IBOVESPA -0,35% | 114.109 Pontos
CÂMBIO -0,12% | 5,16/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou em leve baixa de 0,35% ontem, com investidores em compasso de espera pela decisão de taxa de juros nos EUA, e por uma resolução no impasse que toma conta do Congresso norte americano em relação ao novo pacote de estímulos econômicos contra os efeitos da pandemia. Já no território de juros, as taxas futuras operaram em leve alta durante todo o dia, mas o movimento perdeu força e a curva encerrou a terça-feira praticamente estável, com força nas apostas de uma Selic baixa por mais tempo. DI jan/21 ficou em 1,93%; DI jan/23 fechou em 4,05%; e DI jan/25 encerrou em 5,35%.
Hoje, mercados internacionais amanhecem em território misto, com EUA +0,2% e Europa flat antes do anúncio de Powell sobre o comitê do Fed. Nos EUA, as negociações entre republicanos e democratas seguem gerando tensões no palco doméstico, enquanto na seara geopolítica a China anunciou nesta terça-feira a suspensão de acordos de extradição entre Hong Kong e Canadá, Austrália e Reino Unido. Os três países haviam adotado a mesma medida após a recente aprovação da nova lei de segurança nacional para Hong Kong, que pode ainda ter as eleições postergadas devido à alta em casos de Covid-19.
No Brasil, destaque para o resultado do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem, que indicou o fechamento de apenas 10.984 postos com carteira de trabalho assinada em junho (-19.948 na série livre de efeitos sazonais). O resultado surpreendeu tanto as nossas expectativas (-195 mil) quanto as expectativas de mercado coletadas pela Bloomberg (-220 mil), e reforçou a mensagem de que as medidas implementadas pelo governo para conter o número de demissões e amenizar os impactos da pandemia sobre o mercado de trabalho brasileiro têm surtido bastante efeito.
No noticiário econômico de hoje, ganhou destaque a intenção do governo de avançar no Congresso com reformas estruturais para tentar melhorar o ambiente de negócios no pós-pandemia, incluindo novo marco regulatório no setor de gás, que pretende baixar o preço em 40%, e mudanças na Lei de Falências objetivando dar maior agilidade aos processos de recuperação judicial no país. Os planos para estatizações, no entanto, continuam caminhando de forma bastante gradual. Hoje, somente 18 das 614 estatais estão na lista de privatizações, sendo que nenhuma teve sua estruturação totalmente definida. O primeiro leilão está previsto para o fim desse ano.
Na agenda de indicadores e eventos do dia, além da decisão de política monetária do Federal Reserve, seguida de entrevista coletiva com o presidente da instituição, Jerome Powell, o Banco Central do Brasil divulgará a nota de crédito referente a junho e o Tesouro Nacional publicará o relatório mensal da dívida pública federal.
Enquanto isso, na política, o ambiente segue sob influência da divisão no bloco de partidos de centro. Depois de DEM e MDB, outras duas legendas — Pros e PTB — também devem deixar o grupo de influência de Arthur Lira, líder do PP. O principal desdobramento a ser monitorado é o impacto dessa divisão nas discussões da reforma tributária, em que os grupos já demonstravam divergências.
Finalmente, no cenário corporativo, a CSN apresentou números mais fortes no segundo trimestre, com EBITDA consolidado em R$1.925 milhões, 11% acima do nosso e 3% acima do consenso (+45% T/T e -11% no comparativo anual). Os principais destaques foram o maior volume de minério de ferro no período (7,7 milhões de toneladas, + 38% T/T) e os melhores preços realizados no segmento de aço (+10,4% T/T). A Dívida Líquida/EBITDA aumentou para 5,17x (de 4,78x no 1T) com o aumento do dólar. Vemos o perfil atual da dívida como o principal fator de risco para a empresa, aguardando desinvestimentos para uma melhora do balanço patrimonial. Esperamos uma reação positiva no pregão de hoje. Reiteramos nossa recomendação de Compra (preço-alvo de R$14,0/ação) com preços fortes de minério de ferro e recuperação de volumes de minério de ferro e aço no segundo semestre.
Já do lado de financials, a Cielo reportou um resultado fraco na última noite com um prejuízo líquido de R$ 76 milhões. O prejuízo foi causada principalmente por: i) desalavancagem operacional, uma vez que o volume financeiro (TPV) despencou 22% A/A para R$ 128 bilhões, enquanto os custos aumentaram 2% A/A para R$ 1,1 bilhão; ii) menor resultado financeiro, 71% inferior ao mesmo período do ano anterior, para R$ 40 milhões, pressionado pelos menores volumes e a taxa de juros mais baixa da história; e iii) impostos, que chegaram a R$ 20 milhões, mesmo a empresa não reportando lucro antes dos impostos. Acreditamos que o mercado deve reagir negativamente aos resultados no próximo pregão. No entanto, reiteramos nossa recomendação neutro e o preço-alvo de R$ 5,00, pois acreditamos que a deterioração esteja parcialmente precificada. Acesse relatório completo aqui.
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Internacional

- Política internacional: negociações pelo novo pacote de estímulo geram tensões dentro do partido republicano
- Petróleo: Expectativas do mercado de um aumento de 0,3 milhões de barris nos estoques dos EUA
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas

- CSN (CSNA3): Números fortes no 2T20; Desinvestimentos ainda pendentes. Reiteramos Compra
- Cielo (CIEL3): primeiro trimestre de prejuízo | Revisão 2T20
- Frigoríficos (JBSS3, BRFS3): Myanmar abre mercado para a carne suína do Brasil
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: negociações pelo novo pacote de estímulo geram tensões dentro do partido republicano
- Nos EUA, as negociações entre republicanos e democratas pelo novo pacote de estímulo geram tensões dentro do partido do presidente causadas por divergências sobre gastos fiscais entre senadores republicanos após a aprovação de três pacotes de estímulo;
- No lado das tensões geopolíticas, a China anunciou nesta terça-feira a suspensão de acordos de extradição entre Hong Kong e Canadá, Austrália e Reino Unido. Os três países haviam adotado a mesma medida em semanas recentes após a aprovação da nova lei de segurança nacional para Hong Kong. Também, os EUA e o Reino Unido se dizem preocupados pelo anuncio que as eleições em Hong Kong poderiam ser postergadas devido a alta em casos de Covid-19;
- No lado das eleições americanas, uma organização denunciou a campanha de Donald Trump por lavar cerca de USD 170 milhões em gastos, mas o noticiário local destaca que a queixa não deve ter consequências legais para o presidente. E o candidato democrata deve anunciar sua escola para a vice-presidência na semana que vem.
Petróleo: Expectativas do mercado de um aumento de 0,3 milhões de barris nos estoques dos EUA
- O relatório oficial de fornecimento da Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) deve ser publicado hoje às 11:30 da manhã (horário de Brasília), com expectativas do mercado de um aumento de 0,357 milhões de barris nos estoques dos EUA;
- Os estoques de petróleo dos EUA aumentaram +4,892 milhões de barris na semana passada, desapontando as expectativas de mercado de uma queda -2,088 milhões de barris. Um aumento de estoques acima do esperado o que é visto como negativo por indicar uma maior oferta em relação à demanda. Também foi percebido como negativo o leve aumento da produção de petróleo nos EUA de 100 mil barris ao dia (kbpd) em comparação à semana anterior. Por outro lado, houve ligeira queda de 1,8 milhões de barris nos estoques de gasolina, o que forneceu um alívio parcial por indicar a continuidade da retomada de atividades e movimentação de pessoas;
- Na última semana, o petróleo tipo Brent, fechou a semana ligeiramente em alta de +0,46% em US$43,34 barril. Nessa manhã de quarta-feira, a commodity opera em território positivo, em alta de +1,3% em US$43,77 barril (Brent).
Empresas
CSN (CSNA3): Números fortes no 2T20; Desinvestimentos ainda pendentes. Reiteramos Compra
- A CSN apresentou números mais fortes no segundo trimestre, com EBITDA consolidado em R$1.925 milhões, 11% acima do nosso e 3% acima do consenso (+45% T/T e -11% no comparativo anual). Os principais destaques foram o maior volume de minério de ferro no período (7,7 milhões de toneladas, + 38% T/T) e os melhores preços realizados no segmento de aço (+10,4% T/T);
- O fluxo de caixa livre mais forte de +R $1.413 milhões foi impulsionado por itens pontuais: (1) R$508 milhões de uma decisão legal favorável e (2) R$72 milhões de créditos de PIS/COFINS. A Dívida Líquida/EBITDA aumentou para 5,17x (de 4,78x no 1T) com o aumento do dólar;
- A empresa lançou seu novo guidance para alavancagem: 3,75x e 3,00x para o final de 2020 e 2021, respectivamente. Vemos o perfil atual da dívida como o principal fator de risco para a empresa, aguardando desinvestimentos para uma melhora do balanço patrimonial;
- Reiteramos nossa recomendação de Compra (preço-alvo de R$14,0/ação) com preços fortes de minério de ferro e recuperação de volumes de minério de ferro e aço no segundo semestre. Clique aqui para acessar o relatório completo.
Cielo (CIEL3): primeiro trimestre de prejuízo | Revisão 2T20
- A Cielo acabou de reportar resultados negativos com um prejuízo líquido de R$ 76 milhões (vs. lucro líquido do consenso da Bloomberg de R$ 40 milhões; R$ 429 milhões no 2T19 e R$ 167 milhões no 1T20);
- O prejuízo foi causada principalmente por: i) desalavancagem operacional, uma vez que o volume financeiro (TPV) despencou 22% A/A para R$ 128 bilhões, enquanto os custos aumentaram 2% A/A para R$ 1,1 bilhão; ii) menor resultado financeiro, 71% inferior ao mesmo período do ano anterior, para R$ 40 milhões, pressionado pelos menores volumes e a taxa de juros mais baixa da história; e iii) impostos, que chegaram a R$ 20 milhões, mesmo a empresa não reportando lucro antes dos impostos;
- Acreditamos que o mercado deve reagir negativamente aos resultados no próximo pregão. No entanto, reiteramos nossa recomendação neutro e o preço-alvo de R$ 5,00, pois acreditamos que a deterioração esteja parcialmente precificada. Clique aqui para acessar o relatório completo.
Frigoríficos (JBSS3, BRFS3): Myanmar abre mercado para a carne suína do Brasil
- Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), conforme mencionado pelo Valor, Myanmar abriu seu mercado para a importação de carne suína do Brasil;
- Em nota, o presidente da ABPA, Francisco Turra, explica que Myanmar tem sofrido com perdas geradas pela Peste Suína Africana, com impacto direto na oferta local de proteína animal. “Neste contexto, o Brasil, que já é parceiro do país asiático para o abastecimento de carne de frango, agora consolida sua posição também no setor de suínos;”
- A BRF já embarca frango para Myanmar, e a Aurora declarou interesse em começar a fazê-lo. Myanmar tem 53 milhões habitantes e cresce 7% ao ano na última década.

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