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A semana na Renda Fixa (03/04 a 06/04)

O que aconteceu nesta semana na renda fixa? Acompanhe os principais movimentos da semana no mercado de renda fixa e o que esperar para a semana que se inicia.

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O que aconteceu nesta semana na renda fixa?
Os juros futuros tiveram mais uma semana com leve alta nos vértices mais curtos e queda nos vencimentos mais longos da curva, reduzindo novamente a inclinação. Os agentes permanecem em compasso de espera sobre mais detalhes acerca da nova regra fiscal do governo, principalmente sobre como será feita a recomposição tributária, a fim de equalizar a arrecadação federal.

Aliado a isso, no cenário externo, os dados de atividade mais fracos do que o esperado nos Estados Unidos, bem como o desaquecimento dos dados do mercado de trabalho, contribuíram para um recuo firme nos rendimentos dos Treasuries, o que acabou refletido no mercado local.

O que esperar para a próxima semana?
Na semana que vem, no Brasil, a ida do presidente Lula à China deve postergar o anúncio do pacote de medidas de expansão da arrecadação federal. No resto do mundo, deve sair o CPI de março e a ata do FOMC nos EUA, importantíssimos para o futuro da política monetária americana.

Para facilitar a navegação pelo conteúdo, utilize o índice à esquerda da página.

Cenário macroeconômico

No Brasil, a agenda econômica foi vazia de indicadores, com o mercado repercutindo o novo arcabouço fiscal e a expectativa do anúncio do pacote de medidas para aumentar a arrecadação de impostos, essenciais para cumprimento das novas diretrizes, a ocorrer após o dia 16.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que um pacote de R$ 150 bilhões para aumentar a arrecadação de impostos será anunciado em breve. Segundo a imprensa, três medidas são as mais prováveis de serem incluídas: a tributação das apostas online, tributação do comércio eletrônico e alteração da subvenção do ICMS para investimentos.

No cenário internacional, a OPEP anunciou corte na oferta de petróleo, cujo efeito foi alta na cotação de preço da commodity. Apesar dos temores quanto ao impacto inflacionário, para o Brasil o efeito é sustentar a arrecadação de impostos, como aconteceu no ano passado.

Nos EUA, mercado de trabalho mostra desaceleração e atividade arrefeceu mais que o esperado. De acordo com o relatório JOLTS (Vagas de Emprego e Rotatividade média de Mão de Obra), a oferta de vagas de emprego caiu de 10,5 milhões para 9,9 em fevereiro. A proporção de vagas por desempregado continua em 1,7, patamar elevado, mas com redução ante janeiro (1,9).

Na Zona do Euro, os preços ao produtor caíram pelo 5º mês consecutivo, puxado inteiramente por queda nos preços de energia. Na China, atividade continua recuperando e preços ao produtor na Europa continua em deflação, puxado por queda em energia.

Leia o resumo completo de economia da semana

Juros e inflação

Os juros futuros tiveram mais uma semana com leve alta nos vértices mais curtos e queda nos vencimentos mais longos da curva, reduzindo novamente a inclinação.

Os agentes permanecem em compasso de espera sobre mais detalhes acerca da nova regra fiscal do governo, principalmente sobre como será feita a recomposição tributária, a fim de equalizar a arrecadação federal.

Adicionalmente, discursos do presidente Lula em café da manhã com jornalistas adicionou pressão na parte curta da curva, com menção às indicações ao Banco Central trazerem pessoas que defendam “os interesses do governo” e possibilidade de alteração da meta da inflação.

Já os vértices mais longos apresentaram alívio, repercutindo a redução dos riscos de uma trajetória explosiva da dívida pública no país.

Aliado a isso, no cenário externo, os dados de atividade mais fracos do que o esperado nos Estados Unidos, bem como o desaquecimento dos dados do mercado de trabalho, contribuíram para um recuo firme nos rendimentos dos Treasuries, o que acabou refletido no mercado local.

Em relação à semana anterior, o rendimento das Treasuries (títulos do Tesouro americano) de 2 anos passaram de 4,06% para 3,82% até a quinta-feira (06). Já no caso das Treasuries de 10 anos, as taxas reduziram de 3,48% para 3,30%, no mesmo período. 

A curva de juros pode ser compreendida como as expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos prefixados sem cupom (ou seja, sem pagamentos semestrais), de hoje até uma determinada data futura, a partir dos contratos futuros de juros (ou DI). Enquanto isso, a Taxa Selic Esperada é a rentabilidade da taxa básica de juros esperada no final de cada período. Entenda mais aqui.

Títulos públicos

Mercado primário (leilões)

Para mais informações sobre o funcionamento de leilões de títulos públicos, clique aqui.

Leilão do dia 04/04 – NTN-B e LFT

Na terça-feira, o Tesouro Nacional (TN) ofertou 1,2 milhão de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B). Além disso, ofertou 1,0 milhão de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), reduzindo a oferta para a primeira categoria e mantendo o volume para a segunda, em comparação ao último leilão.

As NTN-Bs ofertadas foram parcialmente absorvidas. No vencimento de 2026, a taxa ficou abaixo dos 6% a.a., enquanto para os demais, as taxas ficaram acima deste patamar. Por sua vez, o volume financeiro foi de, aproximadamente, R$ 4,7 bilhões.

O TN obteve performance semelhante com as LFTs, uma vez que também foram parcialmente absorvidas. Nos vencimentos, o volume financeiro somado foi cerca de R$ 6,2 bilhões.

Leilão do dia 06/04 – LTN e NTN-F

No leilão de quinta-feira, houve oferta de 20 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimentos para os próximos três anos, e 3 milhões de Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F), divididas em duas séries de vencimentos em 2029 e 2033. Houve aumento para ambas categorias, em comparação com o volume da semana anterior.

O TN obteve demanda para a totalidade das LTNs ofertadas. O volume financeiro totalizou R$ 14,6 bilhões. Além disso, vale mencionar que as taxas fecharam abaixo do patamar de 13%, exceto o vencimento de 2024. Vale destacar que a emissão de LTNs foi concentrada, principalmente, nos títulos de prazo mais longo, com vencimento em 2026.

As NTN-Fs também foram totalmente colocadas. Nos dois vencimentos, as taxas ficaram abaixo dos 13,0% a.a. e o volume financeiro foi de R$ 2,7 bilhões.

Diante da queda nos juros futuros e do formato mais “achatado” da curva, o Tesouro Nacional ampliou sua oferta de títulos no leilão de prefixados na quinta e anunciou seu maior leilão de títulos prefixados em pelo menos 12 meses, vendendo a totalidade de todos os lotes.

Mercado Secundário

O IMA-B representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B). O IRF-M representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos prefixados (LTN e NTN-F).

Ambos são calculados pela Anbima e podem sofrer variações devido à dinâmica de oferta e demanda de títulos no mercado, reflexo das movimentações no cenário econômico.

O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.

Acompanhe as taxas do títulos do Tesouro Direto disponíveis para compra e para resgate

Crédito Privado

Fluxo

Nesta seção, analisamos os dados da Anbima de negociações definitivas de crédito privado, realizando um filtro cujo spread (diferença) entre os preços máximo e mínimo negociados representam mais do que 0,01% do volume negociado no dia, com o intuito de descartar o que acreditamos serem as operações diretas dentro de instituições.

Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 530 milhões (ante R$ 1.152 milhões na semana anterior), R$ 479 milhões em debêntures incentivadas (vs. R$ 377 milhões), R$ 5.358 milhões em CRIs (vs. 398 milhões) e R$ 356 milhões em CRAs (vs. R$ 326 milhões).

Os papéis mais negociados por classe de ativos foram as debêntures da Eurofarma (EURF12), a debênture incentivada da Petro Rio (PEJA11), o CRI da Localiza e, por fim, o CRA da Raízen.

Como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados desta sexta-feira serão considerados no acumulado da próxima semana.

Ações de rating

Ratings são notas atribuídas por agências classificadoras de risco de crédito que podem impactar diretamente seus investimentos em Renda Fixa. Entenda mais aqui.

O que esperar – Semana de 10/04 a 14/04

Agenda econômica

No Brasil, na seara de indicadores vão ser anunciados o IGP-DI e o IPCA de março, importantes para a o cenário prospectivo de inflação. Além disso, serão divulgadas as novas séries de comércio e serviços da PMC e PMS, respectivamente, relativos à janeiro. No cenário político, a ida do presidente Lula à China deve postergar o anúncio do pacote de medidas de expansão da arrecadação federal.

No resto do mundo, deve sair o CPI de março e a ata do FOMC nos EUA, importantíssimos para o futuro da política monetária americana. Na Europa, dados de comércio e produção industrial de fevereiro, após o PMI mais fraco.

Leilões do Tesouro Nacional

Vencimentos de debêntures da próxima semana

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