Tópicos do dia
Brasil
- Política Brasil: Governo sofre revés em convocação de Ministro da Educação
- IBC-Br totaliza queda de 0,68% no primeiro trimestre de 2019
- Setor de serviços recua 0,7% em março
Internacional
- Vendas do varejo na China desaceleram para menor nível em 16 anos
- Itália: Temores sobre limite de déficit agitam os mercados italianos
Empresas
- Vale (VALE3): Potencial aumento de 60mt/ano em Carajás Serra Sul
- Equatorial (EQTL3): Destaques dos Resultados do 1T19
- TAESA (TAEE11): Destaques dos resultados do 1T19
COE News
- Disney assumirá o controle da Hulu
Resumo
Dados de atividade mais fracos que o esperado na China
A melhora dos mercados vista ontem com retórica mais branda de Trump sobre a disputa comercial com a China deteriorou novamente nesta quarta-feira, seguindo dados de atividade chineses fracos.
O temor de que as duas principais economias do mundo passem por uma guerra comercial mais acirrada e prolongada manteve os mercados pressionados nos últimos dias. Porém, comentário de Trump ontem dizendo que a disputa comercial é “pequena” e que as negociações não entraram em colapso reconfortou os investidores.
Além disso, o presidente dos Estados Unidos disse que espera um encontro produtivo com o presidente da China, Xi Jinping, no G20 no próximo mês e que nenhuma decisão sobre as tarifas de 25% sobre a parcela final de US$ 325 bilhões de importações chinesas foi tomada.
Do lado negativo, dados de atividade mais fracos que o esperado na China aumentaram a preocupação com crescimento econômico do país e pesam hoje sobre os mercados. As vendas no varejo desaceleraram para 7,2% A/A em abril (de 8,7% em março), menor nível desde 2003, enquanto a produção industrial também desacelerou, com impacto negativo dos setores de exportação e sequencialmente, o investimento cresceu menos mostrando sentimento ainda deprimido do setor privado.
Por outro lado, após fraqueza dos dados, a expectativa por novos estímulos na China ganha força, o que, se confirmado, ajudaria na melhora do sentimento.
No Brasil, o governo federal sofreu uma derrota na Câmara ontem, após a convocação por 307 votos a 82 do Ministro da Educação Abraham Weintraub para o plenário da Câmara dos Deputados, após pedido de autoria do deputado Orlando Silva, do PCdoB-SP. A base do governo não conseguiu impedir a convocação, e apenas PSL e Novo se opuseram.
Do lado das empresas, o presidente da Vale disse estar considerando aumentar em 60mt/ano a produção de minério na Serra Sul de Carajás, sem um prazo ainda definido, mas a ser materializado após 2020.
Embora os estudos ainda sejam preliminares, ele demonstra o potencial de produção que ainda existe no sistema Norte. Vemos o anúncio como positivo, à medida que mostra um posicionamento importante por parte da Vale no balanço da oferta futura de minério e sinaliza também que a empresa está começando a virar a página em relação à tragédia de Brumadinho.
Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Governo sofre revés em convocação de Ministro da Educação
- O governo federal sofreu uma derrota na Câmara ontem, após a convocação por 307 votos a 82 do Ministro da Educação Abraham Weintraub para o plenário da Câmara dos Deputados, após pedido de autoria do deputado Orlando Silva, do PCdoB-SP. A base do governo não conseguiu impedir a convocação, e apenas PSL e Novo se opuseram;
- Os parlamentares cobram explicações sobre o contingenciamento orçamentário em universidades e institutos federais de educação. O ministro é obrigado a comparecer sob pena de incorrer em crime de responsabilidade em caso de ausência;
- Hoje deverá ocorrer greve nacional da educação como resultado dos cortes, com atos planejados em 67 cidades, o que é motivo de preocupação para o governo;
- Na Comissão Especial da reforma da Previdência, o presidente Marcelo Ramos defende a tese de dar prazo para as assembleias locais validarem nos estados as regras da reforma, sob pena não receberem verbas federais.
IBC-Br totaliza queda de 0,68% no primeiro trimestre de 2019
- Com os principais setores da economia em ritmo fraco, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, fechou o mês de março com queda de 0,28% em relação a fevereiro e assim registrou a terceira retração mensal consecutiva;
- Refletindo um primeiro trimestre abaixo das expectativas e um cenário de muitas incertezas, o indicador totalizou uma desaceleração de -0,68% entre o quarto trimestre de 2018 e o primeiro de 2019;
- Dessa forma, a perda de tração da atividade econômica observada no final de 2018 persiste no início de 2019, reforçando a possibilidade tanto de continuidade da redução das projeções para o PIB de 2019 quanto da obtenção de um resultado negativo no primeiro trimestre do ano.
Setor de serviços recua 0,7% em março
- Corroborando a mensagem de perda de tração da economia brasileira no início de 2019, o volume do setor de serviços caiu 0,7% em março ante fevereiro, configurando a terceira queda mensal consecutiva do indicador;
- Na comparação anual, o volume de serviços recuou 2,3%, interrompendo uma sequência de sete taxas positivas nessa base de comparação e ficando abaixo das expectativas de mercado (-1,0% a/a);
- Assim como enfatizou o Comitê de Política Monetária em sua última ata divulgada, os indicadores continuaram apontando para um desempenho da economia brasileira “aquém do esperado” no primeiro trimestre de 2019, corroborando a expectativa de recuo do PIB nos três primeiros meses do ano.
Internacional
Vendas do varejo na China desaceleram para menor nível em 16 anos
- De acordo com a Reuters, a China relatou um crescimento mais fraco nas vendas de varejo e na produção industrial para abril na quarta-feira, adicionando pressão sobre Pequim para mais estímulos à economia na medida que a guerra comercial com os Estados Unidos aumenta;
- Dados do National Bureau of Statistics (NBS) mostraram que as vendas totais do varejo em abril subiram 7,2% A/A, o menor ritmo desde maio de 2003, uma queda ante o dado de 8,7% em março e abaixo da previsão de 8,6% compilada pela Reuters. De acordo com a notícia, os dados sugerem que os consumidores estão começando a reduzir os gastos com produtos de uso diário, como cuidados pessoais e cosméticos, enquanto continuam evitando itens mais caros, como carros;
- Na produção industrial, o crescimento desacelerou para 5,4% em abril, abaixo dos níveis de 8,5% em março, o que gerou suspeitas de que os dados foram impulsionados por fatores sazonais e temporários. Os dados chineses de abril apontaram em grande parte para uma acomodação da atividade econômica, um contraste em relação a leituras otimistas de março que aumentaram as esperanças de que a economia exigiria menos estímulos.
Itália: Temores sobre limite de déficit agitam os mercados italianos
- Os títulos e mercado acionário na Itália tiveram forte queda, após o vice-primeiro ministro Matteo Salvini escalar as tensões dizendo que estaria preparado para aumentar o déficit do país acima dos limites permitidos pela União Europeia para aumentar o emprego;
- Salvini é líder da Liga, partido de direita que forma a coalizão de governo junto com o Movimento 5 Estrelas (M5S), e fez as declarações durante um comício de campanha para as eleições para o Parlamento Europeu em Verona. Até o desemprego cair pela metade na Itália (até chegar a 5%), afirmou que a Itália gastará “tudo o que tiver”, de acordo com o Valor Econômico. Se precisar quebrar limites, como os 3% do déficit orçamentário em relação ao PIB, eles o farão;
- Temores sobre o déficit da Itália ressurgiram na semana passada após uma projeção da Comissão Européia de que o déficit excederá o limite de 3% do bloco em 2020. Uma batalha entre os líderes do país e Bruxelas agitou os mercados em 2018, antes de um acordo ser alcançado. Um forte desempenho dos populistas da Europa nas eleições para o Parlamento Europeu na próxima semana poderia encorajar Salvini ainda mais de acordo com a Bloomberg.
Empresas
Vale (VALE3): Potencial aumento de 60mt/ano em Carajás Serra Sul
- Eduardo Bartolomeo, presidente da Vale, anunciou ontem em encontro com investidores em Barcelona que a Vale está considerando aumentar a produção na Serra Sul de Carajás, no sudeste do Pará, para 150mt de minério de ferro por ano (60mt adicionais), sem um prazo ainda definido, mas a ser materializado após 2020;
- Das 150mt, 100mt serão asseguradas pelo S11D, que vai passar por uma expansão de 10mt em sua capacidade. O projeto, originalmente, foi desenhado para produzir 75mt/ano em 2019 e 90mt/ano em 2020. As outras 50mt serão desenvolvidas em outras áreas da Serra Sul de Carajás e vão servir para repor capacidade de produção que a Vale perdeu em Minas Gerais depois de Brumadinho;
- Dentre os ganhos com esse aumento, destacam-se: (1) aumentar a presença da Vale na produção a seco, passo importante para reduzir o uso de barragens de rejeitos, (2) permitir o aumento da flexibilidade operacional e logística nos produtos premium e, por fim, (3) maior produção de pellet feed no Brasil para suprir pelotas para a indústria siderúrgica doméstica. Vale ressaltar que apesar da perspectiva de aumento de volumes em Carajás, a produção anualizada da Vale deve permanecer na casa dos 400mt/ano de minério de ferro;
- Embora os estudos para ampliação da capacidade ainda sejam preliminares, ele demonstra o potencial que ainda existe na produção de minério de ferro na Serra Sul de Carajás. Vemos o anúncio como positivo, à medida que mostra um posicionamento estratégico por parte da Vale no balanço da oferta futura de minério, e sinaliza também que a empresa esta começando a virar a página em relação à tragédia de Brumadinho. Reiteramos nossa recomendação da Compra, preço-alvo de R$68/ação.
Equatorial (EQTL3): Destaques dos Resultados do 1T19
- A Equatorial Energia reportou EBITDA do 1T19 de R $ 604 milhões. Excluindo os efeitos não caixa do IFRS sobre novos ativos de transmissão, o EBITDA Ajustado foi de R $ 403 milhões, significativamente acima dos nossos R $ 337 milhões, refletindo principalmente resultados melhores do que o esperado na nova subsidiária Cepisa, devido a menores custos gerenciáveis e menor despesas de provisão;
- Na frente operacional, os seguintes destaques foram (1) para Cemar, perdas não técnicas de 8,1% vs. níveis regulatórios de 9,8%, (2) para a Celpa, perdas não-técnicas de 40,9% vs. níveis regulatórios de 34,0% e (3) para a Cepisa, perdas não técnicas de 30,9% vs. níveis regulatórios de 13,9%. Todas as empresas apresentaram um aumento nas perdas não técnicas devido a uma estratégia de cobrança mais conservadora;
- Focando nas novas distribuidoras Cepisa e Ceal, destacamos também os resultados dos Programas de Demissão Voluntária, com adesão de 30% e 32% do dos funcionários em cada empresa, respectivamente;
- Mantemos nossa recomendação de compra na Equatorial, com preço-alvo de R$90.
TAESA (TAEE11): Destaques dos resultados do 1T19
- A TAESA reportou Lucro Líquido de R$159,6 milhões, abaixo da nossa estimativa de R$ 225,1 milhões, com a piora nos resultados refletindo o impacto de menores dados de inflação média pelo IGP-M de -0,20% no 1T19 ante os +1,72% no 1T18;
- A TAESA anunciou dividendos totais de R$ 96,7 milhões (R $ 0,28/unit ou 1,1% de yield). As ações serão negociadas ex-dividendos em 17 de maio de 2019, e o pagamento será efetuado em 28 de maio de 2019;
- Mantemos nossa recomendação neutra nas ações da TAESA por acreditar que negociam no seu preço justo, com projeção de 8,3% de dividendos nos próximos 2 anos.
Cemig (CMIG4): SPIC reduz valor proposto por participação na Usina de Santo Antônio
- Segundo a Reuters, a elétrica Chinesa SPIC fez uma oferta vinculante pela fatia de 15% da Cemig na Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, mas fontes apontam que o valor foi inferior a uma proposta indicativa anteriormente apresentada;
- As negociações entre as empresas se iniciaram em 2017, e fontes apontam que o novo valor proposto pela SPIC torna pouco provável a conclusão de uma venda, embora negociações possam continuar. O empreendimento também tem como sócios Odebrecht (que já afirmou que pretende vender sua participação), Eletrobras, Caixa FIP Amazônia Energia e Andrade Gutierrez;
- O empreendimento está operacional desde 2017, mas sofreu impactos negativos de maiores custos de energia com a menor incidência de chuvas (o chamado risco hidrológico). Em publicações prévias, estimamos valores entre R$693,2 e R$955,9 milhões para a participação da Cemig na Usina.
COE News
Disney assumirá o controle da Hulu
- O grupo Walt Disney, que já detém 70%, assumirá o controle da plataforma de streaming Hulu, após oferta enviada para a Comcast que detém os 33% de participação remanescentes na empresa. A plataforma é considerada pioneira no seguimento, lançada em 2008, e consolidada no atual cenário ao deter os direitos de nomes como “The Handmaid’s Tale”;
- O grupo pretende concentrar a maior parte da transmissão de conteúdo próprio na plataforma Disney+, que será lançada em novembro deste ano, enquanto direcionará conteúdo adulto para a Hulu. Além disso, a recente finalização do processo de aquisição dos canais 21st Century Fox, ajuda a turbinar o portfólio de conteúdo a ser distribuído;
- Segundo o atual presidente, Robert Iger, a meta é atingir algo entre 60 e 90 milhões de assinantes até o final de 2024, ano em que a operação poderá tornar-se lucrativa. Considerando que este não é o primeiro passo da empresa na distribuição de conteúdo online, a Disney administrará separadamente três serviços de streaming, incluindo ESPN+ e a plataforma Hulu que já possui 25mi de assinantes.
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