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Pré-Copom: O que esperar para a renda fixa após reunião de maio de 2024?

Nos dias 2 e 3 de maio, ocorrerá a próxima reunião do Copom. Esperamos manutenção da taxa de juros. O que isso significa para a renda fixa?

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Caso não tenha familiaridade com a curva de juros, sugerimos a leitura deste conteúdo: O que é a curva de juros?

  • Nos dias 2 e 3 de maio, ocorrerá a próxima reunião do Copom.
  • O cenário base é de manutenção da taxa Selic em 13,75%, uma vez que os dados publicados desde a última reunião do Copom não sugerem mudanças significativas no cenário de inflação.
  • Para a renda fixa, continuamos com visão construtiva, dadas as taxas de juros nominais e reais elevadas, mas incertezas permanecem e a cautela é recomendada.

Existem ferramentas no mercado que precificam essas expectativas dos agentes. Como exemplo, as “apostas” nas Digitais de Copom dessa semana se davam como segue na tabela. Ou seja, há uma probabilidade, na visão do mercado, de quase 100% de que a Selic seja mantida na próxima reunião do Copom.

ExpectativaProbabilidade
Manutenção em 13,75% (+0 pp)96% a 98%
Fonte: B3 (Opções de Copom). Elaboração: XP.

Nossos economistas da XP enxergam este mesmo cenário:

"Os dados publicados desde a última reunião do Copom não sugerem mudanças significativas no cenário de inflação. Indicadores de atividade econômica apontam para desaceleração suave da demanda agregada e mercado de trabalho resiliente, e as previsões para o crescimento do PIB ficaram praticamente estáveis. Além disso, os preços no atacado mostram queda, enquanto a inflação ao consumidor mantém-se em alta, apesar da tendência de recuo na variação anual. Nossas simulações replicando o modelo do Copom indicam estabilidade da projeção para o IPCA de 2023 (em 5,8%) e ligeiro aumento para o IPCA de 2024 (de 3,6% para 3,7%). Esperamos que o Copom mantenha a taxa Selic em 13,75% (...), e que o comunicado pós-decisão contenha a mesma redação do anterior. Acreditamos que o Copom iniciará um ciclo de flexibilização gradual no segundo semestre. Projetamos um corte de 0,25pp na reunião do Copom de agosto, seguido de cortes sequenciais de 0,50pp até a Selic atingir 11,00% no primeiro semestre de 2024."

A comparação entre as expectativas do mercado nas vésperas do Copom de março e agora ajudam a entender o cenário.

IndicadorExpectativas na semana do último Copom (março) Expectativas atuais
DI Jan/2413,0%13,3%
DI Jan/2712,5%11,8%
Câmbio (R$/US$) 2023 (Focus - Mediana)5,255,20
Câmbio (R$/US$) 2024 (Focus - Mediana) 5,305,25
IPCA 2023 (Focus - Mediana)5,95%6,04%
IPCA 2024 (Focus - Mediana)4,11%4,18%
Selic 2023 (Focus - Mediana)12,75%12,50%
Selic 2024 (Focus - Mediana)10,0%10,0%
Fontes: Anbima e Banco Central (Boletim Focus). Elaboração: XP.

O que esperar para a renda fixa?

Além de precisarmos acompanhar qual será a decisão do Copom sobre a taxa Selic, é necessário nos atentarmos ao comunicado sobre os planos do BC para a política monetária, que guiarão as expectativas para os juros nos próximos meses. Com base nisso, o que o Copom dirá desta vez?

Cenário-base: Manutenção de 13,75% com mesmo comunicado

Esperamos que a taxa de juros seja mantida em 13,75%. Nosso time de economia ressalta que, provavelmente, o comunicado pós-decisão reforçará a mensagem da última ata do Copom, de que é preciso “serenidade e paciência” para que apareçam os efeitos das elevações passadas da taxa de juros. E, portanto, a política monetária permanecerá contracionista “até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.

Quais ativos vão melhor neste cenário?

Atualmente, o mercado precifica maior probabilidade de manutenção na próxima reunião, em junho, porém há agentes que esperam cortes de até 0,5 ponto percentual:

Expectativa Copom Junho/2023Probabilidade
Manutenção em 13,75% (+0 pp)82% a 87%
Corte para 13,25% (- 0,5 pp)6% a 9%
Corte para 13,5% (- 0,25 pp)7% a 10%
Fonte: B3 (Opções de Copom). Elaboração: XP.

Caso o cenário que esperamos se concretize, é possível que a curva de juros se acomode à comunicação (que viria ainda sem indicação de cortes), no sentido de reduzir as expectativas de Selic para a reunião de junho. Com isso, a parte curta da curva deveria cair (valorizando títulos de curto prazo) e a de longo prazo poderia subir (desvalorizando os títulos longos), ainda que pouco.

Vale ressaltar que continuamos com visão positiva para a renda fixa de maneira geral, visto que as taxas de juros permanecem elevadas e o IPCA continua a ser um tema de monitoramento. Recomenda-se, no entanto, cautela, uma vez que os riscos relacionados ao cenário fiscal e de crédito corporativo têm tornado mais alta a volatilidade dos títulos.

O que pode acontecer de diferente?

Tudo o que apresentamos aqui leva como base apenas a reunião do Copom dos dias 2 e 3 de maio, sua decisão e posterior comunicado. No entanto, devemos ter em mente que, além de os cenários analisados serem apenas expectativas (ainda que com base em observações históricas), outras forças agem no mercado diariamente que muitas vezes fogem do radar. Por fim, na mesma data acontece a reunião de política monetária nos EUA (FOMC).

Tendo isso em mente, é importante sempre acompanhar as principais movimentações e análises de mercado para ajudar na melhor tomada de decisão, além de sempre considerar seu perfil de investidor(a) para melhor estratégia de composição de carteira.

Gostou? Tem alguma sugestão? Não deixe de avaliar e deixar seus comentários!

Glossário

Entendendo os termos sobre as condutas do Banco Central

Dovish: A origem vem da palavra dove, pomba em português. Sinaliza uma conduta do Banco Central mais confiante de que o cenário de inflação não será um problema, e, portanto, pendente a adotar uma política monetária expansionista ou menos restritiva para estimular a economia.
Hawkish: A origem vem da palavra hawk, falcão em português. Sinaliza uma conduta do Banco Central preocupada com os riscos inflacionários, e, portanto, pendente a adotar uma postura monetária mais dura, com subidas mais fortes na taxa de juros, ainda que isso possa prejudicar o emprego e a atividade no curto prazo.

Agenda de reuniões do Copom - 2023

  • 20 e 21 junho
  • 1º e 2 de agosto
  • 19 e 20 de setembro
  • 31 de outubro e 1º de novembro
  • 12 e 13 de dezembro.

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