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Economia em Destaque: Bolsas fecham em alta, em ano de grande volatilidade

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Depois de um ano volátil, a percepção de recuo da inflação global impulsiona bolsas, que fecham em alta significativa.

No cenário internacional, temas geopolíticos pressionam o mercado de petróleo e Javier Milei anuncia novas medidas na Argentina, em meio a manifestações de rua.

No Brasil, Petrobras anuncia novamente redução do preço de diesel, enquanto o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anuncia novas medidas para aumento de arrecadação.

Cenário internacional

Especial 2023: O ano da resiliência para os mercados internacionais

Os mercados internacionais viveram alta volatilidade em 2023, em mudanças de narrativas - recessão, hard landing, soft landing, reaceleração - e incertezas sobre inflação e taxas de juros. A economia mundial caminha para fechar o ano com crescimento real do PIB, influenciadas, principalmente, pela resiliência dos EUA.

No ano, o índice da bolsa norte-americana S&P 500 teve alta de 26,3%, enquanto o Ibovespa fechou em 22,3%. As taxas de juros de 10 anos dos títulos do Tesouro Americano, que chegaram a 5,0% em outubro, fecharam no ano próximo a 3,8%, melhorando as perspectivas de liquidez para mercados de risco. 

Para saber mais, leia nosso relatório de perspectivas globais “Perspectivas Globais: Da Resiliência à Cautela” e o de Brasil “Raio-XP: O que esperar para 2024?”.

Temas geopolíticos voltam a pressionar preços de petróleo

Os contratos futuros de petróleo recuaram para abaixo de US$ 80,00 o barril após diminuição de tensões geopolíticas, com a retomada da via de transporte marítimo pelo Mar Vermelho e pelo Canal de Suez. A rota é importante para as companhias de transporte marítimo de carga já que a alternativa (contorno da África) - que foi necessária para desviar dos ataques do grupo militante houlthis do Iêmen - aumentava o custo da commodity.

Manifestações na Argentina frente a novas medidas anunciadas pelo governo Milei

O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) na tentativa de estabilizar a economia Argentina. O projeto viabiliza a desregulação econômica do país, revogando mais de 350 normas. Dentre as medidas, há o desregulamento do serviço de internet via satélite, a flexibilização o mercado de trabalho, e a facilitação do processo de privatização de empresas estatais. Como resposta, o anúncio trouxe uma grande manifestação contra as medidas pela população argentina.

Para entender mais sobre o panorama econômico da Argentina leia nosso relatório “Milei vence eleições na Argentina e enfrentará panorama desafiador no Congresso”. Ouça também nosso episódio 74 do Econocast “Javier Milei, o novo presidente da Argentina”.

Lucros industriais da China registram quarto aumento consecutivo em novembro

Na China, os lucros industriais registraram em novembro o quarto aumento consecutivo, segundo dados publicados pelo Departamento Nacional de Estatísticas (NBS, em inglês). Os lucros saltaram 29,5% em relação ao mesmo mês de 2022, uma forte aceleração frente ao crescimento de 2,7% observado em outubro. Esse resultado refletiu a base de comparação baixa do ano passado e medidas de estímulo governamentais. A despeito do melhor desempenho na margem, a lucratividade industrial recuou 4,4% entre janeiro e novembro, após contração de 7,8% entre janeiro e outubro. Projetamos que a atividade local crescerá moderadamente em 2024, com elevação do PIB ao redor de 4,5%.

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Enquanto isso, no Brasil...

Governo anuncia novas medidas para expandir a arrecadação e reduzir gastos tributários

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um conjunto de medidas para compensar as perdas decorrentes da derrubada do veto da desoneração da folha de pagamentos e reduzir gastos tributários em 2024. As mudanças foram: (i) a desoneração da folha para 17 setores será substituída por um novo programa de desoneração o qual, segundo estimativas do governo, custará R$ 6 bilhões; (ii) o programa voltado ao setor de eventos que concedeu isenção de PIS/Cofins, IRPJ e CSLL por 5 anos (PERSE) será revogado. A arrecadação do fim da isenção, estimada em R$ 6 bilhões, será usada para compensar a nova desoneração da folha; (iii)  haverá limitação do volume de crédito tributário passível de ser utilizado para compensações a 30%. do estoque por ano, para empresas que possuam crédito acima de R$ 10 milhões, com impacto potencial de R$ 20 bilhões.

Avaliamos que a proposta apresentada pelo governo melhora a perspectiva das contas públicas. A mudança na sistemática da desoneração da folha, além de diminuir o impacto para apenas R$ 6 bilhões, reduz distorções e aumenta a equidade do sistema tributário. Diante disso, acreditamos que há boa probabilidade de haver ganho fiscal com as medidas anunciadas hoje pelo governo. Por hora, mantemos nossa projeção de déficit de R$ 91,6 bilhões (0,8% do PIB), mas os riscos estão inclinados para cima.

Petrobrás anuncia nova redução de preço do diesel

A Petrobras anunciou uma redução no preço do diesel de 7,9%  (R$0,30 por litro), fazendo com que o preço para as distribuidoras caia para R$3,48 / litro. A mudança reflete os preços internacionais do diesel, que estavam abaixo dos praticados no Brasil. A queda, no entanto, será compensada pelo anúncio da recomposição do imposto sobre o combustível, anunciado pelo governo.

Clima de dezembro impacta nas safras brasileira

Devido às altas temperaturas e ao nível de chuvas abaixo do esperado em dezembro, a XP reduziu a estimativa de safra de soja para uma produção de 156,0 mi de ton. Apesar da menor produção, reforçamos nossa visão de que os preços não devem se recuperar devido aos estoques ainda altos no Brasil, juntamente com a recuperação das safras nos países da América Latina, especialmente na Argentina. No entanto, não podemos ignorar as consecutivas frustrações com o clima, apesar das previsões positivas para janeiro. Com a perspectiva atual, os produtores de grãos (SLC, BrasilAgro) devem sofrer com produtividades mais baixas sem a contrapartida de uma recuperação nos preços das commodities.

Para saber mais leia nosso relatório especial “Agro, Alimentos e Bebidas – Data Expert | Oferta e Demanda de Grãos Brasil – Dez/23”.

IPCA-15 de dezembro surpreende, mas não altera visão benigna

A inflação medida pelo IPCA-15 de dezembro ficou em 0,40%, muito acima das expectativas (XP e mediana de mercado: 0,25%). Na variação em 12 meses, o índice de inflação caiu de 4,84% em novembro para 4,72% em dezembro. A alta, no entanto, foi concentrada em poucos itens, como passagem aérea. A maioria dos itens mostram inflação mais bem comportada.

Em nossa opinião, o IPCA-15 de dezembro nos surpreendeu para cima, mas não mudou a mensagem principal: o processo de gradual desinflação segue em curso. Substituindo os itens repetidos em nossa previsão do IPCA fechado de dezembro, nossa estimativa aumentou de 0,32% para 0,41% m/m - o que implica que a inflação de 2023 deve terminar em 4,5%, acima de nossa previsão atual de 4,4%.

Para mais informações, leia nosso relatório “IPCA-15 de dezembro decola, mas desinflação segue em curso

Resultado primário do governo central tem o pior resultado para novembro desde 2016

No Brasil, o resultado primário do governo central registrou um déficit de R$ 39,4 bilhões em novembro. O resultado ficou abaixo do consenso (R$ -38,1 bilhões), mas em linha com nossa previsão (R$ -39,2 bilhões). No acumulado do ano, o saldo primário apresenta um déficit de R$ 114,3 bilhões, e no acumulado em 12 meses um déficit de R$109,7 bilhões (1,1% do PIB). A receita líquida cresceu 4,2% em termos reais, enquanto a despesa total avançou 20,0% em relação ao ano anterior. O saldo primário do governo central em novembro foi muito afetado por transferências extraordinárias (R$ 12,1 bilhões), principalmente relacionadas a compensações aos estados por perdas de ICMS.

Mercado de trabalho será ponto de atenção para o Banco Central

O relatório do CAGED, publicado pelo Ministério do Trabalho, mostrou criação líquida de empregos formais de 130,1 mil em novembro, abaixo das expectativas (XP: 167 mil; consenso: 158,2 mil). A maioria dos setores perdeu força em novembro – o único que acelerou no período foi o ramo Agropecuário (de 12 mil para 19 mil).  Em nossa visão, o aumento do emprego formal – embora em ritmo mais moderado – será um fator importante de sustentação da atividade doméstica em 2024.

Já os resultados apurados pelo IBGE (PNAD Contínua) indicaram que a taxa de desemprego caiu para 7,5% no trimestre móvel encerrado em novembro, de 7,6% no trimestre móvel encerrado em outubro. A taxa de participação da força de trabalho aumentou levemente, de 61,8% para 61,9%, permanecendo muito abaixo da marca pré-pandemia (cerca de 63,5% no início de 2020). Em relação aos salários, o crescimento foi firme nos últimos meses: a massa de renda real – combina população ocupada e rendimento médio – cresceu pelo sexto mês consecutivo (1,0% em nov/out), ficando cerca de 4,5% acima dos níveis vistos ao final de 2022. Essa dinâmica explica, em grande medida, a resiliência do consumo das famílias no período recente. Conforme enfatizado pelo Banco Central, os dados de renda do trabalho precisam ser monitorados de perto. Nosso cenário base (e o da autoridade monetária) não considera pressões salariais persistentes. Dito isso, os últimos resultados vieram acima do esperado, o que requer atenção.

Em linhas gerais, o mercado de trabalho brasileiro permanece sólido, apesar da desaceleração na criação de empregos em um contexto de crescimento econômico mais moderado.  

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O que esperar da semana que vem

Na agenda internacional, os índices PMI de dezembro serão divulgados ao longo da semana na China, Japão, Estados Unidos, zona do euro e Reino Unido. O índice PMI é uma sondagem com empresários sobre as condições econômicas e de negócios nos países. Na 4ª-feira, haverá a publicação do relatório JOLTS de novembro, que traz a abertura de vagas e a oferta de mão de obra no mercado de trabalho dos EUA. No mesmo dia, será divulgada a ata da reunião de política monetária do Fed de dezembro (Banco central dos Estados Unidos). O Fed mudou consideravelmente o tom de sua comunicação na última reunião, tornando particularmente importante a divulgação dos detalhes da reunião. Na 6ª-feira, será publicada a leitura preliminar da inflação da zona do euro referente a dezembro. Ademais, o destaque do dia fica com o Nonfarm Payroll de dezembro, o principal relatório de emprego da economia americana, que também será chave para as perspectivas da política monetária dos EUA.

No Brasil, o destaque da próxima semana será a divulgação dos dados de produção industrial em novembro (6ª-feira). Estimamos crescimento de 0,8% em relação a outubro (1,8% ante novembro de 2022), interrompendo uma sequência de cinco leituras fracas. Dito isso, mantemos o cenário de estagnação da indústria no curto prazo. 

Do lado fiscal, teremos a divulgação do resultado primário do setor público consolidado na 6ª-feira. Em relação ao legislativo, o Congresso Nacional está em recesso desde o dia 23 de dezembro até o dia 1° de fevereiro de 2024. Durante esse período não haverá sessões nem deliberações, resultando em uma pausa nas discussões e decisões fiscais.

Feliz 2024 a todos!

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