IBOVESPA -0,18% | 104.339 Pontos
CÂMBIO +1,37% | 4,16/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou ontem em leve queda de 0,2% a 104.339 pontos. Após as decisões de cortes de juros pelos bancos centrais americano e brasileiro, o foco se volta às negociações comerciais EUA-China, enquanto representantes comerciais de ambas as nações se preparam para se encontrar.
Nesta manhã, futuros nos EUA negociam em alta, em meio a sessão positiva na Europa com expectativas sobre potencial acordo para o Brexit e mista na Ásia durante a noite. As ações da bolsa de Hong Kong caíram enquanto o Índice de Shanghai subiu apenas 0,3% após o corte modesto da China em sua taxa de referência para novos empréstimos, um passo do banco central para tentar reduzir os custos dos empréstimos e apoiar a economia enquanto a guerra comercial sino-americana se arrasta.
Do lado das commodities, os preços de petróleo fecharam em alta de +1,3% ontem, frente a dúvidas sobre a capacidade de retomada da produção saudita, com rumores de que o país está buscando importar petróleo para cumprir com suas entregas.
O petróleo tipo Brent opera nessa manhã de sexta-feira em leve alta de +0,5%, em US$64,75/barril. Os preços de minério de ferro, por sua vez, seguem pressionados nesta semana e tiveram recuo de 3,31% ontem, para US$93,2/t. Ainda assim, a commodity acumula ganhos de 9% no mês de setembro e 29% no ano.
Voltando ao Brasil, no mundo da política, a operação realizada pela PF em endereços ligados ao líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), foi lida como retaliação a derrotas recentes da Lava Jato. Acreditamos que o episódio, se contido nas proporções atuais, não impactará significativamente a tramitação da reforma da previdência na Casa.
O Ministério da Economia descartou reajustes do salário mínimo abaixo da inflação e mudanças no BPC (Benefício de Prestação Continuada). Ambas medidas foram consideradas na discussão da PEC que aborda as despesas obrigatórias e as regras fiscais, mas houve recuo diante da reação negativa.
Além disso, o governo deve anunciar hoje o descontingenciamento de aproximadamente R$ 12,5 bilhões em virtude de novas receitas oriundas da Lava Jato e menores gastos com folha de pagamento, o que reduz as chances de uma paralisação (shutdown) do governo por falta de verba.
Tópicos do dia
Guia de Investimento
- Aumentando a exposição aos pré-fixados
Brasil
- Política Brasil: PF investiga o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho
- Governo descarta a possibilidade de congelar o reajuste do salário mínimo
- Descontingenciamento de R$ 12,5 bilhões no orçamento federal deve ser anunciado hoje
- MEC não apoiará aumento da participação da União no Fundeb para 40%
Empresas
- Frigoríficos: China aprova licença de exportação para mais plantas argentinas; Pequim libera reservas estatais para garantir suprimento
- Siderurgia: Dados fracos para o mês de agosto; Produção de aço bruto tem queda de -13,4% A/A
Renda Fixa
- Relatório traz atualização das principais AGDs da última semana
- Banco Pan capta R$1 bilhão
- Déficit habitacional pode levar quase 30 anos para ser resolvido
- Fontes renováveis deverão perder subsídios
- CADE aprova aquisição de participações em shoppings pela Aliansce Sonae
COE
- Amazon prentede utilizar mais de 100 mil caminhões elétricos até 2030
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Guia de Investimento
Aumentando a exposição aos pré-fixados
- Em linha com nosso comunicado divulgado ontem, após mais um corte da taxa básica de juros em 50bps, fizemos um ajuste nos percentuais por classe de ativo, em todos os perfis. Aumentamos a exposição aos pré-fixados sendo a sugestão de alocação principalmente em ativos bancários com prazo entre 2 e 3 anos;
- Esse ajuste tático é por vislumbramos bons potenciais de ganhos nesses ativos, devido: (1) aumento da convicção em relação às taxas de juros mais baixas por mais tempo; (2) ao mercado ainda não ter precificado os cortes de juros que prevemos ainda esse ano; (3) além de não precificar todos os cortes, quando analisamos as projeções do mercado, os preços anteveem um ciclo de alta de juros começando no primeiro trimestre do ano que vem;
- Para ler o conteúdo na íntegra e saber o novo percentual de alocação na classe de ativos para cada perfil, clique aqui .
Brasil
Política Brasil: PF investiga o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho
- Autorizada pelo ministro Barroso, do STF, a PF realizou operação em endereços ligados ao líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). O parlamentar imediatamente colocou o cargo à disposição do presidente, que ganha um problema para resolver. Por um lado, a demissão do líder agradaria seus apoiadores contra a corrupção e aqueles que rejeitam a política tradicional. Por outro, poderia estabelecer um precedente da atuação do presidente para possíveis episódios semelhantes no futuro e enfraquecer ainda mais a relação entre governo e Congresso. No mundo da política, a operação foi lida como retaliação a derrotas recentes da Lava Jato. Acreditamos que o episódio, se contido nas proporções atuais, não impactará significativamente a tramitação da reforma da previdência na Casa;
- O Ministério da Economia descartou reajustes do salário mínimo abaixo da inflação e mudanças no BPC. Ambas medidas foram consideradas na discussão da PEC que aborda as despesas obrigatórias e as regras fiscais, mas houve recuo diante da reação negativa.
Governo descarta a possibilidade de congelar o reajuste do salário mínimo
- De acordo com O Globo, o governo descartou a possibilidade de congelar o salário mínimo para conter o crescimento de despesas obrigatórias. A ideia de congelamento temporário chegou a ser considerada pela equipe econômica até a semana passada, que elaborou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para revisas as regras fiscais;
- O Ministério da Economia afirmou ontem que o plano não faz parte das medidas de ajuste em estudo e que, portanto, o salário mínimo deve continuar tendo reajustes periódicos que preservem o poder aquisitivo dos trabalhadores. O Ministério informou também que está fora de cogitação mexer nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), aposentadoria paga a idosos de baixa renda;
- Por outro lado, o texto em discussão prevê outros gatilhos para reduzir os gastos e liberar dinheiro para investimentos. Uma das possibilidades é permitir que o governo reduza salários de servidores, o que pouparia cerca de R$ 8 bilhões por ano. Outra medida em análise é suspender o pagamento do abono salarial, o que geraria uma economia estimada de R$ 16,6 bilhões.
Descontingenciamento de R$ 12,5 bilhões no orçamento federal deve ser anunciado hoje
- Após verificar uma redução de aproximadamente R$ 6 bilhões nas despesas previstas em gastos com pessoal e da recuperação de aproximadamente R$ 2,6 bilhões pela operação Lava Jato, o governo deverá anunciar hoje o descontingenciamento de aproximadamente R$ 12,5 bilhões;
- O bloqueio de aproximadamente R$ 34 bilhões do orçamento federal ocorreu com a frustração de arrecadação com relação ao projeto orçamentário enviado inicialmente ao congresso no começo do ano;
- A medida reduzirá as chances de uma paralisação (shutdown) das atividades de alguns ministérios.
MEC não apoiará aumento da participação da União no Fundeb para 40%
- De acordo com o Estadão, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse ontem que não apoiará no Congresso a proposta da deputada Dorinha Rezende (DEM-TO) para o novo modelo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que hoje responde por mais de 63% das verbas disponíveis para os níveis fundamental e médio;
- Dorinha defende o aumento da participação da União dos atuais 10% para 40% no longo prazo, o que, de acordo com Weintraub, poderia ferir o equilíbrio fiscal do governo. O Ministério da Educação estuda a possibilidade de aumentar esse porcentual para 15% gradativamente, desde que este incremento seja atrelado a cláusulas de desempenho dos governos beneficiados;
- O Ministério da Educação (MEC) se baseia em estudos que estabelecem um investimento mínimo de R$4,3 mil por aluno, por ano, e diz que os 15% de verbas federais são suficientes para atingir esse patamar. O Ministério da Economia afirmou, por meio de nota, que apoia o aumento da parte da União no Fundeb para 15% desde que a fonte dos recursos sejam os fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Empresas
Frigoríficos: China aprova licença de exportação para mais plantas argentinas; Pequim libera reservas estatais para garantir suprimento
- Segundo a Reuters, a alfândega chinesa disse ontem que aprovou licenças de exportação para algumas plantas de processamento de carne argentinas, à medida que países asiáticos buscam garantir a oferta frente ao surto de peste suína africana. Em agosto, o rebanho suíno chinês teve recuo de 38,7% A/A. As companhias que foram aprovadas ainda não foram divulgadas;
- Além disso, a China liberou ontem 10kt de carne suína, 2,4kt de carne bovina e 1,9kt de carneiro de suas reservas estatais para assegurar o suprimento durante o feriado do Dia Nacional, disse o ministério de Comércio do país. Segundo o órgão, com um aumento significativo nas importações de carne e com volumes ainda altos de carne congelada em reservas, o suprimento está assegurado;
- A pasta disse que irá continuar monitorando a oferta e os preços da carne suína enquanto coordena com outros departamentos de governo a liberação de carnes das reservas estatais conforme necessário para garantir a oferta no mercado.
Siderurgia: Dados fracos para o mês de agosto; Produção de aço bruto tem queda de -13,4% A/A
- A retomada ainda lenta da economia, somada às paradas de altos-fornos da CSN e da ArcelorMittal Tubarão, impactaram o setor siderúrgico, que teve um desempenho fraco no mês de agosto;
- Segundo dados do Instituto Aço Brasil, a produção brasileira de aço bruto teve queda de -13,4% A/A em agosto, recuo de -5,4% no acumulado do ano. Do lado da CSN, a reforma do alto-forno, conforme a empresa, será concluída somente em outubro, pois os trabalhos tiveram de ser ampliados nas instalações. Na ArcelorMittal, segundo o Valor Econômico, o equipamento não tem previsão de retorno neste ano. As vendas internas de aço, por sua vez, recuaram -7,2% A/A, queda de -1,5% de janeiro-agosto. O consumo aparente (vendas internas + importações) foi de 1,8mt, 7,5% inferior vs. agosto de 2018;
- Mantemos nossa visão cautelosa para o setor. Conforme temos mencionado, com sinais ainda marginais de uma recuperação na demanda de aço, vemos um ambiente bastante desafiador ao longo do próximo ano, com demanda fraca e dificuldade para aumento de preços.
Renda Fixa
Relatório traz atualização das principais AGDs da última semana
- Em relatório publicado hoje, trazemos os destaques das AGDs que acompanhamos ao longo da semana, além da agenda de próximas assembleias. O conteúdo pode ser acessado aqui;
- Acompanhe semanalmente esses destaques através da página de conteúdos de Renda Fixa!
Banco Pan capta R$1 bilhão
- Segundo informações do Valor Econômico, o Banco Pan fixou o preço por ação em seu follow on (oferta subsequente) em R$8,25 por ação (desconto de 8% na cotação de ontem), somando R$1,04 bilhão ao considerar o número de ações da oferta;
- O Banrisul cancelou nos últimos dias sua oferta inicial de ações (IPO), fazendo com que interessados migrassem para outra oferta do setor bancário;
- Gestores acreditam que o apetite de investidores é grande para esse tipo de ofertas, sendo positivo para o setor.
Déficit habitacional pode levar quase 30 anos para ser resolvido
- De acordo com o Valor Econômico, levando em consideração o atual ritmo de financiamento e de crescimento populacional, poderá levar 29 anos para que o déficit habitacional no Brasil acabe. As estimativas são da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias);
- Atualmente, o déficit habitacional é de 7,8 milhões de moradias e seriam necessários 14 anos para saná-lo. No entanto, o déficit crescerá em 9 milhões de moradias nos próximos 10 anos, aumentando o período para resolução. Desse total adicional, cerca de 70% seriam enquadrados no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que tem o FGTS como principal fonte de recursos. A Abrainc enxerga que as mudanças nas regras de saques do FGTS comprometem fortemente a capacidade de investimento do FGTS em habitação;
- Acreditamos que, caso a questão de financiamento seja sanada, o déficit habitacional seguirá representando uma alavanca de crescimento para as construtoras, principalmente aquelas que atuam no âmbito do MCMV. No entanto, é necessário acompanhar eventuais mudanças no programa e na capacidade de financiamento do FGTS.
Fontes renováveis deverão perder subsídios
- De acordo com o Valor Econômico, a proposta de modernização do setor elétrico deve acabar com incentivos a novos projetos de geração eólica, solar, térmica a biomassa e PCHs (pequenas centrais hidrelétricas);
- Atualmente, o incentivo se dá através de descontos no uso de redes de transmissão e distribuição, que são arcados pelos consumidores através das tarifas. A visão da Aneel é de que o mercado de fontes de renováveis já está maduro e pode competir sem a necessidade de incentivos;
- O efeito disso aos consumidores será positivo. Para as empresas de energias renováveis, o impacto só será sentido no caso de novos leilões, uma vez que os contratos existentes não deverão sofrer mudanças. Vale acompanhar se as novas regras reduzirão o interesse de investidores em novos projetos.
CADE aprova aquisição de participações em shoppings pela Aliansce Sonae
- O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou a aquisição de participação em três empresas de espaços comerciais em shoppings (DBG Ziben, Atalaya e Al Malls) pela Aliansce Sonae e pelo fundo de investimento Malls Brasil Plural (Mall BP). As empresas cujas participações foram adquiridas têm presença em São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. As informações são do Valor Econômico;
- As participações adquiridas são referentes a espaços em shopping que a Aliansce Sonae já tem presença (Shopping Taboão, Shopping Grande Rio e Lojas C&A do Shopping da Bahia). A transação não deverá apresentar impacto significativo na saúde financeira da Aliansce Sonae.
COE
Amazon prentede utilizar mais de 100 mil caminhões elétricos até 2030
- O atual presidente e fundador da gigante varejista, Jeff Bezos, anunciou que está nos planos do grupo a utilização de mais de 100 mil caminhões elétricos para entrega de produtos até 2030;
- O objetivo é ajudar no cumprimento da meta global de menos carbono – Acordo Climático de Paris, que se encerrará em 2040. Além disso, o grupo pretende atingir 80% de seu uso de energia oriundo de fontes renováveis até 2024, acima dos atuais 40%;
- No início deste ano, a Amazon liderou uma rodada de financiamento de US$ 700mi para que a a startup, Rivian Automotive, consiga atingir suas metas de produção de caminhões elétricos. Segundo a gigante varejista, os veículos elétricos começarão a ser utilizados para entregas até 2021. A empresa planeja ter 10 mil veículos elétricos na estrada já em 2022 e todos os 100 mil até 2030.
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