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Caso esteja iniciando sua jornada na Renda Fixa, recomendamos começar pelo conteúdo “Renda Fixa: O que é preciso saber?“
Renda Fixa: tudo sobre o que passou e o que esperar.
No mês de abril, a curva de juros fechou o mês com perda de inclinação em relação a março. Os principais motores do movimento foram a aprovação do Orçamento 2021, sancionado com vetos parciais pelo Presidente Jair Bolsonaro, aliviando incertezas em relação ao risco fiscal envolvido; e a redução nos yields das Treasuries norte-americanas. Como reflexo, todos os títulos do Tesouro Direto apresentaram valorização no mês pela primeira vez no ano.
Em linha com o esperado, as emissões de crédito privado continuam subindo, tendo atingido R$ 9,3 bilhões em debêntures no mês. Em termos de fluxo, o maior destaque foi a debênture participativa da Vale (CVRDA6), cuja parcela detida pela União e BNDES foi vendida no mercado secundário.
Para os próximos meses, esperamos que o risco fiscal continue a ser o principal motor das oscilações de juros. Devemos continuar acompanhando o avanço da vacinação e a capacidade de contenção de novos casos e óbitos em decorrência da covid-19, que podem atrasar a reabertura da economia e aprofundar o risco fiscal. A decisão de elevação da Selic para 3,5% em maio deverá ser seguida por nova decisão semelhante em junho, levando a taxa de juros para 4,25% ao ano.
No Radar
Destaques do mês de abril:
- A curva de juros apresentou perda de inclinação, com leve elevação na ponta curta e redução na ponta longa.
- Com isso, os títulos curtos tendem a desvalorizar e os longos, a valorizar, pela relação inversa entre taxa e preço.
- Juros longos mais baixos podem levar empresas a emitirem dívidas mais longas, gerando mais oportunidades de investimentos.
- Aprovação do Orçamento 2021, evolução da vacinação e queda das taxas dos títulos norte-americanos foram destaque para a movimentação dos juros no Brasil.
- Já em maio, tivemos a segunda elevação da Selic no ano, em 0,75 ponto percentual, para 3,5% ao ano.
- Diante do cenário atual, esperamos Selic em 5,0% em 2021 e 6,5% em 2022 e IPCA de 4,9% em 2021 e de 3,5% em 2022.
Como agir?
- Trazemos indicações em nosso relatório Investindo em Maio 2021: Renda Fixa
- Para investimentos de curto a médio prazo, preferimos ativos pós-fixados, que acompanharão a esperada elevação na Selic.
- Incluímos também pequena parcela de ativos prefixados, que podem se beneficiar de redução nos juros e inflação esperados.
- No caso de investimentos de prazos mais longos, continuamos preferindo ativos indexados à inflação, possibilitando ganhos reais (acima do IPCA).
Alocação recomendada
A alocação recomendada em renda fixa para cada perfil de investidor para o mês de maio é a seguinte:
Conforme destacado no relatório 5 anos em 5 minutos, abril foi um mês de recuperação para os ativos brasileiros, tanto em renda fixa, com resultados positivos dos ativos prefixados e atrelados à inflação, quanto em renda variável, com o Ibovespa em alta de quase 3%. No exterior a tendência positiva foi mantida, especialmente em renda variável.
Ainda segundo o relatório, entende-se que ainda há um ambiente pró-reformas no Brasil, que tende a fazer com que as engrenagens da economia deslizem com mais facilidade, trazendo crescimento e mais eficiência. No entanto, estamos longe de um ambiente político harmônico: o Executivo federal e o Congresso têm um diálogo truncado e existe muita resistência à agenda de reformas por grupos organizados e influentes.
Ativos de renda fixa são recomendados para todos os perfis de investidor. O que muda, basicamente, são três quesitos importantes: o tipo de ativo, o indicador e o percentual a ser alocado. Ou seja: é muito importante manter uma carteira diversificada.
O mercado de Renda Fixa
Poupança
No mês de abril, a Poupança apresentou captação líquida, da ordem R$ 3,8 bilhões, indo na direção contrária à que esperávamos. Atribuímos o movimento, principalmente, à retomada do auxílio emergencial, embora em volume e extensão menores do que o programa no ano passado.
Considerando a taxa Selic em 3,5%, combinada ao rendimento da caderneta de poupança de apenas 70% desta taxa, essa aplicação continua pouco atraente.
Veja mais sobre comparações do investimento em Poupança em relação a outras aplicações também conservadoras, como o Tesouro Selic e emissões bancárias.
Tesouro Direto
Captação Líquida
No caso do Tesouro Direto, em março (último dado disponível) houve resgate líquido de R$ 708 milhões. No mês, o principal ativo comprado por investidores foi o Tesouro Selic, historicamente o mais buscado. Por outro lado, foi também o ativo mais resgatado (lembrando que é usado por muitos como reserva de emergência).
O número de investidores cadastrados no programa continua crescendo e atingiu 10,3 milhões em março, evolução de 58% em relação ao mesmo mês de 2020. O número de mulheres se manteve em 33% do total de investidores.
Consideramos o Tesouro Direto uma excelente porta de entrada ao mundo dos investimentos. Sendo assim, o crescimento é um bom indicativo não apenas para esta aplicação, mas para investimentos como um todo.
Rentabilidade
No mês de abril, todos os títulos negociados no Tesouro Direto, apresentaram valorização, pela primeira vez no ano, seguindo o fechamento na curva de juros observada ao longo do mês.
Em nosso relatório mensal de investimentos em renda fixa, destacamos três ativos do Tesouro Direto: Tesouro Selic 2024, Tesouro Prefixado 2024 e Tesouro IPCA+ 2026.
Escolhemos o Tesouro Selic para gestão de caixa e reserva de emergência. O Tesouro IPCA+ é uma alternativa interessante e mais conservadora (em caso de manutenção até o vencimento) para proteção da carteira contra o efeito da inflação. Já o Tesouro Prefixado demonstra ser uma boa opção para investidores que buscam este tipo de remuneração, uma vez que o mercado parece precificar alta de juros mais elevada do que esperamos que ocorra de fato. Mantivemos o prazo mais curto por causa das incertezas que ainda se apresentam para prazos mais longos.
Entenda mais sobre a relação entre preços dos títulos e os juros aqui.
Emissões Bancárias
Para enxergar melhor uma curva específica, clique sobre a legenda para “desativar” os ativos não desejados.
O estoque de emissões bancárias permaneceu, novamente, praticamente inalterado em abril, o que pode ser explicado pelo fato de os bancos estarem bem capitalizados após fortes captações em 2020, diminuindo a necessidade de novas emissões. É interessante notar, no entanto, que a cada mês a diferença de estoque de CDB em relação ao mesmo período do ano anterior diminui. Isso pode indicar que, dentro dos próximos meses, a necessidade de captação volte a crescer, seja para novo reforço de caixa ou como reflexo da retomada esperada na economia.
Crédito Privado
Saiba tudo sobre crédito privado
Mercado Primário
Estoque (DEB, CRI e CRA), indexadores e emissão de debêntures
Para enxergar melhor uma curva específica, clique sobre a legenda para “desativar” os ativos não desejados.
O estoque de ativos de crédito privado caiu em abril em relação a março, principalmente em decorrência da queda no estoque de debêntures. Como pode ser visto no segundo slide (acima), ativos pós-fixados continuam predominando no estoque e foram maioria também em termos de novas debêntures emitidas. No entanto, é possível ver evolução nos ativos indexados ao IPCA em ambas as amostras.
No terceiro slide, vemos que a emissão de debêntures (incentivadas ou não) atingiu R$ 9,3 bilhões no mês. O prazo médio das emissões se manteve elevado, em 7,2 anos. Assim como comentamos no último relatório, a elevação no prazo parece uma indicação de maior apetite a risco dos investidores, mas continuaremos acompanhando os próximos meses antes de apontar uma tendência.
Debêntures incentivadas
O volume emitido de debêntures incentivadas, com foco em financiamento à infraestrutura e isentas de imposto de renda, somou R$ 2,1 bilhões em abril, sendo quatro emissões do setor de energia (Apollo 17 Participações, Enel São Paulo, PCH BV e Parintins Amazonas Transmissora) no montante total de R$ 1,09 bilhão. e duas do setor de logística/transporte (Movida e Rumo). somando também R$ 1,05 bilhão.
Mercado secundário
Fluxo
No mês de abril, o volume negociado de debêntures no mercado secundário atingiu R$ 42,4 bilhões (vs. R$ 18,4 bilhões em janeiro), com destaque para a debênture participativa da Vale (CVRDA6), cuja participação detida pela União e BNDES foi vendida e passou a ser negociada no mercado secundário, trazendo forte volume.
No caso de CRIs, o volume de negociação foi de R$ 3,2 bilhões. Para CRAs, o volume negociado foi de R$ 2,9 bilhões.
Em nosso relatório mensal de investimentos em renda fixa, destacamos dois ativos de crédito privado indexados à inflação (IPCA), que enxergamos ter boa relação risco-retorno: CRI Mateus Fev/2032 (20B0980166) e Debênture EDP Transmissão MG-SP (MGSP12).
Ressaltamos que ativos de crédito privado também podem apresentar risco mais elevado e, portanto, boas rentabilidades, sendo uma boa alternativa para quem busca diversificar a carteira.
Ratings
Essas foram as ações de ratings das principais agências de classificadoras de risco no mês, tanto para emissores quanto para emissões.
Note que pode ser necessário rolar a tabela para visualizar tudo.
No mês de março, houve quatro rebaixamentos de empresas (Smartfit, Andrade Gutierrez, Eldorado e Invepar), ao passo em que foram diversas as elevações de ratings e, novamente, os novos ratings de emissões, indicando potencial volume mais elevado de novas emissões no mercado nos próximos meses.
Próximos vencimentos de debêntures
No mês de maio, são esperados R$ 2,5 bilhões em vencimentos de debêntures, sendo que a maior concentração do semestre se dará em junho. O principal vencimento do mês é uma debênture da CPFL Geração (CPGEA1).
Veja mais
Fontes
Anbima
Banco Central do Brasil
Tesouro Direto
CVM
S&P Global
Fitch Ratings
Moody’s
B3
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