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Energia elétrica pressiona e inflação sobe 0,96% em julho

Energia elétrica subiu 7,88% no mês e contribuiu com 0,35pp da alta de 0,96pp no IPCA do mês de julho. Abertura da inflação revela aceleração nos preços de serviços com custos ainda elevados em alimentação e bens industrializados. Expectativa é de trajetória ainda ruim nos próximos meses e IPCA deve encerar o ano perto de 7% de alta.

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O índice de preços ao consumidor subiu 0,96% em julho, ficando levemente abaixo da nossa estimativa (1%) e em linha com a mediana das expectativas de mercado (em 0,95%). Os principais desvio em relação ao projetado foram nos grupos Alimentação no domicílio e Cuidados Pessoais (este último é bastante volátil).

No ano, o IPCA acumula alta de 4,76% e, nos últimos 12 meses, de 8,99% e projetamos que encerre o ano perto de 7%. No primeiro semestre, a elevação nos preços de commodities internacionais, depreciação do câmbio, condições climáticas adversas e desequilíbrios na cadeia de produção, elevaram custos e se traduziram em elevação nos preços da economia. Esses fatores, mesmo que em menor grau, continuam impactando a inflação do ano, que agora ganha mais um vetor altista: aceleração nos preços de serviços.

Dos itens que mais contribuíram para essa alta de quase 1% na inflação, destaque para energia elétrica, que subiu 7,88% devido ao reajuste de 52% no valor adicional dessa bandeira tarifária, que passou a cobrar R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos. Antes, o acréscimo era de R$ 6,243. Além disso, houve um sequencia de reajustes tarifários no mês. à frente, a conta de luz deve se manter alta e pode, inclusive, sofrer nova elevação através da bandeira tarifária. Isto porque a alta promovida em julho não será suficiente para cobrir custo de acionamento das termelétricas. A Aneel já colocou sobre consulta publica e pode decidir nos próximos dias novo reajuste da taxa cobrada na bandeira vermelha 2 próximo a 20%, com efeito a partir de setembro e impactode0,12pp no IPCA.

Outro grupo com elevação expressiva no mês foi Transportes, com alta de 1,52%, sendo a principal contribuição vinda de passagens aéreas (35,22% e 0,10pp), que haviam caído 5,57% em junho.

A inflação de serviços subiu 0,67% em julho, em linha com a expectativa e acelerando ante 0,23% em junho. E os serviços subjacentes, medida monitorada pelo BC, acelerou de 0,44% para 0,49%. Os preços dos bens industriais registraram desaceleração no mês, de 0,8% para 0,68%, mas acima da nossa projeção (+0,53%).

Os núcleos da inflação seguem em patamar elevado, acelerando marginalmente de 0,53% para 0,57%. Na comparação anual, passou de 4,9% para 5,4%, acima da meta de inflação do BC (3,75%). Justamente devido à leitura de alta persistente nos preços, observada através das medida dos núcleos, que buscam expurgar choques temporários do índice, o Banco Central vem reduzindo os estímulos monetários através da elevação da taxa básica de juros. Na reunião da semana passada, a autoridade elevou a Selic em 1,0pp e justificou que “a percepção de que a piora recente em componentes inerciais dos índices de preços, em meio à reabertura do setor de serviços, poderia provocar uma deterioração adicional das expectativas de inflação”.

Apesar da surpresa, a leitura da inflação não mudou e continua desafiadora. A menor variação na alimentação e em itens de higiene pessoal foi parcialmente compensada pela aceleração dos preços industrializados. A dinâmica dos serviços e núcleos não surpreendeu, vieram em linha com o cenário de aceleração, indicando tendência altista dos preços. Por ora, nossa projeção do IPCA de 2021, hoje em 6,7%, está sob revisão, com viés de alta.

Projetamos que a Selic encerre o ano em7,25% (com elevações de 1 p.p. na reunião do Copom em setembro, 0,50 p.p. em outubro e 0,50 p.p. em dezembro). Mas destacamos que se a perspectiva para as contas públicas se deteriorar adicionalmente, a taxa Selic poderá ser elevada para patamares além da nossa projeção.

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