IBOVESPA 1,7% | 116.479 Pontos
CÂMBIO 0,3% | 4,19/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa subiu 1,7% ontem, chegando a 116.479 pontos, seguindo a recuperação dos mercados internacionais com arrefecimento da preocupação com os potenciais impactos econômicos do coronavírus.
Nesta manhã, futuros de ações dos EUA e da Europa sobem, com os investidores continuando a reavaliar os riscos do coronavírus. A maioria dos índices asiáticos subiu, enquanto a bolsa de Hong Kong voltou do feriado de ano novo em queda, seguindo o movimento das bolsas internacionais dos dias anteriores. As bolsas de Xangai e Shenzen, na China, continuam fechadas.
Uma autoridade americana sênior afirmou que a Casa Branca não pediu a suspensão dos voos entre os Estados Unidos e a China, o que ajudou a aliviar algumas preocupações em meio a evidências crescentes de um impacto econômico de curto prazo da doença. Segundo dados atualizados, mais de 5.974 pessoas foram infectadas na China e pelo menos 132 morreram.
Ontem divulgamos nosso relatório completo e realizamos uma live com especialistas para discutirmos sobre os impactos do coronavírus nos investimentos. O Ibovespa pode permanecer pressionado no curto prazo e com a volatilidade elevada, mas no médio-longo prazo, mantemos nossa visão estrutural positiva, e aproveitamos para reiterar a importância de uma carteira diversificada. Clique aqui para mais detalhes.
Nos Estados Unidos, a temporada de resultados continua, sendo que, até ontem, 31% do índice S&P 500 já havia reportado, com destaque positivo para Apple. Hoje, a divulgação inclui AT&T, Boeing, Facebook, GE, McDonald´s e Microsoft. Além disso, atenção para a decisão de política monetária norte-americana hoje às 16h00, para a qual espera-se manutenção das taxas de juros, e no discurso do presidente do Banco Central do país, Jerome Powell, às 16h30.
No Brasil, a agenda econômica de hoje trará como destaque a divulgação do resultado primário do Governo Central de dezembro e de 2019, às 14h30, e da nota de crédito de dezembro do Banco Central, às 9h30. Os resultados devem reforçar a mensagem de recuperação gradual da economia brasileira.
Já do lado de política, às vésperas do retorno do ano legislativo, o presidente Jair Bolsonaro recebe hoje o ministro Paulo Guedes, no Palácio do Planalto, em duas ocasiões. Nos últimos dias, Bolsonaro tem dito que os textos da reforma tributária e da reforma administrativa estão praticamente prontos e que a redação final depende de conversa com o ministro da Economia.
O deputado Aguinaldo Ribeiro, relator da proposta de reforma tributária que tramita na Câmara, disse que o objetivo é votar a matéria até abril e no Senado, até junho. Segundo ele, na volta do recesso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pretende acionar o presidente do Senado, David Alcolumbre (DEM-AP), para que seja marcada uma reunião entre as duas casas, com o objetivo de definir um cronograma. O maior desafio é aprovar a reforma antes do segundo semestre de 2020, quando o foco dos parlamentares estará nas eleições municipais.
Do lado corporativo, as ações da Sabesp fecharam em alta de 4,74% ontem, impulsionadas por declarações do Governador de São Paulo, João Dória de que o Estado buscará a privatização da companhia se o novo marco regulatório for aprovado com seu teor atual. Sinalizações para a privatização da Sabesp devem continuar a impulsionar as ações e fazer com que seu preço convirja para o nosso cenário otimista de preço-alvo em caso de privatização, no caso R$70/ação. Entretanto, consideramos que assumir tal cenário nesse momento pode ser precipitado em vista das incertezas de tempo de tramitação do novo marco regulatório no Congresso Nacional e das eleições municipais de 2020. Por esse motivo, mantemos recomendação neutra nas ações.
Além disso as ações da Azul subiram 8,6% ontem, impulsionadas pelo anúncio de aceleração do processo de renovação da frota. Esse movimento deverá resultar em ganhos de eficiência de forma mais acelerada nos próximos anos, o que, tudo mais constante, se traduziria em margens superiores. Mantemos nossa preferência relativa pelas ações da Azul dentro do setor.
Tópicos do dia
Agenda de resultados do 4º trimestre
Santander (SANB11): antes da abertura
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Brasil
- Política Brasil: presidente Jair Bolsonaro recebe hoje o ministro Paulo Guedes
- Reforma tributária deve ser votada até junho
Internacional
- Política Internacional: coronavírus é destaque das notícias internacionais
- Petróleo: OPEP quer estender corte na produção de petróleo devido a riscos do coronavírus para demanda
Empresas
- Sabesp (SBSP3): governador João Dória sinaliza que buscará a privatização da Sabesp
- Azul (AZUL4): aceleração da renovação da frota; Positivo (AZUL4 +8,6%)
- Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): frigoríficos acusam BB de calote em exportação à Cuba; EUA quer relaxar padrão sanitário da UE por frango
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Brasil
Política Brasil: presidente Jair Bolsonaro recebe hoje o ministro Paulo Guedes
- Às vésperas do retorno do ano legislativo, o presidente Jair Bolsonaro recebe hoje o ministro Paulo Guedes, no Palácio do Planalto, em duas ocasiões – uma delas uma audiência entre os dois às 15h, além de um evento público pela manhã. Nos últimos dias, Bolsonaro tem dito que os textos da reforma tributária e da reforma administrativa estão praticamente prontos e que a redação final depende de conversa com o ministro da Economia;
- O relator da reforma tributária na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro, afirmou ontem depois de reunião com o presidente Rodrigo Maia que a proposta precisa ser votada nas duas casas até o fim do primeiro semestre.
Reforma tributária deve ser votada até junho
- O relator da proposta de reforma tributária que tramita na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro, disse que pretende votar a matéria até abril e no Senado, até junho;
- Segundo ele, na volta do recesso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pretende acionar o presidente do Senado, David Alcolumbre, para que seja marcada uma reunião entre as duas casas, com o objetivo de definir detalhes do cronograma, inclusive para a criação da comissão mista que deve analisar as duas propostas de emenda constitucional;
- O maior desafio é aprovar as matérias antes do segundo semestre de 2020, quando o foco dos parlamentares estará nas eleições municipais.
Internacional
Política Internacional: coronavírus é destaque das notícias internacionais
- Com mais de 130 mortes e 5.974 casos confirmados, o coronavírus permanece no foco das notícias internacionais. Ontem, a China aceitou ajuda da Organização Mundial de Saúde (OMS) no combate à doença. Para saber mais veja nosso relatório especial com as principais informações sobre o vírus e perspectivas de especialistas e da OMS;
- O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, disse em reunião com senadores de seu partido que não tem votos o suficiente para bloquear a convocação de testemunhas para o julgamento de impeachment após a revelação de um manuscrito de John Bolton, em que o ex-assessor afirma que Trump teria congelado ajuda à Ucrânia para pressionar Zelensky a anunciar investigação contra Joe Biden;
- Nos próximos dois dias senadores dos dois partidos terão 16 horas para fazer 100 perguntas à defesa de Trump e aos deputados. A possível convocação de testemunhas deve ser debatida apenas na sexta-feira (31).
Petróleo: OPEP quer estender corte na produção de petróleo devido a riscos do coronavírus para demanda
- Segundo a Reuters, a Opep quer estender os atuais cortes na produção de petróleo até pelo menos junho ante março atualmente, com a possibilidade de reduções maiores de produção se a demanda de petróleo na China for significativamente impactada pela disseminação do coronavírus;
- A rápida queda nos preços do petróleo nos últimos dias assustou os membros da Opep, tendo em vista os potenciais impactos do novo vírus encontrado na China e em vários outros países para o crescimento econômico e na demanda por petróleo;
- Nesta manhã de quarta-feira, os preços do petróleo estão operando em território positivo, +0,94%, em US$ 60,07/barril. Além disso, o relatório oficial de fornecimento da Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) deve ser entregue hoje às 11h, com expectativas de mercado de um aumento de +0.482 milhões de barris/dia (mbpd) nos estoques contra -1.009 milhões de barris/dia (mbpd) na semana anterior.
Empresas
Sabesp (SBSP3): governador João Dória sinaliza que buscará a privatização da Sabesp
- As ações da Sabesp fecharam em alta de 4,74% ontem, impulsionadas por declarações do Governador de São Paulo, João Dória. Segundo o Governador, o Estado aguardará a aprovação do novo marco regulatório no Congresso Nacional antes de tomar os próximos passos, mas ressaltou que o seu governo tem uma preferência pela privatização da estatal de saneamento;
- Dória elogiou o conteúdo do novo marco regulatório (atualmente concentrado no PL 4162/2019), e mencionou que governo aceleraria a decisão sobre o futuro da empresa tão logo o projeto fosse aprovado. Segundo o Estadão, a expectativa é de que em um ano a participação do estado fosse vendida totalmente ou em sua maioria;
- Em caso de mudanças no conteúdo do marco regulatório, Dória destacou que a capitalização seria uma alternativa para a Sabesp. Tal foi a primeira alternativa do governo de São Paulo no passado, pela qual seria constituída uma holding que deteria a participação do Estado nas ações, da qual seria vendida uma participação. A Lei Estadual 16.525 / 2017 foi aprovada em 2017 com esse intuito, com cláusulas prevendo a celebração de contrato de gestão para aumentar a eficiência das operações da Sabesp;
- Sinalizações para a privatização da Sabesp devem continuar a impulsionar as ações e fazer com que seu preço convirja para o nosso cenário otimista de preço-alvo em caso de privatização, no caso R$70/ação. Entretanto, ponderamos que pode ser preliminar precificar esse cenário nesse momento tendo em vista que o PL 4162 /2019 ainda precisa ser analisado no Senado e eventualmente na Câmara novamente, em caso de mudanças, e ainda há incertezas sobre o prazo efetivo de tal tramitação. Soma-se a isso a nossa visão de que as discussões sobre a privatização de Sabesp não devem se iniciar antes das eleições municipais de 2020 devido à sensibilidade do tema para municípios, que são o poder concedente de serviços de saneamento;
- Assim sendo, acreditamos que é um pouco cedo demais para se precificar um cenário de privatização nas ações da Sabesp, razão pela qual mantemos nossa recomendação Neutra nas ações.
Azul (AZUL4): aceleração da renovação da frota; Positivo (AZUL4 +8,6%)
- A Azul anunciou ontem (i) o subarrendamento de 53 Embraer E195s (jatos da Embraer de geração antiga que a Azul possui na frota) e (ii) a atualização de seu plano de frota, resultante da saída desses jatos de geração antiga e da entrada mais rápida que a esperada de jatos E2;
- A expectativa é que até 2022, 100% da capacidade doméstica seja operada por jatos de nova geração, o que pelo plano antigo demoraria mais para acontecer. Vimos o anúncio como positivo, dado que a entrada acelerada resultará em antecipação dos ganhos de eficiência por meio do perfil mais econômico das aeronaves. A transação deverá resultar em ganho adicional de margem ao longo de 2020 e 2021, acima do previsto nas nossas projeções atuais. Para mais detalhes, clique aqui para acessar o relatório que publicamos ontem.
Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): frigoríficos acusam BB de calote em exportação à Cuba; EUA quer relaxar padrão sanitário da UE por frango
- Segundo o Valor Econômico, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) pretende ingressar na Justiça contra o governo federal pelo que considera ser um calote do Banco do Brasil (BB) em contratos de exportação para Cuba, uma vez que o BB se recusou a pagar € 18 milhões (o equivalente a R$ 83 milhões) aos exportadores, alegando que o governo cubano está inadimplente;
- O montante é pequeno para o tamanho das exportações brasileiras de carne de frango (mais de US$ 6,9 bilhões por ano), mas um inconveniente para as companhias de menor porte. No entendimento da ABPA, o Tesouro Nacional deveria arcar com a dívida porque a exportação para Cuba fazia parte do Programa de Financiamento ao Exportador (Proex), que é gerido pelo BB. A ABPA ainda tem esperança de solução no TCU, mas não há data para que o colegiado se manifeste. Enquanto isso, os advogados da associação já trabalham na elaboração de uma ação judicial;
- Em outra notícia do setor, os Estados Unidos querem relaxar o padrão sanitário da União Europeia, incluindo assuntos politicamente sensíveis como a desinfecção química de frangos (ditos “frangos clorados’, aceitos nos EUA mas não na UE);
- Sonny Perdue, secretário de Agricultura do presidente Donald Trump, disse que Bruxelas terá de aceitar métodos de produção de alimentos banidos na Europa para garantir um acordo recentemente prometido por Trump e Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia. “Vocês não chegarão lá com maçãs, peras e moluscos”, disse na segunda-feira a jornalistas;
- A Direção Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural da UE não respondeu um pedido para comentar o assunto, mas a comissão e os Estados-membros, especialmente a França, descartaram negociar a questão em discussões comerciais passadas. Os chamados “padrões sanitários” tornaram-se uma questão muito contestada na mais recente negociação comercial ampla entre a União Europeia e os Estados Unidos.
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