IBOVESPA 2,2% | 96.089 Pontos
CÂMBIO -1,95% | 5,58/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa encerrou ontem o pregão em alta de +2,21%, aos 96.089 pontos. Entre as principais altas do índice, destacamos PRIO3 (+6,59%), GOAU4 (+6,59%) e IRBR3 (+6,55%), enquanto na frente negativa as principais quedas foram de CVCB3 (-2,82%), COGN3 (-1,67%) e EMBR3 (-1,08%). Bolsas globais operam em territórios mistos nesta manhã, com futuros do S&P 500 em leve queda e bolsas europeias e asiáticas encerrando o pregão em leve alta.
As taxas futuras de juros tiveram alívio no dia de ontem, com indicações pelo Senado de que o financiamento do Renda Cidadã deverá respeitar o teto de gastos, reduzindo de certa forma o risco fiscal. Ajudou também para o alívio o sentimento externo positivo, com a alta hospitalar do presidente Donald Trump e por conta do acordo para o pacote fiscal nos EUA. DI jan/21 fechou em 2,01%; DI jan/23 encerrou em 4,71%; DI jan/25 foi para 6,57%; e DI jan/27 fechou em 7,47%.
Os preços de petróleo Brent encerraram o pregão de ontem em alta de 5,29% e operam em leve alta de 0,92% nesta manhã, aos US$41,67/barril. O movimento refletiu uma combinação de otimismo de mercados globais com a recuperação do Presidente Donald Trump, expectativas de redução de oferta da commodity com a ocorrência de greves na Noruega que podem comprometer 8% da produção de petróleo do país e impactos de um furacão no Golfo do México sobre a produção de petróleo nos EUA.
Na frente internacional, destacamos em primeiro lugar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou o hospital onde esteve internado durante três dias para receber atendimento médico por covid-19 nesta segunda-feira (5). O médico de Trump disse que ainda existe um risco, mas que deve receber o atendimento necessário na Casa Branca. O presidente se manifestou nas redes, pedindo que americanos “não tenham medo do coronavírus” e não deixem a doença “dominar suas vidas”.
Ainda, sua campanha indicou que ele tem intenção de participar do segundo debate presidencial, marcado para o dia 15 de outubro. O candidato democrata, Joe Biden, afirmou que não teria problema em participar do evento se especialistas derem aval. Vale lembrar que o debate vice-presidencial entre Mike Pence e Kamala Harris será amanhã. Antes do evento, a comissão de debates presidenciais anunciou novas medidas de segurança.
No noticiário econômico, as atenções seguem voltadas para as propostas de financiamento do Renda Cidadã. Durante um jantar realizado ontem, o governo e o Congresso colocaram no radar uma lista de medidas de ajuste que poderiam abrir um espaço no Orçamento de R$ 45,4 bilhões. O foco das medidas seria o ajuste nas despesas (como penduricalhos dos altos salários), mas também seriam abordadas medidas na área tributária para aumentar a arrecadação, como a taxação de dividendos e o corte de isenções do IR de pessoas físicas.
O senador Márcio Bittar afirmou que qualquer demanda relacionada ao novo programa social do governo passará pelo carimbo do ministro Paulo Guedes e prometeu respeitar o teto de gastos. Mas uma hora e meia depois da afirmação, o senador teria voltado a se reunir com Marinho para discutir detalhes da proposta. A promessa de adequação do Renda Cidadã ao teto de gastos fez os juros futuros terem um dia de queda significativa ontem, mas o risco fiscal continua chamando bastante a atenção do mercado.
Depois da turbulência da semana passada, a política viveu ontem um dia de alívio e reconciliação. Rodrigo Maia e Paulo Guedes jantaram juntos e, à saída, pediram desculpas um ao outro pela troca de acusações dos últimos dias. Entre outros assuntos, o encontro buscou saídas para destravar o impasse em que se meteu o Renda Brasil.
Em outro sinal positivo, o relator da proposta, senador Márcio Bittar, reuniu-se com Guedes durante a tarde e prometeu apresentar amanhã seu relatório da PEC do Pacto Federativo, respeitando o teto de gastos.
Tópicos do dia
Coronavírus
Revisamos em agosto o target do Ibovespa para 115.000 pontos
Medidas econômicas para combater o coronavirus no Brasil
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Internacional

- Política internacional: Trump deixa hospital e retorna à Casa Branca
- Petróleo: Alta dos preços foi intensificada com uma interrupção no fornecimento e saída de Trump do hospital
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Empresas

- Marfrig (MRFG3): empresa anuncia aquisição de planta de processados na Argentina
- Brasil questiona plano do Reino Unido para garantir importação “livre de desmate” e ameaça recorrer à OMC
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: Trump deixa hospital e retorna à Casa Branca
- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou o hospital onde esteve internado durante três dias para receber atendimento médico por covid-19 nesta segunda-feira (5). O médico de Trump disse que ainda existe um risco, mas que deve receber o atendimento necessário na Casa Branca;
- O presidente se manifestou nas redes, pedindo que americanos “não tenham medo do coronavírus” e não deixem a doença “dominar suas vidas”;
- Ainda, sua campanha indicou que ele tem intenção de participar do segundo debate presidencial, marcado para o dia 15 de outubro. O candidato democrata, Joe Biden, afirmou que não teria problema em participar do evento se especialistas derem aval. Vale lembrar que o debate vice-presidencial entre Mike Pence e Kamala Harris será amanhã. Antes do evento, a comissão de debates presidenciais anunciou novas medidas de segurança. Além da alta do presidente, também foram observados sinais positivos no lado das negociações pelo novo pacote de estímulo à economia, uma vez que a equipe da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmou que ela conversou com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, por uma hora e que os líderes devem falar novamente nesta terça-feira.
Petróleo: Alta dos preços foi intensificada com uma interrupção no fornecimento e saída de Trump do hospital
- Ontem, o preço do petróleo subiu +5,14% a US$ 41,29 / barril devido a interrupções no fornecimento de petróleo na Noruega, um novo furacão no Golfo do México e o retorno do presidente dos EUA, Donald Trump, à Casa Branca após tratamento de COVID-19 no hospital;
- De acordo com a Associação de Petróleo e Gás da Noruega, uma greve de trabalhadores do petróleo na Noruega cortará a capacidade total de produção do país em pouco mais de 330.000 barris por dia, ou cerca de 8% da produção total. Adicionalmente, um furacão é esperado no Golfo do México, o que tem levado petroleiras a evacuar suas plataformas de petróleo na região;
- Uma recuperação nas bolsas globais após o retorno de Trump do hospital à Casa Branca e as expectativas de um novo pacote de estímulo dos EUA sendo acordado também impulsionaram o petróleo. Na manhã desta terça-feira, os preços do petróleo operam em território positivo, com alta de 1,19%, a US$ 41,78 / barril.
Empresas
Marfrig (MRFG3): empresa anuncia aquisição de planta de processados na Argentina
- A Marfrig anunciou ontem de noite que comprou 100% das ações da Campo del Tesoro, líder na produção de hambúrgueres de carne bovina para o food service na Argentina. O valor total da transação foi de US$ 4,6 milhões, menos de 1% da capitalização de mercado da empresa, atualmente avaliada em R$ 10,7 bilhões. Para conferir todos os detalhes, acesse o Expresso Alimentos & Bebidas desta semana;
- A empresa Campo del Tesoro opera uma planta em Pilar, província de Buenos Aires, com capacidade de processamento de cerca de 15 mil toneladas/ano de hambúrgueres. Vale lembrar que a Marfrig já tinha capacidade total de 54 mil toneladas/ano de hambúrgueres na Argentina, liderando os canais de varejo e food service com as marcas Paty e Good Mark;
- No Brasil, a empresa conta com capacidade de produção de hambúrgueres de 69 mil toneladas/ano. Enxergamos a aquisição, ainda que relativamente pequena, como positiva, na medida em que consolida a liderança da Marfrig no mercado argentino de hambúrgueres e reforça seu portfolio com produtos de valor agregado.
Brasil questiona plano do Reino Unido para garantir importação “livre de desmate” e ameaça recorrer à OMC
- Conforme mencionado ontem, o Reino Unido encerrou nesta segunda-feira uma consulta pública para decidir se de fato fará um projeto de lei para tornar ilegal para grandes empresas o uso de commodities que apresentam “risco florestal” — ou seja, que não tenham sido produzidas de acordo com as leis locais;
- De acordo com o Valor Econômico, o Brasil, em resposta, afirmou: “O governo brasileiro reserva-se o direito de questionar nos foros apropriados a lei que for aprovada em função de sua eventual não compatibilidade com as normas da OMC”;
- O governo brasileiro manifesta “preocupação” com vários aspectos da proposta colocada em consulta:
- no estágio atual a proposta britânica não esclarece as ações que os importadores deverão executar para atender às exigências de due dilligence;
- os critérios para definir quais as commodities que apresentam risco elevado de causar desmatamento não estão claros, alegando que partindo do pressuposto de que o desmatamento ilegal pode em princípio voltar-se à produção de qualquer commodity, o projeto de lei teria o potencial de abranger todas as commodities existentes;
- a proposta do Reino Unido “parece denotar um viés discriminatório contra os países tropicais”, de forma que uma eventual nova lei deverá ser aplicada de forma isonômica a todos os países do planeta;
- a iniciativa britânica “seria altamente onerosa”; e
- os custos da due dilligence “recairiam potencialmente sobre uma vasta maioria dos estabelecimentos do agronegócio em todos os países do mundo”;
- O Reino Unido, após a consulta pública, agora vai definir o projeto de lei. Se confirmada, a iniciativa joga para o governo brasileiro a obrigação de demonstrar publicamente, com dados e informações, que tem feito o “enforcement” de sua própria lei e pode afetar as exportações brasileiras.

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