IBOVESPA 3,1% | 76.358 Pontos
CÂMBIO 1,12% | 5,22/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou em alta de 3% ontem, aos 76.358 pontos, ainda refletindo a desaceleração do crescimento de casos de coronavírus na Europa e nenhuma morte registrada na China desde janeiro.
Nesta manhã, entretanto, mercados globais operam sem direção definida. Nos EUA, futuros do S&P 500 seguem de lado, enquanto o mercado interpreta notícias de que o senado americano talvez não aprove quarta rodada de estímulos antes de maio. Além disso, epidemiologistas e agências de inteligência dos EUA confirmam suspeitas de que autoridades chinesas ocultaram notificação de infecções.
Na Europa, bolsas caem 1,4%, após autoridades monetárias da União Europeia falharem em chegar a um acordo sobre estímulos econômicos nesta madrugada. Enquanto isso, na Ásia, bolsas tiveram fechamento misto; China -0,5%, Hong Kong -1,2%, e Japão +2,1%.
Os preços de petróleo operam em leve alta nesta manhã, com o Brent subindo 0,7%, aos US$32,06/barril. O mercado monitora com atenção se o grupo de países da OPEP+ (OPEP e aliados como a Rússia) decidirá realizar cortes de produção de forma coordenada em sua videoconferência agendada para amanhã (09/04).
No Brasil, a MP assinada pelo presidente Jair Bolsonaro na noite de ontem extinguiu o PIS-Pasep, mas determinou que o patrimônio acumulado nas contas individuais dos participantes do fundo fica preservado e deve ser transferido, em 31 de maio, para ampliar a liquidez do FGTS. Para enfrentar os efeitos do coronavírus sobre a economia, a MP também autorizou que, de 15 de junho a 31 de dezembro, seja liberado o saque de até R$ 1.045 por trabalhador.
Também como parte do enfrentamento aos efeitos do coronavírus, o governo iniciou ontem a operação para fazer o auxílio de R$ 600 chegar a 54 milhões de pessoas. Já no primeiro dia do programa, 18,3 milhões de pedidos chegaram à Caixa Econômica Federal. A dúvida agora é se haverá dinheiro o suficiente para atender a todas as solicitações, ainda que o secretário executivo do Ministério da Cidadania, Antonio Barreto, tenha negado a possibilidade de que faltem recursos para este fim.
Na política, deputados tentam chegar a entendimento para votar hoje um plano de socorro aos estados para o período de calamidade. O texto deve substituir o Plano Mansueto, que previa alterações mais estruturais e não chegou ao consenso necessário para a votação.
Em empresas, publicamos um relatório dando sequência à série de relatórios sobre os impactos da crise no setor de varejo, mostramos as tendências mais recentes no Brasil e no mundo por meio de dados disponibilizados ao longo das últimas semanas. Neste relatório nós mostramos três principais tendências do setor, ilustradas por meio de dados do Brasil, Reino Unido e China. Por fim, reiteramos a nossa preferência relativa por três nomes dentro da nossa cobertura de varejo: Magalu (MGLU3), Vivara (VIVA3) e Grupo Pão de Açúcar (PCAR3).
Por fim, no setor elétrico, a ANEEL decidiu ontem adiar a implantação de 3 reajustes tarifários por 3 meses em função do cenário atual de pandemia. Para compensar os efeitos econômicos da medida, as empresas podem deixar de recolher parte de um encargo setorial pelo mesmo período, e recompor a diferença posteriormente em parcelas. Apesar de ser aproximadamente neutra do ponto de vista econômico, acreditamos em uma reação negativa do setor de distribuição de energia na bolsa hoje devido à aversão ao risco do ponto de vista regulatório.
Tópicos do dia
Coronavírus
Tempos de guerra – revisando o target da Bolsa
Revisão setorial: Novas estimativas e Preços alvo
Live com o Ministro Paulo Guedes
Os efeitos do coronavírus na economia
Pesquisa XP Março: Qual é o impacto do coronavírus nas empresas do Brasil?
Medidas econômicas para combater o coronavirus no Brasil
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Brasil

- Governo Federal extingue PIS-Pasep e autoriza saques de R$1045 por conta do FGTS
- Governo estuda mais medidas para diminuir os impactos do coronavírus sobre a economia
Internacional

- Política Internacional: Primárias são realizadas nos EUA em meio a pandemia
- Petróleo: Expectativas voltadas à reunião da OPEP+ de amanhã (09/04)
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas

- Varejo e o COVID-19 – Parte 2: Tendências no Brasil e no Mundo
- Gol (GOLL4): Prévia do 1T20 e medidas para conter impactos do Covid-19
- Setor Elétrico: ANEEL adia aplicação de reajustes tarifários; medidas de apoio ao setor elétrico em paralelo
- Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): frigoríficos dos EUA paralisam algumas de suas plantas diante do coronavírus
- IRB (IRBR3): primeiro prejuízo desde 2016
- Cosan (CSAN3): Cancela projeções financeiras de 2020
Veja todos os detalhes
Brasil
Governo Federal extingue PIS-Pasep e autoriza saques de R$1045 por conta do FGTS
- Através de uma MP assinada na noite de ontem pelo presidente Jair Bolsonaro, o governo federal extinguiu o PIS-Pasep, mas determinou que o valor retido nas contas do fundo seja preservado e que os recursos sejam transferidos no dia 31 de maio para ampliar a liquidez do FGTS;
- A MP também autorizou que, de 15 de junho a 31 de dezembro, R$ 1045 possam ser sacados de cada conta do FGTS;
- O cronograma de atendimento e critérios para os saques serão estabelecidos pela Caixa, que também anunciou ontem as formas de cadastramento disponíveis para a solicitação do auxílio emergencial de R$ 600. Já no primeiro dia, 18,3 milhões de pedidos chegaram à instituição, o que gerou dúvidas a respeito da capacidade do pacote de atender a todas as solicitações.
Governo estuda mais medidas para diminuir os impactos do coronavírus sobre a economia
- De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, o governo está preparando uma medida provisória para permitir que, durante a pandemia do coronavírus, empresas com dívidas tributárias possam renegociar e tomar empréstimos bancários. Mansueto também afirmou que o governo está debatendo formas de levantar recursos adicionais para os municípios durante a crise e disse que o Tesouro deve começar a transferir ao BNDES recursos para o programa que financia a folha de pagamentos já na próxima quinta-feira;
- Além disso, de acordo com O Globo, o governo também está estudando um novo projeto emergencial que lide com as ações de enfrentamento ao coronavírus nos estados, contemplando pedidos dos governadores para ampliar os gastos e dar um alívio fiscal neste momento. O texto, que pode ser votado ainda nesta semana, deve suspender o pagamento de dívidas com a União em 2020 sem punição aos governos regionais e autorizar o aumento do limite de empréstimos dos estados;
- Por fim, uma linha especial de crédito aos microempresários está sendo formulada pelo Ministério da Economia. A ideia é que aproximadamente R$ 10 bilhões de recursos do Tesouro Nacional possam ser utilizados para liberar empréstimos para restaurantes, lanchonetes, mercearias e outros comércios de pequeno porte. A operacionalização deverá ser feita pelos bancos públicos, mas os recursos das operações e a garantia pelo risco de inadimplência terá participação maior do Tesouro (80%).
Internacional
Política Internacional: Primárias são realizadas nos EUA em meio a pandemia
- No estado de Wisconsin, EUA foram realizadas eleições primárias democratas apesar de críticas do próprio partido e dos candidatos dado os riscos associados ao coronavírus. Apesar de baixo nível de comparecimento, Joe Biden espera ter mais uma vitória e ampliar vantagem sobre Bernie Sanders, mas os resultados apenas serão anunciados no dia 13 de abril. Entretanto, o destaque do noticiário local foi a fala do presidente Donald Trump, que disse estar considerando suspender repasses a OMS.
Petróleo: Expectativas voltadas à reunião da OPEP+ de amanhã (09/04)
- Os preços de petróleo operam em leve alta nesta manhã, com o Brent subindo 0,7%, aos US$32,06/barril. O mercado monitora com atenção se o grupo de países da OPEP+ (OPEP e aliados como a Rússia) decidirá realizar cortes de produção de forma coordenada em sua videoconferência agendada para amanhã (09/04);
- Segundo a Reuters, fontes da OPEP afirmam que uma decisão de cortes de produção dependerá de uma contribuição dos Estados Unidos no esforço de redução da produção, o que ainda é muito incerto. O Departamento de Energia dos EUA informou que a produção do país já está caindo sem necessidade de intervenção, e o governo do país continua a frisar que não intervirá no setor privado. Além disso, as leis antitruste americanas impedem produtores de adotar medidas para impulsionar preços de petróleo. Uma iniciativa nesse sentido só seria permitida se órgãos governamentais determinassem cortes de produção;
- Além disso, com respeito aos possíveis cortes na reunião da OPEP+ amanhã, ainda não há consenso sobre o patamar de referência para realização dos cortes. A Rússia advoga por se adotarem os patamares do primeiro trimestre, antes da Arábia Saudita e outros produtores elevarem os níveis de produção. Por outro lado, a Arábia defende que os cortes sejam determinados a partir do patamar atual de produção mais elevado;
- Hoje também serão divulgados os dados de estoques de petróleo bruto da Agência de Informação de Energia (EIA) dos EUA. O mercado estima uma alta de 9,3 milhões de barris, em comparação à alta de 13,8 milhões de barris da semana anterior. Com a quarentena persistindo no ocidente, devemos observar contínuos aumentos de estoques de petróleo cru até que sejam adotadas medidas de redução da produção.
Empresas
Varejo e o COVID-19 – Parte 2: Tendências no Brasil e no Mundo
- Publicamos ontem um relatório dando sequência à série de relatórios sobre os impactos da crise no setor de varejo, mostramos as tendências mais recentes no Brasil e no mundo por meio de dados disponibilizados ao longo das últimas semanas;
- Nosso objetivo é ajudar investidores e empresas a filtrar alguns dos comentários de empresas e dados de alta frequência mais relevantes sobre o setor, considerando a grande quantidade de informação sendo disponibilizada no momento;
- Neste relatório nós mostramos três principais tendências do setor, ilustradas por meio de dados do Brasil, Reino Unido e China. (1) Recuperação gradual após o fim da quarentena, (2) Bens duráveis vs. não-duráveis e (3) E-commerce relativamente mais resiliente, apesar de também impactado;
- Por fim, reiteramos a nossa preferência relativa por três nomes dentro da nossa cobertura de varejo: Top-picks: Magalu (MGLU3), Vivara (VIVA3) e Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Clique no LINK para conferir o relatório completo.
Gol (GOLL4): Prévia do 1T20 e medidas para conter impactos do Covid-19
- A Gol divulgou ontem sua prévia não auditada para os resultados do 1T20. Além disso, a companhia realizou uma conferência para fornecer algumas atualizações e esclarecimentos referentes às iniciativas para fortalecer a liquidez e conter o desembolso de custos caixa durante o período de crise. Para acessar nosso comentário completo, clique aqui.
Setor Elétrico: ANEEL adia aplicação de reajustes tarifários; medidas de apoio ao setor elétrico em paralelo
- Ontem, a ANEEL aprovou por unanimidade o reajuste da CPFL Paulista, de efeito médio de 6,05% a partir de 8 de abril de 2020. Entretanto, a aplicação das tarifas foi suspensa até 30 de junho de 2020 (3 meses). Reconheceu-se para a companhia um direito total de aproximadamente R$153 milhões devidos à companhia referente à não arrecadação do valor de receita tarifária adicional. A companhia pode deduzir cerca de R$51 milhões por mês (por 3 meses) de recolhimento do encargo CDE para compensação. Os valores devidos pela empresa ao fundo setorial CDE serão recompostos em 6 parcelas iguais corrigidas pela SELIC;
- Notamos que a proposta de diferimento foi apresentada pela própria companhia, e os demais reajustes foram feitos nos mesmos moldes (Energisa Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). A diretoria da ANEEL declarou que, diante do quadro atual do COVID-19, a medida encontrada pela ANEEL é não aplicar nenhum dos reajustes tarifários nos próximos 3 meses;
- Além disso, destacamos medidas de apoio às distribuidoras de energia adotadas ontem. A primeira delas foi uma proposta de destinação de R$900 milhões pelo governo para o programa Tarifa Social, que atende famílias de baixa renda por até 3 meses. A segunda delas foi a aprovação pela ANEEL do uso de um fundo de reserva de R$2,02 bilhões que beneficiará distribuidoras e agentes do mercado livre;
- Acreditamos em uma reação negativa do setor de distribuição de energia na bolsa hoje em função das decisões de diferimento dos reajustes tarifários de ontem. Apesar de haver uma compensação para que o impacto das decisões seja Neutro do ponto de vista econômico, a medida pode acarretar uma aversão a risco pelo impacto sobre uma regulação normalmente considerada sólida, principalmente tendo em vista que tais processos são apenas reajustes, que incorporam índices de inflação e variações de custos de energia.
Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): frigoríficos dos EUA paralisam algumas de suas plantas diante do coronavírus
- Seguindo o corte de produção em sua planta da Pensilvânia na semana passada, a JBS optou pelo fechamento temporário da unidade, com o objetivo de garantir que os trabalhadores tenham condições de trabalhar a partir da reabertura, prevista para 16 de Abril, conforme noticiado pelo Valor Econômico;
- A Tyson Foods também suspendeu as operações de seu frigorífico de carne suína no Iowa, depois de mais de 20 casos de covid-19 terem sido registrados entre os funcionários. A empresa redirecionou as entregas de suínos para outras plantas próximas e prevê que a suspensão dure uma semana;
- Por fim, a Empire Kosher Poultry, maior fornecedora de frango “kosher” dos EUA, fechou temporariamente seu frigorífico depois de alguns funcionários terem contraído a covid-19. A empresa pretende reabrir a planta na semana do dia 13 de abril;
- Esses fechamentos temporários não devem afetar significativamente a oferta de proteína nos Estados Unidos no curto prazo. Segundo a JBS, o nível de comparecimento dos funcionários no seu frigorífico em Greeley, no Colorado, vem melhorando. Mantemos nossa recomendação de compra para JBS.
IRB (IRBR3): primeiro prejuízo desde 2016
- De acordo com a mídia, o IRB reportou seu primeiro prejuízo (para a SUSEP) desde agosto de 2016 neste último mês de janeiro;
- A perda ocorreu aparentemente devido a uma maior sinistralidade, de 104% dos prêmios (vs. uma média de 60% em 2019), lembrando que a baixa sinistralidade do IRB era o principal fator de sua alta rentabilidade. Outros dois fatores devem ser considerados: i) janeiro foi um mês que tivemos virutalmente zero impacto do coronavirus, pelo menos nos prêmios Brasil; e ii) janeiro foi o primeiro mês onde a resseguradora apresentou seus números para a SUSEP sob a nova administração;
- Acreditamos que é cedo para realizar qualquer conclusão sobre o que teria causado a maior sinistralidade, principalmente pelo fato de a SUSEP não qualificar os números reportados. Esperamos melhores explicações da administração nos resultados do 1º trimestre de 2020.
Cosan (CSAN3): Cancela projeções financeiras de 2020
- Ontem a Cosan comunicou, via fato relevante, o cancelamento das projeções financeiras já divulgadas para 2020, por não levarem em consideração as mudanças de cenário ocorridas;
- Além disso, a empresa implementou, desde o início, um plano de contingência visando garantir a preservação da saúde e integridade de seus colaboradores, bem como a segurança e a continuidade das operações essenciais de cada uma das suas empresas, mantendo contato próximo com autoridades, fornecedores, clientes e demais stakeholders;
- Apesar de negativa, consideramos a suspensão de projeções financeiras da Cosan para 2020 como razoável em vista do rápido aprofundamento da crise do coronavírus. Temos recomendação de compra na Cosan.

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