IBOVESPA -0,61% | 99.160 Pontos
CÂMBIO -0,09% | 5,34/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Nesta quinta-feira, o Ibovespa chegou a bater os 100 mil pontos, mas terminou em queda de 0,61% a 99.160 pontos. As preocupações globais a respeito do coronavírus, assim como no dia de hoje, ditaram o ritmo da bolsa brasileira. O dólar comercial teve leve variação negativa de 0,07% cotado a R$ 5,34. Em dia de poucos destaques na agenda nacional, a curva de juros apresentou leve redução da inclinação, com taxas curtas e médias andando de lado e fechamento nos vencimentos mais longos. DI jan/21 permaneceu em 2,12%, indicando apostas na manutenção da Selic nos patamares atuais; DI jan/23 terminou o dia em 4,20%; e DI jan/25 teve leve queda para 5,64%.
Nos mercados internacionais, as bolsas asiáticas fecharam em queda nessa sexta-feira na esteira de uma crescente preocupação com o número de casos nos EUA, fechamento de escolas em Hong Kong e limitações de voos na Austrália.
A escalada de tensões entre a China e os Estados Unidos ganhou novo capítulo nesta quinta-feira: Washington anunciou sanções contra quatro autoridades chinesas, inclusive um dos 25 membros do Politburo chinês, pelo tratamento de minorias em Xianjiang. Em meio as tensões, bancos internacionais correm risco de quebrar leis chinesas por cumprir com legislação americana e aderir às sanções.
No Brasil, a prisão domiciliar concedida ontem a Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, é um elemento a menos de pressão sobre o governo Jair Bolsonaro. A decisão de tirar do presídio o ex-assessor de Flávio Bolsonaro foi tomada pelo presidente do STJ, ministro João Otávio de Noronha, justificada pela pandemia de coronavírus. O Ministério Público pode recorrer.
Na economia, o destaque vai para a agenda de indicadores e eventos do dia. Às 9 horas será divulgado o IPCA de junho e a Pesquisa Mensal de Serviços de maio. Além disso haverá participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento virtual.
Do lado corporativo, notícia negativa para Banco do Brasil e Bradesco, conforme a LatAm anunciou R$1,4 bilhão em dívida com ambos em seu processo de recuperação judicial. O processo foi iniciado ontem nos Estados Unidos. Embora seja provável que parte destas linhas já estejam provisionadas, a notícia é negativa para os bancos. De acordo com nossas estimativas, as linhas representam 3% do lucro do Bradesco e 10% do lucro do Banco do Brasil, ambos para 2020.
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Coronavírus
O caso para se comprar Brasil: Rumo aos 110 mil
Medidas econômicas para combater o coronavirus no Brasil
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Internacional
- Política internacional: Tensões entre EUA e China em destaque
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas
- Gol (GOLL4): Atualização sobre Capacidade, Consumo de Caixa e Liquidez; Dados prévios do 2T20
- EDP Energias do Brasil (ENBR3): Destaques operacionais do 2T20
- Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): importações de carne mais lentas na China, além de novos surtos de PSA, agravam a escassez de proteínas no país
- Eletrobras (ELET3): Parcela maior dos recursos da potencial privatização poderiam ser destinados para mitigar aumentos da conta de luz para viabilizar processo
- Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4): bancos estão entre credores sem garantias da LATAM
- Cielo (CIEL3): Autorizada a emitir cartões
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Internacional
Política internacional: Tensões entre EUA e China em destaque
- A escalada tensões entre a China e os Estados Unidos ganhou novo capítulo nesta quinta-feira: Washington anunciou sanções contra quatro autoridades chinesas, inclusive um dos 25 membros do Politburo chinês, Can Quanguo, pelo tratamento de minorias em Xianjiang. Em meio ás tensões, bancos internacionais correm risco de quebrar leis chinesas por cumprir com legislação americana e aderir às sanções;
- O candidato democrata a presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou um plano econômico de USD 700 bilhões com foco na geração de empregos e compra de produtos americanos (Buy American). A proposta é mais moderada do que as defendidas por outros pré-candidatos do partido durante as primárias e evoca o mesmo nacionalismo que propostas do presidente Trump;
- Ainda sobre as eleições nos EUA, a Corte Suprema determinou que o promotor de Nova York pode ter aceso ao registros fiscais referentes ao Imposto de Renda de Donald Trump. Entretanto, a informação não deve ser divulgada com o público antes da eleição. Veja mais em nosso relatório semanal sobre as eleições americanas.
Empresas
Gol (GOLL4): Atualização sobre Capacidade, Consumo de Caixa e Liquidez; Dados prévios do 2T20
- A Gol divulgou ontem sua atualização mensal aos investidores em relação à capacidade, ao consumo de caixa e liquidez, bem como os números prévios, não auditados, referentes ao 2T20. Os principais destaques você pode conferir no nosso relatório;
- Em linhas gerais, destacamos que a companhia mantém uma posição de liquidez saudável considerando o cenário de oferta e consumo de caixa, e deverá apresentar resultados acima das nossas projeções no 2T20. Mantemos nossa recomendação Neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 17,0/ação.
EDP Energias do Brasil (ENBR3): Destaques operacionais do 2T20
- Ontem a EDP divulgou suas informações operacionais referentes ao 2T20. O principal destaque foi a queda de -11,6% no volume de energia do segmento de distribuição, dividido em -12,1% para a EDP São Paulo e -10,7% para a EDP Espírito Santo;
- Segundo a companhia, a redução do volume de energia nas distribuidoras reflete os efeitos das medidas de prevenção e isolamento social para evitar a propagação do COVID-19. O consumo por clientes residenciais cresceu 5,6% na EDP São Paulo e caiu – e 3,3% na EDP Espírito Santo respectivamente. Já o consumo no segmento comercial teve uma redução de -24,4% e -23,5%, seguido do industrial com redução -17,2% e -12,8% na EDP São Paulo e EDP Espírito Santo respectivamente, refletindo a redução das atividades comerciais e industriais durante a pandemia;
- Vemos o resultado operacional da EDP Energias do Brasil como negativo, mas esperado por nós (e acreditamos que também pelo mercado) em vista dos impactos negativos advindos da pandemia do COVID-19 não só para a EdP, mas para todo o setor de distribuição de energia a partir do 2T20. Por outro lado, a EDP anunciou na última sexta feira (03/07) sua adesão a Conta-COVID, programa de empréstimo às distribuidoras de energia, solicitando R$ 573 milhões. Os recursos da Conta Covid serão repassados às distribuidoras através de operação financeira sob coordenação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) o que vai dar liquidez à distribuidora e aliviar seu fluxo de caixa. Temos recomendação de compra nas ações da EDP Energias do Brasil.
Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): importações de carne mais lentas na China, além de novos surtos de PSA, agravam a escassez de proteínas no país
- Segundo a Reuters, o ritmo menor das importações de carne da China, imposto pelas duras medidas anti-contaminação do coronavírus, deve fornecer suporte adicional aos preços de carnes no país, já inflados devido a uma severa escassez de carne suína após o início do surto de Peste Suína Africana (PSA), que reduziu em cerca de 30% a produção doméstica de carne suína;
- Pequim suspendeu as importações de mais de 20 plantas estrangeiras que processam carne suína, bovina e aves desde meados de junho, depois que alguns trabalhadores foram infectados com o vírus. Agora produtos de algumas plantas, embarcados antes das suspensões, estariam presos nos portos;
- Outro fator que contribui para o cenário de oferta reduzida são os novos surtos de PSA que surgiram em algumas partes do sul da China após fortes chuvas. Os agricultores normalmente enterram porcos infectados e as chuvas podem ter espalhado a doença pelas águas subterrâneas;
- Segundo Zheng Lili, analista-chefe da consultoria Shandong Yongyi, esses novos casos de PSA podem prejudicar os esforços de reabastecimento. 20% até agosto a partir de maio ”, disse Zheng à Reuters. “Se as fortes chuvas continuarem ao longo de julho, os estoques de suínos em algumas províncias como Sichuan, Guangdong, Guangxi e Jiangxi poderão cair até 20% em agosto a partir de maio”, disse Zheng à Reuters.
Eletrobras (ELET3): Parcela maior dos recursos da potencial privatização poderiam ser destinados para mitigar aumentos da conta de luz para viabilizar processo
- Segundo o Broadcast, o Ministério da Economia estaria disposto a destinar uma maior parte dos recursos advindos da potencial privatização da Eletrobras para mitigar aumentos na conta de luz, de modo a viabilizar o processo de desestatização da companhia. A medida seria uma exigência de lideranças do Congresso, que já avisaram o Ministro Paulo Guedes que o projeto de privatização não avançará sem mudanças neste aspecto da modelagem;
- O projeto de lei de Privatização da Eletrobras enviado pelo governo prevê (i) que a desestatização da Eletrobras deve ocorrer por aumento de capital, com diluição da participação do governo de 60% para 40%, (ii) a migração do regime de exploração de energia das usinas da empresa de cotas para preços livres, (iii) destinação de 1/3 dos recursos arrecadados para a CDE de modo a contribuir para uma menor alta das contas de luz e (iv) destinação de R$3,5 bilhões para a recuperação da bacia do Rio São Francisco;
- Dentre as mudanças defendidas pelos Senadores, uma das principais seria a destinação de 50% do valor arrecadado a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). Por outro lado, há restrições pelo lado do Governo a uma diminuição muito significativa da arrecadação da União. Outro ponto também em discussão é a possibilidade de antecipação da renovação do contrato da usina hidrelétrica de Tucuruí, que vence em 2024, de modo a elevar o bônus de outorga a ser pago pela Eletrobras (atualmente estimado entre R$14 e R$16 bilhões). Além disso, outros pontos em debate são a inclusão de rios amazônicos como beneficiários dos recursos arrecadas com a privatização e a criação de uma Golden Share que garanta ao governo assento no Conselho de Administração e poder de veto em questões estratégicas;
- As ações da Eletrobras fecharam em alta de mais de 8% com as notícias acima. Entretanto, destacamos que o processo de negociação política para efetivar tal processo (bem como qualquer privatização de companhia relevante) é muito complexo, demandando muito tempo e articulação política. Notamos que o projeto de lei de privatização da Eletrobras foi enviado pelo governo ao Congresso em novembro do ano passado, mas até o momento não tem sequer um relator indicado. O Presidente da Câmara Rodrigo Maia deixou claro por diversas vezes que não criará comissão especial para analisar a proposta enquanto não houver clareza de que o projeto possa ser aprovado no Senado – casa legislativa onde há maior resistência ao projeto. Não temos cobertura das ações da Eletrobras.
Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4): bancos estão entre credores sem garantias da LATAM
- No chapter 11 (pedido de recuperação judicial americano) da LATAM constam entre os credores sem garantias o Banco do Brasil e o Bradesco, com linhas de R$ 1 bilhão e R$ 416 milhões, respectivamente;
- O processo foi iniciado ontem, nos Estados Unidos;
- Embora seja provável que parte destas linhas já estejam provisionadas, a notícia é negativa para os bancos. De acordo com nossas estimativas, as linhas representam 3% do lucro do Bradesco e 10% do lucro do Banco do Brasil, ambos para 2020.
Cielo (CIEL3): Autorizada a emitir cartões
- De acordo com a mídia, a Cielo acaba de receber autorização do Banco Central para ser emissora de moeda eletrônica;
- Na prática, a adquirente vai ser capaz de emitir cartões, operar carteiras digitais (wallets) e outros meios de pagamento e transferências;
- A autorização é positiva para a Cielo, que vai ter mais flexibilidade para entrar em outros meios de pagamento e tentar mitigar os riscos de disrupção tecnológica.
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