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Pioneiro em investimentos ESG, Colin Le Duc discute os impactos da alocação sustentável

Para fechar o 4º e último dia do EXPERT ESG, Colin Le Duc, sócio-fundador da Generation Investment Management, discute a importância dos investimentos sustentáveis.

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Para fechar o quarto e último dia do Expert ESG, tivemos um painel com Colin Le Duc, sócio-fundador da Generation Investment Management, empresa pioneira em levar os fatores ESG em consideração na análise de investimentos, e moderado por Samuel Ponsoni, head de análise de fundos, FIIs e previdência.

Fundada em 2005, com sede em Londres, a Generation Investment Management dedica-se totalmente a incorporar os padrões ESG em todos os investimentos. Após mais de 16 anos são referência mundial e possuem mais de US$ 30 bilhões em ativos sob gestão. A empresa tem como um dos fundadores o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore.

Como surgiram com a ideia de investimentos sustentáveis

O tema investimentos sustentáveis ​​evoluiu muito nos últimos anos. Eles tinham uma visão de mundo muito diferente até então. Em 2003 e 2004, estava muito claro que a desigualdade e as mudanças climáticas estavam afetando a lucratividade corporativa. Naquela época, os fundos focavam muito nos resultados de curto prazo. Além disso, muitos fundos surgiram com estratégias diferentes naquela época.

Ele destacou a participação de Al Gore com o Prêmio Nobel da Paz justamente por impulsionar essa agenda ambiental. Eles combinaram diferentes habilidades na equipe, abrangendo a ótica financeira e de longo prazo para questões importantes sobre a economia global e a sustentabilidade. Portanto, eles viram uma oportunidade de investir com base nesses pontos no longo prazo.

Antes de 2003, o universo do investimento era ocupado por um investimento ético, ou seja, fundos utilizados para excluir das possibilidades de investimento apenas empresas antiéticas. Diante desse cenário, os fundadores da Generation Investment Management decidiram integrar outros conceitos, como sustentabilidade, em todo o processo de investimento.

Principais pilares de investimento na Generation e como eles evoluíram

Durante seus primeiros anos, a Generation apenas realizava a alocação de capital de seus sócios. Esse período foi marcado por muito estudo e desenvolvimento de uma nova linguagem de investimentos, para que pudessem se comunicar (futuramente) com outros investidores. Para isso, Colin ressalta que tiveram que analisar profundamente os setores sociais e ambientais de cada setor econômico. No fim das contas, a Generation acredita que a melhor forma de alocar o capital seja investir em empresas que estão do lado certo da história. Sendo assim, os pilares da Generation são:

  • Investimento a longo prazo: Encontrar empresas que estão do lado certo da história e investir nelas em um longo horizonte de tempo. Ou seja, investir em empresas que fornecem produtos e serviços bons para o mundo. A Generation entende que, no futuro, haverá um aumento na demanda por produtos benéficos.
  • Pesquisa integrada sobre sustentabilidade: Além da análise do produto ou serviço oferecido, também é necessário entender a forma como a empresa é gerida.
  • Alinhamento com os clientes: A Generation entende que entregar resultados e, por isso, mantém um modelo de incentivos e remuneração baseada no desempenho de longo prazo, alinhado com os interesses dos clientes.

Colin reforça a importância da performance, afinal, a filosofia de investimentos empregada não seria relevante caso não fossem entregues resultados acima da média do mercado.

Além disso, sua entrada no mundo do private equity foi um marco importante. O mercado também mudou muito nos últimos anos e o tema ESG se tornou um assunto muito discutido. Todas as classes de ativos agora incluem análise ESG. Além disso, ele acredita que os reguladores estão cientes da possibilidade de greenwashing pelos fundos, um assunto desafiador atualmente.

Greenwashing e como detectá-lo

Ao evidenciar que muitos dos investidores e gestores de ativos insistem em dizer que fazem investimentos e alocações sustentáveis, Colin levanta a atenção ao greenwashing. Segundo Colin, greenwashing é uma abordagem cínica e mal-intencionada sobre algo que é verde, mas que na verdade não é. É inevitável, portanto, que muitas empresas e investidores façam isso para passar uma boa impressão ao público.

A fim de evitar esses problemas, Colin ressalta que sua empresa realiza uma abordagem profunda de acesso à empresa para identificar todos os pontos ESG da companhia, como os destinos dos gastos com CapEx, gastos com lobby, quais pesquisas a companhia está realizando que vai ao encontro da sustentabilidade, etc. Além disso, a Generation também mantém contato com ex-executivos das empresas para adquirir mais informações sobre as atividades e comportamentos.

“Ética é o que você faz quanto ninguém está olhando.”

Colin Le Duc

Principais desafios

Entender o ESG proporcionará uma visão mais abrangente sobre os investimentos. A estratégia da Generation é baseada em alta convicção e horizonte de longo prazo. Possui cerca de 40 empresas em seus fundos, totalizando US$ 30 bilhões.

O mais importante é entender a importância estratégica das empresas e como elas atuam. Eles trabalham muito analisando o futuro das indústrias e selecionam empresas com base em atributos relacionados. Pode-se ter situações em que a empresa tem um legado, mas não tem sustentabilidade, onde não está claro se o produto beneficia a sociedade.

Descarbonizar a economia é o desafio mais importante da humanidade. Eles precisam medir e monitorar suas emissões (empresa ou investidor). Entender onde você está é o trabalho mais importante. Muitos investidores também estão comprometidos com emissões zero em seus portfólios. Existem muitos índices, por exemplo, que subestimam as indústrias pesadas de carbono.

Do risco-retorno ao risco-retorno e impactos

A forma atual de pensar os investimentos é otimizar o risco e o retorno. A maioria dos investidores faz isso. No entanto, eles percebem que é necessário alocar capital também para otimizar os impactos. Dependendo do seu objetivo, se for puramente para ter um retorno financeiro de longo prazo, a medição é mais fácil: relatar o desempenho no final do período. Supondo que inclua uma meta de impacto específica, como impacto climático, é possível medir porque as pessoas entendem o que é 1 tonelada de CO2 e você pode usar essa métrica como uma medida de impacto.

No caso da redução da pobreza, não é fácil medir, uma vez que não existe um acordo comum ou padrões gerais. Ainda há muito a evoluir.

Outra forma de escolher empresas é olhar os produtos que oferecem e os incentivos dos funcionários. Eles são bons para a sociedade? “Por exemplo: empresas que cultivam tabaco. Sabemos que o tabaco mata pessoas.”

Mensagem final

“Pergunte a si mesmo se você, sua carteira, sua empresa está do lado certo da história. Pergunte a sí mesmo qual é o propósito do meu capital e da minha atividade cotidiana? Será que estou contribuindo para a transição que o mundo tem que fazer em direção a um futuro mais sustentável? Pergunte a si mesmo.”

Colin Le Duc
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