Tópicos do dia
Brasil

- Política Brasil: Retração do PIB gera pressão para o governo
- PIB do Brasil recua 0,2% no primeiro trimestre de 2019 (q/q)
- STF adia para próxima semana decisão sobre privatizações
Internacional

- Trump poderá taxar importações mexicanas enquanto a imigração ilegal continuar
- Atividade na China pressionada por tensões comerciais
- A cinco meses das eleições, pressão sobre Macri aumenta
Empresas

- BRF + Marfrig: Neutro a positivo para ambas; Mantemos recomendações inalteradas
- Frigoríficos: Ministério da Agricultura avalia caso atípico de vaca louca em MT
COE News

- Disney: Divisão de parques ganha nova temática inspirada nos Star Wars
- Unilever quer adicionar derivado da cannabis a sorvete Ben & Jerry’s
- AB Inbev anuncia novos produtos para se proteger de destilados e vinhos
Resumo
Crescimento global preocupa mercados
Mercados globais em queda nesta manhã de sexta-feira, seguindo ameaça do presidente Donald Trump sobre tarifas ao México, enquanto dados fracos de atividade da China aumentam as preocupações com crescimento global e elevam a percepção de risco.
Ontem, Trump disse em Twitter que os EUA irão impor tarifa de 5% sobre todos os bens do México a partir de 10 de junho, podendo aumentar para 25% até 1 de outubro caso o México não contenha a onda de imigração aos EUA.
Na China, o índice de gerente de compras de manufatura (PMI) caiu de 50,1 em abril para 49,4 em maio, abaixo da expectativa do mercado e abaixo de 50, sinalizando contração. Os pedidos de exportação vieram fracos, enquanto a confiança também caiu, o que pode ser reflexo das tensões comerciais. Com isso, o risco para o crescimento econômico se eleva, o que por outro lado pode impulsionar novos estímulos do governo Chinês.
No Brasil, a primeira retração do PIB desde 2016, divulgada ontem, pode elevar a pressão para medidas que estimulem a economia, como redução de juros e liberação de recursos do FGTS, além de também pressionar o Congresso pela necessidade de aprovação da reforma da previdência.
Na linha de medidas de estímulo, o Ministério de Economia estuda a possibilidade de liberação do saque do FGTS, mas o percentual ainda não foi definido e o anúncio só deve acontecer depois da aprovação da Reforma da Previdência. Em 2017, o governo Temer adotou medida similar injetando R$ 44 bilhões na economia e um dos setores que mais se beneficiou foi o de consumo, com destaque para segmentos com ticket médio elevado como eletrônicos, bens duráveis e viagens.
Na Câmara, o PL apresentou o mais amplo substitutivo à PEC da Nova Previdência, com previsão de R$700 bilhões de economia em 10 anos, com 180 assinaturas de apoio de parlamentares. A PEC atual recebeu 276 emendas na Comissão Especial, ao fim do prazo que encerrou ontem.
O Supremo Tribunal Federal adiou para a próxima semana a decisão sobre a necessidade de aval do Congresso para a privatização de empresas estatais e suas controladas. Notícias
indicam que o placar final deve ser apertado, mantendo-se a necessidade de processo licitatório mas retirando a necessidade de anuência de poder legislativo para desinvestimentos.
Do lado das empresas, a BRF e a Marfrig anunciaram ontem que estão avaliando uma potencial fusão. A BRF deteria 85% do capital da nova empresa, enquanto a Marfrig 15%. Nós vemos a relação como justa, e a transação como neutra a positiva para ambas, mas existem riscos de execução e mais detalhes são necessários. Mantemos Compra em Marfrig e Neutro em BRF.

Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Retração do PIB gera pressão para o governo
- As manchetes do dia foram dominadas pelo anúncio da primeira retração no PIB desde 2016. Com isso, o governo passa a sentir pressão para tomar medidas que estimulem a economia, como redução de juros e liberação de recursos do FGTS. A notícia também servirá para pressionar o Congresso pele necessidade de aprovação da reforma da Previdência;
- No segundo dia de manifestações contra o contingenciamento de recursos da Educação (que tiveram um viés mais anti-Bolsonaro), foram registrados protestos em volume menor do que o movimento do último dia 15;
- No Câmara, o PL apresentou o mais amplo substitutivo à PEC da Nova Previdência, com previsão de R$700 bilhões de economia em 10 anos. O ponto de controvérsia da vez é a capitalização, que não é vista como prioridade agora e ainda gera dúvidas entre parlamentares sobre como será custeada a transição. O dado mais importante sobre isso é que o texto alternativo do PL teve 180 assinaturas de apoio de parlamentares. Foram recebidas 276 emendas na Comissão Especial, ao fim do prazo que encerrou ontem;
- De olho nas eleições municipais e em 2022, partidos já começam a se movimentar internamente. Na convenção do partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a questão foi mais existencial. Dividido, o DEM usou a convenção para defender a agenda econômica, mas nada de apoio formal e irrestrito ao governo. A principal tônica foi reforçar a mensagem de que a legenda não faz parte do chamado Centrão, alvo de críticas nos protestos.
PIB do Brasil recua 0,2% no primeiro trimestre de 2019 (q/q)
- Em linha com as expectativas do mercado, o PIB do Brasil apresentou queda de 0,2% no primeiro trimestre de 2019 (q/q). Este foi o primeiro recuo do indicador desde o quarto trimestre de 2016. Com relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o PIB cresceu apenas 0,5%;
- Como já era esperado, o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho afetou negativamente o desempenho da Indústria Extrativa Mineral, cujo PIB recuou 6,3% (q/q). A principal surpresa, no entanto, foi o PIB da Construção Civil, que apresentou recuo de 2% (q/q). Pelo lado da demanda, o destaque foi a queda expressiva de 1,7% (q/q) da formação bruta de capital fixo;
- Ainda que em linha com as expectativas, os resultados do PIB do primeiro trimestre devem reforçar a preocupação do mercado com relação ao ritmo da recuperação da atividade. Para que a economia encerre o ano com crescimento de 1,2% (média do mercado medida pelo Focus), é necessário que o PIB apresente um crescimento médio trimestral de 0,6% até o final de 2019. Este cenário, até o momento, não parece provável, uma vez que as incertezas quanto à continuidade da agenda reformista e à sustentabilidade da dívida pública seguem elevadas.
STF adia para próxima semana decisão sobre privatizações
- O Supremo Tribunal Federal adiou para a próxima semana a decisão sobre a necessidade de aval do Congresso para a privatização de empresas estatais e suas controladas. O julgamento foi iniciado ontem (30/05) pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, que informou na abertura da sessão que os votos dos ministros só seriam lidos na próxima semana (05 de junho);
- A Advocacia Geral Da União defendeu a possibilidade de venda de ativos de estatais e de suas subsidiárias sem licitação. Por outro lado, o Ministério Público opinou pela manutenção da necessidade de processo licitatório para alienação de controle de estatais;
- A expectativa é de um placar apertado na Corte, mantendo-se a necessidade de processo licitatório mas retirando a necessidade de anuência de poder legislativo.
Governo discute autorização para saques do FGTS
- Conforme notícia no Valor Econômico, o Ministério de Economia estuda a possibilidade de liberação do saque do FGTS, mas sem se comprometer com o prazos para a implementação e sugerindo que a medida só virá depois da aprovação da Reforma da Previdência;
- A principal dificuldade é fixar um percentual de liberação que não atrapalhe as atribuições do fundo, como habitação e saneamento básico financiados com recursos dos trabalhadores. Fontes ouvidas pelo Valor sugeriram que há estudos para o trabalhador liberar até 30% de saldo do fundo, equivalente a R$120 bilhões, mas a avaliação da equipe econômica é que esse montante parece exagerado e poderia prejudicar a saúde financeira do fundo. Dessa forma, o percentual ainda não está fechado;
- Em 2017, o governo Temer autorizou o saque em contas que estivessem inativas até dezembro de 2015, injetando R$44 bilhões na economia com contribuição estimada em 0,5 ponto percentual para o crescimento do PIB naquele ano. Os principais setores beneficiados pela medida tomada dois anos atrás foram aqueles relacionados a consumo, com destaque para os segmentos com ticket médio mais elevado, como eletrônicos, bens duráveis e viagens.
Internacional
Trump poderá taxar importações mexicanas enquanto a imigração ilegal continuar
- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (30) novas tarifas sobre produtos importados do México, dizendo, em um tuíte, que elas permanecerão em vigor até que o problema da imigração ilegal seja resolvido;
- Trump disse que as tarifas subirão para 10% em 1º de julho, se a crise persistir, e outros 5% para cada mês sucessivo até 25%, a menos que “o México pare substancialmente a entrada ilegal de estrangeiros vindos de seu território”.
Atividade na China pressionada por tensões comerciais
- No início deste ano, a China reduziu sua meta de crescimento anual para 6-6,5%, a taxa mais baixa em três décadas. A quebra nas negociações comerciais com os EUA neste mês tem abalado ainda mais as perspectivas, já que os fabricantes e exportadores chineses – a força por trás da produção do país – reduzem a atividade em preparação para tarifas mais altas;
- Os desafios foram refletidos nos dados de atividade manufatureira (PMI) da China para maio de 49,4, abaixo dos 50,1 em abril e abaixo da previsão de 49,9 compilada pela Reuters (uma leitura abaixo de 50 indica que a atividade está em contração). Essa é a primeira vez que o PMI industrial caiu em território negativo desde fevereiro, influenciado por pedidos de exportação mais fracos em meio à escalada das tensões comerciais com os EUA;
- O agravamento dos dados e a preocupação do mercado deixam o presidente Xi Jinping em uma posição difícil tentando se manter firme contra Trump e ao mesmo tempo tentando apoiar o crescimento sem um aumento relevante da dívida. O yuan se desvalorizou 2,5% em maio, e as ações tiveram um mês difícil devido à turbulência das guerras comerciais.
A cinco meses das eleições, pressão sobre Macri aumenta
- A quinta greve geral contra o governo argentino convocada pelas centrais sindicais, ontem, parou a Argentina, aumentando a pressão sobre o presidente Mauricio Macri a cinco meses da eleição;
- Centenas de voos foram cancelados, e bancos e escolas não funcionaram. A greve convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), com adesão da Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA) e da CTA Autônoma, foi sentida em Buenos Aires e em outras cidades, com interrupção dos serviços de ônibus e metrô. O ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, estimou que a greve custou 40 bilhões de pesos (US$ 900,9 milhões). O setor manufatureiro, afirmou, perdeu 8,1 bilhão de pesos e o de transporte, 2 bilhões;
- A primeira greve contra o governo Macri ocorreu em abril de 2017. Desde então, a oposição sindical ao governo vem crescendo.
Dados econômicos globais a se monitorar
- Com o mercado de títulos do Tesouro apresentando maior volatilidade, o relatório de hoje do PCE – o medidor de inflação preferencial do Fed – será acompanhado de perto pelos investidores ao ser publicado às 8:30 de NY. O PIB canadense do primeiro trimestre também deve ser entregue às 8h30. O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, e o presidente do Fed de Nova York, John Williams, deverão falar publicamente ao longo desta tarde. Os dados do sentimento do consumidor americano será divulgado às 10:00 de NY.
Empresas
BRF + Marfrig: Neutro a positivo para ambas; Mantemos recomendações inalteradas
- A BRF e a Marfrig anunciaram que estão avaliando uma potencial fusão, com prazo de exclusividade de 90 dias, renovável por mais 30. A BRF deteria 85% do capital da nova empresa (NewCo), enquanto a Marfrig 15%. Nós vemos a relação como justa, e a transação como neutra a positiva para ambas, mas existem riscos de execução e mais detalhes são necessários;
- A NewCo negociaria a 7x EV/EBITDA (9x para a BRF, 5,5x para a Marfrig), o que consideramos justo, em linha com o preço de fechamento de hoje;
- Mantemos nossa recomendação de Compra na Marfrig (preço-alvo de R$10/ação) e Neutra na BRF (preço-alvo de R$33/ação). Para a JBS, vemos o acordo como neutro. Notamos que a empresa é muito bem posicionada, ao mesmo tempo em que vemos potenciais efeitos positivos para todos os frigoríficos com a Peste Suína africana na Ásia. Mantemos recomendação de Compra na JBS (preço-alvo de R$27/ação). Clique aqui para acessar o relatório completo.
Frigoríficos: Ministério da Agricultura avalia caso atípico de vaca louca em MT
- De acordo com notícia da Folha, o Ministério da Agricultura está avaliando uma suspeita de caso atípico de vaca louca ocorrido em Mato Grosso. O caso está sobe investigação, mas é muito cedo para qualquer avaliação. O governo deverá ter o resultado nos próximos dias;
- Se o caso for confirmado, porém, não será o primeiro no país. O Brasil já teve dois casos atípicos confirmados, em 2014, também em Mato Grosso, e em 2010, no norte do Paraná. Neste caso, a doença foi reportada somente em 2012, fazendo com que os países fechassem o comércio temporariamente ao Brasil, argumentando os fracos controles sanitários. Contudo, o país conseguiu manter status de risco insignificante para a enfermidade;
- Segundo a OIE (Organização Mundial da Saúde Animal), a doença da vaca louca, quando atípica, não se configura em risco para a saúde humana. Quanto mais velhos, mais os animais são suscetíveis à doença. No caso reportado no norte do Paraná, o animal era uma vaca de 13 anos, idade semelhante à do caso atual.
COE News
Disney: Divisão de parques ganha nova temática inspirada nos Star Wars
- Nesta temporada de férias de verão, a Disney abrirá uma atração com o tema de Star Wars, tanto na Disneyland quanto no Walt Disney World em Orlando. Cada divisão nos diferentes parques apresenta mais de 50 mil metros quadrados, contendo brinquedos, lojas e restaurantes. Isso representa a maior expansão individual da história dos parques;
- Pelo custo de US$ 1bi cada, as novas atrações cumprem as ambições dos dirigentes do grupo e representam uma aposta na continuidade do engajamento dos fãs na trilogia Skywalker, que está próximo de concluir parte da história de Guerra nas Estrelas com o lançamento do filme “The Rise of Skywalker”, previsto para dezembro deste ano. A divisão de parques temáticos tem sido essencial para os positivos resultados apresentados ao longo dos últimos trimestres, com o lucro operacional da divisão atingindo US$ 4,5bi em 2018, mais do que o dobro do valor de cinco anos antes;
- Segundo o atual presidente Robert Iger, o lançamento da Disney+, previsto para novembro, é fator fundamental para aumentar a sinergia entre as diversas linhas de negócios como tráfego nos parques temáticos, venda de brinquedos e bilheteria nos cinemas.
Unilever quer adicionar derivado da cannabis a sorvete Ben & Jerry’s
- Dirigentes da Unilever planejam adicionar o canabidiol, derivado da planta cannabis que não possui efeitos psicoativos e que tem propriedades relaxantes, nos sorvetes Ben & Jerry’s, assim que for legalizado seu uso no âmbito federal nos EUA;
- Embora a Food and Drug Administration (FDA), órgão de vigilância sanitária do país, proíba atualmente tal substância em alimentos e bebidas, a agência tem agendada para esta tarde uma audição pública sobre sua legalização. A Unilever, controladora da marca Ben & Jerry’s, submeteu uma reunião sobre o tema.
AB Inbev anuncia novos produtos para se proteger de destilados e vinhos
- A maior fabricante de cervejas do mundo, fabricante da cerveja Budweiser, segue trabalhando em novos produtos, como aperitivos e cervejas artesanais voltadas para o público feminino, no momento em que os números do setor mostram a maior queda nos volumes de vendas de cervejas nos EUA nos últimos sete anos, com dados recentes indicando que os americanos estão trocando a cerveja pelos destilados e vinhos;
- Michel Doukeris, presidente executivo das operações nos EUA, esboçou que ele pretende reconquistar os consumidores e que segue trabalhando em novos projetos para enfrentar a mudança nos hábitos dos consumidores incluem a Drinkworks, um empreendimento com a Keurig Dr Pepper que Doukeris descreve como “talvez a maior oportunidade” para a companhia atuar além da cerveja. Outros produtos que estão sendo promovidos pela Anheuser-Busch incluem a Naturdays, um mix de cerveja e limonada de limão cravo, e aperitivos enlatados e prontos para beber, produzidos pela Cutwater de San Diego, empresa que ela adquiriu neste ano;
- A AB Inbev produz algumas das maiores marcas de cerveja dos EUA, incluindo a Bud Light e a Goose Island em seu país sede.
Facebook segue combatendo “Fake News”, ao promover vacinas contra sarampo
- A gigante das mídias sociais segue combatendo “fake news” em suas plataformas. O grupo tem enfrentado dificuldades para acabar com a atual desinformação relacionada a possibilidade de vacinas contra sarampo e outras doenças juvenis causarem autismo;
- Basicamente, o grupo alterou parte de seus algoritmos para dificultar as buscas nas plataformas do Facebook e Instagram, enquanto que limitou a função “encaminhar” no Whatsapp;
- As autoridades de saúde pública nos EUA asseguraram publicamente a eficácia das vacinas “vaccinetruth”, “vaccinesuncovered” e “vacines revealed”, e clamaram pela continuidade da vacinação nos postos públicos de saúde e hospitais, com o intuito de controlar o maior surto de sarampo dos últimos 30 anos.

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