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Braskem tem rating rebaixado pela Fitch (‘CCC+’) e S&P Global (‘CCC-‘)

Confira a mudança de rating global e local da Braskem pela Fitch e S&P Global.

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No dia 26 de setembro de 2025, a Braskem S.A. (“Braskem” ou “Companhia”) teve seus ratings em escala global e local rebaixados tanto pela Fitch Ratings (‘CCC+’ e ‘CCC+(bra)’) quanto pela S&P Global (‘CCC-‘). A perspectiva é ‘Negativa’ para ambas agências. O movimento decorre da contratação de assessores financeiros e jurídicos para avaliar alternativas de estrutura de capital, em meio a um cenário de alta alavancagem, liquidez pressionada e deterioração operacional da Companhia.

S&P Global e Fitch concordam em…

Motivo PrincipalContratação de assessores financeiros para avaliar sua estrutura de capital indica potencial reestruturação de dívida.
Alavancagem elevadaProjeção de dívida líquida/EBITDA elevada no curto prazo. A S&P Global espera índice próximo de 6x em 2026 e a Fitch enxerga possibilidade de avanço até 10x entre 2025 e 2026.
Spreads petroquímicosSpreads petroquímicos ainda comprimidos, sem perspectiva de recuperação.
LiquidezAlta, mas com indicativo de rápida deterioração em 2026.

S&P Global e Fitch divergem em…

AspectoS&P GlobalFitch
Rating GlobalRebaixou de ‘B+’ para ‘CCC-‘, com perspectiva ‘Negativa’Rebaixou de ‘BB-‘ para ‘CCC+’, com perspectiva ‘Negativa’
Rating LocalRebaixou de ‘AA(bra)’ para ‘CCC+(bra)’, com perspectiva ‘Negativa’

Visão da S&P Global

A S&P rebaixou o rating da Braskem de ‘B+’ para ‘CCC-’ na escala global, com perspectiva negativa.

A agência considera que a contratação de assessores financeiros e jurídicos, somada à deterioração da liquidez e à dificuldade de renovação da linha de crédito rotativa de USD 1 bilhão com vencimento em 2026, eleva significativamente o risco de reestruturação da dívida nos próximos seis meses, o que poderia ser considerado equivalente a um default. Caso um default ocorra de fato, a agência estima uma recuperação de 45% para as notas senior unsecured.

Uma eventual ação positiva dependeria da melhora significativa da liquidez e da aprovação de incentivos fiscais como o REIQ/PRESIQ, que poderiam fortalecer os fluxos de caixa da Companhia.

Visão da Fitch Ratings

A Fitch rebaixou os ratings da Braskem de ‘BB-’ para ‘CCC+’. A perspectiva é ‘Negativa’, indicando ainda um cenário de rebaixamento.

A agência destaca que o fluxo de caixa livre projetado é negativo para 2025 e 2026, e que mesmo em um cenário neutro, a liquidez da Companhia seria insuficiente para lidar com os vencimentos de dívida a partir de 2028. A Fitch vê a alta alavancagem da Braskem, que pode superar 10x no próximo ano, como incompatível com qualquer perspectiva de elevação de rating no curto prazo.

A análise de recuperação em caso de default assume que a Braskem seria reorganizada como going concern1, com múltiplo de 5,0x sobre um EBITDA GC de USD 1 bilhão, resultando em recuperação na faixa RR4/RR6 (entre 0% e 50%; leia aqui). A agência reforça que, mesmo com medidas de preservação de caixa e redução de custos, a capacidade da empresa de enfrentar uma volatilidade prolongada permanece como um risco-chave.

Notas: (1) Cenário em que a companhia segue operando mesmo após o início de sua recuperação ou processo de falência.

Análise Research XP: 2T25

O EBITDA recorrente de R$ 427 milhões apresentou uma queda acentuada T/T (-68%) e A/A (-74%). O prejuízo líquido de R$ 267 milhões reverteu o lucro líquido do trimestre anterior. Em nossa opinião, a possível aprovação do projeto de lei PRESIQ seria uma importante tábua de salvação para a Braskem e para o setor, conforme discutimos em Há luz à frente? – Urgência do PRESIQ aprovada no Congresso.

O EBITDA do Brasil foi de R$ 865 milhões, dos EUA/Europa de R$ -48 milhões e do México R$ -47 milhões. Mas o EBITDA corporativo de R$ -382 milhões e, especialmente, as eliminações/reclassificações de R$ -235 milhões, afetaram o resultado consolidado. Em nossa opinião, o principal culpado pode ser um efeito temporal não monetário. Os preços das resinas e das matérias-primas caíram acentuadamente após 2 de abril (“Liberation Day”), porém o COGS carrega um custo unitário mais alto explicado pela baixo giro de estoque do setor.

O lado positivo é que, embora as perdas de estoque representem um efeito negativo no resultado, elas não são necessariamente tão ruins do ponto de vista do fluxo de caixa, dado o efeito positivo da redução das necessidades de capital de giro. Além disso, se essa hipótese se confirmar, o terceiro trimestre deve apresentar uma recuperação significativa em relação aos baixos níveis do segundo trimestre de 2025.

A dívida líquida da Braskem aumentou 20% A/A, para R$ 37 bilhões no final do 2T25. A alavancagem em reais aumentou 1,4x no trimestre, para 7,9x DL/EBITDA (de 6,4x no 2T24), explicada principalmente pela queda no EBITDA UDM no período. A Braskem queimou caixa no nível operacional, com o capex (R$ 489 milhões) sozinho sendo maior que o EBITDA. Incluindo pagamentos de juros (R$ 766 milhões) e pagamentos de Alagoas (R$ 400 milhões), o consumo total de caixa no trimestre foi de R$ 1,45 bilhão (cerca de USD 256 milhões).

Os spreads petroquímicos foram mistos no 2T25, mas, no geral, contribuíram negativamente para os resultados da Braskem. No Brasil, os spreads das resinas permaneceram estáveis, apesar da queda de 4% e 5% no PE-nafta e PVC Par dos EUA, respectivamente, enquanto o PP-nafta aumentou (+17% no trimestre). O spread principal dos produtos químicos-nafta subiu 5% no trimestre. O spread médio dos EUA e da Europa permaneceu estável, enquanto o spread PE-etano do México caiu 12% no trimestre.

No Brasil, a taxa média de utilização permaneceu estável em 74% no 2T25, em preparação para a parada programada para manutenção no Rio de Janeiro no 3T25. A taxa de utilização do PE verde caiu 16 p.p. em relação ao trimestre anterior. A taxa de utilização nos EUA e na Europa permaneceu estável em relação ao trimestre anterior, em 74%, com o crescimento da produção nos EUA motivado pela formação de estoques em antecipação à temporada de furacões e pela menor produção na Europa, devido à baixa disponibilidade de matéria-prima. No México, a taxa média de utilização caiu 35 p.p. em relação ao trimestre anterior, devido: (i) à primeira parada programada para manutenção da fábrica da Braskem-Idesa e (ii) ao menor fornecimento de etano da PEMEX devido a interrupções operacionais.

Posteriormente, em 26 de setembro de 2025, a Companhia divulgou fato relevante informando a contratação de “assessores financeiros e jurídicos para auxiliar na elaboração de um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar sua estrutura de capital”. No comunicado, destacou o “foco na implementação de iniciativas de transformação para mitigar os relevantes impactos decorrentes do prolongado ciclo de baixa de toda a indústria”. A medida se soma a meses de notícias em relação à Braskem, que envolvem também as negociações em torno da venda de seu controle, a alavancagem de mais de 10x e rebaixamento de sua nota de crédito pela S&P Global e Fitch para a categoria ‘CCC’.

Veja Mais

Fontes

Fitch Ratings

S&P Global

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