IBOVESPA 3,18% | 97.645 Pontos
CÂMBIO 2,94% | 4,82/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou em alta de 3,2% ontem, a quase 98 mil pontos, subindo pelo sétimo dia consecutivo com otimismo quanto a recuperação econômica. Enquanto isso, o dólar renovou sua mínima em 3 meses a 4,85 e a abertura da curva de juros vista desde o fim da semana passada teve força apenas pela manhã do dia de ontem.
No curto prazo, as taxas fecharam praticamente estáveis, na parte intermediária o viés de alta se manteve e nas taxas longas pudemos ver recuo com o alívio do câmbio (jan/25 fechou 5 bps para 5,75%).
Nesta manhã, mercados internacionais operam em campo negativo. Depois que as ações globais recuperaram para seus níveis de fevereiro, a preocupação de que a alta tenha superado a recuperação econômica pesou sobre os ativos.
No Brasil, de acordo com as projeções publicadas ontem pelo Banco Mundial no relatório “Perspectivas econômicas globais”, a crise do novo coronavírus deve fazer com que a economia brasileira apresente contração de 8% neste ano, acima da contração de 2,5% esperada para o grupo de países emergentes e da contração de 4,2% prevista para o PIB global. Para o ano que vem, a entidade estima que a recuperação brasileira será tímida, com o PIB crescendo apenas 2,2% no ano.
Durante reunião com líderes partidários ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo deve incluir os beneficiários do auxílio emergencial em um novo programa do Bolsa Família, chamado de “Renda Brasil”. A iniciativa ainda está sendo formulada pelo governo e os valores do benefício e custo para o Orçamento ainda não foram detalhados.
O BNDES anunciou ontem, na véspera prevista para o depósito da primeira parcela do socorro de R$ 60 bilhões a estados e municípios, que vai suspender até o fim ano o pagamento de dívidas que somam R$ 3,9 bilhões de todos os estados e de 44 municípios, além de prorrogar os prazos das operações durante o estado de calamidade pública.
Por fim, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse ontem que o governo deve enviar uma proposta de reforma tributária ao Congresso até o início de agosto.
A agenda de indicadores e eventos do dia traz como destaque a participação do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, em evento virtual do Credit Suisse. No exterior, destaque para o relatório Jolts, que traz a abertura de vagas no mês de abril nos Estados Unidos.
Na política, o noticiário segue concentrado na divulgação dos dados da pandemia de Covid-19. O ministro Alexandre de Moraes determinou ontem que ela volte a ser feita “exatamente da maneira como realizada até 4 de junho”, com o total de mortes e casos confirmados no dia e com os totais acumulados. A comissão da Câmara que trata do tema escuta hoje o ministro interino, Eduardo Pazuello.
O Tribunal Superior Eleitoral tem na pauta de hoje duas ações que pedem a cassação da chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão na eleição de 2018. A tendência relatada pelo noticiário é a de arquivamento, mas há ainda outras seis ações no tribunal em fases anteriores sobre o mesmo tema, sem previsão de julgamento.
Do lado das commodities, os preços de celulose de fibra curta na China tiveram a quarta semana seguida de queda (-US$2,6/t), para US$465,6/t. Mantemos nossa visão positiva no longo prazo com recomposição de margens dos produtores de papel na China. Esperamos uma reação negativa das ações de Suzano e Klabin no pregão de hoje.
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Internacional

- Política internacional: Onda de reabertura em destaque:
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Empresas

- Papel & Celulose: Queda no preço da celulose de fibra curta na China
- Companhias aéreas (AZUL4, GOLL4): Setor sobe ~60% na última semana; Flexibilização da jornada e valorização do Real
- brMalls (BRML3): Retomada da operação de mais 2 shoppings
- Banco do Brasil (BBAS3): presidente defende corporation
- B3 (B3SA3): Estudando a extensão do período de negociação
- CCR (CCRO3): Esclarecimento sobre notícia de negociação de compra da Rodovias do Tietê
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: Onda de reabertura em destaque:
- Após a Nova Zelândia anunciar que não tem mais casos de Covid-19, o primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que deve avaliar planos de flexibilização da quarentena com seu gabinete nesta terça-feira. Também, cidades como Moscou e Nova Iorque, a mais atingida pela pandemia nos Estados Unidos, começam reabertura econômica.
Empresas
Papel & Celulose: Queda no preço da celulose de fibra curta na China
- Os preços de celulose de fibra curta na China tiveram queda na semana (-US$2,6/t), para US$465,6/t. Mantemos nossa visão positiva no longo prazo com recomposição de margens dos produtores de papel na China;
- Esperamos uma reação negativa das ações de Suzano e Klabin no pregão de hoje. Temos recomendação de Compra para ambos os nomes, com preço-alvo de R$47 e R$22/ação para Suzano e Klabin, respectivamente.
Companhias aéreas (AZUL4, GOLL4): Setor sobe ~60% na última semana; Flexibilização da jornada e valorização do Real
- De acordo com notícia veiculada pelo Broadcast, a Azul apresentou uma proposta ao Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) para garantir a estabilidade dos empregos de pilotos e comissários por 18 meses (até o final de 2021), mediante redução de jornada e salários. De acordo com a notícia, a redução de salário seria de 45% entre o terceiro trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021, e a partir de então o percentual começaria a cair. No quarto trimestre de 2021, a redução na remuneração seria de 25%. A Gol concluiu na semana passada acordos similares com seus comissários, copilotos e comandantes, que entrariam em vigor a partir de 1º de julho. Despesas com folha de pagamentos representavam ~20% dos custos operacionais das companhias em média (em um cenário normalizado), sendo uma das linhas mais representativas. Tendo em vista o cenário de crescimento inferior ao esperado da oferta e da demanda, a flexibilização da jornada e dos salários seria uma fonte importante de equalização de custos para as companhias enquanto permite às classes em questão maior estabilidade;
- As ações do setor valorizaram ~60% desde a última semana, e mais que dobraram desde meados de maio, o que em nossa visão reflete, entre outros fatores, a dinâmica do câmbio e o noticiário mais recente relativo à flexibilização da jornada. Desde o pico de ~R$ 5,9/US$, (13 de maio) o Real valorizou fortemente, sendo que na última semana valorizou ~7% (de um patamar de ~R$ 5,2/US$). Devido ao fato de que (i) uma parte relevante dos custos operacionais das companhias é atrelada ao Dólar e (ii) a maior parte de suas obrigações também é (dívidas e leasing), a valorização do Real, tudo mais constante, impacta positivamente tanto os resultados operacionais como a alavancagem, e portanto o valor das companhias.
brMalls (BRML3): Retomada da operação de mais 2 shoppings
- A brMalls informou que mais 2 de seus shoppings retomaram suas atividades ontem (8 de Junho), sendo eles o Campinas Shoppings (Campinas/SP) e Shopping Independência (Juiz de Fora/MG). Ambos os empreendimentos estavam fechados desde o dia 23 de Março e agora retornam com funcionamento em horário reduzido das 16h às 20h e das 12h às 20h, respectivamente;
- O Campinas Shopping representa cerca de 4% da ABL própria da brMalls, e equivaleu a ~3% do NOI de 2019. Já o Shopping Independência representa ~2% da ABL própria e cerca de 2,5% do NOI de 2019. Hoje, a brMalls conta com 13 shoppings reabertos, que representam ~40% da sua ABL própria e cerca de 33% do NOI de 2019;
- Para acompanhar os shoppings que já tiveram suas atividades retomadas, bem como a data de abertura, a representatividade na receita e a operadora, acesse nosso relatório de acompanhamento, que será sempre atualizado conforme novos ativos forem reabertos.
Banco do Brasil (BBAS3): presidente defende corporation
- Ontem de tarde, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, declarou que defende a venda de parte das ações do governo no banco para que este se torne uma corporation (empresa sem controlador). A declaração foi feita durante audiência pública da comissão mista do Congresso;
- A operação não é simples: além de aprovação do congresso, o Banco Central não autoriza um banco não possuir um controlador. Para o sucesso da operação, algumas possibilidades como alguém relevante entrar com o governo em um grupo de controle. Lembrando que a simples criação de ações preferenciais ainda deixariam o governo no controle do banco;
- Apesar de não considerarmos o caso de privatização no nosso cenário base, nossa visão é de que uma possível perda de controle pelo governo seria positivo para o banco. Ter flexibilidade na contratação, demissão, velocidade de mudanças ajudaria o banco a atravessar a digitalização bancária que está sendo acelerada pela pandemia do COVID-19.
B3 (B3SA3): Estudando a extensão do período de negociação
- Segundo a mídia, a B3 está estudando a extensão do período de negociação na bolsa, dependendo da demanda pela bolsa brasileira. Gilson Finkelsztain, CEO da B3, disse que a extensão do pregão é uma tendência;
- Atualmente, o mercado abre às 10 horas e fecha às 17 horas e a extensão poderia ser aplicada estendendo os períodos de early market ou after market, assemelhando-se às bolsas dos EUA;
- Nossa visão é positiva, uma vez que o pregão mais longo seria positivo para o B3, devido ao maior volume de negociações que podem vir de investidores individuais e estrangeiros principalmente, o último sendo beneficiado pela correspondência do fuso horário.
CCR (CCRO3): Esclarecimento sobre notícia de negociação de compra da Rodovias do Tietê
- Após notícia veiculada no jornal “O Globo” sobre uma possível negociação entre a Latache e a CCR a respeito da compra de 50% da Rodovias do Tietê pela CCR, a companhia informou que até o momento não há qualquer negociação em curso. O trecho em questão se trata de 415km no interior do estado de São Paulo.

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