntegra!

Cemig (CMIG4): Companhia estuda IPO da Gasmig em 2020

  • Durante a teleconferência de resultados do 2T19 da Cemig, a diretoria da companhia mencionou estudos sobre um possível IPO da distribuidora de gás natural Gasmig em 2020;
  • A Cemig detém 99,6% da Gasmig e está atualmente negociando a extensão da concessão com o estado de Minas Gerais até 2053, o que exigiria um pagamento de R$ 852 milhões ao poder concedente para o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. Após essa etapa, a Cemig buscaria a venda total ou parcial da subsidiária, condicionada à aprovação legislativa de processos de privatizações;
  • Vemos a iniciativa como potencialmente positiva para a Cemig, embora a eficácia seja reduzida caso o governo de Minas Gerais não obtenha autorização do processo de privatização do Congresso. Mantemos nossa recomendação neutra e preço alvo de R$ 15 / ação.

Siderúrgicas: Empresas veem retomada do setor de construção

  • Em evento sediado ontem pelo instituto Aço Brasil, as siderúrgicas mostraram estar mais otimistas quanto à retomada do mercado de construção civil no próximo ano. Segundo a ArcelorMittal e a Gerdau, o volume de consultas pelas incorporadoras está maior que nos primeiros meses de 2019;
  • De acordo com dados da Embraesp, no primeiro semestre deste ano cerca de 18.382 unidades residenciais na capital paulista foram anunciadas, o que se compara à pouco mais de 8 mil unidades no mesmo período do ano passado, sugerindo que o ritmo de lançamentos está acelerando na cidade de São Paulo;
  • Tendo em vista que o tempo entre lançamento e início da obra é de seis meses a um ano, o aumento no consumo aparente de aço deve se materializar ainda esse ano. Para Marcos Faraco, diretor-executivo da Gerdau, a melhora nas consultas está acontecendo e uma evolução nos indicadores de demanda futura é visível, o que, na visão dele, indica que a melhora do segmento da construção deve vir ao longo do semestre;
  • Vemos uma retomada da construção como positiva para a Gerdau. Na nossa visão, os volumes no Brasil ainda devem recuar em 2019, mas acreditamos que podemos ter uma aceleração em 2020. Quanto aos preços, não assumimos nenhum aumento em 2019. Mantemos Compra, preço-alvo de R$20/ação.

Casino anuncia € 2 bilhões em ativos adicionais para venda na França

  • O Casino anunciou ontem que identificou aproximadamente € 2 bilhões em ativos adicionais na França para potencial venda, com conclusão prevista para o final do primeiro trimestre de 2021. Essa é a segunda etapa do processo de desalavancagem financeira do Casino, lembrando que na primeira fase a meta é vender € 2,5 bilhões em ativos até o primeiro trimestre de 2020 (sendo que € 2,1 bilhões já estão acordados). O anúncio está em linha com a estratégia de focar nos principais mercados e reduzir o endividamento do Casino, cuja holding (Rallye) entrou em recuperação judicial em maio.

Taesa (TAEE11): Anúncio de aquisição da linha de Transmissão Rialma I

  • Ontem, a Taesa divulgou fato relevante informando que assinou a aquisição da linha de transmissão “Rialma I” da RC Administração e Participações;
  • A linha de transmissão de 28 km está localizada no estado do Rio Grande do Norte, e tem direito a uma Receita Anual Permitida de R$ 12,6 milhões. O valor da transação é de R$ 56,7 milhões para os acionistas (ou seja, não incluí as dívidas associadas);
  • Embora o ativo seja pouco representativo no portfolio da Taesa e o fato relevante não forneça detalhes sobre o endividamento (portanto, impedindo-nos de calcular o retorno com precisão), a aquisição demonstra como a Taesa está se tornando uma consolidadora no setor de transmissão. Temos uma classificação neutra e um preço alvo de R$ 30 / unit.

Renda Fixa

Juros de crédito imobiliário poderá cair até IPCA + 2,95%, segundo a Caixa

  • Presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou nova modalidade de crédito imobiliário, que atualiza o saldo devedor pelo IPCA e deve originar R$10 bilhões em crédito. A taxa da nova linha deve variar entre 2,95% a 4,95% ao ano mais a taxa de inflação. Para efeitos de comparação, a meta de inflação é de 4,25% em 2019, 3,90% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo;
  • A nova modalidade será válida para contratos novos, vigentes a partir de segunda-feira. Esses contratos terão como condições prazo mínimo de 360 meses e quota máxima de financiamento de 80% do valor do imóvel. A demanda para a modalidade é avaliada em R$30 bilhões pelo banco;
  • Segundo Guimarães, a Caixa somente fará contratações da nova linha no SBPE. Ou seja, pelo menos em um primeiro momento não contemplará o programa Minha Casa Minha Vida. Sendo assim, em nossa opinião a notícia tem potencial de trazer impactos positivos às construtoras dos segmentos de média e alta renda.
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