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Copom: a pausa mais dura possível, dado que parou de subir

Copom mantém taxa de juros em 13,75%, em linha com as expectativas, e reforça compromisso em controlar a inflação

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O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil, o Copom, manteve a taxa Selic em 13,75%, em linha com a nossa expectativa e da maior parte dos analistas de mercado. A decisão faz uma pausa no processo de alta de juros iniciado em março de 2021, quando a taxa Selic estava em 2,00%.

O comunicado que acompanhou a decisão trouxe elementos que sugerem que, apesar da manutenção dos juros, o Copom segue preocupado com a inflação.  Isso nos faz sugerir que se trata de uma pausa para avaliação, e não necessariamente do fim do ciclo de alta de juros.

De fato, a decisão não foi unânime. Dois membros do Copom votaram em favor de uma alta adicional de 0,25pp. Foi a primeira decisão não unânime desde março de 2016.

As previsões para o IPCA referente a 2022 e 2023 divulgadas no comunicado recuaram frente às projeções da reunião anterior do Copom. Para 2024, no entanto, as projeções para 2024 subiram marginalmente, de 2,7% para 2,8% (ainda abaixo da meta de 3,0%).

O Copom também enfatizou que o crescimento econômico tem se mostrado acima das expectativas, e acrescentou a redução da ociosidade da economia entre os riscos de alta para a inflação. Quanto aos riscos baixistas, o Comitê adicionou a possibilidade de que a redução de tributos sobre combustíveis (desoneração de PIS/Cofins), que até o momento é válida até o final do ano, não seja revertida como esperado. 

A atividade econômica é sensível à taxa de juros, e, portanto, é um fator que o Copom pode mitigar. Já o corte de impostos tende a ter um efeito temporário sobre a inflação, pois não altera o equilíbrio entre oferta e demanda dos bens. Assim, entendemos que estas alterações no balanço de riscos para a inflação tendem a sugerir maior vigilância da política monetária.

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No parágrafo final (e mais importante) do comunicado, o Copom destacou que “irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”; e salientou que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. Novos sinais de que as altas de juros não necessariamente acabaram.

Com um tom mais duro, o Copom pretende evitar a discussão de quando a Selic começará a cair. Assim, as taxas de juros futuras elevadas e, como consequência, as condições financeiras apertadas. Curiosamente, quanto mais duro o Comitê soar agora, maior é a probabilidade de que o próximo passo seja um corte adiante. Isto acontece pois soar duro ajuda a ancorar expectativas futuras do mercado de juros e inflação, ajudando no processo de desinflação adiante.

Assim, acreditamos que a decisão de hoje é consistente com o nosso cenário de que a Selic permanecerá em 13,75% até meados do ano que vem, antes de começar a cair à medida que o processo de desinflação global e doméstico se torne mais claro.

Para mais decisão do Copom, e suas implicações sobre mercados e investimentos, assistam aqui a Live Pós Copom com os especialistas Expert.

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