FarmaTech: O futuro da saúde

*Conteúdo atualizado em dezembro/2020

Desde o início da pandemia de Covid-19, empresas de saúde do mundo inteiro se voltaram para o desenvolvimento de novas soluções médicas para atender a crescente demanda de pacientes por novos medicamentos e por atendimento remoto. Governos até mesmo de países desenvolvidos se atentaram para a necessidade de protocolos mais ágeis de pesquisa e aprovação de novos fármacos para responder às crises de forma eficiente. Na interseção entre medicina e tecnologia, está a busca por tratamentos mais eficazes, onde empresas no mundo inteiro se alinham para enfrentar os desafios da saúde moderna. Os esforços recentes evoluíram para uma nova realidade global onde tecnologia será cada vez mais fundamental na medicina, para enfrentar desde gripes comuns até cenários pandêmicos.

‘O mundo necessita se preparar para uma pandemia com a mesma seriedade que se prepara para uma guerra.‘

Bill Gates, fundador da Microsoft

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Já em 2015, Bill Gates alertava sobre o despreparo da sociedade em lidar com um vírus altamente contagioso e dizia que uma pandemia como a Gripe Espanhola poderia causar 30 milhões de fatalidades nos dias de hoje. De fato ele pode ter errado o número, mas não errou sobre o despreparo, que ficou evidente ao redor do planeta, reforçando a necessidade e a preocupação dos governos e empresas com o futuro do setor de farmacêuticos, pesquisa e desenvolvimento de remédios e novas tecnologias preventivas e curativas.

Além disso, estruturalmente, despesas com saúde cresceram muito além da economia global nas últimas décadas e devem continuar aumentando, intensificadas pelas mudanças demográficas, com a população global envelhecendo (e gastando mais com saúde):

Por esses motivos, mesmo antes da pandemia, algumas empresas já vinham liderando essa revolução na tecnologia médica. Confira alguns dos grandes nomes que estão bem posicionados para capturar essas oportunidades:

Johnson & Johnson

Multinacional americana, com mais de 130 anos de história, iniciou suas atividades como fabricante de curativos cirúrgicos. Hoje, as atividades da companhia são divididas em três segmentos: 1) Farmacêutico (52% das receitas): Responsável pelo desenvolvimento de medicamentos e vacinas; 2) Equipamentos médicos (31%): Produção de aparelhos usados em cirurgias, como pinos e placas ortopédicas e lâminas de corte; 3) Bens de consumo (17%): Voltado ao dia-a-dia – produção de produtos de uso pessoal, como shampoos, band-aid e hidratantes.

A ação tende a ser defensiva para ambientes incertos, dado que a empresa é uma sólida pagadora de dividendos (em 2019, aumentou o pagamento pelo 57º ano consecutivo), possui robusta posição de caixa (US$ 18 bilhões), e consistente crescimento de receitas no segmento farmacêutico (~8% a.a nos últimos 20 anos).

Apostas de crescimento: pesquisa, desenvolvimento e distribuição de novos medicamentos (exemplo: vacina para Covid-19 e tratamento de mieloma), retomada da demanda por equipamentos cirúrgicos em 2021 e potenciais aquisições de novas patentes e companhias farmacêuticas menores.

Vertex Pharmaceuticals

Com atuação global, a empresa de biotecnologia realiza suas pesquisas em laboratórios nos EUA e Reino Unido, focada na descoberta, desenvolvimento e comercialização de medicinas inovadoras para pacientes com doenças graves, para que vivam melhor.

Uma potente combinação de lucratividade e crescimento: Em 2020, a companhia deve crescer receitas em 47% vs. 2019, com uma impressionante margem de lucro superior a 40% (fonte: Bloomberg). A principal fonte de crescimento provém de um recente e eficaz tratamento para fibrose cística (doença pulmonar crônica que afeta 1 a cada 2.500 recém-nascidos no Reino Unido – extrapolando o número, globalmente seriam ~3 milhões). A nova medicina, Trikafta, já trata pacientes com 12+ anos de idade nos EUA e Europa e deve expandir para o resto do mundo em 2021, enquanto aguarda aprovação para tratamento já a partir dos 6 anos de idade.

No pipeline de pesquisas, há outras descobertas com potencial revolucionário, já em testes, nos campos de:

DexCom

Você sabia que menos de 50% das pessoas que possuem diabetes são diagnosticadas? E que apenas 6% delas conseguem viver uma vida sem complicações relacionadas à doença?

É aí que se insere a DexCom ao oferecer a sua principal proposta e carro-chefe da empresa, objetivando trazer qualidade de vida para os diabéticos: Monitoramento Contínuo de Glicose (CGM – Continuous Glucose Monitoring). Um sensor subcutâneo de auto-aplicação que envia dados em tempo real para seu aplicativo de celular sobre os níveis de glicose no organismo. Esta técnica permite uma tomada de decisão mais precisa do que utilizando o monitoramento intermitente (a “canetinha que fura o dedo”), trazendo equilíbrio para o sangue e reduzindo as consequências dos picos e fundos de glicose.

1) Auto-Aplicador

2) Sensor e Transmissor

3) Dispositivos de Monitoramento

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A idéia é boa, e os números também: A empresa espera faturar ~US$ 1,8bi em 2020 com o CGM, expandindo em 38% as suas receitas nos EUA e em 28% globalmente, com margem EBITDA igual ou superior a 24%. Atualmente, estamos em meio a uma transição do monitoramento intermitente para a adoção do monitoramento contínuo. Olhando para o futuro, o mercado potencial apenas nos EUA é de mais de 3,3 milhões de pessoas, e fora do país há mais de 8 milhões apenas nos mercados onde a DexCom já está presente.

Apple

O que faz nesta lista a consagrada fabricante de iPhones? Além de revolucionar a forma pela qual as pessoas interagem com seus aparelhos móveis, a empresa traça uma estratégia para capturar parte da indústria de US$ 3,5 trilhões de saúde. Para isso, possui amplo apoio: recrutou 400 mil voluntários para conduzir pesquisas médicas com o AppleWatch, em parceria com Stanford.

‘Se você viajar para o futuro, olhar para trás e se perguntar: Qual foi a maior contribuição da Apple para a humanidade? A resposta será na saúde.’

Tim Cook, CEO da Apple

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Servindo como ferramenta de suporte para que organizações de saúde possam realizar um trabalho mais rápido e eficiente, as plataformas de saúde e fitness da Apple já possibilitam uma interação amigável entre médicos e pacientes, facilitando a compreensão dos diagnósticos, tratamentos e visualização de resultados de laboratórios e radiografias.

Além disso, o HealthKit oferece uma poderosa ferramenta de armazenamento e monitoramento de dados de saúde, como o nível de atividade física, os batimentos cardíacos, a ingestão de nutrientes e até mesmo a exposição a ruídos que podem ser prejudiciais à audição. Todos estes fatores podem auxiliar médicos a tomar a melhor decisão em determinadas situações.

A App Store também conta com mais de 40.000 aplicativos que estão transformando o mercado de saúde, dentre eles:

Saiba como ter exposição a essas empresas:

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