IBOVESPA +0,5% | 104.302 Pontos
CÂMBIO +0,4% | 4,13/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou em alta de 0,45% ontem a 104.301 pontos. Após semanas de muita instabilidade no exterior por conta da guerra comercial, o alívio gerado na sexta pelo acordo parcial entre Estados Unidos e China trouxe otimismo no mercado, apesar de haver um ceticismo com a proposta.
Nesta manhã, bolsas futuras nos EUA negociam em alta, em meio a sessão positiva na Europa e a um fechamento misto na Ásia. A Bloomberg relatou que será difícil a China comprar US$ 50 bilhões em produtos agrícolas dos EUA anualmente a menos que remova as tarifas retaliatórias sobre produtos americanos, e isso exigiria uma ação recíproca de Trump.
A temporada de balanços dos EUA começa nesta terça-feira, com resultados de grandes bancos, incluindo JPMorgan e Goldman Sachs. Os investidores analisarão de perto os relatórios, dado cenário de desaceleração do crescimento global, queda das taxas de juros e uma série de riscos como Brexit e guerra comercial.
No Brasil, o dado de atividade econômica IBC-Br de agosto divulgado ontem apresentou queda de 0,7% ante o mesmo mês do ano passado e expansão de 0,1% ante julho deste ano. A leitura foi abaixo das nossas expectativas e trouxe viés negativo para as projeções de crescimento do PIB do terceiro trimestre.
No campo político, governo vai liberar R$ 7,1 bilhões que estava contingenciados no Orçamento. O motivo foi o leilão de petróleo da semana passada, que não estava nas contas do Ministério da Economia. O Planalto enviará ao Congresso um relatório de receitas e despesas do Orçamento com esse desbloqueio. Desses R$ 7,1 bilhões descontingenciados, R$ 2,3 bilhões serão para emendas parlamentares e gastos do Judiciário e Legislativo ~(algo que, mesmo sem intenção, também servirá para agradar aos congressistas)~.
Do lado das commodities, os preços de celulose de fibra curta na China voltaram a recuar, com queda de US$1,8/t nessa terça-feira, para US$463,9/t. No ano, os preços acumulam queda de 28%. Na nossa visão, embora a visibilidade permaneça baixa, os preços parecem estar próximos de um piso. Olhando para frente, mantemos nossa visão positiva para a dinâmica de oferta/demanda no médio-longo prazo.
Já o petróleo opera em baixa de -1,15% em US$ 58,67 o barril nessa manhã, após fechamento de ontem em queda de -1,92%, atribuída a preocupações com as tensões comerciais.
Por fim, participamos da reunião organizada pela diretoria executiva do Grupo Pão de Açúcar (GPA) ontem. Vemos leve deterioração nos resultados de curto prazo para o setor de varejo alimentar em função da desaceleração da inflação de alimentos dos últimos meses. Entretanto, os planos de expansão da empresa continuam conforme o esperado, especialmente para a bandeira Assaí, e as reformas de loja Pão de Açúcar tem apresentado resultados sólidos. Dessa forma, continuamos a ver um risco-retorno atrativo para o papel e mantemos recomendação de Compra.
Veja o calendário de divulgação de resultados do terceiro trimestre clicando aqui.
Tópicos do dia
Brasil
- Política Brasil: A Polícia Federal realizou busca e apreensão em endereços do deputado federal Luciano Bivar
- Equipe econômica já tem MP pronta para acabar com a multa adicional de 10% sobre o FGTS
- Índice de Atividade Econômica do Banco Central apresenta leve expansão em agosto, mas decepciona as nossas expectativas
- Ajuste fiscal e recomposição de investimentos seguem reduzindo o juro neutro na visão do ministro Paulo Guedes
Empresas
- Grupo Pão de Açúcar (PCAR4): Destaques da reunião com diretoria executiva
- Vale (VALE3): Dados fortes de produção e vendas do terceiro trimestre
- Eletrobras (ELET3): Propõe aumento de capital de até R$ 9,9 bilhões, sendo R$ 4,0 bi em AFACs da União
- Azul (AZUL4): Destaques do Azul Investor Day 2019
- Vale (VALE3): Acordo de desinvestimento na Vale Indonesia para governo local
- Cemig (CMIG4): Crise na Renova Energia se aprofunda, LIGT3 vende participação por R$1,00
- Ecommerce: Correios anuncia reajuste inesperado de preços
Renda Fixa
- C6 Bank faz quinta aquisição, focando em seguros
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: A Polícia Federal realizou busca e apreensão em endereços do deputado federal Luciano Bivar
- A Polícia Federal realizou busca e apreensão em endereços do deputado federal Luciano Bivar, presidente do PSL. A investigação da PF é sobre o esquema de candidaturas laranja do partido nas eleições do ano passado. Essa ação afeta diretamente o caso envolvendo a disputa interna entre Jair Bolsonaro e a cúpula do PSL, liderada por Bivar;
- O governo vai liberar R$ 7,1 bilhões que estava contingenciados no Orçamento. O motivo foi o leilão de petróleo da semana passada, que não estavas nas contas do Ministério da Economia. O Planalto enviará ao Congresso um relatório de receitas e despesas do Orçamento com esse desbloqueio. Desses R$ 7,1 bilhões descontingenciados, R$ 2,3 bilhões serão para emendas parlamentares e gastos do Judiciário e Legislativo ~(algo que, mesmo sem intenção, também servirá para agradar aos congressistas)~;
- O Planalto também decidiu enviar ao Congresso uma medida provisória extinguindo o pagamento de 10% do FGTS que empresas devem ao governo em casos de demissão sem justa causa. Hoje, as empresas pagam 50% de multa relativo ao FGTS do demitido -40% ao funcionário e 10% ao governo. Segundo o secretário de Fazenda, Waldery Rodrigues, essa multa “onera o empregador” e “já cumpriu sua função”. Segundo o Ministério da Economia, a extinção da multa trará alívio de R$ 6,1 bilhões no Orçamento de 2020 por causa do teto de gastos.
Equipe econômica já tem MP pronta para acabar com a multa adicional de 10% sobre o FGTS
- De acordo com a mídia local, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que o governo já tem uma MP pronta para ser editada com o objetivo de acabar com a multa adicional de 10% sobre o FGTS em casos de demissão sem justa causa. Essa é uma das medidas em estudo pela área econômica para abrir espaço no teto de gastos em 2020;
- Atualmente, as empresas pagam 50% de multa nas demissões. Desse total, 40% ficam com o trabalhador enquanto os outros 10% vão para a conta única do Tesouro Nacional. O fim da multa abriria uma folga de R$ 6,1 bilhões no teto de gastos para o próximo ano, já que o dinheiro da multa adicional deixaria de passar pela conta única do Tesouro Nacional, não sendo mais computado dentro do limite máximo de despesas do governo;
- O governo está aguardando apenas se o Congresso aprovará uma emenda semelhante na MP que já tramita sobre o FGTS. Caso essa mudança não vingue nesse texto, a equipe econômica deve soltar a nova Medida Provisória.
Índice de Atividade Econômica do Banco Central apresenta leve expansão em agosto, mas decepciona as nossas expectativas
- Na agenda econômica local, o destaque foi a divulgação do índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) de agosto, que apresentou queda de 0,7% ante o mesmo mês do ano passado e expansão de 0,1% ante julho deste ano;
- A leitura surpreendeu negativamente as nossas expectativas e mais uma vez confirmou o nosso entendimento de que a economia brasileira segue crescendo a passos muito lentos;
- Se essa composição de crescimento permanecer inalterada, é provável que os efeitos negativos gerados pelos últimos indicadores sejam amplificados, colocando em risco o crescimento do PIB do terceiro trimestre desse ano. Clique aqui para saber ver a nossa análise completa do resultado.
Ajuste fiscal e recomposição de investimentos seguem reduzindo o juro neutro na visão do ministro Paulo Guedes
- De acordo com o jornal Valor econômico, o ministro da economia, Paulo Guedes, avaliou que a taxa de juros neutra vem apresentando queda em decorrência de uma situação fiscal mais dura e uma política monetária mais expansionista;
- De acordo com a matéria, a avaliação do ministro é que esse mix vem abrindo espaço para o investimento privado em detrimento de gastos públicos e que isso poderá ser um fator de retomada de alguns segmentos, tais como o imobiliário;
- Nosso entendimento é que o ministério da economia e Banco Central possuem uma visão bastante similar sobre o assunto e que o mercado deve entender isso como uma mensagem de que os juros deverão seguir em trajetória de queda por mais tempo.
Empresas
Grupo Pão de Açúcar (PCAR4): Destaques da reunião com diretoria executiva
- Na segunda-feira (14-outubro), participamos da reunião organizada pela diretoria executiva do Grupo Pão de Açúcar (GPA). Nesse bate papo, discutimos (1) o impacto da desaceleração da inflação de alimentos nas vendas do segmento de atacarejo; e (2) o cenário ainda desafiador para o segmento de multivarejo e as boas perspectivas para a estratégia de conversão e reforma de lojas;
- Vemos leve deterioração nos resultados de curto prazo para o setor de varejo alimentar em função da recente desaceleração da inflação de alimentos. Porém, tendo em vista a queda de -13% nas ações do GPA desde o início de agosto, acreditamos que o preço atual das ações já reflita grande parte desse cenário. Portanto, continuamos a ver um risco-retorno atrativo para o papel, que agora negocia a um múltiplo de 15x P/L para 2020e. Dessa forma, reiteramos nossa recomendação de Compra para as ações do GPA (PCAR4);
- Para mais detalhes sobre os destaques dessa reunião, acesso o relatório completo aqui.
Vale (VALE3): Dados fortes de produção e vendas do terceiro trimestre
- A Vale divulgou ontem dados de produção e vendas para o terceiro trimestre de 2019. As vendas de minério de ferro e pelotas de 85,1 milhões de toneladas ficaram 4% acima das nossas estimativas, um aumento de 20% em relação ao trimestre anterior, como resultado do progresso contínuo na retomada de operações nos Sistemas Sul e Sudeste e, também, do forte desempenho operacional e da normalização dos embarques no Sistema Norte;
- A retomada das operações de Brucutu e o retorno parcial das operações de processamento a seco no Complexo de Vargem Grande, anunciados em junho e julho, respectivamente, contribuíram para este resultado;
- A Vale divulgará os resultados do terceiro trimestre de 2019 no dia 24 de outubro, após o fechamento do mercado. Mantemos nossa recomendação de Compra e vemos as ações da Vale atrativas, negociando a 4,3x EV/EBITDA 2020, com uma rentabilidade de 11% de sua geração de caixa;
- Para ver o nosso relatório com os principais destaques dos resultados de produção & vendas da Vale, clique aqui.
Eletrobras (ELET3): Propõe aumento de capital de até R$ 9,9 bilhões, sendo R$ 4,0 bi em AFACs da União
- Em fato relevante divulgado ontem, a Eletrobras afirmou que seu Conselho de Administração aprovou a convocação da 175ª Assembleia Geral Extraordinária para deliberar sobre um aumento de capital da estatal por subscrição privada de até R$ 9,9 bilhões. Serão emitidas novas ações ordinárias (ELET3) pelo preço de R$35,72/ação e novas ações preferências classe “B” (ELET6) no preço de R$37,50/ação;
- Dentro do aumento de capital de R$ 9,9 bilhões, a quantia mínima de R$4,0 bilhões deverá ser subscrito pela União, acionista controlador da Eletrobras, mediante a capitalização de recursos de Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital (AFACs) aportados na companhia no passado;
- Segundo o fato relevante, os recursos a serem levantados tem por objetivo reforçar o caixa da Eletrobras para o cumprimento do Plano Diretor de Negócios e Gestão de 2019 a 2023, como programas voluntários de desligamento de empregados e melhora da estrutura de capital da companhia. A depender do montante de recursos levantados com o aumento de capital, a companhia também poderá reavaliar a capacidade de pagamento de dividendos retidos do exercício de 2018. Conforme mencionado no fato relevante, a integralização de novas ações subscritas com créditos de dividendos também poderá reforçar o caixa da empresa;
- Segundo a Agência Estado, a Eletrobras afirmou que a operação de aumento de capital não tem relação com a possível proposta de privatização da companhia mediante a diluição de participação da União. Interlocutores no Ministério da Economia apontam que a operação é um pré-requisito para uma eventual privatização, e não uma maneira de postergá-lo ou substituí-lo.
Azul (AZUL4): Destaques do Azul Investor Day 2019
- A Azul realizou ontem o Azul Investor Day 2019, no geral trazendo um cenário positivo em relação ao crescimento no mercado doméstico e à expansão das margens por meio da (i) introdução de novos jatos e (ii) do crescimento acelerado de outras receitas, como do programa de fidelidade TudoAzul e da operação de cargas. Para mais destaques, acesse o relatório completo.
Vale (VALE3): Acordo de desinvestimento na Vale Indonesia para governo local
- A Vale informou ontem que assinou um acordo, junto com a Sumitomo Metal Mining, para a venda de 20% da mineradora de níquel Vale Indonesia (PTVI) para o governo local;
- O desinvestimento é uma exigência de um aditivo contratual com o governo do país. Atualmente, a Vale e a Sumitomo são acionistas da Vale Indonesia, possuindo 58,7% e 20,1% das ações, respectivamente;
- Pelo acordo, as duas companhias teriam que vender 20% da participação para a Inalum, empresa de mineração estatal que supervisiona os investimentos em mineração no país;
- Após a transação, a Vale e a Sumitomo passarão a deter, em conjunto, cerca de 59% das ações da Vale Indonesia. Os termos e condições finais do contrato serão acordados em documento definitivo, que as partes esperam assinar até o final de 2019. A conclusão da transação deve ocorrer dentro de seis meses após a assinatura.
Cemig (CMIG4): Crise na Renova Energia se aprofunda, LIGT3 vende participação por R$1,00
- Menos de uma semana após a AES Tietê (TIET11) ter desistido de comprar o projeto eólico Alto Sertão III da Renova Energia, a Light (LIGT3) divulgou via fato relevante a venda da totalidade de suas ações na Renova. A venda foi realizada pelo valor simbólico de R$1,00 ao CGI Fundo de Investimento, e corresponde ao equivalentes a 17,17% do capital social da empresa;
- O fechamento da transação ainda está sujeito ao cumprimento de determinadas condições precedentes, como o direito de preferência e de venda conjunta à Cemig (CMIG4), que tem participação de 36,2% na Renova;
- A transação ocorre às vésperas do vencimento de um empréstimo de quase R$ 1 bilhão da Renova com o BNDES. Se a negociação com o banco sobre esse financiamento não for bem-sucedida, o mercado cogita a possibilidade da empresa de geração eólica pedir recuperação judicial. Também enxergamos riscos dos acionistas da Renova terem que aportar recursos na companhia, o que acreditamos que motivou o desinvestimento da Light. Nesse contexto, esperamos que o mercado também monitore o posicionamento da Cemig (CMIG4), que poderá comprar as ações da Light na Renova ou acionar o direito de venda conjunta. Esta última alternativa estaria em linha com as diretrizes do Governo Romeu Zema, mas implicaria no registro de um prejuízo dos investimentos realizados no passado.
Ecommerce: Correios anuncia reajuste inesperado de preços
- O Correios anunciou um reajuste inesperado de preço entre 5,94% (serviço não expresso) até 9,00% (entrega rápida). A medida segue o anúncio de aumento de preços de 8,03% comunicado em janeiro deste ano, com vigência a partir de março, e a recente mudança na diretoria da companhia;
- De acordo com a notícia publicada pelo Valor Econômico, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) pretende ir à Justiça contra o aumento, como foi o caso em 2018. Além disso, a Associação mencionou que o aumento deve ser repassado ao consumidor final, considerando que as empresas não conseguiriam absorver o efeito composto de ambos os reajustes anunciados em 2019;
- Nossa opinião: Embora a implementação do reajuste permaneça incerta, vemos o anúncio como positivo para a B2W, Magazine Luiza e Via Varejo, que atualmente têm exposição limitada aos serviços dos Correios (em torno de 10% a 15% do total de vendas de acordo com as nossas estimativas). Na nossa visão, a medida deve aumentar a competitividade de preços das empresas mencionadas em relação ao setor, principalmente nas datas comemorativas do final de ano como Black Friday e Natal. Ressaltamos que o MercadoLibre (MELI, sem cobertura) tem exposição próxima de 80% aos Correios e é a maior plataforma de ecommerce do país, com participação de 32% no mercado.
Renda Fixa
C6 Bank faz quinta aquisição, focando em seguros
- De acordo com o Estadão, o recém-chegado C6 Bank fez nova aquisição, com foco no setor de seguros, sendo a quinta compra em um ano e meio de vida. Com isso, se posiciona para aumentar a oferta de serviços financeiros para seus clientes (pessoas físicas e pequenas e médias empresas);
- A adquirida foi a Som.us, que atua em seguro e resseguro e está presente em SP, RJ, MG e DF (estados que concentram alta renda). Segundo informações da matéria, a empresa agrega carteira de R$300 milhões em prêmios de seguros e plataforma de assessoria a mais de três mil corretoras de seguros;
- A aquisição faz sentido para a estratégia do banco, que quer ser um marketplace de seguros. O valor da transação não é conhecido. Recentemente, o banoc elevou o capital para R$430 milhões;
- Além dessa aquisição, o C6 já tinha investido em uma empresa de pagamentos (PayGo), numa fornecedora de soluções de pagamentos (Setis), um marketplace de câmbio (Besser Partners) e em uma startup de educação corporativa (Idea9).
Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!