IBOVESPA -0,11% | 104.310 Pontos
CÂMBIO 3,10% | 5,17/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa encerrou a sessão de ontem em leve queda de 0,11%, a 104.309 pontos, com o peso de uma correção depois das fortes altas recentes. Já as taxas futuras de juros fecharam em alta, refletindo alguns fatores observados ao longo do dia: i) entrega da reforma tributária ao Congresso, com possibilidade de retirar a desoneração de itens da cesta básica; ii) notícia de que a Casa Civil queria consultar o TCU sobre custeio de investimentos com créditos fora do teto de gastos; iii) acordo para pacote de estímulo na União Europeia. DI jan/21 ficou em 2,04%; DI jan/23 fechou em 4,03%; e DI jan/25 encerrou em 5,63%.
Nesta manhã, mercados internacionais derrapam com EUA e Europa revertendo parcialmente os ganhos de ontem diante do aumento de tensões geopolíticas. Na Ásia, bolsas tiveram fechamento misto.
O Departamento de Justiça dos EUA acusou dois hackers chineses, que estariam trabalhando para Beijing, de tentar roubar dados de empresas em 11 países, incluindo sobre pesquisas relacionadas ao Covid-19. Após Washington decretar o fechamento do consulado chinês em Houston, Beijing considerou a ação ‘uma escalada sem precedentes’ da tensão entre os dois países e prometeu retaliação. Também, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se reuniu ontem com o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, para discutir uma estratégia coordenada contra a China, ampliando a pressão para que o governo Boris Johnson imponha sanções contra o poder asiático.
No Brasil, o governo entregou ontem a primeira parte da proposta de reforma tributária ao Congresso. A principal alteração proposta pelo governo é a unificação do PIS e do Confins em um único imposto com alíquota de 12%, chamado de Contribuição Social sobre operações com Bens e Serviços (CBS). De última hora, a equipe econômica desistiu de propor o fim da desoneração da cesta básica, com a justificativa de que seria difícil explicar, neste momento, uma proposta que representaria um aumento do custo de vida para a classe média. De acordo com o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, a reformulação dos tributos sobre a cesta básica fará parte da segunda etapa da reforma tributária. A segunda etapa deve ser enviada ao Congresso entre 20 e 30 dias, e também deve incluir mudanças no IPI; alterações na tributação sobre renda e taxação de dividendos; e a desoneração da folha de pagamentos, com criação de contribuição sobre pagamentos para compensá-la.
Também ontem, a Câmara aprovou em dois turnos a PEC que torna permanente o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e amplia a complementação paga pela União ao principal mecanismo de financiamento da educação básica no País. A participação complementar da União será elevada de maneira escalonada, com 12% em 2021, 15% em 2022 e 2p.p. ao ano até os 23% em 2026. O custo calculado é de R$1,7 bilhões a cada ponto percentual, e tem impacto no resultado primário, embora não esteja incluído na regra do teto de gastos. O valor sobre o qual a União contribuiu em 2020 é de R$ 157,9 bilhões. Os deputados votarão agora um destaque do partido Novo e depois o texto seguirá para o Senado.
Finalmente, no campo das empresas, publicamos um relatório atualizando a nossa visão em relação ao futuro do e-commerce no Brasil e nossas recomendações para as empresas que cobrimos neste setor. Neste relatório, retomamos cobertura das ações de Via Varejo (VVAR3) com recomendação de Compra e rebaixamos as ações de Magazine Luiza (MGLU3) para Neutro. Permanecemos com recomendação Neutra para B2W (BTOW3) e Compra para Lojas Americanas (LAME4). Clique aqui para conferir o conteúdo completo.
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Internacional

- Política internacional: tensões com a China voltam a ser destaque
- Petróleo: Expectativas do mercado de uma redução de -2,0 milhões de barris nos estoques dos EUA
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas

- Ações de E-commerce: Retomando Via Varejo com “Compra” e Rebaixando Magalu para “Neutro”
- Equatorial Energia (EQTL3): Dados operacionais do 2T20
- Setor elétrico: ANEEL aprova retorno de cortes de energia por falta de pagamento a partir de agosto
- IRB (IRBR3): Justiça retira necessidade de apresentação de garantias no valor de R$ 1 bi
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: tensões com a China voltam a ser destaque
- Em meio a alta em número de casos de Covid-19 nos Estados Unidos, o presidente americano Donald Trump anunciou que deve voltar a realizar coletivas sobre o coronavírus e passou a defender o uso de máscaras em público, o que marca uma forte mudança em seu discurso;
- No lado das tensões com a China, o Departamento de Justiça dos EUA acusou dois hackers chineses, que estariam trabalhando para Pequim, de tentar roubar dados de empresas em 11 países. Parte da informação furtada seriam pesquisas sobre o Covid-19. O governo chinês considerou a ação ‘uma escalada sem precedentes’ da tensão entre os dois países e prometeu retaliação;
- Também, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se reuniu ontem com o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, para discutir uma estratégia coordenada contra a China, ampliando a pressão para que o governo Boris Johnson imponha sanções contra o poder asiático;
- Na política doméstica, a Casa Branca enfrenta desafios na relação com o Legislativo. O governo Trump e parlamentares republicanos divergem sobre prioridades do pacote emergencial, como o corte de impostos sobre a folha de pagamentos defendido pelo presidente, assim dificultando sua posição nas negociações com os democratas;
- Joe Biden, apresentou ontem um plano de USD 775 bilhões destinado ao cuidado de crianças, pessoas com deficiência e idosos. O pacote prevê a criação de 5 milhões de empregos de forma direta e indireta, segundo a campanha do ex-vice-presidente, e seria custeado com impostos a investidores imobiliários com renda superior a USD 400 mil por ano e regras tributárias mais duras.
Petróleo: Expectativas do mercado de uma redução de -2,0 milhões de barris nos estoques dos EUA
- O relatório oficial de fornecimento da Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) deve ser publicado hoje às 11:30 da manhã (horário de Brasília), com expectativas do mercado de uma redução de -2,088 milhões de barris nos estoques dos EUA;
- Os estoques de petróleo dos EUA caíram -7,943 milhões de barris na semana passada, acima da expectativa de mercado de -2,098 milhões de barris, o que é visto como positivo por indicar uma menor oferta em relação à demanda;
- Nessa manhã de quarta-feira, a commodity opera em território negativo, em queda de -1,13% em US$43,82 barril (Brent).
Empresas
Ações de E-commerce: Retomando Via Varejo com “Compra” e Rebaixando Magalu para “Neutro”
- Aproveitamos o cenário atual e a alta recente das ações para atualizarmos a nossa visão em relação ao futuro do e-commerce no Brasil e nossas recomendações para as empresas que cobrimos neste setor. Neste relatório, retomamos cobertura das ações de Via Varejo (VVAR3) com recomendação de Compra e rebaixamos as ações de Magazine Luiza (MGLU3) para Neutro. Permanecemos com recomendação Neutra para B2W (BTOW3) e Compra para Lojas Americanas (LAME4);
- Retomando Via Varejo com Compra; Rebaixando Magalu para Neutro. Retomamos cobertura das ações de Via Varejo (VVAR3) com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 28,0 para o final de 2020. Acreditamos que as preocupações dos investidores em relação à liquidez de curto prazo da companhia tenham sido endereçadas e que a companhia tenha reduzido algumas das lacunas em relação a seus competidores. Além disso, rebaixamos a recomendação de Magazine Luiza (MGLU3) para Neutro com preço-alvo de R$ 78,0 para o final de 2020, pois temos dificuldade em justificar um potencial de alta elevado nos níveis atuais;
- Atualização do preço-alvo de Lojas Americanas (LAME4, Compra) e B2W (BTOW3, Neutro). Estamos atualizando os preços-alvo ao final de 2020 de Lojas Americanas (para R$ 44,0 de R$ 35,0) e B2W (para R$ 135,0 de R$ 105,0), mantendo as duas recomendações inalteradas;
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Equatorial Energia (EQTL3): Dados operacionais do 2T20
- Ontem, a Equatorial Energia divulgou os dados operacionais do grupo no segundo trimestre de 2020 (2T20). Ao todo, a energia total distribuída das distribuidoras do grupo cresceu +3,2% em relação ao ano anterior, com a performance sendo quebrada em: (1) crescimento de 0,6% na Equatorial Maranhão, (2) queda de -2,5% na Equatorial Pará, (3) queda de -3% de Equatorial Piauí e (4) alta de 36,9% na Equatorial Alagoas;
- Quando olhamos a performance do grupo por classe de consumidores cativos (isto é, que não estão no mercado livre e que adquirem energia da distribuidora no mercado regulado), destacamos a evolução em relação ao ano anterior: (i) um crescimento de +17,6% no consumo residencial, (ii) queda de -19,5% no consumo industrial e (iii) queda de -18,8% no consumo comercial. No mercado livre, a demanda por energia cresceu 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior;
- Vemos a performance operacional da Equatorial como positiva à primeira vista, uma vez que a evolução de demanda por energia claramente se destaca frente a outras distribuidoras. Também enxergamos como positivo o processo de melhoria das operações da distribuidora Equatorial Alagoas (antiga Ceal), com forte redução de perdas não-técnicas e cadastro acelerado de novos consumidores. Acreditamos que as ações deverão reagir positivamente no pregão de hoje;
- Entretanto, acreditamos tamanho crescimento de volumes, principalmente na classe residencial foi muito influenciada pelo subsídio do governo aos consumidores cadastrados na Tarifa Social (classe de consumo que perfaz 25,1% dos consumidores do grupo). É esperado que tal subsídio às famílias de baixa renda termine ao final de agosto, conforme a redação atual da Medida Provisória 950, que dita medidas de apoio ao setor elétrico em meio à crise do coronavírus. Quando isso ocorrer, somado ao fato de que a ANEEL manteve o veto ao corte de fornecimento de energia por inadimplência para tal classe de consumidores até o final de 2020, vemos risco de um aumento de inadimplência nas distribuidoras do grupo. Tal risco é um dos motivos pelo qual temos uma postura mais cautelosa em relação às ações da Equatorial e mantemos recomendação Neutra, com preço-alvo de R$20/ação.
Setor elétrico: ANEEL aprova retorno de cortes de energia por falta de pagamento a partir de agosto
- Ontem, a ANEEL informou que a partir de 1º de agosto, volta a ser permitido cortes de energia por falta de pagamento para consumidores residenciais e os relacionados ao fornecimento de energia aos serviços e atividades consideradas essenciais. Apenas usuários enquadrados no programa Tarifa Social, destinado a famílias de baixa renda, terão o fornecimento mantido até o fim do ano sem a realização de cortes por inadimplência;
- Desde a declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Aneel aprovou, temporariamente, a proibição de cortes por falta de pagamento entre 24 de março e 31 de julho para todos os consumidores. Com a retomada dos cortes de fornecimento, as distribuidoras deverão mandar um aviso, informando os consumidores. A Aneel também manteve o direito das distribuidoras de cobrar taxa de religação após a regularização da situação de inadimplência;
- Vemos a notícia como positiva para as distribuidoras de energia, dado que a principal ferramenta das concessionárias de distribuição para evitar a inadimplência é o corte do fornecimento. Entretanto, notamos que não é garantido que o posicionamento da ANEEL seja mantido dependendo da tramitação da Medida Provisória 950, que dita medidas relacionadas ao setor elétrico em meio à pandemia do Coronavírus. Entre as medidas propostas pelo relator da MP, Deputado Léo Moraes (Podemos – RN), destacamos a manutenção do veto a cortes de energia para consumidores residenciais e que exercem atividades essenciais enquanto perdurar o estado de calamidade pública (veja mais sobre a MP 950 no link);
- Além disso, a manutenção do veto a cortes de fornecimento para consumidores enquadrados na Tarifa Social sem que ocorra a manutenção do subsídio do governo por igual período (o relator da MP 950 propôs que a isenção continue até 31 de agosto de 2020) pode criar uma combinação adversa que acarrete uma elevação significativa de inadimplência em nomes demasiadamente expostos a este segmento, como Equatorial Energia c (25,1% de seus consumidores). Mantemos nossa visão negativa para o segmento de distribuição enquanto perdurar o estado de calamidade pública e os impactos da pandemia sobre a economia e indicadores de emprego e renda.
IRB (IRBR3): Justiça retira necessidade de apresentação de garantias no valor de R$ 1 bi
- De acordo com a mídia, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) afastou a possibilidade de o IRB ter de apresentar de imediato garantias via depósito judicial para uma ação pública no valor de R$ 1 bilhão relativa ao ressarcimento de investidores;
- A decisão havia sido tomada no mês anterior devido a um processo formulado por investidores com justificativa em possíveis prejuízos causados pela governança da resseguradora. Em razão disso, o TJ-SP havia pedido à empresa que comprovasse a capacidade financeira de arcar com R$ 1 bilhão via depósito judicial;
- Nossa visão é positiva, uma vez que a medida aumenta a capacidade de a resseguradora preservar liquidez, especialmente importante durante este período de fiscalização da SUSEP.

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