Onde investir 2020: Confira os destaques do 2º dia de evento

O segundo dia do evento Onde Investir 2020, organizado pelo portal InfoMoney, foi um pouco mais a fundo nas pautas sobre investimento e quem assistiu conseguiu se informar muito sobre três assuntos especificamente: macroeconomia, renda fixa e fundos de investimento.

Clique aqui para assistir à transmissão completa do 2º dia

Quer saber como foi cada painel e os destaques nos bate-papos entre os especialistas? Então, além de ver a transmissão na íntegra aqui em cima, leia a seguir o que separamos para você ver o que rolou.

Onde investir 2020: As perspectivas para a economia e o impacto nos investimentos

Nomes de peso dentro do cenário econômico brasileiro, Armínio Fraga, ex- presidente do Banco Central, e Zeina Latif, economista e consultora, debateram as perspectivas para a economia do país e os impactos nos investimentos.

Afinal, o Brasil tem chances de se recuperar de forma sustentável? Para Armínio Fraga, já estamos saindo da maior recessão econômica da história. E de acordo com os padrões dos ciclos econômicos, há “elasticidade” suficiente para o crescimento econômico vingar ainda neste ano, apesar de alguns desafios pela frente.

O cenário de inflação perto da meta, os juros baixos e a agenda econômica resolvendo suas questões fiscais são bons indícios, segundo Fraga, de que o Brasil caminha para um processo de crescimento sustentável.

Para Zeina, a taxa de juros ainda não é a taxa estrutural que o Brasil espera. Essa Selic de 4,5% é estimulativa e, provavelmente, não deve cair mais. Segundo ela, pode ser que que ainda este ano o Banco Central volte a aumentar a Selic por causa de um provável crescimento da demanda, o que pressionaria a inflação.

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Fechando a lição econômica dada por Armínio Fraga no painel, o ex-presidente do Banco Central diz que vê um “mercado financeiro feliz, mas sem uma contrapartida na economia real. O ciclo de recuperação da economia está vindo, mas o fundamental vem do investimento. É através dele que a recuperação deixa de ser só cíclica e faz com que o Brasil tenha potencial para crescer mais que 2% e 2,5%”, afirma.

Onde investir 2020: Renda fixa morreu? Saiba a visão de dois gestores renomados

Com a Selic nos atuais 4,5% ao ano, é quase impossível não questionar a carteira de renda fixa. Isso porque a taxa tem grande correlação com os investimentos dessa classe por ser um referencial e também por estar diretamente atrelada à rentabilidade desses ativos.

Alexandre Muller, sócio da gestora JGP, e Rodrigo Azevedo, sócio da gestora Ibiúna e ex-diretor do Banco Central, afirmaram que o investidor que busca retornos mais atraentes na renda fica terá que tomar mais risco e abrir mão de boa liquidez, isto é, alongar o prazo do resgate de seus investimentos.

Azevedo diz que o Brasil entra em um patamar no qual muitos países já passaram. “Estamos convergindo para aquilo que é padrão no mundo. Sair da renda fixa e buscar alternativas que implicam mais risco abre espaço para novos produtos, seja na área de crédito, fundos multimercado, de ações, previdência e produtos estruturados”.

Em tempos de ciclo de baixa da Taxa Selic, afetando grande parte dos investimentos na Renda Fixa, como já falamos, surge uma oportunidade que se destaca nesse mercado: os ativos de crédito privado, principalmente CRIs, CRAs e debêntures incentivadas.

O bom momento desses investimentos foi confirmado na transmissão pelos gestores. Para eles, essa deve ser a maior oportunidade da renda fixa em 2020.

Onde Investir 2020: Como escolher os melhores fundos para investir

Guilherme Anversa, sócio e gestor da XP Advisory, e a jornalista Luciana Seabra, fundadora e CEO da Spiti, conversaram sobre fundos de investimento, em um bate-papo elucidador para quem ainda tem muitas dúvidas sobre esse mercado.

Seabra, uma das maiores especialistas de fundos do Brasil, se debruçou no tema e elencou alguns pontos para prestar atenção na hora de escolher um bom fundo de investimento.

“É uma análise muito parecida com a de ações ou de um ativo de renda fixa. Porque a gente faz uma análise quantitativa e não só o retorno mais recente. Não adianta nada o gestor ter dado retorno no começo nem o cara colocar o desafio dele para bater o CDI, sendo um gestor de Bolsa”, conta Seara, ressaltando como ela faz para indicar fundos.

Segundo ela, a parte qualitativa também é muito importante e, realmente, é para “gastar a sola de sapato”, como ela mesma disse. Ou seja, conversar com os gestores, acompanhar suas notícias e movimentos, são pontos fundamentais para avaliar se um fundo é bom ou não. Para ela, os número são apenas uma das partes da avaliação.

Guilherme revela que para analisar cada fundo de investimento ele se baseia na metodologia dos 4Ps.

• Passado: “Vemos aqui por onde o gestor passou, como foi o desempenho nos outros lugares e outros projetos”.
  
• Pessoas: “Há quanto tempo a equipe trabalha em conjunto, qual o currículo de cada um, como a gestora se relaciona com os clientes”.
  
• Processos: “Entender processo de investimento, de risco, como o gestor e sua equipe lidam com cada situação”.
  
• Partnership: “Nada mais é que uma visão de longo prazo e de continuidade do negócio. Quando pensamos em fundos, queremos que a parceria e os retornos durem. Por isso é importante olhar isso”.

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