IBOVESPA -0,7% | 104.864 Pontos
CÂMBIO -0,07% | 5,63/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O mercado de ações brasileiro sofreu ontem forte influência da queda do preço de algumas commodities e o Ibovespa caiu 0,7%, encerrando aos 104.864 pontos, com destaque para queda das ações da Vale e siderúrgicas. Enquanto isso o dólar permaneceu praticamente estável frente ao real, cotado a R$ 5,63. Já as taxas futuras de juros fecharam a sessão de ontem com viés de alta na ponta curta e em leve queda na longa, ainda repercutindo os desdobramentos da disseminação da variante Ômicron e as apostas de que os bancos centrais deverão ser mais cautelosos no processo de retirada de estímulos das economias. DI jan/22 fechou em 9,144%; DI jan/24 foi para 10,915%; DI jan/26 encerrou em 10,44%; e DI jan/28 fechou em 10,53%.
No Brasil, os dados da PNAD Contínua de outubro, divulgados ontem pelo IBGE, reforçaram a avaliação de retomada do emprego na economia brasileira, em linha com a reabertura econômica. Por outro lado, o rendimento real médio encolheu pelo quinto mês seguido, refletindo, em grande medida, a inflação persistentemente elevada e a ociosidade ainda ampla existente no mercado de trabalho. Projetamos que a taxa de desemprego nacional atingirá 11,8% ao final de 2021, na série que já desconta os efeitos da sazonalidade, após ter encerrado 2020 ao redor de 14,5%.
Ainda ontem, o Banco Central do Brasil publicou a nota do mercado de crédito referente a novembro. As concessões de novos empréstimos às famílias recuaram pelo quinto mês consecutivo (dados dessazonalizados e ajustados pela inflação), como reflexo da elevação das taxas de juros no período recente. Do lado positivo, as taxas de inadimplência, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas, ficaram estáveis em novembro (e próximas às mínimas históricas). Isto posto, chamamos a atenção para o patamar relativamente alto do endividamento das famílias e os efeitos potenciais do ciclo de aperto monetário em curso sobre o comprometimento de renda com o pagamento de juros da dívida. Na agenda econômica de hoje, destaque para as divulgações do IGP-M de dezembro e do resultado primário do governo central em novembro (projetamos superávit mensal de R$ 5,2 bilhões).
As bolsas internacionais amanhecem levemente positivas com EUA subindo +0,2% e Europa também +0,2%, estendendo o rali de Natal, comportamento sazonal no qual o S&P 500 registra um retorno médio de +1,7% nos últimos 5 dias do ano desde 1928. No campo da pandemia, os EUA reportaram 4,1 milhões de novas contaminações apenas neste mês, atingindo uma média de 232 mil casos diários. Em contrapartida, estudos positivos da África do Sul sugerem que pessoas infectadas com a Ômicron podem possuir uma imunidade superior à variante Delta. Na China, ambos os índices CSI 300 (-1,5%) e Hang Seng (-0,8%) encerraram em baixa, reverberando o anúncio governamental que limita a obtenção de investimentos estrangeiros por parte de empresas em indústrias sensíveis para a segurança nacional. Empresas como Meituan (-3,3%), Alibaba (-2,6%) e Tencent (-1,2%) lideraram as perdas. Por fim, o Bitcoin amanhece em campo positivo (+0,8%) após sofrer forte queda nesta terça-feira, em virtude dos contratos de opções que irão expirar ao final desta semana, totalizando um valor de US$ 6 bi, induzindo grandes movimentações no mercado, principalmente por parte dos investidores institucionais.
Na pauta ESG do Brasil, (i) a CVM fez mudanças na norma para a divulgação de dados ESG, que entrará em vigor em 2023 e fará com que as companhias abertas no país sejam mais transparentes em relação às suas práticas ESG, tendo a divulgação da diversidade nas empresas e questões climáticas como as principais novidades do documento; e (ii) apesar do barulho em torno do tema da sustentabilidade, grande parte das gestoras de recursos brasileiras engatinha quando o assunto é a análise de investimentos sob a ótica dos compromissos ESG, de acordo com uma pesquisa feita para a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
Tópicos do dia
Economia
- Dados do mercado de trabalho mostram recuperação firme do emprego na economia brasileira, mas níveis de renda ainda bastante deprimidos
Empresas
- Dados mensais de Crédito – Novembro 2021
- Vale e Anglo discutem desenvolvimento conjunto de Serpentina usando Minas-Rio
- MRV (MRVE3): Venda de mais um projeto (Lake Worth) da AHS por US$ 54 milhões
- CYRELA (CYRE3): Cyrela vende projetos para HBR Realty, atingindo R$ 284,7 milhões
- Principais notícias dos setores
Mercados
- Mudanças das nossas carteiras recomendadas para o mês de janeiro
- Radar Global: Análises das principais empresas e tendências sob o nosso Radar | O destaque das FAAMGs
ESG
- Carteira ESG XP: Sem alterações no nosso portfólio para janeiro
- CVM faz mudanças na norma para a divulgação de dados ESG | Café com ESG, 29/12
Veja todos os detalhes
Economia
Dados do mercado de trabalho mostram recuperação firme do emprego na economia brasileira, mas níveis de renda ainda bastante deprimidos
- Conforme publicado ontem (28) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (PNAD-Contínua) do IBGE, a taxa de desemprego brasileira atingiu 12,1% no trimestre móvel encerrado em outubro ante 12,6% no 3º trimestre, resultado ligeiramente melhor do que a nossa estimativa (12,2%) e o consenso de mercado (12,3%). Considerando a série com ajuste sazonal (método próprio), calculamos que a taxa de desemprego recuou de 12,5% em setembro para 12,2% em outubro. Vale lembrar que a taxa de desocupação estava ao redor de 11,5% nos meses imediatamente anteriores à pandemia. A população ocupada total apresentou o sétimo aumento consecutivo na margem, puxada tanto pelos empregos formais quanto informais. A reabertura econômica tem propiciado uma recuperação consistente – ainda que gradual – do nível de emprego doméstico. Do lado negativo, o rendimento real efetivo médio encolheu pelo quinto mês consecutivo. A inflação persistentemente alta, a ociosidade existente no mercado de trabalho e mudanças significativas na composição da população ocupada (participação crescente das categorias de emprego informal que, em média, possuem rendimentos mais baixos) são as principais razões por trás dos níveis deprimidos do rendimento médio na economia doméstica, que está cerca de 5,5% abaixo dos patamares vistos antes da crise de saúde pública. Projetamos que a taxa de desemprego nacional atingirá 11,8% ao final de 2021, na série com ajuste sazonal, após ter encerrado 2020 ao redor de 14,5%. Para o final de 2022, por sua vez, prevemos 12,4%. A nosso ver, a taxa de desocupação subirá – ainda que modestamente – no 2º semestre do próximo ano, na esteira do enfraquecimento da demanda doméstica;
- Ainda ontem, o Banco Central do Brasil publicou a nota do mercado de crédito referente a novembro. As concessões de novos empréstimos recuaram novamente, com base nos resultados deflacionados e dessazonalizados. O crédito novo às famílias exibiu contração pelo quinto mês consecutivo, como reflexo da elevação das taxas de juros no período recente. Do lado positivo, as taxas de inadimplência, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas, ficaram estáveis em novembro (e próximas às mínimas históricas). Isto posto, chamamos a atenção para o patamar relativamente alto do endividamento das famílias. O ciclo de aperto monetário em curso tende a aumentar o comprometimento de renda com o pagamento de juros da dívida, podendo gerar alguma elevação nos atrasos e inadimplência em 2022. Na agenda econômica de hoje (29), destaque para as divulgações do IGP-M de dezembro e do resultado primário do governo central em novembro (projetamos superávit mensal de R$ 5,2 bilhões);
- Enquanto isso, a agenda internacional de hoje não traz indicadores de grande destaque. Nos Estados Unidos, haverá divulgação das vendas pendentes de moradias e dos estoques no atacado/varejo referentes a novembro. Ontem, a sondagem industrial do Federal Reserve de Richmond apresentou fortalecimento da atividade manufatureira local entre novembro e dezembro. O índice geral subiu de 12 para 16 pontos no período, puxado principalmente pelo componente de novas encomendas. O componente de emprego permaneceu em território expansionista, em que pese o ritmo mais moderado de avanço. Além disso, os empresários reportaram, mais uma vez, expansão dos gastos com investimentos.
Empresas
Dados mensais de crédito – Novembro/2021
- O Banco Central publicou ontem os dados de crédito referentes ao mês de novembro/2021. Confira abaixo os principais destaques dos dados:
- Saldo de credito: o saldo total de crédito brasileiro aumentou 15,6% A/A e 1,8% M/M, impulsionado principalmente pelo segmento de Pessoas Físicas. No segmento de crédito PJ, o principal destaque positivo foi a linha de Cheque Especial, enquanto no segmento PF, o principal destaque positivo foi a linha de crédito do Agronegócio;
- Concessão: a concessão de crédito aumentou 17,4% A/A e 4,5% M/M. No segmento de crédito corporativo, o principal destaque positivo foi a linha de crédito imobiliário, enquanto o destaque negativo foi a linha de Capital de Giro. No segmento de pessoas físicas, o principal destaque positivo foi a linha de crédito do agronegócio, enquanto o destaque negativo foi a linha de crédito consignado;
- Taxa de juros: a taxa de juros de crédito do Brasil aumentou 564bps A/A e 111bps M/M. O principal destaque positivo foi a linha de cheque especial tanto para o segmento de PJ quanto para PF;
- Inadimplência: a inadimplência de crédito total do Brasil permaneceu estável. No segmento de crédito corporativo, o principal destaque foi a inadimplência da linha de crédito de Capital de Giro. No segmento de crédito pessoa física, o principal destaque positivo foi a inadimplência da linha de cheque especial, enquanto o destaque negativo foi a linha de financiamento de automóveis.
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Vale e Anglo discutem desenvolvimento conjunto de Serpentina usando Minas-Rio
- A Vale divulgou nota à imprensa informando que mantém discussões preliminares (embora não exista qualquer decisão, acordo ou compromisso relativamente ao tema) manteve conversas preliminares com a Anglo American sobre a possibilidade de desenvolver, em parceria, recursos minerários do Projeto Serpentina, detidos pela Vale, visando dessa forma potencializar a infraestrutura de processamento e logística já existente nas operações de Minas-Rio e da Vale;
- O Projeto Serpentina localiza-se nos municípios de Conceição do Mato Dentro, Santo Antônio do Rio Abaixo e Morro do Pilar, no estado de Minas Gerais, e compreende direitos minerários contíguos à operação Minas-Rio, da Anglo American;
- Minas-Rio é uma operação de minério de ferro totalmente integrada, com uma mina no Estado de Minas Gerais, uma planta de beneficiamento e um mineroduto com 529 km que chega ao Porto do Açu, no Estado do Rio de Janeiro. O projeto ainda não atingiu sua capacidade total de produção de 26,5 milhões de t/ano. Adquirida da MMX Mineração e Metálicos SA em 2008, a Minas-Rio custou à Anglo American cerca de US$ 14 bilhões entre aquisição e investimento em obras de construção.
MRV (MRVE3): Venda de mais um projeto (Lake Worth) da AHS por US$ 54 milhões
- A MRV divulgou fato material destacando a venda de mais um projeto da AHS nos EUA (Lake Worth), atingindo US$ 54 milhões em VGV, representando lucro bruto de US$ 27,4 milhões, implicando um atrativo cap rate de 3,5% e um yield on cost de 8,3%;
- Dito isso, vemos o negócio como positivo devido ao (i) impacto positivo nos lucros durante o 4T21; (ii) demanda por projetos da AHS permanece sólida, com ramp-up da operação melhor do que o esperado;
- Portanto, vemos uma possível reação positiva para as ações.
CYRELA (CYRE3): Cyrela vende projetos para HBR Realty, atingindo R$ 284,7 milhões
- A Cyrela divulgou comunicado ao mercado, destacando a venda de 3 projetos para a HBR Realty, alcançando R$284,7 milhões em VGV;
- Em nossa opinião, o mercado não estava considerando a venda desses projetos para este ano. Além disso, vemos o negócio como assertivo devido ao impacto positivo na velocidade de vendas, e no DRE do 4T21;
- Por fim, reiteramos nossa visão positiva sobre CYRE3 negociando a 0,9x P/BV em 2022, o que vemos como atraente.
Principais notícias dos setores
Nestas publicações diárias, trazemos as principais notícias nacionais e internacionais dos setores: Financeiro e Energia (óleo & gás e elétricas).
- Notícias Diárias do Setor Financeiro
- Crescem concessões de crédito mais caro a pessoas físicas. (Valor);
- Criptoativos entram no radar das grandes instituições financeiras. (Valor);
- Clique aqui para acessar o relatório.
- Radar Energia XP: Notícias diárias do setor de energia
- Reajuste de energia pode ficar em 9% com crédito de R$ bi a elétricas. (Estadão)
- Petróleo opera em alta diante da expectativa de que ômicron não afete demanda da commodity. (Valor Econômico);
- Clique aqui para acessar o relatório.
Mercados
Mudanças das nossas carteiras recomendadas para o mês de janeiro
- Publicamos as mudanças das nossas carteiras recomendadas para o mês de janeiro. Dado o atual cenário macroeconômico mais desafiador no Brasil, fizemos mudanças nas nossas carteiras recomendadas no sentido de torná-las menos expostas aos riscos do cenário local;
- Na Carteira Top 10 XP, estamos realizando duas mudanças, retirando dois nomes mais expostos à esse ambiente, para dar espaço a duas ações sobre as quais temos perspectivas mais otimistas (veja link);
- Na Carteira Top BDR XP, realizamos duas mudanças, uma para nos dar exposição à transição para veículos elétricos e outra no mercado de arquitetura e design de semicondutores (veja link);
- Na Carteira Top Small Caps XP, realizamos uma alteração, retirando um nome do setor de Varejo, e adicionando um nome mais resiliente diante do cenário macroeconômico no Brasil (veja link);
- E por fim, na Carteira Top Dividendos XP, não realizamos nenhuma alteração em sua composição para janeiro. (veja link).
Radar Global: Análises das principais empresas e tendências sob o nosso Radar | O destaque das FAAMGs
- SpaceX reporta dificuldades no desenvolvimento do seu novo foguete, Starship;
- Ações da Google superam o desempenho das FAAMG’s em 2021;
- Bitcoin tem seu pior desempenho mensal desde maio;
- TSMC domina a produção dos 4 tipos de chips mais avançados do mundo;
- Acesse aqui o relatório internacional.
ESG
Carteira ESG XP: Sem alterações no nosso portfólio para janeiro
- Com o objetivo de ajudar os investidores no processo de alocação de recursos, lançamos em setembro/21 nossa carteira recomendada ESG, combinando 10 nomes que gostamos sob uma perspectiva fundamentalista e que possuem altos padrões ESG;
- Para janeiro, não estamos fazendo nenhuma mudança na nossa Carteira ESG XP, por mantermos nossa visão positiva para os 10 nomes que compõem o nosso portfólio, tanto do ponto de vista fundamentalista, quanto na perspectiva ESG;
- Clique aqui para acessar o conteúdo completo.
CVM faz mudanças na norma para a divulgação de dados ESG | Café com ESG, 29/12
- O mercado fechou o pregão desta terça-feira em território negativo, com o Ibov e o ISE em leve queda de -0,7% e -0,2%, respectivamente;
- No Brasil, (i) a CVM fez mudanças na norma para a divulgação de dados ESG, que entrará em vigor em 2023 e fará com que as companhias abertas no país sejam mais transparentes em relação às suas práticas ESG, tendo a divulgação da diversidade nas empresas e questões climáticas como as principais novidades do documento; e (ii) apesar do barulho em torno do tema da sustentabilidade, grande parte das gestoras de recursos brasileiras engatinha quando o assunto é a análise de investimentos sob a ótica dos compromissos ESG, de acordo com uma pesquisa feita para a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima);
- No internacional, a China se comprometeu a cortar as emissões de carbono das fundições de alumínio e reduzir a capacidade de aço sob um plano de cinco anos que adiciona alguns detalhes sobre a iniciativa de Pequim de remodelar as indústrias pesadas, tendo como meta a redução de 5% das emissões do setor de alumínio até 2025. Clique aqui para acessar o relatório e começar o dia bem informado com as principais notícias ao redor do Brasil e do mundo quando o tema é ESG.
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