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O que pode impactar o mercado hoje
Nesta manhã, mercados Europeus e Asiáticos operam em alta, assim como futuros dos EUA. Um dos principais fatores para esse ambiente positivo se refere aos avanços nas negociações comerciais entre EUA e China.
A China anunciou hoje que vai enviar representantes para Washington no próximo mês para mais uma rodada de discussões comerciais, afirmando esperar um “progresso substancial” com os EUA nas conversas programadas para outubro e reiterando que o governo chinês se “opõe fortemente” a uma escalada na guerra comercial bilateral. O anúncio de retomada das negociações comerciais em outubro e também a decisão de Hong Kong de retirar um polêmico projeto de lei que motivou amplos protestos nos últimos meses foram bem recebidos pelo mercado.
Os preços de petróleo reagiram positivamente ao alívio parcial de tensões, somado a declarações do Ministro de Energia Russo, Alexander Novak, de que o país reduzirá os níveis de produção da commodity em setembro. Os preços do Brent subiram +2,4% ontem, e hoje operam em ligeira alta de 0,1%. O minério de ferro também apresentou alta de 2,2% ontem, e atingiu o patamar dos US$93/tonelada.
No Brasil, o grande destaque foi para a aprovação da reforma da previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado com alterações. O texto que veio da Câmara previa economia de R$934 bilhões em dez anos, mas o relator no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE) já havia proposto mudanças que desidratariam o texto para R$903 bilhões. Para aprovar na comissão, no entanto, foram feitas concessões que reduzirão o impacto fiscal para R$870 bilhões. O próximo passo é apreciação em dois turnos no plenário da Casa.
Além disso, é importante também monitorar a elaboração do orçamento de 2020 no Congresso. Engessado por despesas obrigatórias e impedido de aumentar a previsão total de gastos por causa do teto de gastos, o relator, deputado Domingos Neto (PSD-CE), busca maneiras de mexer em despesas obrigatórias. Ciente das restrições impostas pelo teto de gastos em 2020 e nos próximos anos de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro passou a defender mudanças nas regras para poder aumentar despesas.
A equipe econômica é contra alterações do teto de gastos e quer atuar junto ao Congresso para reduzir despesas obrigatórias. Rodrigo Maia foi taxativo: “impossível mexer”. Em face de tais reações, o presidente publicou mensagem no Twitter sinalizando um recuo, afirmando que preservará o teto e buscará a redução de despesas.
Finalmente, no campo de empresas, publicamos hoje um relatório retomando nossa cobertura de Movida com recomendação de Compra e preço-alvo de R$19,0/ação, e também entramos em mais detalhes no Segmento de Seminovos das três companhias de aluguel de veículos listadas em bolsa, analisando seus estoques e explicando a importância desse segmento para o ciclo das companhias.
Publicamos hoje nosso Guia de Investimentos para o mês de setembro. Mantemos nossa visão estrutural inalterada em relação ao mês passado, sem mudanças nos percentuais recomendados de alocação de investimentos. Seguimos também com a recomendação de que, no cenário atual, é fundamental buscar uma exposição maior a risco visando melhores rentabilidades, sempre com uma carteira diversificada. Vislumbramos a Bolsa como o melhor ativo no momento, com exposição também em multimercados e em renda fixa.
Tópicos do dia
Guia de investimento
- O que você precisa saber para investir em setembro
Brasil
- Política Brasil: CCJ do Senado aprova relatório da reforma da previdência com alterações
- Reforma administrativa deve prever fim da estabilidade para servidores
Internacional
- Nova rodada de negociações comerciais entre China e EUA acontecerá em outubro
- Petróleo: Preços sobem após declaração da Rússia sobre cortes na produção e alívios nas tensões comerciais EUA-China
Empresas
- Aluguel de Veículos: Mapeando Seminovos; Movida Elevada para Compra
- Frigoríficos: Exportações brasileiras de carne bovina seguem firme; Nova rodada de inspeções começa hoje
- Gol (GOLL4): Tráfego forte no mercado doméstico em agosto
Veja todos os detalhes
Guia de investimento
O que você precisa saber para investir em setembro
- Agosto foi desafiado pelo acirramento de tensões no cenário internacional que colocou dúvida em relação aos próximos capítulos de um Brasil construtivo;
- É natural que tudo isso tenha impacto em economias emergentes, e a tendência é que a volatilidade continue. Mas, apesar do caminho tortuoso, vemos um caminho sólido para o Brasil adiante;
- Mantemos nossa visão estrutural inalterada em relação ao mês passado, sem mudanças nos percentuais recomendados de alocação de investimentos. Clique aqui para saber como investir no mês de setembro.
Brasil
Política Brasil: CCJ do Senado aprova relatório da reforma da previdência com alterações
- CCJ do Senado aprova relatório da reforma da previdência com alterações. O texto que veio da Câmara previa economia de R$ 934 bi em dez anos, mas o relator no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE) já havia proposto mudanças que desidratariam o texto para R$ 903 bi. Para aprovar na comissão, no entanto, foram feitas concessões que reduzirão o impacto fiscal para R$ 870 bi. O próximo passo é apreciação em dois turnos no plenário da Casa;
- O orçamento 2020 está em elaboração no Congresso. Engessado por despesas obrigatórias e impedido de aumentar a previsão total de gastos por causa do teto, o relator, deputado Domingos Neto (PSD-CE), busca maneiras de mexer em despesas obrigatórias;
- Ciente das restrições impostas pelo teto de gastos em 2020 e nos próximos anos de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro passou a defender mudanças nas regras para poder aumentar despesas. A equipe econômica é contra e quer atuar junto ao Congresso para reduzir despesas obrigatórias. Rodrigo Maia foi taxativo: “impossível mexer”. Diante das resistências e possível repercussão negativa em preços de ativos, o presidente Bolsonaro recuou e escreveu hoje no Twitter: “Temos que preservar a Emenda do Teto. Devemos sim, reduzir despesas, combater fraudes e desperdício.”
Reforma administrativa deve prever fim da estabilidade para servidores
- De acordo com a mídia local, a reforma administrativa que será apresentada pelo governo Jair Bolsonaro deve prever o fim da estabilidade para a maioria dos servidores públicos, redução do número de carreiras, salários mais alinhados com o setor privado, avaliação de desempenho e travas para as promoções;
- Dessa forma, a reforma administrativa prevê: i) criação de contrato por tempo indeterminado sem previsão de estabilidade para funções de caráter instrumental e administrativo; ii) redução do número de carreiras do Executivo de 117 para no máximo 30; iii) redesenho das tabelas salariais para que se aproximem mais dos salários do setor privado; iv) redução dos salários de entrada; v) reestruturação das progressões para que o servidor só atinja o teto salarial no fim da carreira; vi) extinção da progressão automática por tempo de serviço e vii) maior rigor na fase de estágio probatório;
- As principais mudanças devem valer apenas para aqueles que se tornarem servidores após a aprovação pelo Congresso. Os que já atuam no Executivo manterão a maior parte das condições atuais, mas também serão afetados por mudanças pontuais, como avaliação de desempenho mais rigorosa, novos programas de capacitação, revisão de benefícios e marcação obrigatória de ponto eletrônico.
Internacional
Nova rodada de negociações comerciais entre China e EUA acontecerá em outubro
- A China anunciou hoje que vai enviar representantes para Washington no próximo mês para mais uma nova rodada de negociações comerciais, após o vice-premiê chinês Liu He conversar por telefone com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e com o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin;
- Afirmando esperar um “progresso substancial” nas negociações comerciais programadas para outubro, o governo chinês reiterou que se opõe fortemente a uma escalada na guerra comercial bilateral;
- O anúncio de retomada das negociações comerciais e a decisão de Hong Kong de retirar um polêmico projeto de lei que previa extradições para a China e que motivou amplos protestos nos últimos meses foram bem recebidos pelos mercados.
Petróleo: Preços sobem após declaração da Rússia sobre cortes na produção e alívios nas tensões comerciais EUA-China
- Ontem, os preços do Brent subiram acima de US $ 60 / barril, impulsionados pela esperança de progresso nas negociações comerciais EUA-China e pela declaração do Ministro da Energia da Rússia sobre possíveis cortes de produção em setembro;
- Segundo a Reuters, o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, afirmou que a produção russa de petróleo em setembro será menor do que em agosto. Ele também disse que o país está discutindo as consequências de uma grande contaminação de petróleo com a gigante de petróleo Rosneft e a operadora de oleodutos Transneft;
- Apesar das notícias positivas mencionadas acima, o American Petroleum Institute (API), disse que os estoques de petróleo dos EUA subiram na semana passada, contrariando as expectativas do mercado. O relatório oficial de fornecimento da Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) deve ser publicado hoje ao meio dia (horário de Brasília), com expectativas do mercado de uma queda de -2,488 milhões de barris de estoques ante a queda de -10,027 milhões de barris na semana anterior.
Empresas
Aluguel de Veículos: Mapeando Seminovos; Movida Elevada para Compra
- Publicamos hoje um relatório retomando nossa cobertura de Movida com recomendação de Compra e preço-alvo de R$19,0/ação, e também entramos em mais detalhes no Segmento de Seminovos das três companhias de aluguel de veículos listadas em bolsa, analisando seus estoques e explicando a importância desse segmento para o ciclo das companhias. Para acessar o relatório completo, basta clicar nesse link;
- Atualmente temos recomendação de Compra para todos os nomes da cobertura de aluguel de carros (RENT3, LCAM3 e MOVI3), visto que acreditamos que todas as empresas estejam de alguma forma bem posicionadas para se beneficiar (i) de um ambiente macroeconômico melhor, com taxas de juros estruturalmente mais baixas e atividade acelerando; e (ii) de tendências benignas do setor, como a competição racional e a consolidação de players pequenos. Entre os nomes em questão, enxergamos Unidas e Movida como histórias de transformação/recuperação, e mais atrativas em termos de múltiplos (negociando a 18x e 15x P/L 2020, respectivamente). Por outro lado, no caso de Localiza, acreditamos que a trajetória consistente de geração de valor mesmo rodando com um ritmo acelerado de crescimento, e isso em conjunto com um posicionamento privilegiado de mercado, justificam um prêmio em relação aos pares.
Frigoríficos: Exportações brasileiras de carne bovina seguem firme; Nova rodada de inspeções começa hoje
- Segundo dados da Secex para o mês de agosto, as exportações brasileiras de carne bovina somaram 150,6 mil toneladas (-3,5% A/A) e renderam US$621,06mi (+1% A/A);
- No acumulado do ano, o volume de exportações totalizam 1,13mt, alta de 14,2% vs. 2018, e geraram US$4,3bi (+7,5% vs. 2018). No período, as vendas para a China representaram 212,2 mil toneladas, totalizando US$1,41bi, alta de 11% e 17,3%, respectivamente, frente ao impacto da peste suína africana no país asiático;
- Além disso, segundo a Reuters, uma nova rodada de inspeções via videoconferências começa hoje e irá ocorrer em quatro estabelecimentos de carne bovina, sendo um deles da Marfrig e os outros três de empresas não listadas na Bolsa. Além disso, a possibilidade de que o mesmo seja feito em outras plantas nas próximas semanas também animou o governo brasileiro e as empresas do segmento, enquanto a expectativa para o anúncio de que 34 novas plantas brasileiras possam ser habilitadas para exportar para a China permanece.
Gol (GOLL4): Tráfego forte no mercado doméstico em agosto
- A Gol divulgou ontem dados fortes de tráfego relativos ao mês de agosto, com crescimento impulsionado pelo mercado internacional, mas com tendência saudável no mercado doméstico. A oferta total aumentou em 9,5% no mês em comparação com o mesmo período do ano anterior, com crescimento da demanda de 17,1%, resultando em taxa de ocupação consolidada de 82,3%;
- No mercado doméstico, a oferta aumentou 4,2% e a demanda 11,2%, consequentemente resultando em crescimento de +5,2 p.p. na taxa de ocupação na comparação anual. No geral, o mercado doméstico continua a apresentar tendências saudáveis especialmente após a redução de capacidade por parte da Avianca;
- Já no mercado internacional, a oferta aumentou em 53,4% e a demanda em 72,5%, com a taxa de ocupação crescendo em 8,6 p.p., para 77%.
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