Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE em alta de 0,95% e 1,54%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a Petrobras iniciou pesquisas sobre a possibilidade de uso de pequenos reatores nucleares (SMRs, na sigla em inglês) como fonte de eletricidade de baixo carbono para as atividades de produção de petróleo e gás - os estudos da Petrobras com a fonte nuclear estão em fase inicial de prospecção, no centro de pesquisas da estatal, o Cenpes; e (ii) a B3 quer mudar as regras do Novo Mercado, segmento de listagem que tem critérios mais exigentes de governança corporativa e que completa 25 anos em 2025, abrindo audiência pública para discutir o tema - entre as propostas, sugere aumentar o percentual de conselheiros independentes nas empresas ali listadas e limitar a participação de executivos em mais de um colegiado.
• No internacional, a Comissão Europeia anunciou a concessão de quase €720 milhões para sete projetos de hidrogênio de baixo carbono na Europa, selecionados por meio do primeiro processo de licitação competitiva do Banco Europeu de Hidrogênio - os projetos selecionados estão localizados em quatro países europeus (Espanha, Portugal, Noruega e Finlândia).
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Brasil
Empresas
Petrobras estuda uso de pequenos reatores nucleares para reduzir emissões na produção de óleo e gás
"A Petrobras iniciou pesquisas sobre a possibilidade de uso de pequenos reatores nucleares (SMRs, na sigla em inglês) como fonte de eletricidade de baixo carbono para as atividades de produção de petróleo e gás. A companhia tem ampliado esforços nos últimos anos para reduzir as emissões nas operações, de modo a ganhar competitividade em meio à transição energética com a extração de um petróleo com menos emissões associadas. Os estudos da Petrobras com a fonte nuclear estão em fase inicial de prospecção, no centro de pesquisas da estatal, o Cenpes. No momento, o trabalho está na fase de levantamento de potenciais rotas tecnológicas e os desafios associados, assim como as potenciais aplicações nas operações. Segundo a empresa, o tema do uso da energia nuclear como fonte limpa surgiu “naturalmente” em meio às discussões sobre tecnologias de geração de energias renováveis e neutras em emissões. As SMRs são usinas nucleares com capacidade de 5 a 20 gigawatts (GW). Modulares, elas são menores do que as grandes plantas tradicionais e também consideradas mais seguras. Hoje, projetos desse tipo estão concentrados sobretudo na China e na Rússia e ainda não existem iniciativas em implantação no Brasil. O custo é um dos principais desafios para o uso da tecnologia. “Uma das principais vantagens da tecnologia SMR é oferecer uma energia com baixíssima emissão de gás carbono associada e que não esteja sujeita à intermitência na geração, quando comparada a fontes renováveis. Os resultados da pesquisa inicial com SMR vão indicar os potenciais desdobramentos para utilização dessa tecnologia pela Petrobras”, explicou a estatal em nota à agência epbr."
Fonte: Epbr, 02/05/2024
B3 abre consulta para revisar regras do Novo Mercado
"A B3, a bolsa brasileira, quer mudar as regras do Novo Mercado, segmento de listagem que tem critérios mais exigentes de governança corporativa e que completa 25 anos em 2025. A bolsa abriu audiência pública para discutir o tema. Entre as propostas, sugere aumentar o percentual de conselheiros independentes nas empresas ali listadas e limitar a participação de executivos em mais de um colegiado. Prevê, ainda, criar medida para que possa suspender as empresas do segmento de forma cautelar, em caso de descumprimento de certas regras. O objetivo é dar uma resposta rápida ao mercado. O Novo Mercado foi criado no ano 2000 e, a partir de 2007, quando houve um primeiro “boom” de IPOs (ofertas iniciais de ações), chamou definitivamente a atenção dos agentes financeiros. Hoje é o segmento que mais recebe companhias: são 193 listadas. De tempos em tempos, a B3, responsável pelo regulamento do segmento, faz alterações nas regras. A mais recente ocorreu em 2023 e foi considerada pontual, voltada para medidas de liquidez. A revisão anterior, de caráter mais amplo, havia sido feita em 2018. Uma das propostas da B3 é a de que o selo do Novo Mercado de uma companhia poderá ser colocado em revisão de forma cautelar, anteriormente à instalação de um eventual processo. A revisão significa que a empresa pode ser suspensa do segmento pelo descumprimento de certas medidas. A consulta pública elenca condições objetivas para tal. Entre as quais, aparecem: a divulgação de fato relevante que demonstre a possibilidade de erro material nas informações financeiras, incluindo fraude, atraso de mais de 30 dias na entrega das informações financeiras ou relatório dos auditores independentes com opinião modificada. Pedidos de recuperação judicial ou desastre ambiental são alguns dos quesitos que também estão no rol de sugestões da B3."
Fonte: Valor Econômico, 03/05/2024
País não está adaptado ao novo normal climático, diz cientista
"A pior tragédia climática do Rio Grande do Sul afeta uma a cada três cidades gaúchas e, infelizmente, se transforma no novo normal climático. “Os extremos de chuva estão virando mais extremos. Há o sinal claro da mudança climática. Temos que nos preparar para esta nova realidade que já estamos vivendo”, diz o climatologista José Marengo, que trabalha há mais de 20 anos com adaptação aos impactos do clima e esteve à frente de capítulos de relatórios do Painel Intergovernamental de Mudança Climática, o IPCC, nesta temática. Até 20h30 da quinta-feira o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) havia emitido 91 sinais de alerta no Rio Grande do Sul. Destes, 30 são de nível muito alto (o nível máximo, que exige a retirada das pessoas), 42, de nível alto, e 19, moderado. Os avisos eram para inundações e enchentes (49) e deslizamentos de terra (42). Marengo costuma dizer que o Brasil é muito solidário no pós-desastre, mas que é preciso pensar na prevenção. “Casas que não foram destruídas em 2023 foram destruídas agora. Em 2023 foram 16 mortos, agora são ao menos 29 e 60 desaparecidos. Isso mostra que não ocorreu adaptação naquelas regiões”, diz o climatologista."
Fonte: Valor Econômico, 03/05/2024
Política
Imposto Seletivo e transição energética
"A experiência empírica e a literatura internacional contemporâneas convergem no sentido de que a tributação sobre o consumo deve ser usada apenas para arrecadar, de forma neutra, sem interferir nas decisões de consumo e investimento, nos moldes de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) ou Imposto sobre Vendas (Sales Tax). Paralelamente, recomenda-se a adoção de um “Excise Tax”, imposto especial para desestimular consumo de certos itens em razão de seus efeitos nocivos. Daí o apelido de “Sin Tax” ou “Imposto do Pecado”, uma vez que onera comportamentos como o vício do cigarro e a ingestão de alimentos com alto teor de açúcar (Sugar Tax), dentre outros. Pois bem. A ideia central da recém-aprovada reforma tributária é substituir os atuais tributos sobre o consumo por um IVA-dual, composto pela CBS, de competência federal, e pelo IBS, dos Estados, Distrito Federal e municípios. Adotou-se a neutralidade como princípio, legislação uniforme aplicável em todo país, mantendo-se a autonomia dos entes para definição da alíquota vigente no seu território, em atenção ao federalismo brasileiro. Complementando o modelo brasileiro, o Imposto Seletivo pode incidir sobre a produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, o que lhe confere amplitude magnânima."
Fonte: Valor Econômico, 03/05/2024
Internacional
Empresas
Banco europeu libera € 720 milhões para projetos de hidrogênio de eletrólise
"A Comissão Europeia anunciou, na terça (30/4), a concessão de quase € 720 milhões para sete projetos de hidrogênio renovável na Europa, selecionados por meio do primeiro processo de licitação competitiva do Banco Europeu de Hidrogênio. Os projetos selecionados estão localizados em quatro países europeus (Espanha, Portugal, Noruega e Finlândia) e apresentaram lances entre € 0,37 e € 0,48 por quilograma de hidrogênio renovável produzido. Ao todo, o leilão recebeu 132 lances de 17 países europeus, sendo 119 propostas consideradas elegíveis e admissíveis. “O elevado número de propostas e os investimentos hoje adjudicados são um sinal claro de confiança no nascente mercado do hidrogênio renovável. Existe uma forte carteira de projetos na Europa e uma indústria competitiva. Estes são sinais encorajadores para o futuro desta importante tecnologia líquida zero”, disse Maroš Šefčovič, vice-presidente executivo do Pacto Ecológico Europeu. Os vencedores do leilão receberão subsídios, entre € 8 milhões e € 245 milhões, para cobrir a diferença de preço entre seus custos de produção e o preço de mercado do hidrogênio. Juntos, deverão produzir 1,58 milhão de toneladas de hidrogênio a partir da eletrólise com energia renovável ao longo de dez anos, evitando mais de 10 milhões de toneladas de emissões de CO2. Os projetos selecionados terão que começar a produzir em um prazo máximo de 5 anos após a assinatura do acordo de subsídio. A Comissão Europeia planeja lançar um segundo leilão até o final deste ano. “Os resultados do primeiro leilão do Banco Europeu de Hidrogênio comprovam o elevado interesse da indústria europeia em produzir e utilizar hidrogênio no nosso continente”, afirmou Kadri Simson, Comissária da Energia."
Fonte: Epbr, 02/05/2024
Japão vai transportar por navio eletricidade de usina eólica marinha até terra firme
"Os planos para a utilização de um novo tipo de navio de transporte de energia foram anunciados em 24 de abril, não um navio que transporta petróleo ou gás natural, mas um navio que transporta eletricidade em baterias. A startup PowerX, com sede em Tóquio, anunciou o memorando de entendimento com a Tepco Power Grid e a cidade de Yokohama sobre o uso do "tanque de bateria" da PowerX para transportar eletricidade de um parque eólico offshore até a orla marítima de Yokohama, onde será conectada à rede elétrica. A startup, cujo navio carregado com bateria é o primeiro do gênero no mundo, conta com empresas de energia e tradings entre seus investidores. Mas a lista inclui apenas um grande transportador marítimo japonês: a Nippon Yusen, também conhecida como NYK Line, uma empresa que se tornou uma força motriz na promoção de energias mais limpas. “O desenvolvimento do navio-tanque de bateria é uma oportunidade”, disse o presidente da NYK Line, Hitoshi Nagasawa. “Se a indústria de construção naval do Japão puder tomar a iniciativa, isso poderá gerar ótimos retornos.” A companhia marítima também está na vanguarda dos esforços para desenvolver navios movidos a amônia, combustível que não emite dióxido de carbono quando queimado. Anunciou em janeiro uma parceria com três outras empresas japonesas – incluindo a Nihon Shipyard, uma joint venture entre os dois principais construtores navais do Japão – para construir o primeiro navio transportador de gás movido a amoníaco do mundo até 2026. Um projeto semelhante foi anunciado em abril por seis empresas japonesas, entre elas a Kawasaki Kisen Kaisha e a Mitsui Engineering & Shipbuilding. A Dalian Shipbuilding Industry da China e a Samsung Heavy Industries da Coreia do Sul também estão trabalhando em navios movido a amônia."
Fonte: Valor Econômico, 02/05/2024
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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