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Economia em Destaque: Copom sinaliza fim do ciclo de alta

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nos Estados Unidos, o banco central manteve os juros de referência em 4,25%-4,50% e o tom de cautela em relação aos próximos passos.

O preço do petróleo voltou para os patamares de janeiro, refletindo o aumento das tensões no Oriente Médio.

No Brasil, o Copom elevou a taxa Selic para 15,00%, surpreendendo parte do mercado, além de sinalizar o fim do ciclo de alta de juros. Ademais, o Comitê indicou que a taxa básica deverá ficar neste patamar “por período bastante prolongado”.

No cenário político, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto que revoga a decisão de alta da alíquota do IOF.

Gráfico da Semana

Veja na seção “Copom sinaliza fim do ciclo de alta”.

Cenário Internacional

Fed mantém juros entre 4,25% e 4,50%

O Fed, banco central dos Estados Unidos, manteve a taxa de juros de referência entre 4,25% e 4,50% - nível vigente desde dezembro de 2024 –, conforme o esperado. A autoridade seguiu com o discurso de “esperar para ver” indicando que avaliará cuidadosamente os dados antes de novos ajustes. O Comitê manteve a projeção de mais dois cortes de juros até o final deste ano. Ademais, o Fed revisou a projeção de PIB deste ano de 1,7% para 1,4% e aumentou a projeção para a inflação de 2,7% para 3,0%. Em coletiva, o Presidente Jerome Powell alertou que as tarifas comerciais já impactam a economia, elevando preços em setores específicos e pressionando a inflação, além de destacar que outras políticas de Trump aumentam a volatilidade econômica, exigindo vigilância da autoridade para manter a estabilidade de preços.

Os dados de atividade desta semana corroboram o tom de cautela do Fed e a desaceleração da economia. As vendas no varejo caíram 0,9% em maio em comparação a abril, abaixo das estimativas de mercado (-0,7%). Esse é o segundo mês consecutivo de contração no setor, refletindo a imposição das tarifas norte-americanas. Por sua vez, a produção industrial queda de 0,2% em maio.

Conflito entre Israel e Irã leva preços de petróleo a maior patamar desde janeiro

A semana contou com continuidade dos ataques entre Israel e Irã e a probabilidade de ampliação do conflito, com a entrada dos Estados Unidos. Donald Trump pediu a “rendição incondicional” de Teerã – o que foi recusado pelo líder iraniano, que também alertou que qualquer intervenção americana causaria “danos irreparáveis”. O Pentágono deslocou forças para a região, mas os Estados Unidos ainda não decidiram se intervirão.

Com o aumento das tensões no Oriente Médio, os preços do petróleo Brent superaram US$ 77 por barril, maior patamar desde janeiro. O preço do petróleo em alta é positivo para a arrecadação federal e para a balança comercial, mas pressiona a inflação no país.

Decisões de juros também ocorreram em outras regiões, com tom cauteloso pelas autoridades

Além das decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, os bancos centrais de outras economias também decidiram juros nesta semana. O Banco do Japão, por exemplo, manteve a taxa de referência em 0,5%, conforme o esperado. É o maior patamar desde 2008. A decisão foi baseada na incerteza global ainda elevada e na inflação acima da meta – chegou a 3,5% em maio. Na China, o banco central também manteve os juros, conforme as expectativas. A decisão foi tomada entre sinais mistos de atividade e um certo nível de incerteza global, mesmo após avanços nas negociações comerciais com os Estados Unidos. Na Inglaterra, a autoridade monetária manteve as taxas de juros em 4,25%, em um cenário com a inflação acima da meta de 2,0%.

Enquanto isso, no Brasil...

Copom sinaliza fim do ciclo de alta

O Copom elevou a taxa Selic em 0,25 p.p. para 15,00%, conforme esperado por parte dos analistas de mercado — a outra parte, nós incluídos, esperava manutenção. O Comitê argumentou que o mercado de trabalho "ainda tem apresentado algum dinamismo" e mencionou o "acirramento da tensão geopolítica".

Olhando à frente, o Copom sinalizou de forma clara que o plano de voo é manter a Selic parada — e por um longo tempo. O comitê afirmou que “antecipa uma interrupção do ciclo de alta de juros” em seu cenário básico, para avaliar os efeitos do aperto monetário já implementado. O Copom também destacou a necessidade de manter a Selic no patamar atual “por período bastante prolongado” (ênfase nossa), com o objetivo de evitar que os agentes de mercado passem a precificar cortes de juros nos próximos trimestres.

Acreditamos que esta foi a última alta deste ano. Para detalhes, leia “Copom sinaliza fim do ciclo de alta”.

Dólar recua abaixo dos R$ 5,50, menor patamar em 9 meses

A taxa de câmbio recuou para a menor cotação desde outubro de 2024. A valorização do preço do petróleo e a desvalorização adicional do dólar americano contribuíram para o movimento nesta semana. No ano, a moeda já valorizou em torno de 11%. A tendência também ocorreu com outras moedas emergentes, evidenciando a forte influência do cenário global.

Câmara dos Deputados aprova a urgência de decreto que susta alta do IOF

A Câmara dos Deputados aprovou por 347 votos a 97 a urgência do projeto de decreto legislativo (PDL) que revoga a decisão de alta da alíquota do IOF pelo Executivo. No entanto, segundo o jornal O Globo, a votação do mérito só ocorrerá daqui a duas semanas, tempo que os líderes partidários deram para o Executivo apresentar alternativas.

IBC-Br avança pelo quarto mês consecutivo

O IBC-Br – índice de atividade econômica do Banco Central – avançou 0,2% em abril na comparação com março, resultado em linha com as expectativas (XP: 0,3%; Mercado: 0,1%). A agropecuária segue como destaque, avançando 18% na comparação interanual, na esteira da safra recorde de grãos.

A dinâmica dos principais fundamentos do consumo — emprego, renda e concessão de crédito — tem sido mais forte do que o inicialmente esperado. Além disso, destacamos o impacto de algumas medidas governamentais recentemente implementadas sobre o crescimento esperado, que não apareceram nos dados do PIB do 1T25. Por fim, mantemos nossa projeção de crescimento do PIB em 2,5% para 2025.

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Destaques da próxima semana   

No cenário internacional, o destaque será a divulgação do núcleo do PCE nos Estados Unidos, o indicador de inflação que tem maior peso nas decisões de política monetária do Fed. Além disso, serão divulgados PMIs na Zona do Euro, EUA, Japão e Reino Unido – PMIs são sondagens empresariais que visam a mensuração do nível de atividade dos setores.

No Brasil, semana repleta de divulgações relevantes. A ata do Copom e o Relatório de Política Monetária serão publicados pelo Banco Central. Também relevante para a política monetária, haverá a leitura de junho do IPCA-15. Do lado da atividade econômica, os dados de emprego (relatório Caged e PNAD Contínua) referentes a maio serão divulgados. Por fim, o Banco Central publicará as estatísticas mensais de crédito e setor externo e o Tesouro Nacional, o resultado do governo central.

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