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Como integrar fatores ESG na análise de crédito

Time de gestores de crédito aborda na Expert ESG como estão incorporando fatores de sustentabilidade na escolha de seus ativos.

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No último dia da Expert ESG, focado em investimentos sob a ótica sustentável, Alexandre Muller (gestor de crédito da JGP Asset Management), David Knutson (Head of Fixed Income Research da Schroders), Steve Waygood (CIO da Aviva Investor) e Mathilde Dufour (Head of Sustainability Research da Mirova) exploraram como gestores estão incorporando fatores ESG na gestão de fundos de crédito.

É necessário ser inovador

Quando a mediadora Camilla Dolle, analista de Renda Fixa da XP Investimentos, perguntou à Mathilde Dufour como buscar investimentos vantajosos na economia sustentável, a gestora ressaltou o papel social das empresas, que não deveriam afetar a sociedade apenas de maneiras negativas. De acordo com ela, para buscar resultados e atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável, é necessário mudar a abordagem, trocando o filtro de empresas que não sejam muito negativas em fatores ESG, para as provedoras de solução. A gestora citou como exemplo o investimento em companhias proativas em mudanças climáticas.

As empresas em estágio inicial têm grande responsabilidade em termos de contribuição para as questões ambientais e sociais (…). Elas não têm só impacto negativo sobre essas questões, mas também podem contribuir com as questões e serem fornecedoras de soluções.

Mathilde Dufour

G de Governança

Dentre as letras E, S e G, Alexandre Muller enxerga as grandes empresas no Brasil melhores posicionadas na frente de governança. Contexto explicado principalmente pelas práticas difundidas no mercado de capitais, embora ainda exista um universo grande de pequenas e médias empresas carentes de estruturas. Para ele, o desafio dessa frente no Brasil hoje é a elaboração de certificações em títulos de crédito de forma mais assertiva e construtiva, para apresentar um patamar mais satisfatório de mensuração e abertura de externalidades ambientais e sociais.

Sustentabilidade é um fracasso?

Steve Waygood ponderou que, em muitos casos, é possível aumentar a rentabilidade de empresas no curto prazo ao fazer escolhas erradas do ponto de vista sustentável. Porém, com essas atitudes, o nosso futuro e o das próximas gerações são deteriorados. Apesar de ser possível assegurar altos retornos em prazos mais longos no processo de transição energética prevista no Acordo de Paris, a agenda não avançou no ritmo necessário. Portanto, ele acredita que, como essa mentalidade de preterir ganhos no longo prazo é difundida por agentes, a abordagem da sustentabilidade seja um fracasso de mercado.

Investidores ativos, não ativistas

Quando David Knutson começou a adotar fatores ESG em suas análises na década de 1990, encontrou dificuldades para evitar o green washing e achar dados concretos que respaldassem avaliações adequadas das companhias. Hoje, o gestor enxerga com bons olhos os avanços dessa pauta, já que a abordagem ESG permite a descoberta de oportunidades que não são visíveis ao analisar apenas os balanços das empresas. Apesar de suas preferências e da ampla gama de fundos administrados pela Schroders, ele acredita que a decisão final deva ser atribuída aos clientes. “Somos investidores ativos, e não ativistas”, ele ressaltou.

A perspectiva ESG oferece um horizonte de investimento de longo prazo (…). Usando fatores ESG, podemos olhar mais além no horizonte para destravar oportunidades de investimento de longo prazo. Somos capazes de permanecer na liderança por mais tempo e evitar os desvios que podem destruir oportunidades na renda fixa.

David Knutson

Evitando o green washing

Mathilde discorreu que, como o mercado de green bonds é autorregulado, ou seja, cabe aos emissores rotular seus papeis como green bonds ou não, é difícil garantir que haja um impacto de fato sem olhar a fundo caso a caso. Segundo ela, os gestores precisam usar suas ferramentas e expertises para avaliar os aspectos verdes das emissões e o que está contribuindo para uma economia mais sustentável. Ela apontou as atuais discussões na União Europeia sobre taxonomia verde, para definir quais ativos são ou não verdes, como um avanço na pauta.

O conceito de green bonds é realmente interessante (…) porque permite ao investidor ter certeza de que há um alinhamento entre o que ele deseja financiar e o projeto que é financiado pelo título verde.

Mathilde Dofour

É tudo um processo

Ao fim do painel, David ressaltou a importância de pensar fora da caixa e fugir do óbvio na escolha de ativos, dado que o mundo encontra-se em um importante processo de transição. Ao depararmos uma controvérsia, é necessário analisar a fundo o evento e entender o que aconteceu e o porquê. Ele citou como exemplo setores como o de bebidas alcóolicas e tabaco, que, apesar de possuírem reputações negativas por conta das consequências do consumo excessivo de seus produtos, às vezes contam com metas de longo prazo para reduzir os custos externos que causam à sociedade. Para ele, os gestores precisam assumir a liderança e “entender o que motiva as indústrias e os setores, engajar com as empresas, e enfim, encontrarem juntos caminhos sustentáveis”.

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