O que aconteceu nesta semana na renda fixa?
A primeira semana de março se encerra com queda nas taxas de curto prazo e avanço nos vértices de médio e longo prazo, com a curva exibindo um deslocamento para cima.
As principais diretrizes do mercado foram a reoneração dos combustíveis, as preocupações com a ofensiva do alto escalão do governo para que o Banco Central corte os juros e um cenário externo de elevada pressão altista nos rendimentos dos títulos públicos globais.
Em meio às expectativas de aumento na taxa de juros norte-americana, os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) também fecharam a semana em alta. O T-note de 2 anos avançou para 4,86% (vs. 4,78% na última sexta-feira), enquanto o T-note de 10 anos subiu para 3,97 % (vs. 3,95% na última sexta-feira).
O que esperar para a próxima semana?
No Brasil, as atenções se voltarão para o novo marco fiscal, prometido para semana que vem. Também será importante a inflação do IPCA de fevereiro, que será divulgada na sexta-feira.
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Cenário macroeconômico
Nesta semana, no âmbito doméstico, foi divulgado o PIB do quarto trimestre, o qual caiu 0,2% em relação ao terceiro trimestre. O indicador subiu 1,9% na comparação ano a ano, levando a um crescimento de 2,9% no ano de 2022.
Os tributos federais sobre combustíveis voltaram a subir. Houve reoneração de 47 centavos por litro de gasolina e de 2 centavos por litro de etanol. Com a redução de 13 centavos no preço da gasolina também anunciada ontem pela Petrobras, calculamos que o preço final do combustível (“na bomba”) terá um aumento líquido de 34 centavos.
Além disso, a taxa de desemprego recuou para 7,9% no 4º trimestre, ante 8,1% no trimestre móvel até novembro de 2022. Este número representa o menor patamar de fim de período desde 2014.
Enquanto isso, na seara internacional, um dos membros do Board do Federal Reserve (banco central) dos EUA, Christopher Waller, disse que podem ser necessários aumentos adicionais nos juros para trazer a inflação de volta à meta de 2%.
Por fim, a inflação na zona do euro subiu 0,8% em fevereiro e se mostrou persistente, depois de ter registado deflação nos três meses anteriores. A taxa de variação anual passou de 8,6% para 8,5%, acima das expectativas do mercado de 8,3%.
Leia o resumo completo de economia da semana
Juros e inflação
A primeira semana de março se encerra com queda nas taxas de curto prazo e avanço nos vértices de médio e longo prazo, com a curva exibindo um deslocamento para cima.
As principais diretrizes do mercado foram a reoneração dos combustíveis, as preocupações com a ofensiva do alto escalão do governo para que o Banco Central corte os juros e um cenário externo de elevada pressão altista nos rendimentos dos títulos públicos globais.
Os agentes financeiros assimilaram, no começo da semana, a mensagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do fim da isenção tributária com uma possível queda da Selic via melhora fiscal. Entretanto, o arranjo para recompor receitas envolvendo a Petrobras foi mal recebido pelo mercado.
Apesar de os ativos externos terem apresentado um alívio nos últimos dias desta semana, as taxas futuras locais seguiram pressionadas devido à prevalência dos riscos domésticos.
Em meio às expectativas de aumento na taxa de juros norte-americana, os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) também fecharam a semana em alta. O T-note de 2 anos avançou para 4,86% (vs. 4,78% na última sexta-feira), enquanto o T-note de 10 anos subiu para 3,97 % (vs. 3,95% na última sexta-feira).
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A curva de juros pode ser compreendida como as expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos prefixados sem cupom (ou seja, sem pagamentos semestrais), de hoje até uma determinada data futura, a partir dos contratos futuros de juros (ou DI). Enquanto isso, a Taxa Selic Esperada é a rentabilidade da taxa básica de juros esperada no final de cada período. Entenda mais aqui.
Títulos públicos
Mercado primário (leilões)
Para mais informações sobre o funcionamento de leilões de títulos públicos, clique aqui.
Leilão do dia 28/02 – NTN-B e LFT
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Na terça-feira, o Tesouro Nacional (TN) ofertou 1,75 milhão de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B). Além disso, ofertou 3 milhões de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), expandindo a oferta para ambas categorias em comparação ao último leilão.
As NTN-Bs ofertadas foram totalmente absorvidas em todos os vencimentos. Nos três vencimentos, as taxas ficaram acima de 6,0% a.a. e o volume financeiro foi de, aproximadamente, R$ 6,8 bilhões.
O TN obteve performance um pouco divergente com as LFTs, uma vez que foram parcialmente absorvidas. Nos vencimentos, o volume financeiro somado foi cerca de R$ 19,1 bilhões.
Leilão do dia 02/03 – LTN e NTN-F
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No leilão de quinta-feira, houve oferta de 11 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimentos para os próximos três anos, e 400 mil Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F), divididas em duas séries de vencimentos em 2029 e 2033. Houve aumento da oferta para a primeira categoria e redução para a segunda.
O TN obteve demanda para a maioria das LTNs ofertadas e o volume financeiro totalizou R$ 7,8 bilhões. Além disso, vale mencionar que a maior parcela dos títulos fecharam acima do patamar de 13%.
As NTN-Fs, por sua vez, foram parcialmente colocadas. Nos dois vencimentos, as taxas ficaram acima de 13,5% a.a. e o volume financeiro foi de R$ 232 milhões.
Mercado Secundário
O IMA-B representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B). O IRF-M representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos prefixados (LTN e NTN-F).
Ambos são calculados pela Anbima e podem sofrer variações devido à dinâmica de oferta e demanda de títulos no mercado, reflexo das movimentações no cenário econômico.
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O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.
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Acompanhe as taxas do títulos do Tesouro Direto disponíveis para compra e para resgate
Crédito Privado
Fluxo
Nesta seção, analisamos os dados da Anbima de negociações definitivas de crédito privado, realizando um filtro cujo spread (diferença) entre os preços máximo e mínimo negociados representam mais do que 0,01% do volume negociado no dia, com o intuito de descartar o que acreditamos serem as operações diretas dentro de instituições.
Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 817 milhões (ante R$ 666 milhões na semana anterior), R$ 458 milhões em debêntures incentivadas (vs. R$ 289 milhões), R$ 225 milhões em CRIs (vs. 88 milhões) e R$ 331 milhões em CRAs (vs. R$ 224 milhões).
Os papéis mais negociados por classe de ativos foram as debêntures da Localiza (LORTB9), a debênture incentivada da Cemig (CMGD28), o CRI da Urban Hub - Anhanguera e, por fim, o CRA da Klabin.
Como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados desta sexta-feira não são considerados.
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Ações de rating
Ratings são notas atribuídas por agências classificadoras de risco de crédito que podem impactar diretamente seus investimentos em Renda Fixa. Entenda mais aqui.
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O que esperar - Semana de 06/03 a 10/03
Agenda econômica
Nos EUA, será divulgado o relatório mensal mais importante de atividade econômica: os dados do mercado de trabalho. Em janeiro a criação de emprego foi bastante forte, iniciando um processo de alta de juros de mercado e correção das bolsas. Se o resultado de fevereiro confirmar essa tendência, é possível que as expectativas migrem para uma aceleração no ritmo de alta de juros pelo Fed.
Além disso, serão divulgados o PIB da Zona do Euro e o do Reino Unido, dados de atividade e inflação na Alemanha e taxa de juros básica no Japão.
No Brasil, as atenções se voltarão para o novo marco fiscal, prometido para semana que vem. Também será importante a inflação do IPCA de fevereiro, que será divulgada na sexta-feira.
Leilões do Tesouro Nacional
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Vencimentos de debêntures da próxima semana
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