IBOVESPA -1,4% | 99.606 Pontos
CÂMBIO 1,45% | 5,71/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou em queda na terça-feira, a terceira consecutiva do índice desde que ele bateu 102 mil pontos na última quinta-feira, puxado pelo mau humor no exterior. Já as taxas futuras de juros fecharam o dia de ontem em alta, seguindo ainda os receios com relação ao risco fiscal no Brasil, na falta de avanços do lado político. DI jan/21 fechou em 1,96%; DI jan/23 encerrou em 4,99%; DI jan/25 foi ara 6,7%; e DI jan/27 fechou em 7,54%.
Mercados globais em forte queda nesta manhã. A contínua elevação do número de casos de COVID-19 na Europa (-2%) segue preocupando os mercados sobre a recuperação econômica do continente no quarto trimestre, e governos consideram medidas mais restritivas. A expectativa é de alguma reação do BCE no discurso desta quinta-feira por mais estímulos monetários.
Já nos EUA, a aversão ao risco chega também forte (-1,3%), com 6 dias para as eleições e a alguns bilhões de dólares de distância de um novo pacote de estímulos. No cenário eleitoral, os candidatos fazem eventos de campanha nos ‘swing states’ e consolidam suas mensagens. Nessa reta final, as pesquisas mostram acirramento em estados chave, como Pennsylvania e Arizona. No entanto, Biden retém vantagem e continua sendo o favorito. Segundo os principais agregadores, o democrata hoje tem vantagem de 7,1% (RCP) – 9,2% (538) nas pesquisas nacionais. Destacamos ainda que, diante do fato de que o número de pessoas que votaram antecipadamente chega a mais da metade do número total de eleitores de 2016, o turnout promete ser histórico.
No Brasil, o noticiário volta a destacar a alta na inflação vista recentemente. Matéria do jornal Valor Econômico destaca que a alta não está apenas nos preços de alimentos e já se estende para o início de 2021. Já reportagem no jornal Estado de São Paulo destaca que a composição da cesta mais cara afeta principalmente o poder de compra das famílias mais pobres. E por último, matéria do jornal O Globo expõem os itens de alimentos que tiveram as maiores altas no período.
Na agenda econômica do dia, atenções voltadas para a decisão do COPOM às 18 horas. Expectativa de manutenção da taxa SELIC em 2,00% a.a. e de exposição no comunicado sobre os próximos passos sobre a política monetária.
Enquanto isso, na política, Rodrigo Maia pressiona pela suspensão do recesso parlamentar em janeiro para avançar nas votações da PEC Emergencial e do orçamento de 2021. No entanto, a disputa pela sucessão da Câmara é um obstáculo para esse objetivo. Sobre a reforma Administrativa, Maia diz que vai apensar proposta a outra mais adiantada para agilizar a tramitação e driblar o fato e não ter sido instalada ainda a Comissão de Constituição de Justiça da Câmara, sem a qual a proposta não tem como avançar. No entanto, é consenso que o tema ficará para 2021.
Ainda no cenário político, o relator da PEC Emergencial, senador Márcio Bittar, defendeu a tese de que o Renda Brasil precisa ser resolvido ainda neste ano, depois de reunião com o ministro Paulo Guedes em que foram discutidas novas possibilidades. O programa deve constar em seu relatório, mesmo que seja apenas como um conceito geral. Nenhuma novidade sobre o tema na fala do senador, o que era esperado diante da postura mais cautelosa adotada após polêmicas recentes.
Do lado das empresas, retomamos a cobertura dos shopping centers brasileiros: Iguatemi (IGTA3; Preço-alvo de R$41,0/ação) e Multiplan (MULT3; Preço-alvo de R$25,0/ação) com recomendação de Compra e brMalls (BRML3; Preço-alvo de R$10,7/ação) com recomendação Neutra. Apesar dos resultados amplamente impactados pela covid-19, vemos as ações dos shoppings negociando em patamares atraentes. Temos preferência pelas companhias com portfólio de shoppings sólidos e dominantes, pois acreditamos que elas tendem a se recuperar mais rapidamente do que a média do setor em um cenário pós-pandemia. Para mais detalhes, confira nosso relatório publicado.
Finalmente, ontem houve a divulgação de resultados de Raia Drogasil, vendas de Carrefour, Santander e Cielo referentes ao terceiro trimestre de 2020 (3T20). Os resultados de RD vieram em linha com nossas estimativas e esperamos uma reação positiva do mercado por conta da aceleração do ritmo de vendas tanto nas lojas físicas quanto no canal online. Carrefour também divulgou um sólido desempenho de vendas no trimestre com um crescimento de +29,9% em relação ao mesmo período do ano anterior e 4,2% acima da nossa estimativa, por conta de um crescimento recorde de +26% A/A no conceito mesmas lojas (vs nossa estimativa em 21% A/A). Mantemos nossa recomendação de Neutro para ambos os papeis.
Já o Santander reportou um lucro de R$ 3,9 bilhões e um ROE nível pré-pandemia de 21% no trimestre devido a provisões abaixo do esperado. Embora consideremos as provisões ainda não normalizadas, temos agora mais visibilidade de uma possível redução sequencial dos níveis de provisionamento para os bancos incumbentes, o que deve aumentar o potencial para os bancos brasileiros e possíveis reavaliações de múltiplos. Por fim, Cielo apresentou forte recuperação quando comparada ao prejuízo no segundo trimestre, ajudado pela recuperação econômica e aumento de volumes, mas ainda 55% inferior ao mesmo período do ano anterior. Por fim, mantemos recomendação de Neutro para ambos os papeis.
Tópicos do dia
Agenda de Resultados
Pão de Açúcar (PCAR3): após o fechamento
EdP (ENBR3): após o fechamento
Gerdau (GGBR4): antes da abertura
Metalúrgica Gerdau (GOAU4): antes da abertura
Multiplan (MULT3): após o fechamento
Vale (VALE3): após o fechamento
Banco Bradesco (BBDC4): após o fechamento
CESP (CESP6): após o fechamento
Petrobras (PETR4): após o fechamento
Temporada de resultados do 3º trimestre – o que esperar?
Calendário de resultados do 3T20
Para ler mais conteúdos, clique aqui.
Internacional
- Política internacional: Eleições americanas em foco
- Petróleo: Preços de petróleo caem com expectativa de aumento da oferta nos EUA
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas
- Shoppings (IGTA3, MULT3, BRML3): hora de aproveitar as promoções!
- Raia Drogasil (RADL3): Resultados do 3T20 em linha; Sintomas do Covid quase eliminados, mas imunidade digital desenvolvida
- Carrefour Brasil (CRFB3): Faminto por mais; Vendas mesmas lojas em níveis recorde no 3T20
- Santander Brasil (SANB11): Forte lucro, mas quanto é o normalizado? | Revisão 3T20
- Cielo (CIEL3): Sem grandes surpresas | Revisão do 3T20
- Petrobras (PETR4): Anuncia revisão da Política de Remuneração aos Acionistas
- Bebidas (ABEV3): Heineken reporta resultados do terceiro trimestre de 2020; volume de cerveja do Brasil cresceu cerca de 12%
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: Eleições americanas em foco
- A seis dias da eleição americana, os mercados internacionais voltam o foco à disputa pela Casa Branca. Os candidatos fazem eventos de campanha nos ‘swing states’ e consolidam suas mensagens. Do lado republicano, Donald Trump diz haver risco de socialismo nos EUA se Joe Biden for eleito e descreve o adversário como ‘fantoche da esquerda radical’, enquanto o democrata promete unir os americanos e faz críticas à administração da pandemia pelo atual governo;
- Nessa reta final, as pesquisas mostram acirramento em estados chave, como Pennsylvania e Arizona. No entanto, Biden retém vantagem e continua sendo o favorito.Segundo os principais agregadores, o democrata hoje tem vantagem de 7,1% (RCP) – 9,2% (538) nas pesquisas nacionais. Destacamos ainda que, diante do fato que o número de pessoas que votaram antecipadamente já é mais da metade do número total de eleitores de 2016, o turnout promete ser histórico.
Petróleo: Preços de petróleo caem com expectativa de aumento da oferta nos EUA
- Ontem o petróleo tipo Brent subiu +1,83% com o furação Zeta, que forçou produtores do Golfo do México a fecharem 49,5% de sua produção de petróleo. No entanto, as expectativas de um aumento nos estoques de petróleo e gasolina dos EUA compensaram as interrupções no fornecimento do furação Zeta, invertendo o movimento de alta da commodity;
- O American Petroleum Institute (API), relatou um aumento de 4,577 milhões de barris nos estoques de petróleo dos EUA na semana passada, resultado mais negativo que as expectativas de mercado de um aumento de 1,200 milhões de barris. O relatório também mostrou que os estoques de gasolina aumentaram em mais de 2 milhões de barris;
- O relatório oficial de fornecimento da Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) deve ser publicado hoje às 11:30 da manhã (horário de Brasília), com expectativas do mercado de um aumento de +1,230 milhões de barris nos estoques dos EUA;
- Nessa manhã de quarta-feira, a commodity opera em território negativo em queda de -3,47% em US$39,72 barril (Brent).
Empresas
Shoppings (IGTA3, MULT3, BRML3): hora de aproveitar as promoções!
- Estamos retomando a cobertura dos shoppings brasileiros: Iguatemi (IGTA3; Preço-alvo de R$41,0/ação) e Multiplan (MULT3; Preço-alvo de R$25,0/ação) com recomendação de Compra e brMalls (BRML3; Preço-alvo de R$10,7/ação) com recomendação Neutra;
- Apesar dos resultados amplamente impactados em razão da covid-19, vemos as ações dos shoppings brasileiros negociando em patamares atraentes com base no método de fluxo de caixa descontado e prêmio sobre o FFO Yield para a NTN-B 2035 (taxa de juros reais de longo prazo). Preferimos companhias com portfólio de shoppings sólidos e dominantes (IGTA3 e MULT3), pois acreditamos que elas tendem a se recuperar mais rapidamente do que a média do setor em um cenário pós-pandemia;
- ESG: Vemos os pilares Social e de Governança como os fatores mais importantes para os shoppings, enquanto a frente Ambiental também desempenha um papel relevante. Ambiental: vemos um esforço cada vez maior das empresas do setor em serem eficientes em energia, dado que o setor imobiliário responde por ~40% das emissões de carbono relacionadas à energia em todo o mundo¹. Social: os shoppings desempenham um papel importante para a sociedade, dito isso, a maior parte das iniciativas giram em torno do capital humano. Governança: uma questão fundamental para todas as companhias e com uma relevância ainda maior para as empresas brasileiras do setor de shoppings. Ao longo deste relatório, destacamos como a IGTA3, MULT3 e BRML3 se posicionam em cada um dos fatores acima mencionados. Para mais detalhes, confira nosso relatório.
Raia Drogasil (RADL3): Resultados do 3T20 em linha; Sintomas do Covid quase eliminados, mas imunidade digital desenvolvida
- Os resultados de RD vieram em linha com nossas estimativas. A receita bruta de R$ 5,4 bilhões (+ 12,8% A/A e + 11% de crescimento orgânico), ficou 2,4% abaixo de nossas estimativas, mas 3% acima do consenso de mercado. As vendas no conceito mesmas lojas da empresa aumentaram 6,7% no comparativo anual (+ 1,4% para lojas maduras) contra nossa estimativa em +5,5% (+0,5% lojas madura), enquanto este número seria de + 10,6% (+ 5,63% madura) se excluíssemos as lojas de shoppings, que tem sido mais prejudicadas por medidas de restrição. O EBITDA ajustado e o lucro também vieram em linha com os nossos. O e-commerce continuou sendo um dos principais destaques do trimestre, atingindo 7,1% das vendas (vs. 7,6% no 2T20 e 2,7% no 1T20), reforçando que o consumidor parece realmente ter se tornado omnicanal;
- Esperamos uma reação positiva do mercado, por conta da aceleração do ritmo de vendas, com vendas no conceito mesmas lojas alcançando patamares positivos, mesmo com uma base de comparação difícil (vendas mesmas lojas maduras em +7.7% no 3T19). Além disso, acreditamos que o mercado receberá bem o desempenho sólido digital, pois não perdeu tanta participação em relação ao segundo trimestre, quando as restrições e a pandemia estavam no auge. Entretanto, mantemos nossa recomendação de Neutro para a ação e preço-alvo de R$22,4/ação para o final de 2020;
- Clique aqui para conferir o conteúdo completo.
Carrefour Brasil (CRFB3): Faminto por mais; Vendas mesmas lojas em níveis recorde no 3T20
- O Carrefour Brasil divulgou ontem, 27 de outubro, após o fechamento do mercado, o desempenho de vendas referente ao terceiro trimestre de 2020 (3T20). O faturamento bruto atingiu R$ 18,8 bilhões, com um sólido crescimento de +29,9% em relação ao mesmo período do ano anterior e 4,2% acima da nossa estimativa, por conta de um crescimento recorde de +26% A/A no conceito mesmas lojas (vs nossa estimativa em 21% A/A). O forte resultado pode ser explicado principalmente retomada da demanda de bares e restaurantes decorrente da reabertura gradual durante o período, além de uma manutenção no fluxo de clientes pessoa física e revendedores (pequenas mercearias/supermercados). Dessa forma, a companhia conseguiu apresentar também um crescimento em relação ao trimestre anterior, que já foi bastante robusto por conta do impacto positivo das medidas de quarentena implementadas no 2º trimestre;
- Na nossa visão, os principais destaques positivos do relatório foram: (i) o Atacadão, com vendas no conceito mesmas lojas crescendo 25,8% A/A e ganho de participação de mercado de 1,3 p.p A/A; (ii) a recuperação do Banco Carrefour, com as vendas de cartão crescendo 16% A/A e ultrapassando o NuBank para se tornar o 5º maior banco do Brasil (em saldo de carteira concedido por meio de cartões de crédito); e (iii) a performance do digital, com venda online (GMV) crescendo 72,5% A/A, puxado principalmente pelo segmento alimentar (+202% A/A), enquanto o não-alimentar também foi sólido em +69% A/A. Além disso, o Atacadão lançou sua plataforma de e-commerce e já está presente em 23 cidades brasileiras;
- Esperamos uma reação positiva do mercado, mas mantemos a nossa recomendação de Neutro para as ações do Carrefour Brasil (CRFB3) e preço-alvo de R$ 22,00 ao final de 2020. Embora o Atacadão deva continuar a apresentar resultados positivos à medida que a demanda de bares e restaurantes se recupere, acreditamos que o fim do auxílio emergencial pode ser um risco. Além disso, atualmente vemos as ações da companhia negociando a um múltiplo justo de 19x P/L 2021.Clique aqui para conferir o conteúdo completo.
Santander Brasil (SANB11): Forte lucro, mas quanto é o normalizado? | Revisão 3T20
- O Santander reportou ontem um lucro de R$ 3,9 bilhões (vs. R$ 3,0 bi XPe e R$ 2,9 bi do consenso Bloomberg) e um ROE nível pré-pandemia de 21% no trimestre devido a provisões abaixo do esperado. O resultado operacional, excluindo custo de crédito, foi apenas 7% acima de nossas estimativas. Embora consideremos as provisões ainda não normalizadas, temos agora mais visibilidade de uma possível redução sequencial dos níveis de provisionamento para os bancos incumbentes, o que deve aumentar o potencial para os bancos brasileiros e possíveis reavaliações de múltiplos. Mantemos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$ 32,00;
- Se os investidores acreditarem que o lucro está normalizado, então o banco está negociando atualmente a um múltiplo atrativo de 8x P/L, embora seu 1,7x P/B pareça caro quando comparado ao 1,3x do Bradesco e 0,8x do Banco do Brasil (+110% de prêmio). Clique aqui para acessar o relatório completo.
Cielo (CIEL3): Sem grandes surpresas | Revisão do 3T20
- A Cielo apresentou resultados suaves no trimestre, com lucro de R$ 100 milhões (vs. R$ 87 milhões das estimativas do mercado);
- Uma forte recuperação quando comparada ao prejuízo de R$ 75 milhões no segundo trimestre, ajudado pela recuperação econômica e aumento de volumes, mas ainda 55% inferior ao mesmo período do ano anterior;
- Como o resultado foi altamente antecipado, não esperamos que as ações da Cielo reajam no pregão de hoje e mantemos nossa recomendação neutra e preço alvo de R$ 5,0 devido tanto ao cenário competitivo quanto à disrupção regulatória. Clique aqui para acessar o relatório completo.
Petrobras (PETR4): Anuncia revisão da Política de Remuneração aos Acionistas
- Em fato relevante divulgado na manhã de hoje (28), a Petrobras informou que seu Conselho de Administração, em reunião realizada ontem, aprovou a revisão da Política de Remuneração aos Acionistas, com objetivo de possibilitar que a Administração proponha o pagamento de dividendos compatíveis com a geração de caixa da companhia, mesmo em exercícios em que não for apurado lucro contábil;
- De acordo com o comunicado, a revisão realizada na política implica que em cenários em que o endividamento bruto da companhia estiver acima de US$ 60 bilhões, poderá ser apresentada a proposta de distribuição de dividendos, sem apuração de lucro contábil, quando se verificar redução de dívida líquida no período de doze meses anteriores, caso a Administração entenda que será preservada a sustentabilidade financeira da companhia. A proposta de distribuição deverá ser limitada à redução de dívida líquida;
- Ainda segundo o comunicado, a Administração da companhia poderá, ainda, em casos excepcionais, propor o pagamento de dividendos extraordinários, superando o dividendo mínimo legal obrigatório ou o valor anual apurado a partir da fórmula (Distribuição de Proventos = 60% x (Fluxo de caixa operacional – CAPEX), quando seu endividamento bruto estiver inferior a US$ 60 bilhões, mesmo na hipótese de não verificação de lucro contábil;
- Vemos o anúncio como muito positivo para as ações da Petrobras, pois a companhia poderá distribuir proventos mais elevados a acionistas antes de atingir a marca de endividamento bruto de US$60 bilhões, além dos proventos refletirem melhor a geração de caixa operacional da companhia. Reiteramos nossa recomendação de Compra para Petrobras, com preços-alvo de R$30 e R$29 para PETR4 e PETR3, respectivamente.
Bebidas (ABEV3): Heineken reporta resultados do terceiro trimestre de 2020; volume de cerveja do Brasil cresceu cerca de 12%
- De acordo com a Reuters, a Heineken teve um desempenho melhor do que o esperado no terceiro trimestre de 2020, com um aumento surpreendente nas vendas de cerveja nas Américas. Por outro lado, a empresa afirmou que os impactos da pandemia ainda eram muito incertos, impedindo a empresa de fornecer uma perspectiva confiável para o final deste ano. Vale lembrar que novas restrições foram impostas por muitos países, incluindo o fechamento de bares e restaurantes. Confira todos os detalhes no Expresso Alimentos & Bebidas desta semana;
- A Heineken também afirmou que houve queda na rentabilidade em função da mudança das compras de bares para lojas e mercados. Adicionalmente, os custos teriam subido, uma vez que barris são mais baratos para produzir, reutilizar e enviar do que latas e garrafas. Ainda de acordo com a Reuters, a cervejaria iniciará a reestruturação de seus escritórios em 2021 com o objetivo de cortar custos com pessoal em 20%;
- No Brasil, o volume de cerveja cresceu cerca de 12% (low-teens, na expressão em inglês). Os portfólios premium e mainstream cresceram dois dígitos, com a marca Heineken (verdinha) crescendo significativamente e a Devassa e Amstel continuando a performar bem. Já o portfolio economy cresceu ligeiramente. O volume de produtos não-alcóolicos caiu cerca de 20%. Já a Heineken® 0.0, a cerveja sem álcool da empresa, cresceu dois dígitos com um desempenho particularmente forte no Brasil;
- Conforme escrevemos no nosso início de cobertura de AmBev, acreditamos que a marca Heineken deve permanecer líder do segmento premium no Brasil no curto prazo, bem como um concorrente significativo no segmento econômico, e os resultados da empresa no 3T20 parecem apontar nessa direção. Nós vemos o acirramento da competição no Brasil como um dos principais riscos da nossa tese de AmBev, mas mantemos nossa recomendação de compra com preço-alvo de R$ 17,15 por ação devido a uma combinação positiva de: melhora de volumes no curto prazo; iniciativas de inovação da AmBev; transição da empresa rumo a um novo modelo de negócios, mais personalizado, tecnológico e focado no consumidor.
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