IBOVESPA 0,90% | 114.781 Pontos
CÂMBIO 1,92% | 5,76/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou em queda de 1,2% na semana passada aos 114.780 pontos, em um período marcado por preocupações com o avanço da Covid-19 no Brasil e na Europa, além de aumento da aversão ao risco em países emergentes. Adicionalmente, desde terça-feira, um navio de carga de 400 metros está encalhado no Canal de Suez, por onde passa cerca de 10% do comércio global; tal encalhamento gerou fortes oscilações no preço do petróleo na semana.
Do lado internacional, mercados globais amanhecem sem direção definida: nos EUA (-0,4%), bancos puxam a queda após liquidação inesperada de US$ 20bi de um fundo de investimento. Na Europa (+0,3%), o setor de alimentos e bebidas compensa a queda das financeiras. Por fim, o petróleo (-0,3%) recua com progresso no desbloqueio do Canal de Suez.
No Brasil, os jornais seguem repercutindo o orçamento irrealista aprovado na semana passada no Congresso. Despesas obrigatórias, como previdência e folha de pagamento dos servidores públicos, estão subestimadas entre R$ 30 e 40 bilhões, aumentando substancialmente a probabilidade de paralisação do governo (shutdown). O orçamento aprovado é “inexequível”, dizem técnicos do Ministério da Economia. De acordo com jornais locais, o governo considera enviar uma nova proposta de lei ao Congresso para corrigir o orçamento.
Na visão do time de política da XP, o envio de um novo projeto de lei recompondo as despesas obrigatórias e cancelando parte das emendas poderia gerar desgaste político. Ainda na seara política, depois de discursos críticos de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, que responsabilizaram a política externa brasileira pelo atraso no cronograma de vacinação, congressistas aumentam a pressão pela substituição do chanceler Ernesto Araújo. Ontem, ele se indispôs com a senadora Kátia Abreu ao dizer que as cobranças por sua saída têm origem em disputas pelo leilão do 5G.
No campo da política internacional, em um fim de semana marcado por tensões entre Beijing, a União Europeia e Washington, geradas pelas sanções por abusos aos direitos humanos em Xianjing, empresas americanas e europeias enfrentaram boicotes na China. No lado do comércio, a nova representante comercial dos Estados Unidos, Katherine Tai, afirmou que os EUA não estariam prontos para eliminar tarifas sobre as importações chinesas, mas considerariam reabrir negociações com Beijing. E na política doméstica americana, Biden deve anunciar nesta quarta-feira (31) um novo pacote de infraestrutura e emprego.
Por fim, do lado da renda fixa, destacamos que o mercado de juros futuros acompanhou a alta do dólar e das treasuries norte-americanas na última sexta-feira e fechou a sessão com alta nos contratos longos e baixa nos vértices curtos. O contexto interrompeu o viés de baixa observado na sessão anterior, quando o Banco Central reforçou seu plano de ajuste parcial das condições monetárias para 2021: DI jan/22 fechou em 4,48%; DI jan/24 terminou a sessão em 7,57%; DI jan/26 foi pra 8,42% e DI jan/28 encerrou em 8,89%.
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Economia
- Orçamento irreal deve levar Brasil ao fechamento
Política
- Governo discute como lidar com Orçamento com estimativas reduzidas de despesas obrigatórias; Congresso aumenta pressão por mudança de chanceler
- Política internacional: fim de semana marcado por tensões entre Beijing, a União Europeia e Washington
Empresas
- Cemig (CMIG4): Resultados do 4T20 em linha com nossas estimativas; Mantemos Neutro
- Cemig (CMIG4): Confirma que está avaliando uma estrutura para vender sua participação na Taesa
- Siderurgia: ArcelorMittal anuncia retomada de projeto de R$1,9 bilhões
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Economia
Orçamento irreal deve levar Brasil ao fechamento
- Os preços do petróleo em queda. O cargueiro que bloqueia o Canal de Suez foi parcialmente reflutuado, primeiro passo para a reabertura da rota marítima;
- Calendário econômico intenso dos EUA esta semana. Os destaques são o ISM Manufacturing Index (na quinta-feira) e o relatório do mercado de trabalho (na sexta-feira);
- No Brasil, os jornais seguem repercutindo o orçamento irrealista aprovado na semana passada no Congresso. Despesas obrigatórias, como previdência e folha de pagamento dos servidores públicos, estão subestimadas entre R$ 30-40 bilhões, aumentando substancialmente a probabilidade de paralisação do governo (shutdown). O orçamento aprovado é “inexequível”, dizem técnicos do Ministério da Econoima. De acordo com jornais locais, o governo considera enviar uma nova proposta de lei ao Congresso para corrigir o orçamento.
Política
Governo discute como lidar com Orçamento com estimativas reduzidas de despesas brigatórias; Congresso aumenta pressão por mudança de chanceler
- O governo discute saídas para a execução do Orçamento, que foi aprovado na semana passada com revisão das estimativas de despesas obrigatórias e ampliação de gastos com emendas parlamentares. Uma saída cogitada é enviar um novo projeto de lei recompondo as despesas obrigatórias e cancelando parte das emendas, o que geraria desgaste político. Um grupo de parlamentares quer pedir ao TCU que deixe claro se o governo pode ser responsabilizado caso execute o Orçamento “maquiado”;
- Depois de discursos críticos de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, que responsabilizaram a política externa brasileira pelo atraso no cronograma de vacinação, congressistas aumentam a pressão pela substituição do chanceler Ernesto Araújo. Ontem, ele se indispôs com a senadora Kátia Abreu ao dizer que as cobranças por sua saída têm origem em disputas pelo leilão do 5G.
Política internacional: fim de semana marcado por tensões entre Beijing, a União Europeia e Washington
- Em um fim de semana marcado por tensões entre Beijing, a União Europeia e Washington, geradas pelas sanções por abusos aos direitos humanos em Xianjing, empresas americanas e europeias enfrentaram boicotes na China. A varejista de moda H&M é a mais afetada e teve, ao menos, seis lojas fechadas no país por proprietários dos estabelecimentos;
- O Japão enfrenta pressões para adotar as sanções em antecipação do primeiro encontro entre o primeiro ministro Yoshihide Suga e o presidente americano, Joe Biden;
- No lado do comércio, a nova representante comercial dos EUA, Katherine Tai, afirmou que os EUA não estariam prontos para eliminar tarifas sobre as importações chinesas, mas considerariam reabrir negociações com Beijing;
- Ainda na seara diplomática, o presidente americano convidou 40 líderes mundiais, entre eles Vladimir Putin e Xi Jinping, para participar de uma reunião virtual sobre mudanças climáticas. O evento deve ser realizado em abril;
- E na política doméstica americana, Biden deve anunciar nesta quarta-feira (31) um novo pacote de infraestrutura e emprego. Um segundo programa, com ênfase em Saúde e assistência para famílias com crianças, estaria também sendo preparado.
Empresas
Cemig (CMIG4): Resultados do 4T20 em linha com nossas estimativas; Mantemos Neutro
- Em 26 de março após o fechamento do mercado, a Cemig divulgou o resultado do 4T20, com EBITDA Ajustado (incluindo Equivalência Patrimonial) de R$ 1.203,5 milhões, em linha com nossa estimativa de R$ 1.175,5 milhões (+2,4);
- Passando para a linha de lucro, o Lucro Líquido da Cemig no trimestre foi de R$ 1.332,4 milhões, muito acima da nossa estimativa de R$ 682,4 milhões e do consenso da Bloomberg de R$ 630,0 milhões. O resultado reflete principalmente o impacto positivo não-recorrente da remensuração do valor de mercado do investimento na Light;
- Temos uma avaliação neutra dos resultados da Cemig no 4T20, tendo em vista que o EBITDA ajustado veio em linha com nossas projeções. Na frente operacional, destacamos os efeitos ainda existentes da pandemia do COVID-19: (i) redução de -5,5% A/A no consumo do mercado cativo na Cemig D e (ii) redução na energia faturada dos clientes industriais de -5,6% A/A e -7,8% dos comerciais, na Cemig GT. Mantemos nossa recomendação Neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 12/ação.
Cemig (CMIG4): Confirma que está avaliando uma estrutura para vender sua participação na Taesa
- Na última sexta-feira a Cemig informou, via fato relevante, que está avaliando estruturas para o desinvestimento da sua participação (21,6%) no capital social da Taesa (TAEE11.SA). Segundo a companhia, o processo se encontra em fase de identificação e avaliação pela Diretoria, com o auxílio de assessores especializados, das alternativas disponíveis para a realização do desinvestimento;
- Em nossa visão é importante monitorar qual será a estrutura que a Cemig adotará para venda de sua participação na Taesa, de modo a obter uma otimização fiscal (ou seja, redução de pagamento de imposto de renda sobre ganhos de capital no momento de alienação de sua participação). A Cemig tem a possibilidade de aproveitar o prejuízo contábil gerado pela venda da participação na Light, em janeiro, para reduzir o imposto que a venda da Taesa vai gerar;
- Já na ótica da Taesa, tendo em vista que as ações já estão nas máximas históricas, vemos como limitada a possibilidade de as ações negociarem a um prêmio adicional por expectativa de M&A. Mantemos nossa recomendação Neutra em CMIG4 e TAEE11, com preços-alvo de R$ 12/ação e R$ 32/unit respectivamente.
Siderurgia: ArcelorMittal anuncia retomada de projeto de R$1,9 bilhões
- A ArcelorMittal é a maior produtora de aço no Brasil, seguida por Gerdau, anunciou a retomada da instalação de uma nova linha de chapas de aço a serem utilizadas na fabricação de automóveis. O valor do projeto, segundo a siderúrgica, é de R$1,9 bilhões e ampliará a capacidade de produção de aço na unidade Veja do Sul para 2,2 milhões de toneladas por ano (vs. 1,6 milhões de toneladas por ano, atualmente);
- A decisão da companhia se deu pelas melhores perspectivas de demanda desse tipo de aço no mercado brasileiro nos próximos anos, após sofrer diversos adiamentos desde 2014, por conta da situação econômica desfavorável. A expectativa de início de operação é no terceiro trimestre de 2023;
- Em relação ao mercado, a companhia afirma que o auxílio emergencial alavancou o consumo a partir de junho em diversas linhas de negócios, inclusive com forte alta no quarto trimestre. Para 2021, a ArcelorMittal acredita que haverá uma estabilização na demanda, apesar de um início de ano com atividade ainda forte.
Notícias Diárias do Setor Financeiro
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