Tópicos do dia
Brasil
- Política Brasil: Protestos contra corte de gastos na educação
Internacional
- Trump impõe restrições à Huawei
- Reino Unido: May sob pressão para anunciar uma data de renúncia
Empresas
- Ultrapar (UGPA3): Resultados 1T19: Um trimestre muito difícil para a UGPA, quase todas as linhas de negócios decepcionam
- Marfrig (MRFG3): Resultados mais fracos do que o esperado no 1T, mas estimativas fortes anunciadas para 2019
- Febre suína africana na Ásia continua mostrando impactos
COE News
- Cisco: resultados do 1T19 sustentados pela proteção contra riscos tarifários e momento do switch Catalyst 9k
Resumo
Disputa comercial e tensões na política Brasileira
Os mercados globais operam em território levemente positivo nessa manhã de quinta, com agenda leve e alguns sinais de alívio nas tensões comerciais (mas ainda incipientes). Ásia subiu 0-0,5% ao longo da noite, a Europa segue o movimento, futuros nos EUA operam de lado.
O Secretário do Tesouro Americano declarou que uma delegação americana poderia ir em breve à Pequim para outra rodada de negociações, mas sem detalhes. Do lado negativo, Trump assinou ordem executiva que proíbe uso de equipamentos de telecomunicações chineses, mirando a Huawei.
Em linhas gerais, as tensões seguem elevadas, e poucos avanços foram feitos desde a semana passada. Enquanto a situação perdurar, a percepção de risco global deve permanecer alta, e o risco para o crescimento global é que surpreenda negativamente, mantendo os ativos de risco pressionados.
No Brasil, o clima político voltou a deteriorar nesta semana. Por um lado, uma série de artigos trazem à tona investigações envolvendo o filho de Bolsonaro. Além disso, ontem tivemos protestos contra cortes na educação em mais de 170 cidades com público relevante, mas por ora contido à temática educação.
O ruído atrapalha na articulação política em Brasília, e preocupa o mercado que lê isso como sinais de potenciais atrasos no andamento da reforma da previdência. Do lado positivo, Rodrigo Maia, dos EUA, disse que a reforma da previdência sai “mesmo com o governo atrapalhando com mídia social”.
Do lado das empresas, a Ultrapar divulgou resultado significativamente abaixo da nossa estimativa (EBITDA -16% vs o nosso e -8% vs consenso), com performance mais fraca que o esperado em quase todas as linhas de negócio do grupo. Embora as ações da UGPA acumulem queda de -20% no ano, o resultado pouco inspirador na Ipiranga e uma demora na recuperação em outros negócios correlacionados com a atividade doméstica no Brasil devem manter o papel pressionado.
Por último, a Marfrig divulgou resultados mais fracos do que o esperado no 1T19, mas estimativas otimistas anunciadas para 2019 e vemos riscos de revisão para cima das nossas estimativas. Mantemos recomendação de Compra.
Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Protestos contra corte de gastos na educação
- Protestos contra cortes na educação ontem aconteceram em mais de 170 cidades e atraíram público relevante nos tradicionais pontos de protestos das capitais. Bolsonaro, dos EUA, chamou os manifestantes de “idiotas úteis”. A reação do presidente foi alvo de crítica até de aliados. Por enquanto, o movimento se conteve à temática educação, mas houve adesão além da esquerda politizada e eventuais evoluções são mais um risco para o governo;
- Rodrigo Maia, também dos EUA, disse que a reforma da previdência sai “mesmo com o governo atrapalhando, com mídia social”. Entretanto, o clima não arrefeceu em Brasília, onde o Ministro da Educação incendiou a sessão na qual foi dar explicações sobre os cortes na sua pasta. Após mal-entendido, até parlamentares do PSL estudam convocar o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para dar sua versão dos fatos;
- Revista revela valores de negociações imobiliárias de Flávio Bolsonaro, que por sua vez, negou sua veracidade e criticou o vazamento de dados de investigação sigilosa. Independente do mérito, ruídos com os filhos do presidente atrapalham a articulação política em Brasília.
Internacional
Trump impõe restrições à Huawei
- Ontem, o presidente Donald Trump assinou um despacho que permitirá que os EUA restrinjam o uso de equipamentos de “adversários estrangeiros”, reforçando ainda mais as tensões comerciais com a China;
- Além disso, o Departamento de Comércio dos EUA disse que acrescentaria a Huawei da China a uma lista de entidades envolvidas em atividades contrárias aos interesses dos EUA. Tal decisão restringiria as vendas e transferências de tecnologia americana para a empresa chinesa, que exigiriam do governo;
- A Ordem Executiva chegou horas depois de o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, ter dito que a China e os EUA se reuniriam novamente em Pequim para continuar as negociações comerciais. Ambos os lados estão debatendo a próxima data para continuar as discussões, e as pessoas familiarizadas com o planejamento mencionaram uma possível viagem à China no final de maio. No entanto, o Ministério do Comércio da China negou o conhecimento de uma visita futura da delegação dos EUA e resgatou possíveis retaliações a aumentos de tarifas dos americanos.
Reino Unido: May sob pressão para anunciar uma data de renúncia
- A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, está enfrentando crescente pressão do Partido Conservador para deixar o cargo em vez de insistir em aprovar seu acordo para o Brexit. As tensões estão crescendo em meio à inquietação do impasse do Brexit e à virtual ausência de qualquer avanço nas negociações políticas;
- May está oficialmente a salvo de um desafio formal dos deputados depois que ela ganhou um voto de confiança em dezembro, que dita que deve haver um atraso de um ano antes que outro voto possa ser realizado. No entanto, o Comitê de 1922, formado por 18 importantes congressistas conservadores, está considerando mudar as regras do partido para permitir um novo desafio;
- De acordo com o The Guardian, a mensagem transmitida por Geoffrey Clifton-Brown, do Partido Conservador, foi que “ela precisa estabelecer um cronograma para ir ou vamos mudar as regras e ter um voto de confiança”.
Empresas
Ultrapar (UGPA3): Resultados 1T19: Um trimestre muito difícil para a UGPA, quase todas as linhas de negócios decepcionam
- A Ultrapar divulgou os resultados do 1T19 em 15 de maio, após o fechamento do mercado. O EBITDA ajustado de R$ 707,1 milhões veio significativamente abaixo da nossa estimativa de R$ 841,2 milhões (-15.9%) e -8,1% abaixo do consenso de R$ 769,9 milhões;
- Analisando em maiores detalhes as subsidiárias do grupo, os resultados da Ipiranga (distribuidora de combustíveis) vieram praticamente em linha com nossas estimativas, com margens melhores que nossa projeção contrabalanceados por volumes de vendas de combustíveis abaixo do esperado. Entretanto, o fraco desempenho de outras linhas de negócio como Oxiteno (petroquímicos), Ultragaz (gás envazado) e Extrafarma (rede de farmácias) levou a resultados consolidados abaixo das nossas estimativas;
- Temos uma avaliação negativa dos resultados da Ultrapar devido ao resultado mais fraco que o esperado em quase todas as linhas de negócio do grupo. Em nossa visão, embora as ações da UGPA acumulem queda de -20% no ano, resultados pouco inspiradores na Ipiranga e uma demora na recuperação em outros negócios correlacionados com a atividade doméstica no Brasil não justificam a exposição ao nome no curto prazo. Mantemos recomendação Neutra e preço-alvo de R$28 (que ainda não foi atualizado para os resultados abaixo do esperado no 1T19). Relatório completo no link.
Marfrig (MRFG3): Resultados mais fracos do que o esperado no 1T, mas estimativas fortes anunciadas para 2019
- A Marfrig divulgou resultados mais fracos do que o esperado no 1T19, mas as estimativas anunciadas para 2019 foram otimistas e vemos riscos de revisão para cima das nossas estimativas;
- O EBITDA ajustado de R$572mi (+ 16% A/A), ficou 11% abaixo do nosso, devido ao resutlado mais fraco na América do Sul. A margem EBITDA foi de 5,7%, o que se compara a nossa de 6,2% e aos 5,3% no 1T18. A alavancagem da Marfrig ficou em 2,7x dívida líquida/EBITDA, aumento de 0,4x vs. o 4T18;
- Reiteramos nossa recomendação de Compra, com um preço-alvo de R$9/ação. Vemos as ações sendo negociadas a 2,8x EV/EBITDA 2019 e 3,8x 2020, atraente em nossa visão, e as estimativas anunciadas da Marfrig oferecem riscos de revisão para cima das nossas estimativas. Além disso, a peste suína africana na Ásia pode impactar significativamente a oferta / demanda de proteínas do mundo, sendo positivo para a Marfrig, mas esperamos mais clareza para frente. Relatório completo no link.
Febre suína africana na Ásia continua mostrando impactos
- De acordo com o Departamento de Agricultura e Rural da China, ontem, os estoques de suínos caíram 2,9% em abril, uma queda de 20,8% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto de porcas caíram 22,3% em relação ao mesmo período do ano passado;
- Ontem, também houve notícias sobre o lançamento, em Pequim, de novas regras exigindo que plantas de processamento na China testem o vírus da peste suína africana, desacelerando os negócios em muitas instalações e impactando temporariamente a demanda;
- No Brasil, segundo dados do IBGE, o abate de suínos cresceu 5,2% em relação ao 1T19 e 0,7% T/T, atingindo 11,3 milhões de cabeças. O jornal Folha reporta que a expectativa é de que o abate de suínos aumente 20% em 2019 devido à peste suína africana (AFS), com a indústria brasileira se preparando para atender a demanda adicional na China.
Eletrobras (ELET3): Vice-Presidente Mourão afirma que privatização fica para 2020
- Em evento com representantes dos sindicatos do setor elétrico, o Vice-Presidente Hamilton Mourão afirmou que a discussão sobre o processo de privatização da Eletrobras não está na pauta do dia. Segundo Mourão, o tema ficará para o próximo ano e será debatido com trabalhadores da estatal, a sociedade e o Congresso;
- Durante o evento, Mourão recebeu go grupo de sindicalistas um documento com argumentos contrários à venda da empresa. A notícia remete a declarações feitas pelo Vice-Presidente no final de abril, em que se aventou a possibilidade de adiamento da desestatização. O Ministério de Minas e Energia pretende concluir em junho o plano para capitalização da Eletrobras.
PagSeguro (PAGS): Primeiros passos em serviços bancários
- A PagSeguro (não coberta) registrou na terça-feira os resultados do 1T19, com lucro líquido de R$310 milhões, expandindo 109% A/A e volume transacionado de R$24 bilhões, 70% superior ao 1T18. Apesar do rápido crescimento e sólido desempenho operacional, o principal destaque da semana foi o lançamento e a grande campanha do aplicativo PagBank, seu primeiro movimento relevante no segmento de serviços bancários;
- A conta digital oferecerá muitas funcionalidades com o objetivo de “democratizar os serviços bancários e acabar com as taxas abusivas e as burocracias exageradas impostas aos clientes pelos bancos tradicionais”, segundo o blog oficial da empresa. Leva apenas três minutos para abrir a conta digital, diz a mesma fonte;
- O PagBank permitirá que empresas e indivíduos paguem contas, façam transferências, paguem com QR Code, recebam salário e acessem crédito online, entre outros serviços. Essa iniciativa está alinhada ao objetivo da empresa de avançar nos serviços bancários e reforça nossa visão de que o setor financeiro está cada vez mais competitivo, especialmente em linhas de serviço, como pagamentos e contas correntes.
COE News
Cisco: resultados do 1T19 sustentados pela proteção contra riscos tarifários e momento do switch Catalyst 9k
- Investidores reagiram positivamente após os resultados divulgados do 1T19, que vieram acima das expectativas de mercado e em linha com as projeções do próprio grupo. Segundo o atual CEO, Chuck Robbins, o recente aumento tarifário gerou pouco efeito nos resultados vis a vis a execução do plano de mitigação de riscos ao transferir parte da produção na China para outras regiões e ligeiro aumento de preços de alguns produtos. Vale lembrar que grande parte da produção do grupo é terceirizada, facilitando a execução deste plano;
- A gigante de tecnologia apresentou lucro de US$ 3,04bi no trimestre, número 13% superior no ano contra ano, com receitas 4% acima neste mesmo período, ao atingir US$ 12,96bi, e margens apresentando ligeira expansão, com margem bruta atingindo 63,1% ante 62,3%;
- Destaque para (i) o forte momento das vendas de equipamentos de rede, roteadores e switches, sobretudo (ii) robusto desempenho da divisão de produtos e serviços relacionados à segurança da informação, (iii) sólido resultado em aplicativos corporativos como videoconferencing e (iv) ligeira recuperação dos chips de memória (DRAM) que ajudou nas margens;
- A Cisco continua a apresentar eficiência operacional e potencial de crescimento das receitas no médio prazo, com otimista perspectiva do mercado para a forte demanda pelo switch Catalyst 9k até 2020. Competindo de maneira eficiente frente aos pares do setor, o grupo mantém-se bem posicionada para ganhar participação de mercado, sobretudo nos EUA, mediante a efetiva mitigação de riscos executada ao longo deste início de ano para se proteger do recente aumento tarifário.
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