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Caso esteja iniciando sua jornada na Renda Fixa, recomendamos começar pelo conteúdo "Renda Fixa: O que é preciso saber?"
Renda Fixa: tudo sobre o que passou e o que esperar.
No mês de julho, as preocupações com o cenário inflacionário no Brasil se somaram às percepções de escalada no risco fiscal, o que resultou em elevação das expectativas de juros pelo mercado ao longo de toda a curva de juros. Já no começo de agosto, o Copom decidiu por nova elevação da taxa Selic, desta vez em 100bps, para 5,25% ao ano e já com indicações mais duras em relação às próximas reuniões até o final de 2021. Como resultado, esperamos agora que a Selic termine o ano em 7,25%.
O movimento na curva resultou em desvalorização de todos os títulos do Tesouro Direto, com exceção do Tesouro Selic. O mercado primário de debêntures continua acelerando, com volume de emissões R$ 22 bilhões no mês, elevação do prazo médio e predominância de ativos pós-fixados.
Para os próximos meses, continua no radar a evolução da inflação, que apresentou para julho a maior alta mensal em 19 anos (+0,92%), além de preocupações fiscais, com o novo Bolsa Família, PEC dos Precatórios e aproximação das eleições. O resultado pode ser contínua elevação das expectativas de juros, o que deve impactar os preços dos ativos de renda fixa. Para as próximas reuniões do Copom, esperamos 100bps em setembro, 50bps em outubro e 50bps em dezembro. A tendência de elevação da Selic deve continuar a atrair os investidores para a renda fixa novamente.
No Radar
Destaques do mês de julho:
- A curva de juros apresentou abertura em todos os vértices, novamente, como reflexo de maiores preocupações com inflação e risco fiscal.
- Com isso, os títulos tendem a desvalorizar, pela relação inversa entre taxa e preço.
- Já no início de agosto, houve nova elevação da taxa Selic pelo Banco Central, para 5,25% ao ano.
- Como resultado, nosso time de economistas da XP revisou novamente as expectativas para os principais indicadores.
- Diante do cenário atual, esperamos Selic em 7,25% em 2021 e 2022 e IPCA de 6,7% em 2021 e de 3,6% em 2022.
Como agir?
- Trazemos indicações em nosso relatório Investindo em Agosto 2021: Renda Fixa
- Para investimentos de curto a médio prazo, preferimos ativos pós-fixados, que acompanharão a esperada elevação na Selic.
- Recomendamos também uma pequena parcela de ativos prefixados, que podem se beneficiar de redução nos juros e inflação esperados em relação à precificação atual na curva.
- No caso de investimentos de prazos mais longos, continuamos preferindo ativos indexados à inflação, possibilitando ganhos reais (acima do IPCA).
O mercado de Renda Fixa
Poupança
No mês de julho, a Poupança apresentou captação líquida novamente, da ordem R$ 6,4 bilhões. Continuamos ressaltando a retomada do auxílio emergencial, embora em volume e extensão menores do que o programa no ano passado. No entanto, os longos meses sob o cenário de covid-19 pode levar mais pessoas a sacarem recursos da poupança, contrabalanceando os depósitos do auxílio.
Considerando a taxa Selic em 5,25%, combinada ao rendimento da caderneta de poupança de apenas 70% desta taxa, essa aplicação é pouco atraente.
Veja mais sobre comparações do investimento em Poupança em relação a outras aplicações também conservadoras, como o Tesouro Selic e emissões bancárias.
Tesouro Direto
Captação Líquida
No caso do Tesouro Direto, em junho (último dado disponível) houve captação líquida de R$ 807 milhões. No mês, o principal ativo comprado por investidores foi o Tesouro IPCA+, o que pode novamente ter sido reflexo das maiores preocupações de investidores com relação à inflação. O segundo ativo mais comprado, seguido de perto pelo IPCA, foi o Tesouro Selic.
O número de investidores cadastrados no programa continua crescendo e atingiu 11,5 milhões em junho, evolução de 54% em relação ao mesmo mês de 2020. O número de mulheres representou 33,1% do total de investidores.
Consideramos o Tesouro Direto uma excelente porta de entrada ao mundo dos investimentos. Sendo assim, o crescimento é um bom indicativo não apenas para esta aplicação, mas para investimentos como um todo.
Rentabilidade
No mês de julho, quase todos os títulos do Tesouro Direto, com exceção do Tesouro Selic, apresentaram desvalorização, como reflexo da marcação a mercado causada pela abertura da curva de juros. Outros fatores, como os leilões de títulos públicos, também podem ter influenciado no movimento.
Em nosso relatório mensal de investimentos em renda fixa, destacamos três ativos do Tesouro Direto: Tesouro Selic 2024, Tesouro Prefixado 2024 e Tesouro IPCA+ 2026.
Escolhemos o Tesouro Selic para gestão de caixa e reserva de emergência. O Tesouro IPCA+ é uma alternativa interessante e mais conservadora (em caso de manutenção até o vencimento) para proteção da carteira contra o efeito da inflação. Já o Tesouro Prefixado demonstra ser uma boa opção para investidores que buscam este tipo de remuneração, uma vez que o mercado parece precificar alta de juros mais elevada do que esperamos que ocorra de fato. Mantivemos o prazo mais curto por causa das incertezas que ainda se apresentam para prazos mais longos.
Entenda mais sobre a relação entre preços dos títulos e os juros aqui.
Emissões Bancárias
Para enxergar melhor uma curva específica, clique sobre a legenda para "desativar" os ativos não desejados.
Em julho, pudemos ver aceleração no volume de CDBs dentre o estoque de emissões bancárias, depois de diversos meses praticamente estáveis. É preciso acompanhar os movimentos dos próximos meses para identificar se trata-se de uma tendência após longo período sem necessidade de captação por parte dos bancos, uma vez que reforçaram o caixa no começo da pandemia da covid-19.
Crédito Privado
Saiba tudo sobre crédito privado
Mercado Primário
Estoque (DEB, CRI e CRA), indexadores e emissão de debêntures
Para enxergar melhor uma curva específica, clique sobre a legenda para "desativar" os ativos não desejados.
O estoque de ativos de crédito privado cresceu em julho em relação a junho, com exceção dos CRIs. Como pode ser visto no segundo slide (acima), ativos pós-fixados (que inclui ativos em CDI+) continuam predominando no estoque e foram maioria também em termos de novas debêntures emitidas. Logo em seguida, novamente pudemos observar a participação de títulos atrelados à inflação.
No terceiro slide, vemos que a emissão de debêntures (incentivadas ou não) atingiu R$ 21,8 bilhões no mês, 20% superior ao mês anterior. O prazo médio das emissões subiu em relação a junho, para 6,6 anos.
Debêntures incentivadas
O volume emitido de debêntures incentivadas, com foco em financiamento à infraestrutura e isentas de imposto de renda, somou R$ 2,8 bilhões em julho, sendo uma emissão do setor de energia (UTE GNA I Geração de Energia S.A.) no montante total de R$ 1,8 bilhão e uma do setor de mineração, da CSN, de R$ 1 bilhão.
Mercado secundário
Fluxo
No mês de julho, o volume negociado de debêntures no mercado secundário atingiu R$ 22 bilhões (vs. R$ 24 bilhões em junho), sendo R$ 15 bilhões em não incentivadas e R$ 7 bilhões em incentivadas. O principal destaque em debêntures não-incentivadas foi uma emissão da Claro em incentivadas, uma debênture da Cemig-D.
No caso de CRIs, o volume de negociação foi de R$ 4,5 bilhões (vs. R$ 4,7 bilhões em junho), com destaque para Rede D'Or. Para CRAs, o volume negociado foi de R$ 3,7 bilhões (vs. R$ 2,2 bilhões em junho), sendo o principal ativo negociado um CRA da Minerva.
Em nosso relatório mensal de investimentos em renda fixa, destacamos ativos de crédito privado indexados à inflação (IPCA), que enxergamos ter boa relação risco-retorno: CRA Minerva 2028 (CRA021000RX), CRA Minerva 2031 (CRA021000RY), Debênture Movida 2028 (MVLV16) e CRI Rede D'Or 2036 (21D0862572).
Ressaltamos que ativos de crédito privado também podem apresentar risco mais elevado e, portanto, boas rentabilidades, sendo uma boa alternativa para quem busca diversificar a carteira.
Ratings
Essas foram as ações de ratings das principais agências de classificadoras de risco no mês, tanto para emissores quanto para emissões.
Note que pode ser necessário rolar a tabela para visualizar tudo.
No mês de julho, pudemos novamente observar forte movimento de elevação de ratings, com apenas duas ações de rebaixamento por parte das agências, indicando melhora, de forma geral, na qualidade de crédito dos emissores.
Próximos vencimentos de debêntures
No mês de agosto, que concentra o maior volume de vencimentos dos próximos seis meses, são esperados R$ 6 bilhões em vencimentos de debêntures. O principal vencimento do mês é uma debênture da Invepar.
Veja mais
Fontes
Anbima
Banco Central do Brasil
Tesouro Direto
CVM
Fitch Ratings
Moody's
B3
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