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Morning Call XP (18.set): Bancos Centrais do Brasil e dos EUA decidirão novo patamar de juros hoje

Tudo o que você precisa saber sobre os mercados nacional e internacional, com análises econômicas e políticas sobre fatos que podem impactar seus investimentos.

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IBOVESPA +0,90% | 104.616 Pontos

CÂMBIO +0,1% | 4,08/USD

O que pode impactar o mercado hoje

Ontem o Ibovespa fechou em alta de 0,9% a 104.617 pontos, voltando ao seu maior patamar desde julho. A fala do presidente norte-americano, Donald Trump, animou os mercados, ao afirmar que um acordo comercial com a China pode sair em breve.

Hoje a atenção se volta às decisões de juros dos bancos centrais. No Brasil, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será anunciada após o fechamento do mercado, às 18h. Esperamos corte 0,5% na taxa de juros, levando a Selic para 5,5%, e sinalização de que mais um corte de 0,5% deverá ser realizado na próxima reunião. Nossa sondagem pré-Copom mostra que 91% dos investidores institucionais consultados também esperam que o Banco Central corte a Selic em 0,5% hoje.

Antes do Copom, teremos a decisão do Banco Central americano (Fed) às 15h (horário de Brasília). Esperamos corte de 0,25% e será importante monitorar em seguida o discurso do Presidente do Fed, Jerome Powell, em conferência de imprensa às 15:30.

Enquanto os investidores aguardam o direcionamento dos juros, futuros dos EUA negociam em leve queda, em meio à sessão positiva na Europa e mista na Ásia durante a noite.

Do lado das commodities, após alta de 15% na segunda-feira, os preços de petróleo corrigiram, recuando 6,5% ontem, após a Saudi Aramco informar que voltará à plena capacidade de produção em 2-3 semanas. Nessa manhã de quarta-feira, o petróleo tipo Brent opera em leve queda de 0,3%, em US$64,4/barril.

No campo político no Brasil, o governo quer incluir mudanças a PMs e bombeiros no projeto de reforma da previdência para os militares, que ainda não avançou na Câmara. A estimativa inicial de impacto do projeto era de R$ 52 bilhões em 10 anos, mas pode ser revista para atender reinvindicações das categorias.

A PEC para controle dos gastos obrigatórios saiu da pauta da CCJ por falta de apoio do governo. O presidente da comissão, que é do PSL, afirmou que só reincluirá a matéria para discussão quando houver sinalização de que o governo está empenhado na aprovação do projeto. A PEC prevê uma série de medidas impopulares para economizar até R$ 102 bilhões por ano, o que abriria espaço para o governo gastar com despesas discricionárias e ainda assim respeitar as regras fiscais.

Por fim, dias após o presidente Jair Bolsonaro ter ordenado a eliminação de uma nova CPMF da proposta de reforma tributária do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender o retorno do imposto, alegando que a medida geraria empregos e impulsionaria o crescimento econômico. Na ausência de uma nova CPMF, o governo estuda agora como conseguir uma fonte de recursos capaz de compensar a chamada desoneração da folha na proposta de reforma tributária que ainda vai enviar ao Congresso. Entre as alternativas em estudo está a ideia de desistir do alívio no Imposto de Renda e de aumentar a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

Tópicos do dia

Sondagem XP

  1. Investidores institucionais esperam corte de 0,50p.p na Selic

Brasil

  1. Política Brasil: Governo quer incluir mudanças no projeto da Reforma da Previdência para os militares
  2. Reforma Tributária: Guedes volta a defender o retorno de uma nova CPMF; governo estuda desistir do alívio no Imposto de Renda

Internacional

  1. Brasil e EUA decidem juros hoje

Empresas

  1. Ambev (ABEV3): Empresa distribuirá energéticos da Red Bull no Brasil

Renda Fixa

  1. Crédito imobiliário com taxa pré-fixada depende de regulamentação
  2. BNDES e a alta no desembolso das usinas

Fundos de Investimento

  1. Expectativas de Gestores Macro – Copom Setembro/19


Veja todos os detalhes

Sondagem XP

Investidores institucionais esperam corte de 0,50p.p na Selic

  • Sondagem realizada pela XP Investimentos entre 16 e 17 de setembro mostra que 91% dos investidores institucionais consultados esperam que o Banco Central corte a Selic em 0,50 ponto percentual na próxima reunião, cuja decisão será divulgada nesta quarta-feira;
  • O levantamento foi realizado com investidores institucionais, um público formado por gestores, traders e economistas de fundos de investimentos e instituições financeiras. Para ver a sondagem na íntegra, clique aqui.

Brasil

Política Brasil: Governo quer incluir mudanças no projeto da Reforma da Previdência para os militares

  • Reforma da previdência: Governo quer incluir mudanças a PMs e bombeiros no projeto de reforma para os militares, que ainda não avançou na Câmara. A estimativa inicial de impacto do projeto era de R$ 52 bilhões em 10 anos, mas pode ser revista para atender reinvindicações das categorias;
  • PEC para controle dos gastos obrigatórios saiu da pauta da CCJ por falta de apoio do governo. O presidente da comissão, que é do PSL, afirmou que só reincluirá a matéria para discussão quando houver sinalização de que o governo está empenhado na aprovação do projeto. A PEC prevê uma série de medidas impopulares para economizar até R$ 102 bilhões por ano, o que abriria espaço para o governo gastar com despesas discricionárias e ainda assim respeitar as regras fiscais.

Reforma Tributária: Guedes volta a defender o retorno de uma nova CPMF; governo estuda desistir do alívio no Imposto de Renda

  • De acordo com a Folha de São Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender o retorno de uma nova CPMF mesmo após o presidente Jair Bolsonaro ter ordenado a eliminação do imposto da proposta de reforma tributária do governo. Em um evento do setor de comércio realizado na última terça-feira, Guedes alegou que o imposto viabilizaria uma redução de alíquotas de impostos existentes hoje, geraria empregos e impulsionaria o crescimento econômico;
  • Na ausência de uma nova CPMF, o governo estuda agora como conseguir uma fonte de recursos capaz de compensar a chamada desoneração da folha na proposta de reforma tributária que ainda vai enviar ao Congresso. Entre as alternativas em estudo está a deia desistir do alívio no Imposto de Renda e de aumentar a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), hoje prevista em 25%.  Com as medidas, a perda na arrecadação seria menor e a desoneração poderia ser implementada;
  • De acordo com a mídia local, a avaliação da equipe econômica é de que o “timing” de envio do texto de reforma ainda não está certo, já que Câmara e Senado tem uma proposta que tramita separadamente. A equipe econômica tenta fechar sua proposta e ganhar tempo até que os presidentes da Câmara e do Senado cheguem a um acordo de onde o texto vai começar a tramitar.

Internacional

Brasil e EUA decidem juros hoje

  • Os eventos mais importantes do dia são as decisões de juros do Banco Central americano (Fed) e do Banco Central do Brasil às 15h e 18h, respectivamente;
  • Nosso estrategista global, Alberto Bernal acredita que o Fed deva cortar 0,25% em virtude da recente moderação das tensões comerciais entre EUA e China. A expectativa de mercado (Bloomberg) também é de corte de 0,25%. As decisões de juros nos EUA vêm sendo marcada por dissidência entre os membros votantes e por alguma imprecisão na comunicação do Fed com o mercado. Assim, o pronunciamento do presidente do Fed, Jerome Powell, marcado para as 15h30 será aguardado pelos agentes de mercado a fim de esclarecer a posição da instituição com relação a qual parte do ciclo monetário o Fed se encontra;
  • No Brasil, esperamos que o Banco Central siga cortando juros em 0,50% (em linha com a expectativa de mercado), levando a Selic para 5,50%, e sinalizando que mais um corte de 0,50% deverá ser realizado na próxima reunião. Acreditamos que o comunicado escrito emitido pelo BC logo após a decisão de juros deva mostrar que o balanço de riscos para inflação está, de forma geral, mais benigno: i) a atividade econômica ainda se recupera gradualmente, ii) a reforma da previdência foi aprovada na câmara (a despeito de enfrentar desidratação no Senado), e que iii) a desaceleração global mais pronunciada deve ter efeito líquido deflacionário para o Brasil. Esse quadro deverá ser ilustrado pelo cenário de referência do BC.

Empresas

Ambev (ABEV3): Empresa distribuirá energéticos da Red Bull no Brasil

  • Segundo a Reuters, a Ambev recebeu ontem o aval do Cade para distribuir bebidas energéticas da Red Bull em determinados pontos de venda do território nacional;
  • A Red Bull venderá suas bebidas à Ambev, que as revenderá atuando como distribuidora independente, ou seja, arcando com os custos de distribuição. De acordo com parecer do Cade, a operação tem por objetivo aliar a expertise e as rotas de distribuição da Ambev, com o interesse da Red Bull em expandir a distribuição de suas bebidas energéticas no Brasil;
  • Os valores do contrato ainda não foram informados, mas vemos a iniciativa como positiva, adicionando ao portfólio da companhia. Mantemos recomendação Neutra para as ações da Ambev.

Renda Fixa

Crédito imobiliário com taxa pré-fixada depende de regulamentação

  • De acordo com o Estadão, a nova modalidade de crédito imobiliário em estudo pela Caixa Econômica Federal, com taxas pré-fixadas, deve demorar a sair do papel, uma vez que ainda é necessária regulamentação específica em relação à repactuação dos contratos ao longo da vida do financiamento. O diretor de financiamentos e empréstimos do banco público, Leandro Diniz, relatou que a maior dificuldade dessa taxa é que não há taxa pré de 30 anos (prazo muito longo);
  • Para que fosse viável, o ideal na visão do diretor seria que os bancos pudessem repactuar o contrato a cada cinco anos, mas para isso ser possível é necessária regulamentação específica e muito diferente da existente no país. As discussões não começaram ainda entre os agentes, mas o banco espera que essa modalidade esteja disponível em até dois anos;
  • Essa nova modalidade seria mais uma opção de financiamento imobiliário, que recentemente também recebeu a notícia de possibilidade de crédito corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sendo uma opção ao tradicional financiamento indexado à taxa referencial (TR). Ainda não houve percepção de aumento de demanda de crédito imobiliário devido à nova modalidade, porém é possível que sejam feitos ajustes nas condições de concessão das linhas que podem impulsionar a procura, sendo positivo para as empresas do setor.

BNDES e a alta no desembolso das usinas

  • De acordo com o Valor Econômico, a alta nos investimentos das usinas sucroalcooleiras no país levam o BNDES a projetar retomada de desembolso para financiamento do setor. O objetivo desses recursos seria financiar projetos de longo prazo, sendo um dos focos empresas de porte médio, porém grandes empresas teriam oportunidade de acessar esses financiamentos para investimentos em biogás e tecnologia 4.0;
  • Apesar da expectativa de retomada de desembolsos, não se espera que voltem a patamares vistos até 2015, por exemplo. Em 2018, os desembolsos para as usinas atingiram R$1,9 bilhão, distantes dos R$2,8 bilhões de 2015. Além disso, antes as liberações eram mais amplas, ao passo em que hoje são mais restritas a grandes grupos ou usinas com melhor desempenho financeiro;
  • O banco de fomento seria então complementar ao mercado de capitais, que ainda não têm capacidade de fornecer linhas de prazo tão longo (cerca de 15 anos) para implantação de projetos nesse setor, além de o BNDS não focar em financiamentos em renovação de canavial.

Fundos de Investimento

Expectativas de Gestores Macro – Copom Setembro/19

  • Nesta quarta-feira (18/09), os diretores do Banco Central se reúnem em mais um Comitê de Política Monetária, dia em que também acontece a reunião do comitê (FOMC) do Banco Central nos EUA;
  • Como prática do time de fundos de investimento da XP, fizemos um levantamento com os gestores macro da plataforma, coletando suas projeções sobre os indicadores econômicos brasileiros, assim como o posicionamento dos fundos no mercado local e a expectativa quanto ao movimento realizado pelo BC na taxa Selic;
  • Assim como às vésperas da última reunião do Copom, realizada em julho, a expectativa de corte da Selic é unânime. Para ver o consolidado das expectativas, clique aqui.
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