IBOVESPA -1,57% | 141.356 Pontos
CÂMBIO +0,75% | 5,35/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a terça-feira em queda de 1,57%, aos 141.356 pontos, intensificando o movimento de correção do índice, fruto das revisões da última versão da MP 1303 como alteração da taxa de IRRF do JCP do proposto 20% para 18% (atualmente em 15%) mas com aumento na taxa unificada de instrumentos financeiros proposta de 17.5% para 18%. Com isso, somente 8 papéis fecharam no campo positivo, o câmbio USD/BRL fechou em alta de 0,75% para 5,351 BRL, e os DIs futuros subiram por toda a curva.
As maiores quedas foram nos setores domésticos, que são mais sensíveis a juros, como construtoras, varejistas, e do setor de educação. MRV (MRVE3, -12.12%) liderou as quedas após a prévia operacional ficar aquém do esperado (leia o comentário do nosso time aqui), além da questão fiscal afetando a curva de DIs futuros. Já o maior ganho foi Minerva (BEEF3, +1.21%), fruto de um movimento técnico.
Nesta quarta-feira, o destaque da agenda econômica doméstica será a ata do FOMC, que pode trazer sinais sobre os próximos passos da política monetária.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de terça-feira com alta ao longo da curva. O movimento refletiu o aumento da incerteza fiscal após a arrecadação prevista pela MP 1303 ser revisada de R$ 20 bilhões para R$ 17 bilhões. A confirmação de que o governo realiza estudos para zerar a tarifa de ônibus também contribuiu para a cautela dos investidores quanto à trajetória fiscal do país.
Nos Estados Unidos, o governador do Federal Reserve, Stephen Miran, afirmou que a recente estabilidade no mercado de Bonds pode abrir espaço para a continuidade do ciclo de cortes de juros, reforçando a expectativa de flexibilização monetária. Por lá, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,57 (-2,0bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,13% (-2,1bps). Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,9% (- 0,2bp vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14,13% (+4,9bps); DI jan/29 em 13,46% (+9,7bps); DI jan/31 em 13,68% (+11,4bps).
Mercados globais
Nos Estados Unidos, os futuros operam em alta (S&P +0,1%, Nasdaq +0,2%) nesta quarta-feira. Na Europa, as bolsas também registram alta (Stoxx 600: +0,6%). Na China continental as bolsas permanecem fechadas por feriado, enquanto em Hong Kong elas fecharam em queda (HSI: -0,5%).
IFIX
O IFIX encerrou a terça-feira em queda de 0,20%, refletindo o desempenho negativo dos fundos de tijolo (-0,15%) e dos fundos de papel (-0,33%). Com isso, o índice acumula retração de 0,39% no mês de outubro. A movimentação foi influenciada pela abertura da curva de juros, motivada pelo aumento das incertezas fiscais no cenário doméstico, após a revisão do texto da MP 1.303, que resultou na redução da arrecadação prevista de R$ 20 bilhões para R$ 17 bilhões em 2026.
Entre as maiores altas do dia, destacaram-se LIFE1 (+1,1%), TRBL11 (+0,9%) e KORE11 (+0,8%). Já entre as principais quedas, figuraram HTMX11 (-1,8%), KNIP11 (-1,7%) e RBFF11 (-1,6%).
Economia
Nos Estados Unidos, os discursos dos dirigentes do Fed continuam indicando mais cortes de juros no curto prazo, embora com intensidades diferentes. O presidente do Federal Reserve Bank de Minneapolis, Neel Kashkari, continua defendendo mais dois cortes de 0,25 p.p. neste ano. Já Stephen Miran continua apoiando um corte mais agressivo nas próximas reuniões, indicando uma moderação da inflação e das condições subjacentes da economia.
No Brasil, a Comissão especial da MP nº 1303/25 aprovou o relatório do projeto de lei substitutivo, que trouxe alterações importantes em relação à versão original. Em particular, houve a manutenção da isenção para títulos do agronegócio e setor imobiliário e alta da alíquota sobre investimentos, entre outras mudanças.
Na agenda do dia, destaque para a divulgação da ata da última reunião do FOMC, o comitê de política monetária norte-americano. O documento deve revelar mais detalhes sobre a reunião que reduziu os juros pela primeira vez em nove meses. No Brasil, as atenções estarão voltadas para a votação da MP nº 1303/25, que pode render R$ 17 bilhões em receitas adicionais ao governo e é considerada fundamental para a meta de resultado primário do próximo ano.
Veja todos os detalhes
Economia
Medida provisória sobre tributação de investimentos deve ser votada hoje
- Com a paralisação do governo dos EUA em curso, as atenções se voltaram para os discursos dos membros do Fed. O presidente do Federal Reserve Bank de Minneapolis, Neel Kashkari, disse na terça-feira que, embora não acredite que a inteligência artificial substituirá rapidamente os trabalhadores americanos, os investimentos maciços em centros de dados de IA tenderão a elevar os custos dos empréstimos, mesmo que o Fed reduza sua taxa de juros de curto prazo. Kashkari apoiou o corte de um quarto de ponto percentual na taxa de juros feito pelo Fed em setembro e disse acreditar que o banco central deve fazer reduções da mesma magnitude nas duas próximas reuniões de definição de taxas, no final deste mês e em dezembro, para proteger o mercado de trabalho dos EUA do enfraquecimento. Por sua vez, o governador do Fed, Stephen Miran, disse que a relativa calma atual do mercado de títulos dos EUA apoia um rápido impulso para reduzir as taxas de juros. Miran reiterou em sua participação que a esperada moderação da inflação, bem como as mudanças na situação subjacente da economia, continuam a defender cortes agressivos nas taxas;
- No Brasil, a Comissão Especial da Medida Provisória nº 1303/25 aprovou, por apenas um voto de diferença, o relatório do deputado Carlos Zaratini (PT-SP). No projeto de lei substitutivo, o deputado removeu a tributação sobre títulos que atualmente são isentos (LCI, CRI, LCA, CRA, FII, etc.) e o aumento da alíquota do imposto sobre apostas, reduziu o aumento do imposto sobre juros sobre o capital próprio de 20% para 18% e aumentou o imposto sobre todos os investimentos de 17,5% para 18%, mantendo as outras partes inalteradas. Com as mudanças, o relator indicou uma perda de R$ 3 bilhões em receita em 2026. A proposta irá para o plenário da Câmara na quarta-feira e deve ser aprovada pela Câmara e pelo Senado ainda hoje para permanecer válida;
- Na agenda de hoje, o destaque é a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). O documento deve fornecer mais detalhes sobre a decisão de setembro, que reduziu as taxas de juros em 0,25 ponto percentual após nove meses mantendo-as no mesmo nível. No Brasil, teremos dados sobre a produção e as vendas de automóveis da Anfavea. No entanto, a atenção estará voltada para a votação da MP nº 1303/25, que traz uma previsão atualizada de aumento de receita de R$ 17 bilhões e é considerada essencial pelo governo para atingir sua meta de resultado primário para o próximo ano.
Empresas
Mineração e Siderurgia: Preços do ouro atingiram máximas históricas; preços de minério de ferro estáveis S/S
- Os preços do ouro foram um dos destaques desta semana (reforçando nossa visão positiva sobre AURA33), atingindo ~US$ 4.000/koz pela primeira vez, enquanto apoiados pelo aumento da demanda dos bancos centrais, aumento das incertezas geopolíticas e expectativas de cortes nas taxas dos EUA.
- Além disso, observamos que
- (i) os preços do minério de ferro ficaram estáveis S/S, com os estoques portuários de minério de ferro da China estáveis S/S, enquanto os estoques de aços longos e planos diminuíram -5% e -3% S/S, respectivamente; e
- (ii) os preços de BQ aumentaram +1% S/S, enquanto os preços de vergalhão ficaram estáveis S/S no Brasil, com paridade de aço plano em +10% e paridade de aço longo em -9% para o vergalhão da Turquia, com as importações de aço do Egito (isentas de tarifas de importação) sugerindo paridade de +2%. Por fim,
- (iii) a Vale anunciou suas intenções de adquirir até a totalidade de suas debêntures participativas, uma alocação de capital que consideramos acretiva;
- (iv) a EGA está explorando uma potencial oferta pela CBA, proporcionando algum M/Mentum para as ações; e
- (v) a SECEX divulgou seus dados de Set’25, com as importações estáveis de aços planos M/M como o principal destaque.
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Priner (PRNR3): prévia operacional mista do 3T25
- A Priner divulgou números operacionais mistos no 3T25;
- Destacamos:
- Receita bruta de R$394 milhões (-9% A/A e estável T/T), possivelmente refletindo o início postergado de novos contratos já observado no 1S25, com potencial de ramp-up nos próximos trimestres;
- Em termos per capita, a receita cresceu 11% A/A e 5% T/T, refletindo a estratégia da companhia de aumentar a exposição a segmentos mais rentáveis;
- Forte adição à carteira de pedidos (+24% A/A) e abertura de vagas (+32% A/A), com novos contratos originados nos setores de Óleo & Gás, Mineração & Metais e Infraestrutura;
- Reiteramos nossa recomendação de Compra para Priner;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Bens de capital: Exportações relacionadas a EEI mais fracas para os EUA em Set’25, parcialmente compensadas pelo aumento dos preços
Monitor de Exportações e Importações de Bens Industriais.
- Com a divulgação dos dados de Set’25 pela Secex, observamos mudanças interessantes na precificação dos produtos que compõem o portfólio da WEG, especialmente nas exportações para os EUA.
- Destacamos:
- (i) EEI: as exportações caíram -13% A/A em Set’25, com a demanda dos EUA enfraquecendo apesar de uma recuperação de preços em Motion (+9% M/M), possivelmente ligada a repasses tarifários. As exportações relacionadas à automação em nossa proxy de WEG continuam ganhando relevância, compensando parcialmente a desaceleração da Motion;
- (ii) GTD: as exportações caíram -13% A/A após meses recentes mais fortes, embora os preços dos transformadores para os EUA permaneçam favoráveis (implicações indiretas positivas para a WEG, uma vez que não exporta transformadores diretamente para o mercado dos EUA).
- Por fim, em relação à energia solar, os volumes de importação de módulos fotovoltaicos foram sequencialmente melhores (após meses de desempenho em queda), com os preços continuando a mostrar estabilidade, embora em níveis mais baixos.
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Investors set to reignite yield curve steepening if fiscal worries worsen (Reuters);
- Parecer da MP alternativa ao IOF mantém isenção de LCIs e LCAs e retira aumento de imposto sobre bets (Valor Econômico);
- Lavvi emitirá R$ 400 milhões em notas comerciais que lastrearão CRIs (Valor Econômico);
- Rating da Moura Dubeux elevado para ‘brAA’ por manutenção das métricas de crédito frente ao aumento de escala; perspectiva estável (S&P Global);
- Clique aqui para acessar o clipping.
Alocação & Fundos
Principais notícias
- Fundos Imobiliários (FIIs): confira as principais notícias
- Comissão aprova MP 1303: “Notícia de alívio para investidor” (ClubeFII);
- FII MXRF11 anuncia 11ª emissão de cotas para captar até R$ 1,25 bilhão; veja detalhes (InfoMoney);
- Pré-mercado: IGP-Di de Setembro Sobe para 0,36% e Investidor Espera IPCA (Forbes);
- Clique aqui para acessar o relatório.
ESG
Banco Central lançará consulta pública sobre riscos ambientais, climáticos e sociais | Café com ESG, 08/10
- O mercado fechou o pregão de terça-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE caindo 1,57% e 2,07%, respectivamente;
- No Brasil, o diretor de administração do Banco Central (BC), Rodrigo Teixeira, afirmou que o regulador está atuando de forma “firme e estruturada” para integrar a sustentabilidade às políticas econômicas e financeiras e que em breve vai lançar uma consulta pública sobre gestão de riscos ambientais, climáticos e sociais – Teixeira também acrescentou que a consulta pública abordará indicadores e metas a serem divulgados pelas instituições, entre outros aprimoramentos;
- No internacional, (i) um grupo de grandes empresas, entre elas a suíça Nestlé, a americana Mars e a italiana Ferrero, emitiu uma carta pedindo aos legisladores europeus que evitem um novo adiamento da lei antidesmatamento da União Europeia – a legislação, que proíbe que os produtos comercializados no bloco sejam provenientes de áreas de desmatamento, está sob risco de ser postergada pela segunda vez; e (ii) fontes de energia renovável geraram mais eletricidade do que o carvão em todo o mundo pela primeira vez na primeira metade de 2025, impulsionadas pelo rápido crescimento na China e na Índia, segundo um relatório do think tank Ember divulgado ontem – as fontes renováveis forneceram 5.072 terawatts-hora (TWh) de eletricidade globalmente entre janeiro e junho, superando os 4.896 TWh gerados pelo carvão, segundo o Ember;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!