Tópicos do dia
Brasil

- Política Brasil: Pressões sobre Reforma da Previdência no radar
Internacional

- Trump se reunirá com vice-premier Chinês para negociações comerciais
Empresas

- Petrobras (PETR4): Valor do ressarcimento da Cessão Onerosa à Petrobras será definido em março
- Via Varejo (VVAR3): Rebaixamos de Compra para Neutro
- Suzano (SUZB3): Resultado desaponta com volumes fracos
COE News

- Apple lançará cartão de crédito em parceria com o Goldman Sachs
- Anglo American impulsiona lucro e corta dívida em meio à recuperação
Resumo
Mercados globais no campo positivo com otimismo nas negociações entre EUA e China
Mercados operam no campo positivo nesta manhã de sexta-feira a espera de resultados das negociações comerciais entre os EUA e a China. O presidente Donald Trump se reunirá com o principal negociador comercial da China, vice-premier Liu He, hoje à tarde, na tentativa de chegarem a um acordo preliminar antes do prazo de 1 de março para aumento de tarifas americanas sobre importações chinesas.
No Brasil, crescem as conversas sobre a judicialização da reforma da Previdência, com servidores públicos fazendo pressão no Congresso e ameaçando contestar no STF o aumento da contribuição previdenciária. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, admite que a PEC da reforma da previdência sofrerá mudanças no Congresso, mas trabalha com o prognóstico “realista” de aprovação em meados de setembro.
A semana termina com o governo brasileiro buscando formas de lidar com um possível enfrentamento iminente com a Venezuela, que fechou ontem a fronteira com o Brasil e se recusa a receber ajuda humanitária. O assunto está sendo tocado pela ala militar do governo, que é contra uso da força. O vice-presidente, General Mourão, foi escalado para ir à reunião do Grupo de Lima na próxima semana.
Do lado das empresas, sobre Petrobras, o Ministro de Minas e Energia afirmou que o formato da revisão do contrato da Cessão Onerosa pode ser definido na próxima quinta-feira (28/02), e os valores finais do ressarcimento à empresa devem ser definidos no final de março. A Localiza reportou resultados acima do esperado no 4T18, enquanto Suzano desapontou com volumes fracos mas foco deve ser no que está por vir, e não no 4T. Por fim, rebaixamos nossa recomendação de Via Varejo de Compra para Neutro.

Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Pressões sobre Reforma da Previdência no radar
- Crescem as conversas sobre a judicialização da reforma da Previdência. Servidores públicos já fazem pressão sobre o Congresso e ameaçam contestar no STF o aumento da contribuição previdenciária. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, admite que a PEC sofrerá mudanças no Congresso, mas trabalha com o prognóstico “realista”, de aprovação em meados de setembro;
- O presidente Bolsonaro pretende editar um decreto que dê aos ministros poder de vetar nomes indicados por parlamentares. Deputados buscam retomar postos antes loteados entre os partidos, mas que hoje são ocupados por militares, como no DNIT;
- A Câmara dos Deputados aprovou o projeto do cadastro positivo com adesão automática e não voluntária, como é atualmente. O texto segue para votação no Senado e, depois, irá para sanção do presidente Bolsonaro;
- A semana termina com o governo buscando formas de lidar com um possível enfrentamento iminente com a Venezuela, que fechou ontem a fronteira com o Brasil e se recursa a receber ajuda humanitária. O assunto está sendo tocado pela ala militar do governo, que é contra uso da força. O vice-presidente, General Mourão foi escalado para ir à reunião do Grupo de Lima na próxima semana.
Internacional
Trump se reunirá com vice-premier Chinês para negociações comerciais
- De acordo com notícias, o presidente Donald Trump se reunirá com o principal negociador da China na tarde de hoje em Washington, Liu He, enquanto os EUA tentam elaborar um acordo preliminar com a China antes do prazo de 1 de março para aumento de tarifas americanas sobre importações chinesas;
- Pessoas informadas sobre as negociações disseram que um acordo comercial de longo prazo ajudaria Trump a conseguir um acordo melhor e com isso amenizar as imposições das reformas estruturais da economia chinesa e nos mecanismos de controle da economia, ambos resistidos pela equipe do Sr. Liu;
- Em um tweet na quinta-feira, Trump também indicou que pode estar disposto a reduzir a pressão que seu governo está colocando na Huawei, o grupo chinês de telecomunicações, o que poderia dar oportunidade para um acordo comercial.
Empresas
Petrobras (PETR4): Valor do ressarcimento da Cessão Onerosa à Petrobras será definido em março
- Em seminário promovido pela ANP, o Ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque afirmou que o formato da revisão do contrato da Cessão Onerosa pode ser definido na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na próxima quinta-feira (28/02). Além disso, se tudo ocorrer como previsto, o governo já poderia anunciar a realização do leilão dos barris excedentes destas áreas ainda esse ano;
- No encontro da próxima semana, também devem ser apresentados os valores do ressarcimento à Petrobras, mas a definição dos valores deve ocorrer apenas no final de março. O Ministro também negou especulações sobre valores de R$15 bilhões devidos à Petrobras na imprensa;
- Segundo o Ministro, o leilão dos excedentes da Cessão Onerosa seguirá o mesmo modelo de partilha adotado no pré-sal, e a Petrobras poderá liderar todos os projetos com pelo menos 30% de participação;
- Destacamos que não incorporamos nenhum valor referente à Cessão Onerosa em nosso preço-alvo de R$31/ação para a PETR4. Vemos qualquer ressarcimento como um fator extra em nossa tese de investimentos, que só contribuí para a melhora do risco-retorno do ativo. Mantemos recomendação de compra.
Via Varejo (VVAR3): Rebaixamos de Compra para Neutro
- Rebaixamos nossa recomendação de Via Varejo para Neutro de Compra, ajustando nossas estimativas e baixando o preço-alvo para R$ 6/ação de R$ 7/ação. Esperamos recuperação de resultados em 2019, mas o aumento das incertezas em relação à venda da Via Varejo para um investidor estratégico, logo após um resultado fraco no 4T18, deve manter as ações pressionadas;
- O Grupo Pão de Açúcar (que detém 36% de participação) afirmou que está buscando a venda da Via Varejo para um investidor estratégico até o final do ano. Alternativamente, a participação poderia ser alienada diretamente a mercado, o que poderia levar mais de um ano para se materializar;
- Reconhecemos que o desinvestimento para um investidor estratégico pode, de fato, ser um gatilho relevante, potencialmente desencadeando uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), mas o tempo e a probabilidade de se materializar são muito incertos, enquanto operacionalmente, após trimestres subsequentes de decepção, gostaríamos de entrega e visibilidade antes de recuperar a convicção. Para acessar o relatório completo clique aqui.
Suzano (SUZB3): Resultado desaponta com volumes fracos
- A Suzano divulgou ontem seu primeiro resultado consolidando a Fibria pro-forma. O preço de celulose spot na China caiu quase US$130/t no 4Q (-17%), o que fez com que tanto a Suzano quanto a Fibria retivessem suas vendas para a região, o que afetou significativamente o resultado;
- O volume consolidado de celulose no trimestre caiu 28% T/T, para 2,09mt (21% abaixo do nosso), o que levou o custo operacional por tonelada a subir 8% (4% acima das nossas estimativas). O EBITDA total consolidado de R$3,9 bilhões foi 29% menor quando comparado ao trimestre anterior e 15% abaixo do nosso;
- Esperamos reação negativa das ações aos resultados, mas os volumes devem normalizar ao longo do semestre, enquanto que uma contínua retomada potencial dos preços de celulose deve ajudar a dar sustentação ao papel. O foco permanece nas atualizações sobre a integração com a Fibria e no anúncio de sinergias em março. Mantemos recomendação de Compra, com preço alvo de R$62,5/ação.
Localiza (RENT3): Resultados acima do esperado no 4T18
- A Localiza reportou números fortes no 4T18, atingindo um EBITDA de R$ 449 milhões (+16% A/A), ligeiramente acima da nossa estimativa e do consenso. O lucro líquido atingiu R$ 181 milhões no trimestre, +4% em relação ao mesmo período do ano anterior e 3% acima da nossa expectativa;
- O desempenho mais forte que o esperado no segmento de aluguel de carros foi parcialmente compensado por margens mais fracas no segmento de Seminovos. A margem mais fraca foi um reflexo principalmente de aumentos menores nos preços de carros em geral, tendência que vem acontecendo nos últimos trimestres e que será monitorada de perto ao longo de 2019;
- Seguimos construtivos com o potencial de crescimento da Localiza. Enxergamos espaço para geração de valor com crescimento superior, alavancagem operacional, menor endividamento e custo de dívida mais baixo, resultando em um spread saudável entre o retorno sobre o capital (ROIC) e custo de capital. Para acessar o comentário de resultados completo, clique nesse link.
B3 (B3SA3): Que ano! Margem EBITDA de 71% em 2018
- A B3 reportou ontem receita líquida R$1,31 bilhão e EBITDA ajustado de R$913,7 milhões (margem 69,6%) referentes ao 4T18, ambos em linha com nossos números e consenso. Com isso, a empresa fechou um ótimo 2018, com crescimento de receita e EBITDA de 20,6% e 28,8%, respectivamente, e volumes expressivos conforme detalhamento abaixo;
- Os principais destaques foram: (1) o segmento BM&F, 24,8% da receita, apresentou crescimento de 27,4% A/A, refletindo forte aumento de volume e preços ; (2) O segmento Bovespa, 31,4% da receita, cresceu +49,7% no ano, impulsionado principalmente pelo aumento de 55,3% no volume diário de ações; (3) O segmento de TVM da Cetip, 21,5%, cresceu 15,6% impulsionado pelos derivativos de balcão e captação bancária; (4) A empresa revisou sua projeção de alavancagem para o ano de 2019 de 1,0x dívida bruta/EBITDA para 1,5x e também o pagamento de dividendos de 70-80% do lucro líquido para 120%-150%;
- Como temos destacado desde o início de nossa cobertura, vemos a B3 como um dos principais players financeiros para capturar o crescimento da economia brasileira e o desenvolvimento do mercado de capitais do país. Mantemos recuperação de compra e Preço-Alvo de R$35,00.
Magazine Luiza (MGLU3): Resultados sólidos no 4T18
- A Magazine Luiza reportou resultados sólidos do 4T18, com Receita e EBITDA de R$4,6bi e R$354mi, respectivamente, em linha com o esperado. O lucro líquido de R$190mi foi 10% acima das nossas estimativas (+14,5% A/A);
- Destaque positivo para vendas mesmas lojas que apresentaram crescimento de 16,1%, o que se compara a nossa estimativa de 14,1% e ao consenso de 12-13%. O crescimento das vendas online de 57,4% compara-se a nossa estimativa de 55%. A margem bruta em 28,1% ficou 78 pontos-base abaixo da nossa, -104bps A/A, pressionada pela maior representatividade das vendas online. Mantemos recomendação neutra para a Magazine Luiza;
- A empresa anunciou novo programa de recompra de ações. Poderão ser adquiridas até 4,5 milhões de ações ordinárias, equivalentes a 2,36% das ações totais emitidas pela empresa e a 6,65% das ações em circulação. O prazo máximo para aquisição das ações é de 18 meses dias contados desta data, encerrando-se em 21 de agosto de 2020.
Gol (GOLL4): Esclarecimento sobre notícia publicada no Valor
- A Gol esclareceu que a notícia divulgada pelo Valor ontem não procede. A notícia dizia que a empresa estaria preparando uma nova operação para incorporar a Smiles, em que a família Constantino perderia a posição majoritária;
- A Gol havia anunciado em Outubro a intenção de realizar uma reestruturação societária ampla, que visava simplificar a estrutura que compreendia, entre outros passos, (a) a incorporação da Smiles e (b) posterior migração da Gol para o Novo Mercado. No âmbito da reestruturação, o acionista de Smiles receberia uma combinação de i) ações PN Gol (GOLL4) e ii) “ações PN resgatáveis” Gol, com termos a serem negociados. A migração para o Novo Mercado. Um tempo depois, a B3 recusou a migração da forma inicialmente proposta;
- A empresa confirmou que manterá os acionistas e o mercado informados sobre os tópicos a medida em os assuntos evoluam.
Eletrobras (ELET3): Capitalização pode ocorrer ainda em 2019, mas não necessariamente ocorrerá privatização
- Ainda no mesmo evento sediado pela ANP, o Ministro Bento Albuquerque afirmou que será possível realizar a capitalização da Eletrobras ainda em 2019. No entanto, tudo dependerá da definição do modelo da capitalização e das prioridades do governo, que nesse momento se referem à Reforma da Previdência;
- Além disso, o Ministro afirmou que não necessariamente ocorrerá a privatização da companhia, e se trabalha pela capitalização. O modelo está em discussão no âmbito do Ministério de Minas e Energia, Ministério da Economia, TCU e AGU;
- Os esforços do ministério estão concentrados em recuperar a Eletrobras, e as medidas necessárias serão implantadas após definição do modelo da operação. Frustração em relação a perspectivas de privatização da estatal do setor elétrico podem levar a uma reação negativa das ações.
COE News
Apple lançará cartão de crédito em parceria com o Goldman Sachs
- Com o intuito de acelerar a diversificação de receitas e compensar a desaceleração do crescimento de venda de iPhones, a Apple irá lançar seu primeiro cartão de crédito em conjunto com o banco de investimentos Goldman Sachs, que em 2016 iniciou suas atividades no varejo ao lançar seu banco digital “Marcus”;
- O grande diferencial será a disponibilização da funcionalidade “Wallet” (carteira digital), que funciona como uma espécie de conta corrente, na qual o aplicativo permitirá o cliente fixar limites de despesa, seguir os pagamentos e gerir as contas. O cartão Apple Pay vai usar a rede de pagamentos da Mastercard, e os usuários do novo cartão poderão receber “cashback” de cerca de 2% para a maioria das compras e, potencialmente, gerar crédito para serviços e compras de aparelhos da Apple;
- A expectativa da Apple é que a divisão de serviços passe a representar ~20% das receitas até 2020 (~US$ 50bi), sendo que hoje responde por 15%, além de atingir a marca de 500 milhões de assinantes pagos, contra os atuais 360 milhões.
Anglo American impulsiona lucro e corta dívida em meio à recuperação
- A gigante da mineração reportou receitas de US$ 30,2bi, número 5% superior no ano contra ano, e lucro de US$ 3,6bi, número 12% superior neste mesmo período. Destaque positivo para a expressiva redução do endividamento da empresa após 3 anos de corte de custos e venda de ativos, como executado no processo de recuperação da operação de minério de ferro Minas-Rio no Brasil. No geral, os resultados foram impulsionados pelos preços mais altos das commodities, sobretudo em platina, carvão e níquel, além do aumento da produtividade da empresa;
- Mark Cutifani, atual presidente, anunciou que o plano de desinvestimento ainda não está encerrado, mas que os resultados já são positivos. Adicionalmente, o executivo informou que ainda há desafios em relação à operação de metais preciosos, como diamantes, para 2019;
- As perspectivas para a empresa são positivas, com destaque para (i) a retomada do preço de commodities como minério de ferro e carvão (ii) melhora do sentimento em relação a África do Sul (operação de metais preciosos) e (iii) foco nas principais linhas de negócios conforme o plano de venda de ativos com margens menores iniciada em 2015.

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