O principal destaque da última semana foram as decisões de política monetária pelos Bancos Centrais nos EUA e no Brasil. Nos Estados Unidos, o Comitê de Política Monetária manteve suas taxas inalteradas, enquanto no Brasil, o Copom decidiu pela elevação de 0,75 p.p. na taxa Selic para 2,75% ao ano, surpreendendo economistas e parte do mercado. Como resultado houve leve movimento de achatamento (flattening) na curva a termo no dia seguinte. No fechamento da semana, as taxas avançaram nas pontas curta e intermediária, enquanto as taxas longas apresentaram relativa estabilidade em relação à última semana. A perda de inclinação foi atenuada pelo avanço das taxas das Treasuries norte-americanas (títulos soberanos dos EUA). Os títulos do Tesouro Direto prefixados e pós-fixados apresentaram valorização, enquanto as cotações dos títulos indexados à inflação retraíram. Os spreads de créditos classificados nas faixas de rating AAA, AA e A começaram a abrir, após semanas indo na direção contrária.
Para a próxima semana, é esperada a ata do Copom referente à última reunião, a divulgação do IPCA-15 de março, resultado do setor externo de fevereiro, arrecadação federal também de fevereiro e o Relatório Trimestral de Inflação. No cenário internacional, a semana será marcada pela divulgação dos PMIs industrial e de serviços referentes a março na Zona do Euro e nos EUA, além de discurso do presidente do FED, Jerome Powell, após decisão de política monetária nessa semana. Teremos também divulgação de decisão de política monetária na China.
Cenário macroeconômico
Conforme relatório publicado, o ritmo de contágio no Brasil continua acelerado, com aumento na média móvel semanal de óbitos para 2.087 falecimentos diários, e crescimento de 58% em um mês na média móvel de casos registrados para 71.872 ao dia. Do lado positivo, aponta-se exercício elaborado pelo time da XP Investimentos, o qual indica que o país poderá conseguir vacinar toda sua população acima de 60 anos, além de profissionais de saúde, até meados de junho. No cenário internacional, os Estados Unidos anunciaram que deverão atingir a marca de 100 milhões de vacinados até o final dessa semana, enquanto novos casos de coronavírus preocupam países da Europa, como a França, que anunciou lockdown de um mês na área de Paris.
Na seara internacional, o principal destaque da semana foram as decisões de política monetária por Bancos Centrais ao redor do mundo. Nos EUA, o Comitê de Política Monetária (FOMC) manteve as taxas inalteradas, assim como a atual política em relação ao seu balanço, conforme vastamente esperado pelo mercado. Acreditamos que o FED deva iniciar o processo de redução de compra de ativos (tapering) no terceiro trimestre de 2022, e que o primeiro aumento nos juros deva vir no primeiro trimestre de 2024. Já na região da Europa, o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BoE) manteve o ritmo de seu estímulo inalterado, em sua reunião de ontem.
No Brasil, a semana foi também marcada por decisão de política monetária. Ao contrário dos países desenvolvidos, onde as autoridades monetárias mantiveram suas respectivas taxas básicas de juros em patamar estimulativo, o Copom decidiu pela elevação de 0,75 p.p. na taxa Selic, para 2,75% ao ano, surpreendendo economistas e parte do mercado.
Por último, destaca-se no cenário político-econômico da última semana a edição da Medida Provisória que detalhou a nova rodada de auxílio emergencial no país: o benefício será de R$ 250, indo a R$ 150 para quem mora sozinho e R$ 375 para mulheres solteiras chefes de família, a ser pago por quatro meses a partir de abril. A semana contou também com a aprovação pela Câmara dos Deputados do novo marco regulatório do gás (PL 4476/20), assim como a manutenção do veto aos trechos do Marco do Saneamento básico, que abriam espaço para a prorrogação de contratos de estatais com o poder público por mais 30 anos.
Leia tudo o que aconteceu na semana em economia.
Curva DI e NTN-B
Em semana de decisão do Copom, houve leve movimento de achatamento (flattening) na curva à termo: as taxas futuras de juros avançaram na ponta curta e intermediária, enquanto as taxas longas apresentaram relativa estabilidade em relação à última semana. A queda na inclinação foi atenuada pelo avanço das taxas das Treasuries norte-americanas (títulos soberanos dos EUA). O mesmo movimento foi observado nas taxas das NTN-Bs.
Leilões do Tesouro Nacional
Na última semana, o Tesouro Nacional realizou oferta maior de NTN-Bs e de LTNs curtas. Por outro lado, as LFTs continuam com menor procura pelo mercado, mesmo com redução no lote ofertado.
Na quarta-feira, 17, houve também novo leilão de rolagem das LTNs com vencimento em abril de 2021. Foram ofertados 4,05 milhões de papeis, com vencimentos em 2022, 2023, 2024 e 2025. Todos foram trocados integralmente, com exceção do vencimento 2023, que não teve demanda.
Leilão do dia 16/03 - NTN-B
O Tesouro colocou a oferta de papeis indexados à inflação (NTN-B) de forma integral no mercado. Os 850 mil papeis ofertados na sessão representaram volume inferior ao 1,1 milhão ofertado no leilão da semana anterior.
Leilão do dia 18/03 - LTN, NTN-F e LFT
Em oferta significativamente menor que a realizada na semana anterior e já com o efeito da decisão do Copom refletido sobre as taxas, o Tesouro conseguiu vender a totalidade das LTNs ofertadas. A demanda para LFTs e NTN-Fs mais longas foi inferior ao lote ofertado.
Tesouro Direto
Ao contrário da última semana, os títulos do Tesouro Direto prefixados e pós-fixados apresentaram valorização. Enquanto isso, as cotações dos títulos indexados à inflação retraíram. O movimento também pode ser explicado pela movimentação após a decisão do Copom e, no longo prazo, do efeito das Treasuries sobre a curva.
O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.
Crédito Privado
Fluxo
Na semana, foi registrado um fluxo médio diário de negociações de R$ 866 milhões em debêntures (vs. 1 bilhão na semana anterior), R$ 110 milhões em CRA (vs. R$ 149 milhões) e R$ 88 milhões em CRI (vs. R$ 126 milhões). Vale lembrar que, como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados da sexta-feira não são considerados e podem alterar o apresentado.
Os papeis mais negociados por classe de ativos foram debêntures da CTEEP (CTEE29), CRI Green Towers e, assim como na semana anterior, CRA Vamos.
Spreads de crédito
Na sequência ao fechamento dos spreads de crédito nas últimas semanas, as curvas das debêntures AAA, AA e A, em todos os vértices, começaram a abrir, em todos os vértices. Com isso, as taxas nominais dos ativos tendem a se elevar, principalmente em prazos mais longos.
As curvas são extraídas a partir de debêntures precificadas diariamente pela ANBIMA (DI Percentual, DI+spread e IPCA+spread) e refletem estruturas de spread zero-cupom sobre a curva soberana para diferentes níveis de risco.
Ações de rating
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Renda Fixa
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Atualizações de AGDs
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Agenda econômica
Em relatório publicado pelo time Macro da XP, destacam-se na agenda econômica nacional da próxima semana a ata do Copom referente à última reunião, a divulgação do IPCA-15 referente à março (espécie de prévia para a inflação no mês), resultado do setor externo de fevereiro, arrecadação federal também de fevereiro e o Relatório Trimestral de Inflação, também publicado pelo Banco Central.
No cenário internacional, a semana será marcada pela divulgação dos PMIs industrial e de serviços referentes a março na Zona do Euro e nos EUA, além de discurso do presidente do FED, Jerome Powell, após decisão de política monetária nessa semana. Teremos também divulgação de decisão de política monetária na China.
Acesse aqui o Boletim Focus do dia 22/03 (disponível a partir de segunda-feira)
Leilões do Tesouro Nacional
Vencimentos de debêntures da próxima semana
Sem vencimentos previstos para a próxima semana.
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