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Aegea tem rating global rebaixado para Ba3 pela Moody’s

Confira a mudança de rating da Aegea pela Moody's.

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No dia 17 de abril de 2025, a Moody’s rebaixou a classificação corporativa em escala global da Aegea Saneamento e Participações S.A. (“Aegea” ou “Companhia”) de Ba2 para Ba3. A perspectiva da nota foi alterada de 'Negativa' para 'Estável'.

Visão da Agência

A alteração de classificação foi motivada, principalmente, pelo aumento dos custos de financiamento da Aegea, o que deve pressionar as métricas de cobertura de juros e de alavancagem nos próximos dois anos.

A agência reconhece que os investimentos necessários para a Companhia alcançar a universalização dos serviços de água e esgoto, incluindo novas concessões, representam uma oportunidade de crescimento. Entretanto, a Moody’s prevê que a Aegea necessitará acessar o mercado de capitais de forma recorrente para levantar os recursos necessários, uma vez que o capex é realizado majoritariamente com captação de dívida.

A Companhia demonstrou acesso resiliente a diversas fontes de financiamento, tanto locais quanto globais, mas as condições atuais do mercado podem impor termos menos favoráveis e trazer maior complexidade ao negócio.

Em dezembro de 2024, a maior parte da dívida da Aegea (incluindo hedge) era pós-fixada - cerca de 55%, seguida de dívida indexada à inflação - 45% restantes. Com isso, a agência espera que o índice de cobertura do serviço da dívida (ICSD) fique abaixo de 1,8x nos próximos dois anos.

Em termos de liquidez, a Moody’s avaliou que a Aegea possui recursos suficientes para fazer frente aos seus compromissos de 2025, mas precisaria levantar cerca de R$ 5 bilhões para 2026 (sendo 40% no nível da holding).

Vale destacar que as necessidades das novas concessões do Estado do Pará, concedidas em 14 de abril, não estão inclusas nesse cenário, por considerar que serão apoiadas por um empréstimo ponte e financiamento do setor por bancos de desenvolvimento.

Rating atual

O rating Ba3 atual reflete a posição de liderança da Aegea no mercado com contratos regulados de água e esgoto de longo prazo, que fornecem um grande e diversificado portfólio de operações.

O marco contratual para empresas de saneamento no Brasil permitiu reequilíbrios econômicos e indexação tarifária consistente, outro fator positivo chave para o crédito da Companhia.

Além disso, a Moody’s reconhece a recente melhoria na estrutura de governança após a reorganização de capital da Parsan S.A., bem como as evidências de apoio dos acionistas (injeção de capital de R$ 424 milhões).

  • Em 28 de março de 2025, foi concluída uma reorganização de capital onde a Aegea passou a receber 75% dos dividendos pagos pela Parsan, acima dos 1,25% anteriores, o que a Moody’s considerou como positiva para o crédito.
  • No entanto, a Aegea continuará não consolidando as obrigações de dívida de R$ 3 bilhões da Parsan em suas demonstrações financeiras.

Cenários da Moody’s

Um upgrade nas classificações da empresa poderia ser considerado se:

  • O ICSD fique acima de 1,8x;
  • Houver melhora da estrutura de capitais;
  • Apresentar aumento da liquidez, suficiente para cobrir 12 a 18 meses de obrigações sem novas captações.

Por outro lado, as classificações poderiam ser rebaixadas se houver:

  • Aumento adicional nos custos de financiamento, que cause ICSD abaixo de 1,5x por um período prolongado;
  • Trajetória de alavancagem crescente; e
  • Deterioração no acesso da Companhia aos mercados de crédito ou uma redução no suporte financeiro de seus acionistas.

Análise XP: Resultados 4T24

Aegea Proforma considera: i) dívida de R$ 3 bilhões da Parsan (holding da Corsan); ii) os resultados da Águas do Rio 1 e da Águas do Rio 4, coligadas não consolidadas nas Demonstrações Financeiras, cujos resultados são contabilizados via equivalência patrimonial; e iii) os resultados de janeiro a dezembro de 2023 da Corsan, que passou a ser consolidada pela Aegea a partir de julho de 2023.

Em 2024, a Aegea continuou seu crescimento, e obteve aumento de 13% na receita líquida A/A, em base proforma, devido ao maior volume faturado, aos reajustes tarifários implementados e ao incremento na receita de contraprestação das PPPs.

O EBITDA teve evolução de 26% no período, impulsionada pelas medidas de eficiência operacional implementadas nas
concessões, sobretudo na Corsan.

Ao final de dez/24, a Companhia atingiu alavancagem de 2,8x, em conformidade com o seu covenant de 3,5x, mas acima de 2023 (2,3x). Vale ressaltar que o covenant é baseado nos números societários (ou seja, não considera Águas do Rio e Corsan).

A alavancagem proforma também apresentou crescimento, para 4,8x (vs. 3,7x em 2023). O aumento da alavancagem no período é devido, principalmente, ao maior volume de investimentos (+129% A/A) e ao pagamento da última parcela da outorga pela Águas do Rio (R$ 3,8 bilhões no 4T24).

O prazo médio da dívida é alongado, de 7,4 anos. O caixa proforma ao final de 2024 seria suficiente para cobrir as amortizações de curto prazo e parte de 2026. No entanto, a Companhia destacou que o refinanciamento da Parsan deveria ser concluído em mar/25, com extensão do prazo para cinco anos, o que diminuiria a dívida de curto prazo e elevaria a liquidez.

Veja Mais

Fonte

Moody's Global

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