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Economia em Destaque: Emprego aquecido reduz urgência de corte de juros nos EUA

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nos Estados Unidos, o Congresso aprovou o amplo projeto de lei que reduz impostos e expande gastos, conhecido como “One Big Beautiful Act”.  

A geração de empregos na economia americana veio acima do esperado, sugerindo resiliência do mercado de trabalho, o que reduz a possibilidade de corte de juros pelo Fed (banco central) na próxima reunião de política monetária.

No Brasil, o saldo de ocupações com carteira assinada continua sólido, apesar da desaceleração registrada em maio. No lado fiscal, o STF derrubou os decretos que elevaram o IOF e convocou uma audiência de conciliação entre governo e Congresso.

Publicamos o relatório Brasil Macro Mensal. Entre os destaques, a projeção de taxa de câmbio foi revisada de 5,80 para 5,50 reais por dólar no fim de 2025. As previsões de IPCA caíram para 5,0% este ano e 4,5% no ano que vem. Com a inflação mais baixa no curto prazo, acreditamos que o Banco Central iniciará um ciclo de cortes de juros em janeiro, com a taxa Selic projetada em 12,50% ao final de 2026.

Gráfico da Semana

Veja na seção “Fed deve manter postura cautelosa em meio ao mercado de trabalho aquecido”.

Cenário Internacional

Pacote fiscal de Donald Trump deve piorar a dinâmica da dívida pública nos Estados Unidos

O Congresso dos Estados Unidos aprovou o projeto de lei chamado de “One Big Beautiful Act” – que prevê a prorrogação de cortes de impostos implementados em 2017, maiores deduções às famílias, aumento de gastos com defesa e segurança de fronteiras, entre outros. O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) estima que a medida pode adicionar US$ 3,3 trilhões à dívida pública nos próximos 10 anos, elevando-a para cerca de 127% do PIB. Agora, o pacote segue para sanção presidencial.

Fed deve manter postura cautelosa em meio ao mercado de trabalho aquecido

O principal relatório sobre o mercado de trabalho americano (Nonfarm Payroll) mostrou criação líquida de 147 mil empregos em junho, acima da expectativa de 110 mil. A taxa de desempregou recuou para 4,1%, abaixo da projeção de 4,3%. Por sua vez, o rendimento médio por hora subiu 0,2% em junho comparado a maio (3,7% na comparação interanual), o que representou certo alívio. Após a divulgação do relatório, os agentes de mercado reduziram de forma significativa a probabilidade de corte na taxa básica de juros em julho.

Além disso, o índice geral do ISM de Serviços – sondagem empresarial sobre as condições econômicas e dos negócios – subiu de 49,9 em maio para 50,8 em junho, acima da estimativa de 50,5. Os componentes de atividade produtiva, novas encomendas, estoques e novos pedidos de exportação se recuperaram no mês passado. Esses resultados corroboram nosso cenário de desaceleração gradual da economia dos Estados Unidos ao longo de 2025.

Na Zona do Euro, a inflação continua na meta

A inflação ao consumidor da Zona do Euro veio em linha com o esperado em junho, permanecendo na meta de 2% pelo segundo mês consecutivo. Sobre o mercado de trabalho, a taxa de desemprego da região subiu ligeiramente de 6,2% em abril para 6,3% em maio.

A inflação controlada e a desaceleração do mercado de trabalho reforçam o ciclo de flexibilização monetária que vem sendo implementado pelo Banco Central Europeu (BCE).

Recuperação da indústria na China

A sondagem industrial da China (PMI Caixin) subiu de 48,3 para 50,4 pontos em junho, um pouco acima das expectativas. Leituras superiores a 50 pontos indicam expansão do setor. A recuperação decorreu, em grande medida, do aumento da demanda. Já a sondagem de serviços caiu de 51,5 para 50,6 pontos em junho, abaixo das projeções. A leitura marcou o ritmo de expansão mais fraco do setor de serviços desde setembro de 2024, com destaque à perda de tração das novas encomendas e ao recuo nas vendas externas.

Enquanto isso, no Brasil...

Dólar deve encerrar 2025 em R$ 5,50

Publicamos o relatório Brasil Macro Mensal de julho. Destacamos que o cenário global segue volátil, mas ainda favorável ao Brasil, com dólar fraco, commodities valorizadas (com exceção ao petróleo) e expectativa de cortes de juros pelo Fed no segundo semestre.

Assim, prevemos que o dólar encerrará 2025 a R$ 5,50, e 2026 a R$5,70. Mantivemos a projeção de crescimento do PIB em 2,5% este ano e 1,7% no próximo, em linha com o mercado de trabalho aquecido e estímulos governamentais no curto prazo. A inflação projetada para 2025 caiu de 5,5% para 5,0%; e de 4,7% para 4,5% para 2026. Com o alívio na inflação corrente, o Banco Central do Brasil deve iniciar um ciclo de corte de juros em janeiro, com a taxa Selic projetada em 12,50% ao fim de 2026 — podendo cair mais, caso avancem as perspectivas de reformas fiscais a partir de 2027.

Para detalhes, leia o relatório “Câmbio alivia inflação e reduz pressão sobre BC

STF derruba decretos que elevaram IOF

O governo federal entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a decisão do Congresso de revogar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em decisão liminar, o Ministro Alexandre de Moraes derrubou os decretos do governo que elevaram o IOF, bem como o decreto legislativo que sustou essa alta, e marcou uma audiência de conciliação entre governo federal e Congresso.

O aumento do IOF poderia gerar aos cofres públicos até R$ 12 bilhões este ano e R$ 24 bilhões no ano que vem, reduzindo a necessidade de congelamento de gastos e ajudando o governo a atingir sua meta de resultado primário.

Produção industrial recua pelo segundo mês consecutivo

O volume produzido na indústria recuou 0,5% em maio, em linha com as expectativas. Três das quatro grandes categorias econômicas e 14 dos 25 ramos industriais apresentaram queda na comparação com o mês anterior.

O arrefecimento da indústria brasileira deve continuar nos próximos meses, refletindo o fim da ociosidade na maioria das atividades manufatureiras e condições monetárias mais restritivas. No entanto, a resiliência do mercado de trabalho e as medidas de estímulo de curto prazo devem evitar uma desaceleração mais intensa. Projetamos que a produção industrial crescerá 2,2% em 2025, após 3,1% em 2024.

Mercado de trabalho sólido, apesar dos sinais iniciais de desaceleração

O relatório do CAGED registrou criação líquida de 149 mil empregos formais em maio, resultado abaixo das expectativas (XP: 168 mil; mercado: 176 mil). O saldo acumulado em 12 meses atingiu 1,630 milhão de vagas. Todos os setores apresentaram moderação na comparação mensal. Avaliamos que o mercado de trabalho continua robusto, com a taxa de desemprego nas mínimas históricas e aumento contínuo da massa salarial real.

Déficit público menor que o esperado em maio, mas desafios fiscais permanecem

O resultado primário do setor público foi deficitário em R$ 33,7 bilhões em maio (mercado: R$ 42,7 bilhões; XP: R$ 43,8 bilhões). O governo central e as empresas estatais registraram saldos negativos de R$ 37,4 bilhões e R$ 0,9 bilhão, respectivamente, enquanto os governos regionais alcançaram superávit de R$ 4,5 bilhões. Com isso, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) aumentou para 76,1% do PIB, enquanto a Dívida Líquida do setor Público (DLSP) atingiu 62,0% do PIB. O endividamento público continuará em trajetória de alta nos próximos anos, o que requer ajustes nas contas fiscais. 

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Destaques da próxima semana   

No cenário internacional, agenda econômica pouco movimentada. O destaque será a divulgação da ata da última reunião de política monetária nos Estados Unidos. Na China, serão publicados os índices de inflação ao produtor e ao consumidor.

No Brasil,a divulgação do IPCA de junho estará no centro das atenções. Esperamos sinais adicionais de alívio na inflação corrente, especialmente nos grupos de bens industrializados e alimentos. Do lado da atividade econômica, as vendas no comércio varejista e as receitas no setor de serviços devem mostrar crescimento moderado em maio.

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